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Chapter 10 - A Espada Flamejante

Na caverna dos espelhos de cristais, o ambiente era opressivo e misterioso. Os reflexos distorcidos das paredes de cristal criavam ilusões, confundindo os sentidos dos jovens candidatos e os Golens de cristal, criaturas imponentes, avançavam com determinação. Seus corpos maciços brilhava à luz das pedras preciosas que compunham sua forma. Os braços rochosos se moviam como martelos, e suas pernas curtas impulsionavam-no com surpreendente agilidade.

Os candidatos, vestidos com roupas de couro e proteções mágicas, enfrentavam o desafio com coragem. Cada um deles carregava uma espada e um escudo de metal, os únicos instrumentos permitidos naquele teste. Os círculos mágicos nas costas de suas vestimentas garantiam que qualquer ferimento grave os teleportasse para fora da caverna, resultando em falha no desafio.

Greg, um jovem arrogante candidato a cavaleiro, observava a cena com olhos afiados. Ele havia subestimado o desafio, acreditando que as ilusões seriam a única dificuldade. Agora, diante do Golem de cristal, sua honra estava em jogo. Ele precisava de ajuda, mas admitir isso seria um golpe para seu orgulho.

Os outros candidatos lutavam bravamente. Alguns se esquivavam dos golpes do Golem, enquanto outros investiam com suas espadas. O som metálico dos impactos ecoava pela caverna. A cada momento, mais candidatos desapareciam, teleportados para fora. Greg sabia que não poderia enfrentar o Golem sozinho.

Ele olhou ao redor, buscando uma solução. Os espelhos de cristal refletiam sua expressão determinada. Seu olhar encontrou o altar das espadas, onde reluziam lâminas afiadas. Talvez ali estivesse a chave para derrotar o guardião de cristal.

Com um grito de desafio, Greg correu em direção da escadaria que levava ao altar. O Golem o seguiu, seus olhos de cristal brilhando com fúria. O coração de Greg batia forte, e ele sabia que a batalha estava longe de terminar.

A caverna dos espelhos de cristais testava não apenas a habilidade com a espada, mas também a coragem e a inteligência dos candidatos. Greg teria que superar seu orgulho e aceitar ajuda se quisesse sair vitorioso.

A caverna de cristal reverberava com o estrondo do braço do Golem colidindo com a escadaria. Greg, em pânico, saltou para o lado, evitando por pouco o impacto devastador. O ar estava carregado de tensão enquanto o jovem candidato a cavaleiro tentava se levantar mas sua perna estava dolorida pela queda. Ele sabia que sua honra estava em jogo, e o Golem de cristal não daria trégua.

Foi então que uma figura loira surgiu, cortando o ar com destreza. Lumina, a excepcional espadachim, apareceu ao lado de Greg. Seus cabelos longos brilhavam à luz das pedras preciosas, e seus olhos azuis faiscavam com determinação. Ela não era apenas uma prima distante; era um exemplo de habilidade e coragem para toda a família, e ele odiava isso.

Lumina e seus colegas atacaram o Golem por trás, desestabilizando-o. A criatura de cristal cambaleou, seus braços rochosos se desprendendo do corpo. Greg assistia, estupefato, enquanto Lumina se aproximava dele. Sua voz era afiada como a lâmina de uma espada.

— Você vai continuar aí no chão dormindo ou vai me provar que é melhor que eu?

A raiva inflamou Greg. Ele se levantou, ignorando a dor em sua perna.

— Não se atreva a falar comigo assim, sua covarde! — retrucou. Seus olhos se encontraram, faíscas de rivalidade e determinação. Ambos sabiam que a batalha estava longe de terminar.

Juntos, Greg e Lumina avançaram em direção ao Golem. A criatura se recompunha, arrancando pedaços do chão para reconstruir seus braços. As espadas dos candidatos brilhavam à luz das gemas, e o som metálico dos golpes ecoava pela caverna. Greg estava determinado a provar seu valor, mas Lumina não facilitaria as coisas. Ela era uma adversária formidável, e a rivalidade entre eles se intensificava a cada investida.

Com espadas erguidas, eles enfrentariam o guardião rochoso, lado a lado, em busca da vitória e do título de cavaleiro.

 A batalha prosseguia na caverna escura, e os Golens de cristal não davam trégua. Greg e Lumina, com suas espadas, enfrentavam a ameaça com coragem. O primeiro Golem, já enfraquecido pelos golpes certeiros de Lumina, finalmente cedeu. Seus cristais se despedaçaram, e ele tombou no chão, inerte.

 No entanto, enquanto Lumina comemorava sua vitória, um segundo Golem surgiu das sombras. Era maior e mais imponente, com olhos de rubi que faiscavam com malícia. Lumina, pega de surpresa, não teve tempo de reagir. O Golem avançou, seus braços de cristal se erguendo para esmagá-la.

 Nesse momento crítico, Greg deixou de lado sua arrogância e percebeu que a rivalidade entre eles não importava naquele momento. Lumina era sua prima e atualmente companheira de batalha, e juntos enfrentariam esse desafio, ele gostando ou não. Ele correu na direção dela, sua espada em riste. Com um golpe preciso, cortou o braço do Golem, desviando-o de Lumina.

 A adversária formidável olhou para ele, surpresa e grata. Greg apenas acenou com a cabeça, indicando que não havia tempo para palavras. Eles precisavam lutar juntos. Lumina recuperou o fôlego e, com Greg ao seu lado, enfrentaram o segundo Golem com determinação renovada.

 O som metálico dos golpes ecoava pela caverna, mas agora era uma sinfonia de cooperação. Greg e Lumina se moviam em harmonia, suas espadas dançando no ar. O Golem, enfraquecido pelos ataques combinados, finalmente cedeu. Seus cristais se despedaçaram, e ele se desfez.

 Greg e Lumina se encararam, exaustos, mas vitoriosos. A rivalidade havia sido colocada de lado momentaneamente. Eles eram mais fortes juntos, e a caverna silenciosa testemunhou o nascimento de uma prevê aliança.

As telas mágicas na sala de controle brilhavam com imagens em constante movimento. Lucius, o diretor da academia de cavaleiros Perlasca, observava atentamente os candidatos dentro da caverna. Os olhos com asas mágicos, invocados e colocados estrategicamente, monitoravam cada movimento dos jovens lutando contra as ilusões e os golens de cristal.

Lumina, a excepcional espadachim, destacava-se entre os candidatos. Lucius murmurou para si mesmo.

— Uma cavaleira nobre com sangue real nas veias. — Ele reconhecia o potencial da jovem.

O conselho dos professores permanecia atento, discutindo estratégias e avaliando o desempenho dos candidatos. Os curandeiros estavam de prontidão, preparados para ajudar aqueles que fossem teleportados para fora da caverna após ferimentos graves. A Caverna dos Espelhos de Cristais, projetado para ser um desafio difícil, testava não apenas a habilidade com a espada, mas também a inteligência e a coragem dos jovens.

Professor Willis, um homem de meia-idade com a cabeça careca, expressou suas preocupações.

— As dificuldades dos desafios estão altas este ano. Você mesmo pediu que o labirinto fosse desafiador, mas será que não exageramos com os candidatos?

Lucius olhou para Willis, sério.

— Professor Willis, você ouviu os boatos que circulam pelos reinos? Uma organização criminosa pode estar infiltrada no governo de Lumirian. Se isso for verdade, precisaremos dos melhores cavaleiros para defender o reino.

Willis ficou perdido em pensamentos, ponderando as implicações. Antes que pudesse responder, uma jovem professora se aproximou, chamando o diretor.

— Senhor Lucius, veja isso! — Ela mostrou uma das telas mágicas, revelando algo que poderia mudar o curso da academia e do reino.

A sala estava impregnada de tensão enquanto Léo e Lucas enfrentavam os Golens de cristal. Os monstros rochosos avançavam com determinação, seus olhos brilhando com uma luz etérea. Léo, com sua espada em mãos, percebeu que o ponto fraco dos Golens era um cristal saliente próximo à cabeça. Mas como atingir esses cristais quando os Golens eram tão altos e ágeis?

Uma ideia surgiu. Léo entregou sua espada a Lucas e agarrou dois escudos de metal. Ele se posicionou para defender os ataques dos Golens, enquanto Lucas se preparava para o contra-ataque. Com um impulso poderoso, Léo lançou Lucas no ar usando os escudos, e o jovem girando suas espadas de metal brilhando à luz das pedras preciosas. O golpe certeiro atingiu o cristal de um dos Golens, fazendo-o cair com um estrondo.

Lucas não hesitou. Ele saltou sobre o Golem caído, desferindo golpes no cristal saliente. Mas o segundo Golem não estava derrotado. Seus braços cristalizados se projetaram em direção a Lucas e Léo. Um dos braços passou raspando por Lucas, mas o segundo estava prestes a atingir o garoto. Parecia inevitável.

Então, Léo agiu. Com coragem, ele pulou e usou os dois escudos para redirecionar o braço do Golem. O impacto foi forte, e Lucas rolou pelo chão, ferido. Léo, por sua vez, foi arremessado para o alto da escadaria que levava ao altar das espadas. Ele sentiu a dor em seu corpo e viu o círculo mágico em sua vestimenta começar a brilhar intensamente.

O destino parecia cruel, mas Léo não estava disposto a aceitá-lo. Com esforço sobre-humano, ele se arrastou, subindo os últimos degraus da escadaria. O brilho do círculo mágico o envolvia, e ele sabia que tinha apenas uma chance. Com dificuldade, Léo chegou ao altar, onde as espadas descansavam. Ele se ergueu, olhando para as lâminas afiadas.

— Eu só vou ter uma chance. — sussurrou Léo. — Por favor, me ajude.

O destino do jovem aspirante a cavaleiro dependia daquele momento, e Léo estava pronto para lutar até o fim.

O brilho intenso acima do altar iluminou a caverna de cristal, criando sombras dançantes nas paredes de pedras cristalizadas. Lucas, caído no chão, ergueu os olhos e temeu pelo destino de Léo. Seria possível que seu amigo tivesse sido teleportado para fora da caverna, deixando para trás seus sonhos e esperanças?

No entanto, a sala não permaneceu em silêncio. Uma onda de calor varreu o ambiente, fazendo com que o ar tremesse. Léo, ainda no alto do altar, agarrou uma das espadas mágicas. A lâmina parecia pulsar em sintonia com sua própria alma. Ele a retirou do pedestal, e o calor se infiltrou em seu corpo. A espada ganhou um tom avermelhado, e chamas irromperam acima do altar.

Léo ergueu a espada, e uma fagulha de fogo em forma de pássaro, semelhante à lendária fênix mitológica, saiu da lâmina e penetrou em seu peito. O calor era reconfortante, e suas feridas começaram a se curar. Pela primeira vez, ele empunhava uma espada mágica.

Com determinação, Léo saltou do alto do altar em direção aos Golens. Os guardiões de pedra reagiram, lançando seus grandes braços de cristal em sua direção. Mas Léo, com sua espada flamejante, cortou as rochas cristalizadas com precisão. A lâmina quente brilhava, e ele se aproximou dos Golens.

Com um golpe final, Léo cortou os cristais dos dois Golens simultaneamente, derrotando-os. A caverna reverberou com o som do impacto, e os destroços de cristal se espalharam pelo chão. Léo havia triunfado, e o brilho intenso que o envolvia parecia confirmar sua nova jornada como um verdadeiro herói.

Lucas ficou atônito ao testemunhar a coragem e habilidade de Léo em combate. Seus olhos acompanharam cada movimento do amigo enquanto ele enfrentava os Golens de cristal com a espada flamejante. A determinação de Léo era palpável, e Lucas sentiu uma mistura de admiração e surpresa.

Enquanto Léo cortava os cristais dos Golens, Lucas se levantou, ignorando a dor em seu corpo. Ele sabia que estava testemunhando algo extraordinário. Seu amigo havia se transformado em um verdadeiro cavaleiro, e Lucas sentiu-se inspirado.

Quando os Golens finalmente caíram, Lucas aplaudiu, seus olhos brilhando. Ele não conseguia conter o sorriso. Léo havia superado todas as expectativas, e agora eles estavam mais perto de alcançar seus sonhos de se tornarem cavaleiros e Lucas estava ansioso para continuar essa jornada ao lado de seu amigo.

 O calor da espada flamejante percorreu o corpo de Léo, como se suas veias fossem agora feitas de brasas. Ele recuperava o fôlego após o esforço hercúleo de enfrentar os Golens de pedra. Lucas, preocupado, se aproximou, mas antes que pudesse alcançá-lo, Léo cambaleou.

 A tontura o atingiu como uma onda, e ele se agarrou à espada para não cair. O mana que fluía em seu ser, alimentando a lâmina, havia sido completamente consumido. Suas pernas fraquejaram, e ele desabou no chão da caverna, ofegante e exaurido.

 Lucas ajoelhou-se ao lado de Léo, olhando com apreensão para o amigo. A espada flamejante ainda brilhava, mas Léo não tinha mais forças para segurá-la.

Seu corpo, como se respondendo a uma ordem invisível, começou a desvanecer. A magia de sua roupa ativou-se, e ele desapareceu lentamente, como se fosse feito de fumaça.

 O último vislumbre de Léo foi seu olhar determinado, a chama nos olhos refletindo a bravura que o havia conduzido até ali. E então, ele foi teleportado, deixando apenas o eco do calor e a lembrança de um herói que sacrificara tudo para proteger seu amigo.