Léo, a bordo do navio Vespucci, encontrou-se diante da majestosa Academia de Cavaleiros Perlasca na Ilha Perlasca. A ilha, completamente ocupada pela academia, ostentava torres imponentes que pareciam tocar o céu. Os outros candidatos a aprendizes de cavaleiro, também maravilhados, desembarcaram junto com Léo e observaram o cenário com olhos arregalados.
Léo encontrou-se imerso em um cenário de treinamento que parecia saído de um conto de fadas. O jardim, banhado pela luz dourada do sol, abrigava os campos onde os futuros cavaleiros aprimoravam suas habilidades.
O jardim se estendia em suaves colinas, salpicado de flores coloridas e árvores frondosas. O aroma de ervas e grama fresca pairava no ar. A luz do sol filtrava-se pelas folhas, criando padrões dançantes no solo. Os aprendizes de cavaleiro, trajando uniformes de treinamento, praticavam movimentos de esgrima e equilíbrio. Léo observou um instrutor habilidoso orientando um grupo de jovens, suas espadas brilhando à medida que executavam golpes precisos. O som metálico ecoava pelo jardim.
Além dos campos de treinamento, havia uma área de areia onde os aprendizes de cavaleiro se dedicavam à equitação. Os cavalos, majestosos e pacientes, obedeciam aos comandos de seus cavaleiros em treinamento. Léo viu um jovem aprendiz, com determinação nos olhos, montando um cavalo alazão. Ele se equilibrava com graça enquanto o animal trotava em círculos. Os instrutores circulavam, corrigindo posturas e incentivando os aprendizes a se conectarem com seus cavalos. A relação entre cavaleiro e montaria era de confiança mútua.
Os campos de tacos mágicos eram o ponto alto do treinamento. Léo se aproximou, fascinado pelas estruturas flutuantes. Cada taco de metal estava gravado com símbolos arcanos. Os cavaleiros se posicionavam, com os tacos em punho, prontos para lançar magias e acerta as bolas de metal. O objetivo era acertar nos aros flutuantes, que se moviam em padrões imprevisíveis. A magia vibrava no ar, criando faíscas e ondas de energia. Léo sentiu a adrenalina correndo em suas veias enquanto se preparava para lançar sua primeira magia nesse esporte. Ele estava determinado a dominar essa arte e provar seu valor. As arquibancadas, altas e imponentes, cercavam os campos esportivo.
O diretor da academia, Lucius Perlasca, saudou os desafiantes do teste para se tornarem aprendizes de cavaleiro. Lucius, um homem de aproximadamente sessenta anos, vestia roupas nobres e carregava uma espada mágica em sua bainha na cintura. Sua linhagem remontava a um herói lendário que havia libertado o reino de Lumirian das garras de demônios sedentos por sangue.
Lucius estava acompanhado por todos os professores da academia. Ele proferiu palavras inspiradoras, aumentando a determinação e coragem dos futuros alunos. Lucas, empolgado, não conseguiu esconder o sorriso em seu rosto. Durante a viagem no navio, ele havia expressado sua admiração pelo diretor Lucius e até mencionado que era um grande fã. Agora, Lucas ansiava por um autógrafo de Lucius em sua espada de madeira de treino. Afinal, ter o nome do lendário diretor gravado em sua arma seria uma lembrança inestimável dessa emocionante jornada na Academia de Cavaleiros Perlasca.
Léo e os outros desafiantes ouviram atentamente as palavras do diretor Lucius. A coragem, determinação e o senso de direção seriam testados hoje. Léo, nervoso por saber que o senso de direção era um de seus pontos fracos, engoliu em seco, mas manteve-se firme.
Juntos, eles deixaram o amplo pátio onde estavam e seguiram pelo corredor largo. Alguns alunos da academia se reuniram para observar os novos candidatos ao teste. Entre eles estava Greg, que havia sido derrotado por Lumina minutos atrás. Mesmo com o nariz sangrando, ele se recuperou e agora estava de pé, exibindo sua arrogância. Muitos o ignoraram, considerando-o apenas mais um filho mimado da realeza.
Lucius, o diretor, abriu uma imponente porta. Do outro lado, revelou-se uma área externa da academia, como um jardim encantado. Flores de todas as cores desabrochavam, criando um cenário mágico. Os desafiantes ficaram maravilhados com a beleza e a serenidade do lugar. As pétalas dançavam ao vento, e o aroma floral preenchia o ar.
Léo sentiu-se inspirado. Ele sabia que, independentemente das dificuldades, aquele era o momento de provar sua coragem e determinação. O jardim, com suas flores vibrantes, parecia convidá-los a explorar e desbravar. Era ali que o teste aconteceria, e Léo estava pronto para enfrentar o desafio, mesmo com seu senso de direção vacilante.
E assim, sob o olhar atento de Lucius e dos outros alunos, os desafiantes adentraram o jardim, prontos para descobrir o que os aguardava. Os futuros cavaleiros estavam prestes a escrever suas próprias histórias na Academia de Cavaleiros Perlasca, e o jardim seria o palco dessa jornada inesquecível.
Os candidatos avançaram pelo jardim da academia, suas expectativas elevadas. À frente, uma imensa parede de folhas bloqueava o caminho. Lucius, com um simples toque, fez a parede se abrir em sete entradas. Sua voz ecoou, revelando o desafio que os aguardava: o Labirinto Sussurrante.
Um muro de folhas, aparentemente inofensivo, se estendia diante deles. Após Lucius estendeu a mão e tocar o muro, as folhas começaram a se mover, criando umas aberturas à sua frente. O labirinto de folhas era deslumbrante. A luz do sol filtrava-se pelas folhas, criando padrões de sombra no chão.
As folhas vivas, como seres conscientes, conspiravam. Mudavam de direção, confundindo os passos dos desafiantes. Corredores estreitos se entrelaçavam, criando um emaranhado inescrutável. O medo sussurrava entre as folhas, provocando arrepios na espinha dos jovens. Mas havia mais. Autômatos de madeira patrulhavam o labirinto, obstáculos vivos que bloqueariam seus caminhos. Cada passo era uma escolha crucial. Eles receberam espadas de madeira e escudos para se defenderem.
A missão era clara: encontrar a clareira mágica. Lá, um item especial abriria o emaranhado de folhas, permitindo-lhes alcançar o outro lado do labirinto. Os professores observavam atentamente, prontos para intervir se necessário.
Com sessenta candidatos no total, mas apenas trinta itens mágicos disponíveis, a competição seria feroz. Léo e seus colegas estavam prestes a enfrentar o desconhecido, suas determinações testadas no coração do Labirinto Sussurrante.
Com o coração acelerado, Léo e os outros candidatos lançaram-se em direção ao Labirinto Sussurrante. Lucas, com um colar recuperado em Romagna, sussurrou uma prece para a sorte. Seus olhos encontraram os de Léo, e ele pronunciou palavras que ecoariam entre as folhas.
— Agora, seremos inimigos lá dentro, mas como amigos, desejo-lhe boa sorte.
Léo assentiu, compreendendo a dualidade do momento. Amigos agora, rivais no labirinto. Ele também escolheu uma das aberturas e mergulhou nas folhagens. As árvores pareciam sussurrar segredos, e o ar estava carregado de tensão.
A espada de madeira em sua mão parecia mais pesada do que nunca. Ele estava pronto para enfrentar os autômatos, desvendar os corredores e alcançar a clareira mágica. A determinação ardia em seu peito, e a promessa de aventura o impulsionava.
Léo avançou, os olhos fixos no desconhecido. O Labirinto Sussurrante aguardava, e ele estava disposto a lutar por seu lugar na Academia de Cavaleiros Perlasca. Que os deuses e as folhas conspirantes estivessem a seu favor.
Os corredores do Labirinto Sussurrante pareciam vivos, como se as próprias folhas conspirassem contra os desafiantes. O sussurro das folhagens não era mais suave; era amedrontador, um murmúrio que se insinuava em suas mentes.
As paredes de folhas mudavam de direção abruptamente, como se tivessem vontade própria. Léo avançava, mas o caminho parecia se desfazer e se reconfigurar a cada passo. Às vezes, ele se encontrava em um beco sem saída, cercado por folhas que se fechavam como garras.
Os autômatos de madeira também eram mais sinistros. Eles emergiam das sombras, seus olhos vazios fixos nos desafiantes. Suas lâminas de madeira eram afiadas, e o som de seus passos ecoava pelo labirinto. Léo se esquivava, bloqueando os ataques com seu escudo de madeira, enquanto as folhas sussurravam: "Errado... volte... perigo..."
O medo se entrelaçava com a determinação. Léo sabia que o item mágico na clareira era sua única esperança de escapar desse emaranhado de folhas vivas. Ele continuava, os olhos atentos, os ouvidos alerta para os sussurros que o cercavam. O Labirinto Sussurrante testava não apenas sua coragem, mas sua sanidade. E Léo estava disposto a enfrentar o desconhecido, mesmo que isso significasse perder-se nas sombras das folhas e nunca mais encontrar o caminho de volta.
Léo avançou pelo Labirinto Sussurrante, sua espada de madeira em punho, pronto para enfrentar os autômatos de madeira que guardavam os corredores. As folhas sussurrantes pareciam conspirar contra ele, mudando de direção a cada passo, como se tivessem vontade própria.
Mais autômatos emergiram das sombras, e com seus corpos de madeira movendo-se com uma agilidade surpreendente. Léo bloqueava seus ataques com o escudo, desferindo golpes precisos com a espada. Cada autômato derrotado se transformava em folhas, desaparecendo como se nunca tivessem sido inimigos.
À medida que Léo se aprofundava no labirinto, as paredes de folhas se tornavam mais densas e perigosas. Algumas estavam cercadas de espinhos afiados, prontos para ferir qualquer intruso. Ele se esquivava, sentindo os arranhões e cortes em sua pele.
Sem perceber, uma das paredes de folhas o arrastou para uma batalha em andamento. Lumina, a brilhante espadachim, lutava contra outros candidatos. Seus olhos se encontraram quando ela viu Léo entrar em seu campo de visão. Antes que ele pudesse falar, ela partiu para o ataque.
Léo sabia que não era o momento para diálogo. Ele brandiu a espada de madeira, enfrentando Lumina com determinação. Seus olhos fixos um no outro. Lumina avançou com agilidade, sua espada de madeira cortando o ar. Ela mirou o ombro de Léo, buscando uma abertura. O impacto da madeira contra madeira ressoou pelo corredor do labirinto de folhas, e Léo se esquivou por pouco. Seus olhos se encontraram novamente, e a batalha continuou, intensa e cheia de determinação.
Até o momento que Léo se afastou e então ele diz.
— Não vim para lutar contra você. As paredes deste labirinto me empurraram para cá. — Mas antes que Lumina pudesse responder, as folhas novamente os separaram, como se tivessem vida própria.
Léo caiu rolando no chão, ferido pelos espinhos das paredes. Os machucados dos autômatos e das folhas ardiam, mas ele se levantou, pronto para continuar. O Labirinto Sussurrante testava não apenas sua força, mas também sua astúcia e capacidade de sobrevivência. E, no meio dessa dança mortal de folhas e espadas, Léo estava determinado a encontrar a clareira mágica e provar seu valor como aprendiz de cavaleiro.
Léo ao perceber uma luz no fundo de um corredor cheio de espinhos, seguiu ela com suas pernas impulsionando-o com urgência. As folhas sussurrantes pareciam recuar, como se abrissem caminho para o destino que o aguardava.
E então, ele emergiu na clareira mágica. O ar estava impregnado de energia, e a luz que emanava do centro era hipnotizante. O solo era macio, coberto por um tapete de musgo verde-esmeralda. Flores raras desabrochavam em cores vibrantes: azuis elétricos, vermelhos ardentes e amarelos dourados.
No centro da clareira, um objeto flutuava. Era o item mágico que Léo buscava. Uma esfera de cristal, incrustada com padrões intricados. Quando ele a tocou, uma onda de calor percorreu seu corpo, preenchendo-o com coragem renovada.
A atmosfera na clareira mudou abruptamente. O brilho que antes iluminava o local desapareceu, substituído por tons sombrios e opressivos. Léo, instintivamente, apontou sua espada e ergueu o escudo, preparando-se para qualquer ataque surpresa.
Foi então que uma voz ecoou, sussurrando nas sombras!
— Você não vai sair daqui. — O coração de Léo acelerou. Ele girou, mas antes que pudesse reagir, uma figura escura emergiu das trevas e o atacou por trás.
O impacto o derrubou. Léo rolou no chão, lutando para se recuperar. A sombra era ágil e seus movimentos sinistros. Léo sentiu a lâmina roçar sua pele, e a dor o impulsionou. Ele se levantou, enfrentando o desconhecido.
O doppelganger olhando para Léo diz com um sorriso sinistro.
— Ah, Léo, meu querido reflexo. Você realmente acredita que pode superar a si mesmo? Que pode vencer este duelo e provar seu valor? Mas eu sei a verdade. Eu conheço seus medos mais profundos.
Os olhos de Léo encontraram os da sombra. Eram vazios, sem piedade. Ele não sabia quem ou o quê estava diante dele, mas estava determinado a sobreviver. A espada de madeira em suas mãos tremia, e ele investiu contra a escuridão, sua coragem testada até o limite.
Naquele momento, Léo percebeu que a verdadeira batalha estava apenas começando. A clareira mágica escondia segredos mais profundos, e ele estava prestes a descobrir o preço da sua busca pelo poder.