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Chapter 14 - Capitulo XIII - O Sábado...

 

"Apesar de tudo, a loucura não é assim uma coisa tão feia como muita gente julga. Há tantas loucas felizes!"

Florbela Espanca

 

Ela...

 

O sol estava radiante naquela manhã de sábado. Eu havia ficado até tarde arrumando as caixas da mudança. Tudo estava ficando perfeito, até parecia que aquele Loft tinha sido feito sob medida para mim. Fiz um café e com a xicara em minhas mãos fui até a varanda, sentido o calor do sol banhando meu rosto. Como eu estava gostando daquele lugar!

Estava ali, sentada confortavelmente em uma cadeira, pensando naquele homem e me sentindo um pouco frustrada. Não o vira em dois dias, talvez na segunda-feira tivéssemos de nos encontrar, já que nesse dia iria iniciar o meu trabalho na cooperativa. Eu sabia que seria difícil esquecer aquele momento no chalé cada vez que nos encontrássemos.

O Barulho de um carro estacionando fez Ana voltar a realidade, Vinicius havia chegado.

"Santo Deus, que horas esse louco saiu para chegar aqui tão cedo?"

Pensei comigo.

O Sábado... Ele...

Desde a noite que eu passara com Ana e a sua chegada ao Vale, estava tentando manter-me o mais ocupado que habitual. Precisava dar tempo à mulher e a mim.

Naquele sábado, por sua vez, iria correr, fazer um bom exercício para gastar energias. Mas quando Marcia avisou, na noite anterior, que teríamos um visitante no vale naquela manhã, achei mais prudente não correr pela floresta na forma de lobo como estava fazendo nos últimos dois dias.

Então iria correr pela vila e passar pela casa de Ana para dar as boas-vindas e claro, ficar de olho no visitante. Fiquei encostado ao pé da escada quase que camuflado, esperando-a aparecer e consequentemente, observando o visitante, parado em frente a casa.

Ana desce as escadas em encontra o seu amigo. Nesse momento, Marcia já nos dá o prazer da sua companhia.

O visitante ao vê-la se antecipa sorrindo. Eu já não gosto de cara.

- Amiga linda, como você está? - O cara fala de um jeito sedutor e vindo com os seus lábios numa tentativa fracassada de lhe roubar um beijo nos lábios. – Ana responde:

- Estou bem, Vini. Eu tinha falado que não havia necessidade de me trazer as caixas, poderia me mandar pela transportadora que eu havia indicado.

Percebo que Ana não gosta de dever favores em demasiado. Mesmo ele tentado lhe dar um selinho na boca ela o cumprimenta com um leve beijo na bochecha. Nesse momento ele leva seu braço na tentativa de abraçá-la, de forma educada ela esquiva-se do abraço. E claro não deixou de sorrir. 

- Bom dia! Falo com a grave chamando a atenção de todos.

Percebo que Ana estremece e se arrepia com a minha presença. Fico satisfeito, com a corrente elétrica que passa por todo o meu corpo.

- Bom dia. Todos respondem.

Ana se adianta e nos apresenta:

- Vinicius, esse é o Sr. Ulisses, um dos líderes da Cooperativa, portanto meu patrão. Fala com um certo rubor em seu rosto.

Eu estava achando a maior graça da palavra "senhor". Olho ao homem a minha frente e não gosto dele de cara, mas mantenho minha educação e lhe estendo a mão, dizendo:

- Sr. Ulisses a seu dispor. Uma formalidade impecável, então olho para Ana com um ar divertido, pegando uma caixa que estava na carroceira da caminhonete do meu rival e acrescento:

- Sra. Ana, não estive presente esses dias e nem lhe pude das as boas vindas, então para redimir a minha falha, vim ajudar na organização de sua mudança. Sua nova amiga Giovana está organizando um belo almoço de casa nova e nos convocou a todos hoje. Falando isso abro um sorriso encantador, fixando meu olhar em seus lábios, sem nenhum constrangimento.

- Verdade, acrescenta Marcia. Eu estava vindo nesse instante lhe avisar quando seu amigo chegou.

Se Vinicius tinha planos de ficar a sós com Ana o dia todo, e pela cara que fez, percebi que ele tinha planos e que não estava a fim de uma comitiva de caipiras arrumando a casa da mulher que ele desejava que fosse sua.

Por fim, vendo que o outro homem já subia as escadas com as caixas de vinho, não lhe restou outra alternativa a não ser pegar outra caixa e subir. Ana imitou a atitude de ambos e pegou outra caixa, um pouco mais leve.

A manhã transcorreu de forma tranquila, eles estavam todos absorvidos na organização da casa, arrumando as louças, livros, roupas e calçados.

Giovana e Bernardo chegaram com os ingredientes do almoço e algumas cervejas geladas. Todos se serviram da bebida, menos Vinicius que alegou que não gostava, pedindo a Ana uma dose de whisky. Ele sabia que ela tinha. Mas a atenção de Ana está voltada para mim e sei que estava me observando brincar com sua cachorra Pandora, na grama à frente. Tirei a camisa de proposito e deixei o sol reluzir em meu corpo suado, sempre tive a ciência do meu poder com o sexo oposto, podia sentir o cheiro da sua excitação e aposto que se a tocaria nesse exato momento estaria molhada.

Sem nenhum disfarce a encarrei de forma provocativa, Ana por sua vez me encara também por algum tempo e após muda o foco, e estava sendo quase impossível me controlar e pelo rubor em seu rosto ela também estava desejando o meu toque. 

A tarde foi tranquila e a organização do Loft estava pronta, todos estávamos satisfeitos com o mutirão.

Bernardo por vez comenta:

- Ana é melhor ir se acostumando. Aqui fazemos muitas ações em conjunto, prevalece o espírito de cooperativa.

Fico observando Vinicius, e o mesmo tenta disfarçar a irritação e aposto que está pensando se ficaremos todos para o jantar.

Nesse instante Bernardo e eu sentimos o cheiro do desejo de Vinicius pulsar por Ana e ficam preocupados em deixá-la só.

Me antecipo e pergunto:

- Sr. Vinicius, a serra torna-se um pouco perigosa a noite, talvez fosse menos perigoso o senhor descê-la ainda dia.

Vinicius franze a testa e com uma voz de poucos amigos diz:

- Não vou pra casa hoje, somente amanhã. Vim preparado para passar a noite.

- Vai dormir onde? Ana pergunta um tanto confusa.

- No seu sofá. Ele responde com um ar debochado percebo que Ana não gostou.

- Vini. Fala com voz calma. – Não posso receber você aqui para dormir, não tenho um quarto de visitas. Não sei se você reparou, aqui é um loft.

Ana tenta sorrir de forma descontraída, disfarçando a irritação, pois eu sabia quais eram seus planos.

Marcia então fala com sua firmeza de sempre.

- Sr. Vinicius, ali atrás da garagem de frente à piscina, há um quarto confortável e independente, que o senhor ficara bem à vontade. Finaliza e direciona a Ana. – Você pode usá-lo para hospedar seu amigo, sem abrir mão da sua privacidade querida.

Vinicius fuzilou Marcia com os olhos. Bernardo e eu estamos mais atrás, trocamos mensagens pelo aplicativo do celular, de que essa noite teriam de cuidar de Ana, já que o Dom Juan não percebia que a moça não o queria.

Já era passada das vinte e duas horas e o papo estava muito divertido quando todos nós começamos a nos despedir desejando sorte a Ana em sua casa nova. Também me despeço com um beijo em seu rosto sentindo o calor da sua pele em meus lábios. Respiro fundo e vou.

Fim da noite de sábado... Ana...

Por fim ficamos apenas eu e Vinicius, sentados nas cadeiras espreguiçadeiras que havia ali de frente para os jardins conversando assuntos sem sentido.

Me levanto, dizendo ao meu amigo que iria me recolher e que ele deveria ir se deitar. Mas o homem então, sendo mais ágil, fica à minha frente coloca suas mãos na minha cintura, puxando-me contra o seu corpo.

- Ah! Ele exclama. – Como é bom sentir seu corpo Ana! Ele a aperta um pouco mais e antes que eu consiga se desvencilhar do abraço ele me beija.

Fico puta, da vida e o empurro.

 - Que PORRA é essa, Vini? O que você está pensando? Eu sempre disse, desde a primeira vez que nos conhecemos, é somente amizade. "AMIGOS!" Falo mais alto que eu consigo.

- Desculpe Ana, não sei o que deu em mim, não quis forçar a barra, mas você está diferente. Parece que desabrochou novamente, não resisti. Fala abaixando o olhar.

Irritada com a situação, dou-lhe "boa noite", entro no Loft e tranco a porta, fechando as cortinas.

Vinicius, irritado chuta a cadeira. Ele é um homem que não gosta de ser rejeitado, ninguém nunca o rejeitou. Ele desce para o quarto, bufando de raiva.

Nesse instante um lobo que observava a cena de longe, apenas sorri.

 O domingo transcorreu de forma bastante tranquila. Vini havia voltado à cidade bem cedo. Eu teria o domingo só pra mim e seria bom colocar a fofoca em dia com minha amiga Raquel. Então fiz uma chamada de vídeo e nós duas falamos por horas como faziam nos velhos tempos antes da morte do meu marido e da depressão profunda.