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Chapter 8 - O Despertar das Espadas

Após o desafio do labirinto sussurrante, os trinta candidatos que passaram no primeiro teste encontram-se na academia de cavaleiro Perlasca. Eles são conduzidos pelos servos da academia a uma ampla área de descanso construída fora das instalações. Aqui, beliches foram providenciados e alinhados em fileiras para que os candidatos pudessem repousar. O diretor Lucius já havia informado que o último teste ocorreria na manhã seguinte, portanto, o descanso era essencial. Mesmo após receberem cuidados dos curandeiros da academia, o cansaço ainda se fazia presente em seus corpos. A atmosfera é tensa, com os candidatos refletindo sobre os desafios que enfrentaram e se preparando mentalmente para o próximo teste. O ambiente é marcado por expectativa e nervosismo, enquanto os futuros cavaleiros se preparam para o desafio final.

 Na área de descanso, os candidatos adentraram com olhares curiosos e cansaço estampado em seus rostos. O ambiente exalava o aroma de madeira envelhecida e aconchego.

 Os candidatos cruzaram o limiar da sala, seus passos ecoando no chão de pedra. Alguns olhavam ao redor, maravilhados com a rusticidade do lugar. Os beliches eram robustos, feitos de carvalho maciço. Escadas de madeira levavam à cama superior. Cada candidato escolheu um beliche, arrumando seus pertences nas cômodas ao lado. Roupas, pergaminhos e armas foram organizados com cuidado.

 Os olhares se cruzaram, e os candidatos trocaram sorrisos tímidos. Alguns decidiram compartilhar o beliche com amigos, enquanto outros buscaram a solidão. A escolha era pessoal, mas a camaradagem estava presente. A tensão pairava no ar. Todos sabiam que o próximo teste seria crucial. Enquanto se acomodavam, os candidatos discutiam estratégias e trocavam histórias do labirinto sussurrante.

 A área de descanso era um refúgio temporário, onde sonhos e amizades se entrelaçavam. Os beliches, testemunhas silenciosas das jornadas individuais, aguardavam os guerreiros em formação. A noite prometia descanso, mas o amanhecer traria novos desafios.

Após guardarem seus pertences, Lucas chamou Léo para acompanhá-lo até a enfermaria, que estava localizada ao lado da área de descanso na Academia de Cavaleiro Perlasca. O motivo? Apresentar Bruno, um dos candidatos que não conseguiu passar no teste, mas que desempenhou um papel importante ao ajudar Lucas durante a provação no labirinto.

Léo seguiu Lucas até a área improvisada onde os curandeiros e enfermeiros cuidavam dos candidatos que haviam falhado. Bruno, que repousava em uma das camas, ficou surpreso ao ver Lucas se aproximando. Os dois conversaram sobre a experiência no labirinto e como Lucas conseguiu superar os desafios com a ajuda de Greg. Bruno expressou sua decepção por não ter passado no teste, mas também demonstrou resiliência. Ele sabia que poderia tentar novamente no meio do ano e, caso não obtivesse sucesso, ainda tinha a opção de ingressar na guilda de aventureiros de Lumirian.

A atmosfera na área dos curandeiros era mista: tensão pela falha no teste, mas também esperança e determinação para futuras oportunidades. Enquanto Lucas, Léo e Bruno compartilhavam suas histórias, os outros candidatos também buscavam consolo e motivação. A jornada deles estava longe de terminar, e a camaradagem entre os aspirantes a cavaleiros era evidente naquele momento.

 Na área improvisada de enfermagem, os enfermeiros e curandeiros trabalhavam incansavelmente para cuidar dos candidatos. O ambiente era rústico, mas funcional, com elementos que remetiam à época. Tendas de lona ou tecido grosseiro abrigavam as estações de atendimento e cortinas espessas separavam os leitos, proporcionando privacidade aos pacientes.

 Cômodas de madeira armazenavam ervas medicinais, bandagens e instrumentos básicos e baús guardavam suprimentos, como compressas e unguentos. A iluminação era escassa, com lamparinas a óleo ou velas de cera. A luz tremeluzente criava sombras nas paredes de pedra. Colchões de palha ou feno repousavam sobre estrados de madeira e os pacientes eram acomodados em lençóis ásperos.

À medida que o relógio marcava oito horas da noite, um som estrondoso de sino ecoou pelas instalações de descanso improvisada da Academia de Cavaleiro Perlasca. Era o navio Vespucci, uma majestosa embarcação que havia trazido todos os candidatos para a academia a fim de participarem do teste. Sua chegada marcava o fim de uma etapa para alguns e o início de uma nova jornada para outros.

O navio atracou próximo à academia, suas velas imponentes recolhidas após a longa viagem. Os candidatos, tanto os que haviam passado no teste quanto os que haviam falhado, se reuniram na área de descanso para testemunhar esse momento. Bruno e os demais candidatos que não conseguiram avançar no teste se despediram com um misto de sentimentos. Alguns estavam desapontados, mas também esperançosos para o futuro. Eles trocaram palavras de encorajamento e votos de boa sorte com os que permaneceriam na academia para o próximo desafio.

Bruno, com um sorriso resignado, apertou as mãos dos colegas. O Vespucci representava mais do que um simples navio; era um símbolo de superação, perseverança e oportunidades futuras. Enquanto o sino continuava a soar, os candidatos assistiram ao navio partir, levando consigo os sonhos e as histórias de cada um.

A cena era repleta de emoções contrastantes: despedidas, esperança e a promessa de novos horizontes. O Vespucci, com sua beleza imponente, permaneceria na memória daqueles jovens cavaleiros em formação, independentemente de seus destinos individuais.

Após a partida do navio Vespucci, os candidatos que sobreviveram ao primeiro teste recolheram-se para descansar. Sabiam que precisariam acordar cedo para enfrentar o segundo e último desafio da academia. Léo, ao arrumar sua cama na parte de cima do beliche, desviou o olhar para onde a bela e talentosa espadachim Lumina estava. Ela estava imersa em uma conversa com outros candidatos, provavelmente montando um plano para trabalharem juntos no próximo teste. A determinação de Lumina era inspiradora, e Léo sentia-se motivado por sua presença.

Lucas, que ocupava o beliche abaixo de Léo, percebeu o olhar fixo de seu amigo em Lumina e não perdeu a oportunidade de fazer uma observação cômica.

— Se você continuar com a boca aberta assim, vai babar todo o alojamento! — Os dois riram, aliviando a tensão do momento.

Léo, porém, não conseguia tirar da mente a promessa de um combate com Lumina. Ele sabia que enfrentá-la sozinho seria uma tarefa árdua. Foi então que Lucas se manifestou.

— Você não estará sozinho, parceiro. Pode contar comigo para o próximo teste. — Léo ficou grato pela oferta de apoio. Lucas continuou. — E talvez possamos chamar o Greg. Juntos, formaríamos um time poderoso.

Léo riu, achando a ideia improvável. Mas, no fundo, a esperança de superar os desafios ao lado de seus amigos aquecia seu coração.

 Lumina, imersa em estratégias com os candidatos que se aliaram a ela na área de descanso, perdeu-se na conversa. Seus olhos buscavam incessantemente o rapaz que havia encontrado no labirinto sussurrante. A luta entre eles não havia sido concluída, e a promessa de um reencontro pairava no ar.

 Após o término do primeiro desafio, Lumina decidiu ir atrás dele. O coração batia acelerado em seu peito, e suas mãos, normalmente firmes com a espada, tremiam. Ela nunca havia sentido um arrepio assim ao trocar golpes com alguém. A coragem que a movia agora era diferente: não era apenas a busca pela vitória, mas algo mais profundo e inquietante.

 O rapaz se virou, e seus olhos se encontraram. Lumina viu neles a mesma determinação que a impulsionava. E, naquele instante, ela soube que o arrepio não era apenas pelo combate, mas por algo mais profundo e intenso. O próximo teste seria o palco de sua próxima batalha, e Lumina estava pronta para enfrentá-lo, não apenas como uma espadachim habilidosa, mas como alguém que havia encontrado algo além das lâminas e golpes.

Enquanto as luzes do alojamento se apagavam e os candidatos se entregavam ao sono, os sonhos de batalhas, amizades e superação permeavam o ambiente. A noite era apenas o prelúdio para o que viria no próximo teste, e Léo estava determinado a enfrentar cada obstáculo com coragem e camaradagem.

Na penumbra de uma das imponentes torres da Academia de Cavaleiro Perlasca, o Diretor Lucius se reunia com seu conselho de professores. A sala estava iluminada por telas mágicas que exibiam os feitos de cada candidato durante o teste. As vozes dos professores ecoavam enquanto especulavam e discutiam sobre os jovens aspirantes.

Lucius, com sua expressão serena, observava a paisagem noturna através da janela.

— Os candidatos deste ano são excelentes opções. — disse ele. — Ficaria feliz em aceitar todos na academia.

Sua confiança nos jovens era evidente, mesmo considerando a baixa taxa de sucesso no teste elaborado pelo Professor Willis. Surpreendentemente, todas as esferas de cristal escondidas no labirinto haviam sido encontradas pelos candidatos.

Um dos professores, com olhar perspicaz, questionou.

— O próximo teste é decisivo. Você acha que eles estarão prontos? — Lucius respondeu com firmeza. — Prontos ou não, eles precisam estar preparados para qualquer desafio. Essa é uma das máximas da cavalaria.

Ele voltou a contemplar o luar que banhava a paisagem, e suas palavras finais ecoaram na sala.

— O próximo teste será o Despertar das Espadas.

A atmosfera na sala era carregada de expectativa e determinação. Os candidatos, inconscientes das discussões que ocorriam nas altas torres, descansavam em seus beliches, sonhando com o que os aguardava. O Despertar das Espadas seria a prova final, onde suas habilidades seriam testadas até o limite. A lua testemunhava o destino entrelaçado desses jovens guerreiros, enquanto a academia se preparava para o próximo capítulo de sua jornada.

À medida que o sol começava a iluminar o céu, um sino no alto de uma das majestosas torres da Academia de Cavaleiro Perlasca ecoou, rompendo o silêncio da manhã. Os candidatos, ainda sonolentos, despertaram um a um, cientes de que um novo dia de desafios os aguardava.

Os servos da academia conduziram os candidatos até um refeitório, onde puderam tomar o café da manhã. O ambiente era simples, mas acolhedor. As mesas estavam dispostas em fileiras, e o aroma do pão fresco e do café recém-coado preenchia o ar.

A enfermaria, a estalagem de descanso e o refeitório ficavam do lado de fora da academia, como se indicassem que aquele espaço era temporário. Os candidatos não podiam se acomodar; havia mais a conquistar. Era um lembrete de que, apesar dos feitos no teste anterior, eles ainda não eram oficialmente alunos da academia. A mensagem era clara: deveriam dar o melhor de si para enfrentar o próximo desafio.

Em seguida, um cavaleiro convocou todos os candidatos para um local especial. Uma área semicircular se estendia diante deles, com o diretor Lucius e os professores da academia posicionados no centro. As arquibancadas ao redor sugeriam que aquele era um local de reuniões importantes. Os olhares dos jovens guerreiros se voltaram para o palco, ansiosos para ouvir o que estava por vir.

O próximo teste estava prestes a começar, e ali, naquele cenário, os destinos dos candidatos se entrelaçavam. A esperança, a determinação e a camaradagem permeavam o ar enquanto eles aguardavam as próximas instruções. O sol nascia, e com ele, uma nova etapa da jornada se iniciava.

O Diretor Lucius ergueu-se diante dos trinta candidatos, sua voz ressoando na sala de reuniões. A tensão era palpável, e os olhares dos jovens guerreiros se fixaram nele. O labirinto sussurrante havia sido superado, mas o próximo desafio estava prestes a começar.

— Parabéns a todos por terem concluído o labirinto sussurrante. — declarou Lucius. — Isso, por si só, já é um grande feito.

Ele pausou, avaliando os rostos ansiosos diante dele.

— Agora, vamos ao próximo e último teste, o Despertar das Espadas.

Os murmúrios se espalharam entre os candidatos. O nome do teste ecoava como um mistério, e todos ansiavam por saber mais. Lucius continuou.

— Este teste ocorrerá na Caverna dos Espelhos de Cristais, localizada abaixo da academia. Lá, vocês entrarão nas ramificações da caverna e buscarão um altar imponente. Nesse altar, encontrarão uma espada mágica, aparentemente sem vida. No entanto, quando um candidato tocar a lâmina, ela lerá sua áurea e decidirá se deseja despertar e servir ao portador.

A sala ficou em silêncio. A ideia de uma espada escolhendo seu dono era intrigante e desafiadora. Lucius prosseguiu.

— Importante ressaltar que dentro da caverna, a magia não é permitida. Vocês enfrentarão caminhos íngremes, desafios e ilusões. Podem ir juntos ou separados; a decisão é de vocês.

Com essas palavras, o diretor conduziu os candidatos para a entrada da caverna. A escuridão os envolveu, e a expectativa pairava no ar. O Despertar das Espadas seria a prova final, onde suas almas seriam lidas e suas destrezas testadas. Com passos firmes, os jovens guerreiros adentraram o desconhecido, prontos para enfrentar o desafio que definiria seus futuros como cavaleiros.