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Chapter 16 - Capítulo Dezasseis

Isabella Petrov

Faz dois meses que estou casada com o Aleksander, faz dois meses que estou morando na Rússia e faz dois malditos meses que eu não vejo a minha família. Eu sinto falta da Cássia e do meu pai. Há um mês e algumas semanas que eu fui apresentada, não foi mau ser apresentada como a senhora da Bratva, foi muito bom, eu adorei a sessão de ser o centro das atenções e o melhor de tudo, o olhar de inveja que recebi das outras mulheres, principalmente das amantes do meu marido, foi gratificante.  Na minha apresentação, eu fiz algumas amizades, não são sinceras, mas são um bom passatempo, elas me divertem com seus comentários ácidos e a inveja deslavada que sentem de mim.

— Próxima semana, eu e Ygor iremos a França, para uma Segunda lua de mel — Zoya, esposa do Consigliere do meu marido, é uma das amizades falsas que fiz na minha cerimônia de apresentação, ela assim como outras, só se aproximaram de mim para tirar proveito dos meus status de mulher do Pakhan.

— Ai Zoya, que maravilhoso — uma das lacraias que decidiu seguir Zoya.

Zoya está em constante competição comigo, ela mostra para as mulheres da máfia o quão o casamento dela é "feliz", em comparação com o meu. Ela quer o poder que eu tenho, ela quer que as mulheres da Bratva gostem mais dela do que de mim, ela sofre tanto com isso que, recentemente, começou a comprar as mesmas roupas que as minhas, só para mostrar poder é tão patético que dá pena.

— E você Isabella, como anda o seu casamento, vocês nem sequer tiveram uma lua de mel, o que aconteceu? — Zoya indaga com a maior cara de inocente, como se não estivesse testando a minha paciência.

As outras mulheres na mesa riem-se de mim, como se soubessem de alguma coisa. Talvez saibam de algo mesmo, Aleksander não dorme em casa já há dois meses, é óbvio que os maridos comentam.

— O meu casamento anda muito bem, nós não tivemos uma lua de mel tradicional por causa da máfia, mas Aleksander faz um grande esforço para me compensar, ele costuma me levar as compras às vezes — falo com o meu melhor sorriso no rosto.

O semblante das desgraçadas é totalmente alterado da água para o vinho, elas pensaram mesmo que eu falaria que o meu casamento é uma merda e que, o meu marido deseja a minha irmã? Nunca que eu faria isso, se para ter o poder da Bratva, eu preciso seduzir o meu marido e finger que estamos bem, eu vou fazer isso. É uma pena o desgraçado do meu marido não colaborar comigo em nada, o desgraçado nem mesmo dorme em casa, como é que eu vou fazer isso?

— Oh! Fico feliz, pensei que estivessem enfrentando alguns problemas, é que o Ygor me falou que ele tem trabalhado até muito tarde e têm dias que ele dorme na base — a desgraçada fala com a maior cara de preocupado, como se realmente se importasse com o meu casamento, o objetivo dela é só me envergonhar na frente das mulheres da máfia, me desestabilizar, fazer parecer que ela é a mais forte, mas eu não darei esse gostinho a ela ou não me chamo Isabella Petrov.

— Seu marido tem razão, Alek tem realmente dormido na base, mas só por causa dos japoneses que não nos deixam em paz — falo tudo sem me abalar nem por um segundo.

Ela ainda está sorrindo pensando que finalmente me derrubou, derrubar Isabella Petrov, a mulher do diabo, a rainha do inferno, que sonho mais ambicioso.

— Então, ele dorme sozinho lá ou com mais alguém? — uma das mulheres sem cérebro faz a questão que eu tanto quero saber a resposta, o desgraçado do Aleksander não volta para casa, não fazemos sexo, nem nos beijamos mais. Com quem ele anda fazendo essas coisas?

— Claro que não, não contem para ninguém — finjo um sorriso tímido e fecho os meus olhos — Eu costumo dormir com ele lá, sabem como é né, nós somos recém casados e não aguentamos ficar uma noite sequer sem nos tocar — continuo fingindo estar envergonhada.

As mulheres na mesa riem-se de mim, mas é um riso cúmplice, como se realmente entendesse do que estou falando, como se fosse possível uma coisa dessas. O desgraçado do meu marido, me paga muito caro por isso.

— Então, você pode estar grávida meu Deus, já imaginaram, você pode muito bem estar esperando um bebé dele — uma das mulheres mais velhas, fala animada.

Essas velhas desgraçadas, só pensam em engravidar, quem pensam em ter filhos agora? Eu quero a coroa da Bratva na minha cabeça o quanto antes, não preciso de um bebé todo cheio de ranho só para atrapalhar as coisas. Se eu ficar grávida, aí sim, ele terá plenos poderes sobre mim, ele vai se aproveitar da minha fragilidade para me dominar completamente. Mas não existe uma possibilidade de eu estar grávida, até algumas semanas atrás, eu era uma virgem, só fiz sexo duas vezes com Aleksander, é muito pouco para ele me engravidar.

— Eu não sei, nós dois não pensamos sobre isso ainda, mas se vier ele será muito amado — retruco com um sorriso sugestivo.

Eu quero que elas pensem que estou grávida, deste forma, elas vão sentir mais medo de mim. Apesar de ser um problema, uma gravidez até que seria uma solução para alguns problemas agora. 

Depois do meu inferno com as mulheres malditas da máfia, passei num shopping, não tenho nada para fazer aqui, além de fazer compras e conversar com mulheres desagradáveis. Eu não estava proibida de falar com a minha família desde que cheguei aqui, mas o poderoso chefão deu uma ordem mais severa, não posso sequer tocar em nenhum aparelho eletrônico. Eu simplesmente voltei a viver na era medieval, enquanto estou na contemporaneidade.

— Senhora, o Pakhan quer que voltemos para casa — o meu segurança particular fala com receio.

Ele me conhece, sabe que não é do meu feitio obedecer ordens, ainda mais ordens do meu marido, ele sabe muito bem que eu vou ignorar tudo.

— Fale para o seu Pakhan, tomar vergonha na cara e vir falar pessoalmente isso — passo pelo segurança e vou até uma outra loja, estou pouco me importando com o que ele quer agora.

O desgraçado some por mais de duas semanas, dorme fora de casa, não liga sequer para saber como estou, me mantém em cárcere privado e ainda quer se fazer de mandar em mim? Que falta de respeito é essa? Eu por acaso sou algum tipo de mobília para ele? Que ele deixa de repouso num canto da casa e quando quer recupera? Eu sou uma pessoa, e aquele desgraçado vai perceber hoje, eu vou acabar com esses abusos dele, ele não perde por esperar, vou me vingar dele.

Os seguranças tentam me alcançar, mas o meu passo e maior e mais rápido, não estou com paciência para xiliques hoje.

— Boa tarde senhora, o que vai desejar hoje — a atendente da loja de lingeries vem super simpática para cima de mim.

— Oi, eu quero ver a nova coleção, mais provocante por favor — elas me entregam uma taça de champanhe e apresentam a coleção para mim.

Desde que me casei e decidi seduzir o meu marido, eu venho colecionando lingeries extremamente sensuais, mas no final da noite, eu mesma tiro elas.

— Senhora, o Pakhan informou que devemos levá-la agora, mesmo que a força — outro soldado vem falar para mim. Ele é o mais chato, o pau mandado do meu marido, um verdadeiro insuportável, se eu quiser ficar mesmo, é bem provável que ele me leve a força realmente.

— Está bem, eu só preciso levar as minhas compras, esperem lá fora — falo com a minha melhor cara de inocente.

Eles concordam e se retiram da loja, só porque eu falei que existe uma pequena possibilidade de obedecer o segurança desgraçado, não siginifica que vou, ninguém manda em mim e está na hora de Aleksander perceber. Ele me abandonou a minha própria sorte e pensa que é só voltar e me mandar que eu vou obedecer? Ele está realmente louco.

— Oi querida, tem alguma saída de emergência aqui? — falo baixinho só para a assistente me ouvir, não posso correr o risco de os idiotas perceberem que estou planejando fugir.

— Temos sim, ela te levará até a rua de trás, lá tem vários táxis — a atendente fala com um sorriso preocupado, olhando para os meus seguranças, como se eles fossem o motivo por trás da minha fuga.

— Obrigada querida, eu nunca vou me esquecer de sua ajuda — agradeço correndo para bem longe de lá.

Saio da loja correndo e assim que chego a rua, um táxi pará a minha frente, foi tão fácil fugir dos meus seguranças que eles só vão perceber quando eu estiver bem longe daqui. Eu planejo passar numa sorveteria, num salão de beleza e para fechar o meu dia, passarei numa clínica, preciso falar com um genicologista, preciso me previnir, não posso engravidar dele agora. Seria uma verdadeira catástrofe, a criança faria parte de um lar em que o pai e a mãe não se amam, o pai fica mais de uma semana sem dormir em casa. Nenhuma criança merece isso, isso acabaria completamente com a saúde mental dela, não quero ser a causadora de um stress tão grande como esse, na vida de uma pobre criança.

— Então a senhora quer começar com o uso do anticoncepcional?l, há quanto tempo a senhora é casada — a médica de uma clínica que encontrei enquanto corria dos meus seguranças, Indaga preocupada.

Eu não pretendo ter um método muito invasivo como o dio, mas também não posso levar as pílulas para casa, é bem provável que o louco do meu my Jogue todas elas no lixo, ele não se importa nem um pouco com isso, quanto mais cedo eu ficar grávida, melhor para ele, mais status para ele, mais fama e mais poder e para mim sobraria, somente a casa e os móveis para me fazer companhia.

— Sim, eu preciso de um método não muito invasivo, mas também um método que eu não precise ficar controlando o tempo inteiro — respondo com calma.

Eu escolhi um hospital fora da máfia, se escolhesse um da máfia, provavelmente Aleksander e o meio mundo mafioso, saberiam o que pretendo fazer, não existem segredos na máfia. Se todos souberem o que o planejo fazer, é bem provável que me expulsem da máfia, por tentar boicotar o trabalho de continuidade da máfia.

— Há quanto tempo a senhora é sexualmente activa? — a médica provavelmente deve estar pensando que estou grávida.

Mas eu não estou, faz só dois meses que perdi a virgindade, não tenho nenhum tipo de sintoma de grávida, seria praticamente impossível existir um bebé em meu ventre, Aleksander teria que ser um Feiticeiro para conseguir fazer isso.

— Faz dois meses que me casei, eu e o meu marido fizemos sexo apenas duas vezes, não nos protegemos, mas eu não estou grávida se é o que a senhora está pensando — trato logo de explicar para a velha. Eu não estou grávida, isso é impossível. Eu menstruei no mês passado, só este mês que está demorando descer, mas isso nã significa nada.

— Vamos fazer uma ultrassonografia transvaginal, só para garantir, a senhora já fez sexo por duas vezes sem proteção, não podemos descartar a possibilidade de já estar grávida — a médica explica com paciência..

Mesmo que seja mínima, essa possibilidade não pode existir, eu não estou grávida de Aleksander Petrov, não agora. Tudo vai ruir se vier essa criança, nós nem sequer tivemos uma refeição juntos, como é que Vamos criar uma criança?

— Deite-se na cama e abra as pernas — me deito na cama, já com a roupa de hospital.

Meu coração está palpitando tanto que, é bem provável que, a médica escute ele e pense que estou realmente grávida, como é que eu vou superar isso?

— Bom, como eu pensei, a senhora está realmente grávida, de Oito semanas, olha — a médica fala, mas eu não consigo ouvir nada.

Como assim eu estou grávida de Oito semanas, o desgraçado me engravidou na noite em que tirou a minha virgindade? Como é que ele fez isso? Maldito Aleksander Petrov, diabo de merda, eu não fiz ele sequer me olhar como mulher e já estou grávida dele.

Isabella, zero;

Aleksander, Vinte.