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Chapter 6 - A Sombra da Insegurança

A escuridão se materializou em forma de doppelganger, um reflexo distorcido de Léo. Seus olhos vazios fixaram-se no jovem cavaleiro, e a batalha começou.

Então Léo, que estava ofegante responde com raiva o seu clone sombrio!

— Cala a boca! Você não sabe nada sobre mim.

O Doppelganger Sombrio avançando, com sua voz ecoando.

— Oh, mas eu sei. Eu sou você, afinal. Seus pensamentos, suas inseguranças, tudo está aqui. Você teme o fracasso, não é? O medo de não ser aprovado na Academia de Cavaleiros, de decepcionar seus pais e amigos.

E Então o doppelganger avançou, sua espada negra cortando o ar. Léo saltou para trás, desviando-se por pouco do golpe. A lâmina passou raspando por seu ombro, deixando uma marca ardente.

Léo contra-atacou, sua espada de madeira encontrando a do doppelganger. Faíscas voaram quando as lâminas se chocaram. O doppelganger sorriu, revelando dentes afiados. Léo então gritou apertando o punho da espada.

— Isso não é verdade. Eu vou passar no teste. Eu vou me tornar um cavaleiro!

O Doppelganger rindo, respondeu.

— Você acha que é tão simples? Você acha que pode simplesmente lutar com bravura e vencer? Mas e se você falhar? E se suas habilidades não forem suficientes? E se você não for digno?

Léo engolindo em seco respondeu.

— Eu… Eu não posso falhar. Eu treinei duro, estudei incansavelmente. Eu tenho que ser aprovado. — Doppelganger se aproximando, sussurrando — E se você não for? E se você decepcionar todos aqueles que acreditaram em você? O que acontecerá então, Léo?

E com determinação Léo responde.

— Eu não vou desistir. Eu vou enfrentar meus medos. Eu vou provar que sou digno.

Doppelganger sorrindo maliciosamente diz.

— Veremos, Léo. Veremos.

E assim, os dois Léos continuaram a lutar, não apenas com espadas, mas com seus próprios medos e inseguranças. O resultado desse duelo não estava apenas na força física, mas na coragem de enfrentar o desconhecido e superar os obstáculos internos.

Mas o doppelganger era ágil. Ele girou, sua espada criando um arco mortal. Léo se abaixou, rolando para o lado. A lâmina passou por cima dele, cortando o ar.

Léo ergueu o escudo de madeira, bloqueando um golpe descendente do doppelganger. A força do impacto quase o fez cair de joelhos.

O doppelganger fingiu recuar, mas então avançou com velocidade surpreendente. Léo mal teve tempo de reagir, mas conseguiu desviar-se no último segundo.

A batalha estava intensa. Léo atacou com uma série rápida de golpes. O doppelganger se defendeu habilmente, mas uma das estocadas perfurou seu ombro. Sangue escuro jorrou.

 E então a batalha atingiu um novo nível de intensidade. O doppelganger, com olhos vazios e sorriso sinistro, manipulou as próprias paredes de espinhos que cercavam a clareira mágica. As folhas, antes inofensivas, agora se retorciam como serpentes, buscando Léo.

O doppelganger ergueu as mãos, e as paredes de folhas se moveram. Os espinhos se alongaram, formando uma barreira afiada. Léo se viu encurralado, desviando-se dos espinhos que avançavam como lanças.

A escuridão ao redor do doppelganger se intensificou. Léo mal conseguia enxergar. Cada movimento era incerto, e os sussurros das folhas pareciam distorcidos, como se conspirassem contra ele.

O doppelganger atacou, sua espada negra cortando o ar. Léo bloqueou com o escudo, mas os espinhos rasgaram sua armadura. Sangue escorreu de seus braços, mas ele não recuou.

Determinado, Léo concentrou-se. Ele não podia permitir que a escuridão o dominasse. Com um grito, ele investiu contra o doppelganger. Sua espada de madeira com o uso da magia brilhou com uma luz tênue, empurrando a escuridão para trás.

Mas o doppelganger não desistiu. Ele rugiu, sua forma distorcendo-se. Ele se lançou sobre Léo, empurrando-o para trás. A espada negra brilhou, prestes a desferir o golpe final.

Léo olhou nos olhos vazios do doppelganger. Ele se lembrou de sua jornada, de sua família, dos amigos que fizera, das promessas que fizera a si mesmo. Com um último esforço, ele ergueu sua espada.

Ao bloquear o golpe da sombra, Léo achou uma abertura e com sua lâmina atravessou o peito do doppelganger. O corpo sombrio se desfez em fumaça, dissipando-se no ar. Léo estava ofegante, ferido, mas vitorioso.

A clareira voltou à normalidade. Léo olhou para a esfera de cristal em sua bolsa. A jornada continuava, e ele sabia que enfrentaria mais desafios, tanto internos quanto externos.

Léo, após derrotar o doppelganger, percebeu que a esfera de cristal que possuía era a chave para desvendar os caminhos do labirinto de folhas. Determinado, ele seguiu em frente sem hesitar, apesar do cansaço e dos ferimentos das batalhas anteriores. A felicidade de estar mais próximo de ingressar na Academia de Cavaleiros Perlasca era palpável.

Ao alcançar o final do labirinto, Léo emergiu em um pátio. Ali, um curandeiro aguardava os candidatos que haviam enfrentado o labirinto. Ele cuidava dos ferimentos daqueles que haviam passado pelo desafio e também dos que haviam falhado. Léo se aproximou do diretor da academia, entregando-lhe a esfera de cristal. O diretor sorriu e disse.

— Meus parabéns, jovem destemido! Você passou no primeiro teste. Agora, será atendido por um curandeiro para tratar esses arranhões.

O pátio era um espaço amplo e aberto, cercado por altos muros de pedra. O chão era pavimentado com lajes irregulares, gastas pelo tempo e pelo uso constante. Raios de sol filtravam através das folhas das árvores circundantes, criando manchas de luz dourada no chão.

No centro do pátio, havia uma fonte de água antiga, esculpida em mármore. A água jorrava suavemente de uma estátua de uma ninfa, suas feições delicadas e serenas. O som suave da água era reconfortante, especialmente para os candidatos que haviam enfrentado o labirinto.

O curandeiro estava posicionado próximo à fonte. Ele usava uma túnica de linho branco, com mangas largas e um cinto de couro. Seus cabelos grisalhos estavam presos em um coque desalinhado, e seus olhos eram gentis e experientes. Em uma mesa próxima, havia frascos de vidro contendo poções e unguentos para tratar ferimentos.

Léo, após ser tratado pelo curandeiro, observou a saída do labirinto com ansiedade. Ele ansiava por encontrar seu amigo Lucas e sabia que restavam poucos competidores para concluir o desafio. Enquanto aguardava, Lumina, a primeira a sair do labirinto, levantou-se de uma cadeira nobre e se aproximou.

Lumina com seus longos cabelos loiros, sua expressão determinada e olhos penetrantes. Léo percebeu seus movimentos e sentiu um nervosismo inexplicável. Além de sua conhecida dificuldade com direções, ele agora tinha outro ponto fraco: Lumina e suas palavras afiadas.

A garota olhou diretamente para Léo e começou a falar. Sua voz era firme e carregada de desafio.

— Nossa luta dentro do labirinto foi interrompida. — disse ela. — quando nossas espadas, se cruzaram. Senti uma forte determinação em você, mesmo sabendo que não teria condições de me vencer lá dentro. Parabéns por ter passado pelo primeiro desafio, no próximo se tiver uma oportunidade, vamos terminar nosso duelo.

Léo, surpreso e lisonjeado, respondeu com um sorriso.

— Você sabe como derrubar a coragem de alguém apenas com palavras, Lumina. Aceito o seu desafio para a próxima luta e espero corresponder suas expectativas.

Lumina retribuiu o sorriso, seus olhos brilhando com determinação. Ela se afastou, dando um adeus breve. Léo estava feliz por ter conversado com ela, mesmo que fosse uma rival. A Academia de Cavaleiros Perlasca prometia mais desafios e encontros emocionantes, e Léo estava pronto para enfrentá-los com coragem e determinação.

Enquanto isso Lucas, com um sorriso determinado no rosto, corria pelos corredores de folhas do labirinto, perseguido por autômatos implacáveis. A cada mudança de direção, mais dessas criaturas de madeira surgiam, suas articulações rangendo enquanto avançavam. Lucas sabia que o tempo estava se esgotando; ele precisava encontrar uma saída ou uma oportunidade para escapar.

Em sua cintura, a bolsa que e tinha sido roubada em Romagna, continha algo precioso: um colar, um sinal de confiança de seu avô e a responsabilidade de salvar sua família. Ele não podia falhar agora, não depois de ter percorrido um caminho tão longo e desafiador.

Lucas segurava o colar com firmeza, sentindo o peso simbólico que ele carregava. O metal frio contra sua pele lembrava-o das responsabilidades que recaíam sobre seus ombros. O avô, um nobre outrora próspero, agora enfrentava a ruína financeira. Seu tio, o filho do seu avô, havia dissipado a fortuna da família em jogos de azar, deixando-os à mercê das famílias mafiosas do reino de Lumirian.

Seu avô, um homem de olhos cansados e mãos calejadas, havia lhe dado o colar na noite anterior a chegada de Lucas em Romagna.

— Isso pertenceu a um grande cavaleiro. — dissera ele, com um sorriso triste nos lábios. — Agora é seu Lucas, que este colar seja um amuleto de sorte para sua jornada. Proteja-o.

Lucas lembrava-se das histórias que seu avô contava sobre os tempos de glória, quando os cavaleiros eram os guardiões do reino. Mas agora, Lumirian estava em declínio. As dívidas da família pesavam como correntes, e a esperança residia apenas na possibilidade de Lucas se tornar um cavaleiro respeitado.

No céu do labirinto, um contador mágico apareceu, projetando números luminosos. Dos sessenta candidatos originais, apenas vinte e sete haviam passado no teste até o momento. Isso significava que ainda restavam três esferas de cristal escondidas nas entranhas do labirinto. Lucas sentiu a urgência aumentar.

Sem perceber, ele foi empurrado por uma parede de folhas e espinhos, e o mundo ao seu redor mudou. Ele emergiu em uma clareira mágica, onde o sol filtrava através das árvores altas. O ar estava carregado de eletricidade, e o solo parecia pulsar com energia.

Na clareira, Lucas viu outros competidores. Oito deles estavam ali, olhando uns para os outros com cautela. Duas esferas de cristal brilhavam no centro da clareira, como joias preciosas. O labirinto havia reunido todos os candidatos no mesmo lugar, forçando-os a lutar pelas esferas. As expressões variavam de determinação a ansiedade, e Lucas sabia que essa batalha seria crucial para seu futuro na Academia de Cavaleiros Perlasca.

Ele respirou fundo, ajustando a empunhadura de sua espada. A competição estava prestes a começar, e Lucas estava pronto para enfrentar seus adversários e reivindicar uma das esferas. A jornada de um cavaleiro estava repleta de desafios, e essa clareira mágica era apenas mais um obstáculo em seu caminho.

Um dos competidores que foi arrastado para essa clareira era Greg, o competidor egocêntrico e egoísta, que foi o primeiro a se levantar e alcançar a esfera de cristal na clareira. Seu sorriso vaidoso e suas palavras de desdém ecoaram pelo espaço enquanto ele proclamava que aquela esfera era sua e que ninguém seria capaz de roubá-la dele. Os outros competidores assistiam, alguns com raiva e outros com resignação.

Bruno, um candidato robusto com músculos salientes, lançou um olhar furioso para Greg. Seus olhos estreitaram-se, e ele avançou em direção ao jovem com passos pesados. A tensão no ar era palpável, e os outros aspirantes observavam com expectativa.

— Greg! — rosnou Bruno, sua voz ecoando pelas paredes do labirinto. — Você acha que é melhor do que todos nós, não é? Pegando essa esfera como se fosse um presente divino!

— Não é questão de ser melhor. — respondeu Greg, com um sorriso sutil. — Apenas mais esperto. Você deveria tentar isso.

No entanto, assim que Greg deslocou a esfera, uma mudança drástica ocorreu. A escuridão desceu sobre a clareira, como se o próprio ar tivesse se tornado mais pesado. O brilho da esfera de cristal diminuiu, e o ar gélido fez com que todos tremessem. Greg, que antes estava tão confiante, agora parecia incerto e inquieto.

Os outros competidores olharam uns para os outros, compartilhando expressões de surpresa e apreensão. A esfera de cristal não era apenas um prêmio; havia algo mais nela, algo sinistro e misterioso. O labirinto estava testando não apenas a força física, mas também a coragem e a astúcia dos candidatos.

 Oito sombras emergiram do solo da clareira, que começou a se obscurecer. Cada sombra possuía um olhar perturbador, como se escondesse segredos sombrios e inquietantes. A atmosfera pesada e misteriosa envolvia o cenário, enquanto as figuras sinistras se moviam com uma lentidão ameaçadora. O que elas buscavam ali, na penumbra? O ar parecia congelar, e o medo se insinuava pelo ambiente, como se as sombras fossem portadoras de algo além da compreensão humana.

Enquanto a escuridão persistia, os competidores se preparavam para o próximo desafio. Greg, que havia sido tão arrogante, agora estava calado, seus olhos buscando respostas na esfera que segurava. A clareira estava impregnada de tensão, e todos sabiam que a verdadeira batalha estava apenas começando.