"Você tem que assinar. Esqueceu que há um mês, concordamos que após o seu casamento, você transferiria metade das suas ações para o nome de Briena?" Sephina exigiu, seu tom afiado e inflexível.
"Um mês atrás?" Natalie fingiu pensar. "Hmm, eu me lembro. Você disse que se você me permitisse casar com Ivan, eu teria que transferir metade das minhas ações para Briena após o casamento."
"Então assine," Sephina exigiu.
"Senhora Ford, parece que com a idade, você falha em entender o claro significado das palavras," Natalie respondeu. "A conversa era sobre casar com Ivan. Mas eu não me casei com Ivan, então isso não conta. Em segundo lugar, se você fala apenas de eu me casar, então de acordo com a minha certidão de casamento, eu estou casada há um ano e meio, então as palavras dadas após o meu casamento são inválidas. Espero que você entenda."
"Eu sabia que você não seria tão fácil," Sephina zombou. "Mas você não vai sair daqui a não ser que assine esses papéis hoje."
Três guardas entraram na sala de estar e bloquearam a porta principal.
Natalie se virou para Sephina. "Eu aconselho você a me deixar ir."
"E eu aconselho você a assinar," Sephina disse arrogantemente.
Natalie suspirou e continuou andando mesmo assim.
"Você acha que só porque você é uma Ford, esses guardas não vão tocar em você? Não esqueça que eles me obedecem," Sephina elevou sua voz diante da teimosia de Natalie.
"Eu estava me perguntando se eles acham que podem me parar só porque eu sou uma de vocês Fords patéticas e sem espinha dorsal." Natalie parou a alguns passos dos guardas, soltou a alça de sua mala e os encarou. "Vocês vão me deixar ir ou querem que eu encontre meu próprio caminho para sair?"
"O que vocês estão esperando? Arrastem ela até aqui e façam ela assinar esses papéis," Sephina rugiu. Os guardas avançaram em direção a Natalie. Quando todos tinham pena dela pela sua teimosia, algo inesperado aconteceu que chocou a todos. Em menos de um minuto, Natalie derrubou os três guardas, que nem sequer conseguiram tocá-la. A sala ficou em silêncio, com uma pergunta na mente de todos:
Quando ela aprendeu artes marciais?
Natalie balançou as mãos e virou-se para Sephina. "Você acha que eu sobrevivi aquele inferno para onde você me enviou passando meu tempo matando insetos todos esses anos?"
Sephina, atônita, só pôde olhar para Natalie, que agora parecia uma pessoa completamente diferente. Como eles não viram esse lado dela?
"Natalie, você ultrapassou seus limites hoje," Jay Ford exclamou com raiva. "Se você sair desta casa sem assinar esses papéis, você nunca mais será permitida a retornar."
Ela encarou o pai. "Eu os considerei minha família até agora, e é por isso que eu estava disposta a sair para manter a paz, deixando esta casa que pertence à minha mãe. Mas não mais. Aproveitem a estadia curta de vocês aqui, e logo tomarei o que me pertence."
"O que está acontecendo aqui?" um homem entrou na sala de estar e observou a cena, notando os três guardas mancando para longe. Ele ouviu as últimas palavras de Natalie, ameaçando sua família.
Briena, com lágrimas ainda nos olhos, correu em direção a ele, chorando de forma lamentável. "Ivan, Natalie disse que eu estou seduzindo você. Confie em mim... eu nunca..." Ela engasgou com suas lágrimas.
Ivan limpou as lágrimas dela, deixando-a se apoiar em seu peito. Ele não a afastou. "Eu sei que você não fez isso, Briena," ele disse, encarando Natalie. "Ao machucar a Briena, eu não vou voltar para você, então pare de perturbá-la. Ela será minha esposa em breve. Se você ousar machucá-la novamente, eu não vou te poupar."
Embora machucada por suas palavras, Natalie manteve a calma.
Ivan foi a razão pela qual ela sobreviveu todos aqueles anos naquele lugar perigoso. Ele foi a única pessoa que entrou em contato com ela, assegurando que tudo ficaria bem e que ele cuidaria dela assim que ela retornasse. Ele manteve sua palavra. Depois que ela voltou, ele cuidou dela e demonstrou seu amor. Seu cuidado e amor fizeram ela se apaixonar por ele, e ela decidiu se casar com ele quando ele pediu.
Além disso, ela acreditava que tinha machucado ele e quebrado sua confiança com esse casamento inesperado dela. Embora ela não tenha feito nada intencionalmente e estivesse chocada, ela não podia culpá-lo por não confiar nela. Qualquer homem se sentiria traído.
"Entendi," Natalie respondeu e saiu de casa, com sua mala na mão e dor no coração.
Natalie avistou seu carro no estacionamento. Entre todos os carros de luxo estacionados ali, ela tinha o mais simples e comum, que ela comprou com seu próprio dinheiro e nunca se envergonhou de usar.
Natalie voltou para a casa de Mia, onde esta a esperava desesperadamente. No momento em que Natalie entrou, Mia correu para ela, pegou a mala de suas mãos e perguntou, "Nat, me diga que o certificado é falso."
"Não é falso." Natalie a olhou desamparada. "Eu estou realmente casada com aquele Aiden Hendrix."
"Você checou direito?" Mia perguntou enquanto seguia Natalie para a sala de estar.
"Eu chequei, e nada pode mudar o fato de que eu estou casada," Natalie respondeu, sentando no sofá, inusitadamente calma.
Mia observou-a. "Aguente firme um pouco, Nat." Ela se apressou em fechar as janelas do apartamento e então puxou algo da gaveta.
No instante seguinte, o apartamento ecoou com gritos raivosos de Natalie. Mia já tinha enchido seus ouvidos com fones de ouvido e suspirou aliviada, "Bem a tempo." Ignorando sua amiga frustrada e gritando, Mia foi até a cozinha, despejou água fria em um copo e tirou um pacote de sorvete. Ela voltou para a sala de estar. "Três... dois... um..." Natalie parou de gritar.
O rosto de Natalie estava vermelho, o cabelo desalinhado e ela respirava pesadamente. Mia ofereceu-lhe um copo de água, que Natalie aceitou rapidamente e esvaziou. "Seu sabor favorito," Mia ofereceu-lhe o pacote de sorvete. Natalie aceitou e começou a comer enquanto Mia sentava-se ao seu lado.
Uma vez que Natalie parecia calma, Mia perguntou, "O que você vai fazer agora?"
Natalie espetou a colher no pacote de sorvete como se fosse uma faca, sua expressão assassina. "Eu vou matar aquele Aiden Hendrix." Ela puxou a colher para fora e espetou novamente. "Aquele canalha, idiota..." ela continuou a xingar com toda palavra de baixo calão que conhecia.