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Chapter 21 - Capítulo Vinte E Um

Aleksander Petrov

Eu não creio que realmente me ajoelhei aos pés da minha esposa, eu me submeti a ela, as vontades dela e deixei claro que ela tem algum poder sobre mim, poder suficiente para me colocar de joelhos aos pés dela. Ela não controla só o meu corpo agora, parece que de algum modo, ela tem controle sobre as minhas acções e emoções, sobre tudo que envolve as minhas vontades e desejos. Bella se submeteu a mim, mas em consequência, descobriu que tem algum tipo de poder sobre mim, ela vai usar isso com toda a certeza, ela vai se aproveitar de mim e do meu pobre corpo.

Bella dorme profundamente do meu lado, ela está extremamente cansada por causa da noite passada. As marcas em seu corpo são tantas que me deixam preocupado, noite passada eu fui muito bruto com ela, não pensei no bebé que cresce em seu ventre, só quis subjugar ela, saciar o meu desejo por ela.

Eu queria continuar admirando seu corpo, sua beleza e tudo que envolve ela. Mas o meu celular toca me despertando.

— O que foi Mikhail? — falo sem muita paciência.

Esse moleque tem se tornado bastante inconveniente desde que descobriu que somos irmãos. Ele tem o meu número de celular pessoal, mas eu só falei que podia me ligar em caso de vida ou morte.

« Desculpa interromper o seu sono senhor, mas ligaram do hospital para informar que o Pakhan Niklaus acordou » ele fala com recio.

Deve ser estranho para a cabeça dele, tratar o pai dele como chefe, trata o homem que o trouxe ao mundo, como um estranho.

— Obrigada Mikhail, eu estou vindo — falo me levantando da cama.

Eu não acredito que o meu pai já acordou, depois de dois anos em coma, ele finalmente resolveu abrir os olhos. Depois da emboscada que sofremos, eu fiquei com o rosto destruído, fiz cirurgias para recuperar o mesmo, mas metade dele não teve salvação e apesar de ainda estar gostoso, o outro lado do meu rosto, tem um aspecto meio grotesco. O meu pai, foi o mais afectado no acidente, ele ficou em coma e para piorar, no processo perdeu uma perna. Os médicos não nos deram muitas esperanças, principalmente quando se passou um ano depois de seu coma. Mas agora, ele finalmente resolveu acordar da soneca.

— Zayka, acorda — tento acordar Isabella, mas ela grunhe e volta a dormir.

Ela está extremamente cansada, não posso força-la a sair da cama, ela está no direito dela de ficar na cama, o dia inteiro se quiser.

Saio do quarto para o banheiro, tomo um banho frio e rápido, preciso correr para o hospital. Eu não sei como o meu pai vai reagir ao ver Mikhail, muito menos a minha mãe, não tem como negar que ele é o filho, ele é mais parecido com ele do que eu, estou começando a pensar que eu sou o bastardo, porque do meu pai eu só levei os olhos azuis e os cabelos loiros, de resto é da minha.

Vou correndo até a cozinha, nem sequer pude me vestir bem, tenho que instruir Catarina a preparar um bom café da manhã, para a minha Zayka. Ela está grávida e precisa se alimentar direito para que o meu filho cresça saudável e muito forte.

— Bom dia senhor, como descansou e a senhora, ela já acordou? — Catarina vem até mim e me ajuda a organizar a gravata.

Eu nunca tive nenhum jeito com o nó da gravata. Minha mãe sempre fez isso, quando me mudei para a minha casa, Catarina assumiu o cargo de auxiliar de gravata do Pakhan.

— Bom dia Cat, descansei muito bem, Bella ainda está dormindo, não atrapalhem o sono dela, ela está muito cansada — retruco tomando o meu café com pressa.

Preciso ver o meu pai e tentar resolver o problema que ele deixou há vinte e três anos atrás.

— Uhm! Posso contar com o senhor no almoço? — Cat indaga com um sorriso nos lábios.

Pelo sorriso nos lábios, parece que ontem nós provocamos muito barulho. Acho que ninguém dormiu ontem nessa casa, minha esposa não é muito silenciosa quando está sentindo prazer, terei que resolver esse problema logo, não posso permitir que outros escutem seus gemidos escandalosos, eles assim como o corpo dela, são todos meus. Antes do nascimento do meu filho, terei que fazer paredes mais resistentes na casa.

— Sim Cat, pode contar comigo no almoço — murmuro com um sorriso nos lábios e dou um beijo em suas bochechas.

Ontem, Bella falou o quão importante era para ela fazer todas essas coisas sem graça que casais fazem. Então, se eu quero que minha esposa se renda a mim, eu preciso dar o braço a torcer, fazer algumas coisas sem graça, como, ter as refeições juntos e acompanhar ela nas comprar e tudo isso sem graça.

— Estou tão feliz em ver você feliz menino — Cat comenta sorrindo.

Saio de casa com um sorriso nos lábios, que coisa estranha, deu para sorrir sozinho agora. O que essa diaba está fazendo comigo? Eu estou sorrindo igual a um bobo apaixonado, eu nem sequer estou apaixonado por ela.

— Para o hospital Jason — falo ao meu motorista que liga o carro na hora.

Saímos de casa com os carros da escolta, alguns outros carros ficam em casa e alguns nos acompanham. Desde o ataque dos japoneses e dos ratos italianos, não me sinto seguro em sair de casa e deixar poucos seguranças. Isabella está grávida e apesar do treinamento que ela teve, ela está grávida e precisa de cuidados redobrados.

— Senhor, estamos sendo seguidos — o segurança fala apreensivo.

Os meus seguranças tentam despistar o perseguidor, mas não estamos sendo perseguidos por um carro, mas por vários carros. Parece que ele estavam esperando por nós, do lado de fora da casa.

— Porra, Alex o que está acontecendo em casa? — falo com um dos seguranças que ficou vigiando a mansão e Isabella.

Se os desgraçados têm a audácia de me perseguir, é óbvio que tentarão entrar na minha casa e quem sabe fazer mal a minha Zayka.

— Nada senhor, nós redobramos a segurança em todos os cantos da casa — Alex fala com calma.

Parece que os meus soldados, são mais organizados do que eu pensei, nem precisei falar e eles já fizeram tudo para proteger a primeira dama, no final de tudo eles vão receber um bônus.

— Óptimo e a minha esposa? — não quero que ela acorde assustada por causa de qualquer tumulto, quero que ela fique tranquila e não se preocupe com mais nada, além do bem estar do nosso filho.

— Ela ainda está dormindo senhor — desligo o celular mais tranquilo.

Se Isabella continuar dormindo, terei tempo suficiente para ver o meu pai e voltar para casa para ficar com a minha esposa maluca. Os carros a nossa trás, continuam nos perseguindo, mas em nenhum momento eles tentam nos ultrapassar ou nos balear, é como se eles estivessem tentando me mostrar que, eles podem fazer qualquer coisa, como se quisessem só me ameaçar e amedrontar. Isso não vai ficar assim, não se trata somente de mim, isso está envolvendo Isabella e o nosso filho, preciso acabar logo com eles, preciso acabar com essa brincadeira antes que ela acabe comigo primeiro.

— Senhor, você está bem, eu tentei ajudar mas ouvi que não seria necessário — Mikhail vem correndo até mim da porta do hospital.

Os desgraçados dos que estavam me seguindo parece que desistiram de me seguir, ou já fizeram o que planejavam, somente me assustar e criar comoção entre os meus homens. Nada mais que isso.

— Vamos entrar Mikhail, temos que tratar sobre o nosso pai, depois resolvemos com os japoneses — quando falo o nosso pai.

Parece que estou falando uma ofensa para ele, talvez ele não queira uma vingança, mas que guarda uma mágoa do pai dele, isso ninguém pode negar.

— Se o senhor não se importa, eu prefiro esperar aqui fora — Mikhail cruza os braços e fica do lado de fora da sala.

Ele está parado na porta do quarto, com os braços cruzados postura altiva e pronta para matar qualquer um que tentar se colocar em seu caminho.

— Como preferir, mas você não pode fugir para sempre disso — falo e ele concorda com a cabeça.

Deixando um Mikhail de lado, entro no quarto e encontro o meu pai ainda deitado na cama, mas não está mais de olhos fechados como antes. A minha mãe está ao pé da cama, ela conversa com ele, ela parece animada por ele estar bem, eles conversam animadamente, como antes não faziam.

— Meu filho você está bem? — minha mãe me abraça preocupada.

De seus olhos saiem lágrimas de emoção. Mesmo depois de dois anos em coma, o velho não perdeu a fala e apesar de estar debilitado, ele está extremamente normal, como se só tivesse tirado uma soneca longa. Seus cabelos e barba grisalha, estão do mesmo tamanho que antes. Mesmo estando em coma, eu sempre pedi que cuidassem da aparecia dele, ele esteve em coma não morto e o desgraçado, é extremamente vaidoso com isso. Chego até próximo da cama do meu pai e mesmo que pareça clichê, eu dou um abraço nele, meio sem jeito, mas eu dou um abraço nele. Mesmo sendo o Pakhan, meu pai sempre foi bom e presente comigo, ele nunca deixou sua tarefa de pai nas mãos dos empregados ou nas mãos da minha mãe,  ele me ensinou tudo que sei e em nenhum momento, interrompeu a minha infância. Por isso, sinto por Mikhail, que não teve a mesma sorte que a minha de ter o nosso pai na vida dele.

— Meu filho, o que fizeram com você? — sua voz sai com bastante dificuldade, sai muito rouca, mas nada que não possa ser resolvido com o tempo.

Por causa do tempo em que ele ficou em coma, ele perdeu a mobilidade dos pés, então, terá que aprender a andar novamente, mas isso é o de menos, ele não perdeu a fala ou a memória. São poucas as pessoas que conseguem voltar com essas capacidades depois de dois anos em coma.

— Como ele está senhor — Mikhail me surpreende ao se mostrar realmente preocupado com o pai dele.

Segundo ele, o nosso pai nunca soube quem era o pai dele, talvez se ao menos ele soubesse que teve um filho, talvez assumisse a paternidade.

— Ele está bem, não está andando mas voltou a falar e não perdeu a memória, o que é um verdadeiro alívio — retruco puxando Mikhail até uma sala reservada no hospital.

O hospital é da Bratva, então eu sempre tenho um lugar para ficar aqui.

— Fico feliz senhor — ele fala verdadeiramente sincero. Mas esse senhor dele, está me incomodando, ele não é qualquer empregado da Bratva, ele filho do antigo Pakhan, ele tem direitos.

— Preciso que fale para o Ygor preparar alguns documentos de reconhecimento paternal — informo e isso parece pegar ele de surpresa.

Desde que Mikhail apareceu e eu percebi que ele é o meu irmão, eu tenho pensado bastante no assunto de ele ser ou não reconhecido como um Petrov e está mais do que na hora de ele ter tudo que tem direito.

[...]

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