Isabella Petrov
Eu sabia que ao fazer o pedido para ele me acompanhar ao shopping, teria uma resposta hostil da parte dele, mas o meu plano saiu muito melhor do que o esperado, ele está simplesmente nas minhas mãos, o melhor de tudo é que ele não percebe que está a minha mercê, ele acha que ainda está no comando, mas a coroa já é minha.
— Boa tarde senhora, o que vai querer no almoço? — a senhora Catarina vem me receber.
Ela foi a única pessoa com quem conversei na semana em que fiquei sozinha em casa, ela não me trata com hostilidade ou desdém, ela me trata como realmente mereço ser tratada, como a esposa do Pakhan da máfia. As outras empregadas, acham que estamos no mesmo pé de igualdade, preciso colocar todas elas em seus devidos lugares que é abaixo de mim.
— Boa tarde Cat, ah! Eu vou comer o que tiver, tenho que me preparar para o jantar de apresentação — falo super animada.
A minha manhã começou num verdadeiro desastre, mas se transformou numa verdadeira maravilha. Eu fui as compras com o meu querido marido, fiz ele segurar minhas compras, fiz ele escolher as roupas e o melhor de tudo, ele esteve no lugar que eu quero, carregando minhas sacolas, igual ao capacho que ele vai se transformar, ele não passará de um pau mandado, igualzinho ao meu pai.
— Está muito feliz menina, fico feliz em te ver assim — a senhora Catarina sorri e me ajuda a com as sacolas. Hoje fiz tantas compras que, não conseguirei organizar tudo ainda hoje, sem contar que, tenho que me preparar para o meu jantar de apresentação, não posso aparecer com o pescoço todo marcado.
— Ah! Estou mesmo, eu fui as compras com Aleksander, você não imagina como foi engraçado — começo a contar para a senhora Catarina, mas faço todo o possível para que o meu tom de voz seja audível, antes de casar, Aleksander comeu metade das empregadas e as senhoritas acham que têm algum tipo de relacionamento com ele.
— Ele foi um verdadeiro príncipe, me ajudou a escolher praticamente tudo — contínuo contando as coisas que têm um pingo de mentira, porque Aleksander não foi nenhum príncipe, ele foi só um troglodita insuportável que ficou rosnando para tudo e todos o tempo inteiro — Ele até carregou as minhas compras, você acredita? — a senhora Catarina ri incrédula, as fãs do meu marido expumam de raiva, só falta elas pularem no meu pescoço de tanta raiva e ciúmes que estão sentido.
— Bom, acho que você está fazendo algo realmente bom no meu menino, obrigada querida — o sorriso da velha é tão sincero que até me sinto mal por estar a mentir para ela
O não estou a fazer bem nenhum para ele, só quero ele como o meu capacho, quero que ele me coloque no lugar que realmente mereço, eu quero que a minha mãe e Fiorella vejam o que perderam, quero que ela morra de inveja de mim, a ponto de perder a cabeça.
— Bom! Eu vou me preparar que o evento é daqui a pouco, e o meu marido odeia atrasos — saio da sala rumo ao meu quarto.
Desde que me casei, tenho dormido sozinha no quarto que foi preparado para nós dois, dizem que é um quarto do casal, mas no quarto nem sequer tem as coisas do Aleksander, só tem as minhas coisas.
— Acha que ele te ama? Ele não ama a ninguém, só a si mesmo, você será esquecida assim como todas nós — uma das ex colegas de sexo do meu marido me interpela no corredor.
Por quê mulher com dor de cotovelo é insuportável? Ela foi trocada por ele, o que custa ter um pouco de amor próprio e me deixa em paz.
— Eu não acho, eu tenho certeza, caso não ele não teria casado comigo — eu não tenho sangue de barata para aturar xilique de mulheres infelizes e inconformadas com o fim de um relacionamento que estava fadado ao fracasso.
— Ele não te ama, você foi só uma moeda de troca, o vosso casamento não é real — a maluca berra tentando me atacar, só falta ela começar a chorar a minha frente.
Antes de seu braço atingir a minha bochecha, imobilizo ela e a prenso contra a parede.
— Sim, o meu casamento foi realmente uma moeda de troca, mas alguma vez no vosso relacionamento, ele deixou todos os afazeres dele na máfia, só para acompanhar você as compras — sussuro em seu ouvido, mantendo o braço dela imobilizado em suas costas.
A cabrita tenta se soltar, mas não consegue, apesar de ser magra, eu sou muito forte. A cabrita não responde a minha questão, fica quieta no mesmo lugar, grunhindo igual a um lobo faminto e desesperado.
— Foi o que pensei, você não siginifica nada para ele, se eu pedir, ele cortará a sua cabeça em segundos, então se eu fosse você, começava a me portar bem, queridinha — sussurro em seu ouvido num tom ameaçador e macabro.
A verdade é que estou blefando, eu não sei se Aleksander faria realmente isso por mim, mas é realmente engraçado ver a cabrita se cagando de medo. Ela com certeza vai passar a mensagem para as outras, eu matarei dois coelhos com uma cajadada só. Deixando a cabrita no chão, se tremendo de medo, vou ao meu quarto, preciso de um banho de rosas, preciso esfoliar a minha pele e esconder todas as marcas que o maldito diabo deixou em mim.
Já no meu quarto, eu escolho o vestido que vou usar hoje. Eu sei o vestido que quero desde que saímos da loja, assim que botei os meus olhos nele, eu soube que era ele, foi amor a primeira vista, não foi preciso muito, eu sabia que era ele, ele combina com tudo em mim, não é muito inocente, mas também não muito vulgar, não é muito fechado mais nem muito aberto. Ele tem tudo no ponto, tudo na medida certa, ele é simplesmente perfeito e magnífico.
O vestido que escolhi para o meu evento de apresentação a Bratva, é da cor vermelha. A cor vermelha representa perigo, poder feminino, luxúria, paixão e excitação. O vestido representa tudo o que quero conquistar hoje, eu quero que as mulheres olhem para mim e temam a minha presença, quero que os homens olhem para mim e desejem estar no lugar do meu marido, quero que Aleksander olhe para mim e enlouqueça, quero que todos os olhos estejam em mim, todos os holofotes em mim, está noite será o meu momento de brilhar e ofuscar qualquer um que tentar brilhar mais do que eu.
O meu vestido é feito da mais fina seda francesa, ele tem um decote quadrado que deixa o meu pescoço todo a mostra e o meu peito também, as mangas são em estilo cigana, mas não um estilo cigana tradicional, é um cigana mais moderno, as mangas têm um aspecto de luvas, parece que o vestido é tomara que caia e as mangas são luvas. O vestido é cumprido, mas tem uma racha em forma de V, o que deixa as minhas pernas completamente a mostra, mas nem tanto. Ele é revelador na mesma proporção que é conservador. O cabelo eu decidi fazer um coque bem firme, e sofisticado, os brincos eu escolhi um par de diamantes negros, em formato de gota, para que eles não dêem ao meu rosto um formato oval e para finalizar um batom vermelho e um salto nude.
— Isabella já está pronta — Aleksander pede licença para entrar no quarto, um quarto que devia ser nosso, um quarto que foi dele a vida inteira, ele está pedindo para entrar, onde é que ele vai dormir quando parar de ser criança?
— Quando é que vai parar de agir como criança, este é quarto é nosso sabia? — retruco irritada abrindo a porta para que ele entre no quarto de uma vez por todas.
Onde é que já se viu um homem casado pedir licença para ver sua esposa se trocando. Assim que abro a porta, Aleksander esbugalha os olhos, me estudando de cima a baixo, como se fosse um lobo faminto e eu o cordeiro indefeso.
— Você não vai com esse vestido — fala engolindo em seco. Ele luta entre estar excitado e estar com raiva de mim. Ele acha mesmo que eu vou me trocar?
— Quem vai me impedir? — desafio com a minha melhor cara de inocente. O simples facto de ele cogitar que vou trocar a roupa só porque ele ordenou, mostra que ele não me conhece em absolutamente nada.
— Você vai trocar esse vestido agora, não temos muito tempo — fala impaciente e acende os olhos, como se ao acender os olhos dele eu fosse ficar assustada. Ele não me assusta em absolutamente nada.
— Vamos ver? — grito antes de empurra-lo para fora do quarto.
No momento em que o corpo grande dele, sai de perto do quarto, tranco a porta com a chave e o deixo do lado de fora.
— Isabella Petrov diaba do caralho, abre essa porta! — Aleksander berra enquanto bate a porta.
Não vou abrir a porta, ele destrua a porta, a casa, o que quiser, mas eu não vou trocar o meu vestido, não fiquei me arrumando o dia inteiro para ele pensar que é só mandar em mim que vou me trocar.
— Não vou, se quiser pode derrubar a porta — grito sem me importar com mais nada, se eu não for com este vestido, não vou a lugar nenhum.
— Isabella porra, abre essa porta Porra — ele bate a porta com toda a sua fúria. Ele deve estar espumando agora.
— vai me deixar ir com o vestido — faço a minha proposta. Ou eu vou com o vestido, ou não vou a lugar nenhum, simples assim.
— Porra de vestido nenhum, troca essa porra agora — ele berra batendo a porta ainda mais.
— Então eu não vou, você escolhe, ou eu vou com o meu vestido ou não vamos — grito também, não me importando com mais nada.
— Isabella, eu juro que se colocar as minhas mãos em você, eu vou te matar! — o daibinho grita mais uma vez e dá um último chute na cama.
Ele não vai fazer nada comigo, são só ameaças vazias por parte dele.
— Pode me matar se quiser, mas eu não vou sem o meu vestido — dou minha última palavra.
Eu sei que estou brincando com fogo ao desafiar Aleksander dessa forma, ele pode me matar a qualquer momento se quiser, mas se eu quiser o mundo Bratva nas minhas mãos, eu preciso subjugar o meu marido em primeiro lugar.
— Isabella, sai desse quarto, nós estamos atrasados, eu prometo não fazer absolutamente nada com você — o cabrito fala com voz mansa depois de alguns minutos em completo silêncio.
— Vou poder sair com o meu vestido? — só para garantir.
— Sim, você pode sair com o maldito vestido — ele grunhe de raiva.
O sorriso em meus lábios é de pura satisfação, mas não só de satisfação, é de esperança e certeza, aos poucos eu estou conseguindo o que quero.