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Chapter 3 - UMA PARCEIRA DE INVESTIGAÇÃO

- Você tem certeza?

Olhei fixamente para Beatriz, com medo de permitir que ela se junta a me para investigar, e por ela em perigo.

- Tenho! O meu namorado foi morto brutalmente, e eu quero saber quem fez isso e o porquê de ter feito.

Não tinha jeito, por mais que eu negasse, seria impossível fazer com que ela desistisse, ela realmente estava decidida. A sua voz e sua postura, demonstrava claramente a sua decisão de se juntar a me na investigação.

- Você sabe que a partir do momento que entrar nessa comigo, você estará em perigo?!

- Sei! Mas se for para encontrar respostas da morte do meu namorado, enfrento qualquer coisa.

Fiquei surpreso em ver a garota mais popular do colégio, sendo durona na minha frente.

- Decide logo, vai me aceitar como parceira ou não?

- Aceito! Mas, você precisa ser discreta na investigação, porque se o responsável pelo assassinato souber, seremos os próximos alvos.

- Não se preocupa! Eu serei discreta e também não irei comentar com ninguém.

- Você está muito confiante! 

- Qual é o seu plano?

A força de vontade dela era o que precisava, eu tenho a curiosidade, a determinação e a inteligente, mas não a vontade dela.

- O primeiro plano é investigar na cantina. Lá deve ter alguma pista, como o avental utilizado pelo criminoso, à toca, ou qualquer coisa que o possa incriminá-lo.

- Já se passaram oito dias. Você acha que é possível encontrar qualquer pista, ainda?!

- Pelo jeito sua força de vontade dura pouco! - disse querendo persuadi-la.

- Juliano, isso é logica! Desde o dia que aconteceu tudo isso, o faxineiro já limpou o local, o lixo já foi tirado. Como você acredita que vamos encontrar algo por lá ainda?!

Realmente, o que Beatriz falou faz sentido. Mas, em uma investigação, não devemos deixar de investigar um local, só porque a probabilidade de não encontrar nada é grande.

- Não devemos descartar a cantina só porque a probabilidade de encontrar algo é nula.

- Muito bem! Então amanhã daremos um jeito de entrarmos na cantina.

- Vamos entrar amanhã, após as aulas terminar. E enquanto estivermos na escola, é melhor você manter distância de me e fingir que sou um estranho.

- Por que você é tão frio e antissocial?

- Você quer que as pessoas desconfiam de nós? O que você acha que eles vão pensar ao ver a garota mais popular do colégio andando com um nerdola, que passa o dia todo com o celular na mão lendo webtoon?

- Eles vão desconfiar, e vão tirar conclusões por estarmos andando juntos! Ao menos...me passa o seu número.- Diz ela entregando-me o seu celular.

Recebo o seu celular, com a tela já desbloqueado e aberto no aplicativo de mensagens, agendo o meu número, salvo e entrego-o para ela novamente.

- Amanhã vamos investigar na cantina. Você querendo ou não! - levanto da cadeira e saio da sorveteria, deixando Beatriz sentada no mesmo lugar.

  ...

Ao chegar em casa, liguei o computador, entrei no jogo que eu costumava jogar com o Ryan, entrei no chat , e fui lê as mensagens que ele trocava com outros jogadores.

- Toda a conversa não leva a nada!

RYAN

Mano! Quero vender a minha skin para comprar outra melhor. Você quer comprar?

CARLOS

Dessa vez não! Comprei uma skin nova ontem.

Acho que a pessoa que matou o Ryan não é ninguém que participa desse jogo. - fiquei em silêncio por alguns segundos. - Ou talvez seja, mas ele ficava só observando e não conversava, se for isso, ele só queria observar o Ryan.

Entrei em outros perfis do chat e comecei checar a lista de todas as pessoas que estão no chat, mas nunca conversou com o Ryan.

Fiquei até 1:00 da madrugada verificando cada pessoa que participavam do chat e listei em um caderno antigo, do ano passado, os niknames de 20 participantes.

- Bom...por hoje chega, vou dormir! - espreguico na cadeira, levanto, deito na cama e vou dormir.

 ...

No café da manhã, junto com a minha irmã e a minha mãe, enquanto elas conersavam, assuntos do dia delas, eu pesquisava os nomes das pessoas na folha, que arranquei do caderno e pesquisava no celular, na plataforma do jogo, ao mesmo tempo que comia meu pão com presunto e queijo que a minha mãe preparou para mim.

- Juliano, você vai tomar o seu café da manhã, ou vai continuar olhando essa folha e mexendo no celular?! - diz ela irritada comigo.

Uma regra básica dos meus pais durante a hora do café da manhã, do almoço e janta, é que é proibido o uso de celular.

Guardei a folha e desliguei o celular, antes que minha mãe ficasse mais furiosa.

- Você vai ir estudar em outro colégio, a partir do semestre que vem!

Olhei assustado para a minha mãe. -Mãe, eu não quero sair do colégio em que já estou adaptado e ir para outro que não conheço ninguém.

- Eu que decido se você vai ou não, e a decisão já foi tomada.

Se minha mãe realmente quer que eu vá estudar em outro colégio, eu só tenho três meses para investigar a morte do Ryan e do Samuel.

- É melhor você ouvir ela! - diz Jenifer

Olhei para o papel em baixo do meu celular e fiquei em silêncio, já que eu não tenho nada a dizer sobre a decisão dela.

- Com essas mortes no colégio em que você estuda, para sua segurança, será bom ir estudar em outro colégio no próximo semestre. Por me eu já tinha lhe transferido hoje mesmo, mas os seus professores pediu para esperar esse semestre acabar primeiro, para não prejudicar os seus estudos.

- E o papai, ele aceitou?

- Quem cuida dos seus estudos sou eu e não o seu pai!

Eu estava aceitando contra a minha própria vontade, mas ainda dependo da minha mãe e o que ela decide, eu não tenho escolha. O meu pai é só um caso a parte.

...

Assim que cheguei no colégio, encontrei Beatriz em pé na entrada, me esperando.

- Demorou hoje! - diz ela, inquieta.

- Aconteceu algumas coisas pessoais. - digo serenamente. - O que você quer?

- Nossa, que arrogância! Por isso que você não tem amigos! - diz ela com sarcasmo.

- Foi mal! Estou irritado porque a minha mãe vai me transferir para outro colégio e estou descontando em você, sendo que você não tem nada a ver.

Beatriz me olhou assustada do mesmo jeito que fiquei, quando a minha mãe falou da transferência hoje no café da manhã.

- E a investigação?! Como vai ficar?!

- Calma! Só vou ser transferido no segundo semestre, ainda temos tempo para investigarmos.

- Só temos três meses?!

- Eu sei...! Mas fala logo, o que você quer?!

- Eu fiz o que você mandou, e peguei a lista com o nome das pessoas do grupo de futebol que poderia querer fazer alguma coisa contra o Samuel. - ela me entregando a lista, abro o papel e olho.

- Beleza! Depois vou investigar todos eles.

Guardei a lista no bolso da calça e entrei para o colégio antes dela, para que ninguém nos visse juntos.

 ...

Durante o tempo em que merendavamos, sentei na mesma mesa que sento sempre, desde a morte do Ryan e Beatriz sentou junto com as suas amigas, em uma mesa do meio, com a vista para mim. E do lugar em que ela estava, trocamos olhares e mensagens de texto.

"Tem certeza que quer investigar na cantina hoje? Eu sei que depois que as aulas acabam, o faxineiro vem limpar primeiro aqui. E se ele nos trancar aqui?"

Pela mensagem longa da Beatriz, parecia que ela estava com medo.

"Não precisa ter medo! Estou preparado para qualquer coisa."

" Você é maluco, Juliano!"

" Se você quer unir-se a me para investigar a morte do seu namorado, você vai ter que ser mais corajosa e enfrentar todo o perigo junto comigo."

" Infelizmente, eu sei disso!"

O medo de Beatriz, é mais por medo de ser pega e sua reputação de boa garota for prejudicada, em vez de ser trancada pelo faxineiro. Ela não falava claramente, mas eu conheço bem ela.

" Então...O que você quer? Vai investigar junto comigo hoje, ou você desiste de ser minha parceira de investigação?"

Ela olhou a mensagem e demorou um pouco para responder, eu já achava que ela ia desistir, quando a mensagem chegou.

" Não tenho escolha! Vou investigar junto com você!"

Sorrir levemente e enviei outra mensagem para ela.

" Prepara-se, hoje iniciamos a nossa investigação, mais perigosa!"

Ela olhou a mensagem, e olhou para me assustada.

" Você é um terror! Fica me assustando mais ainda!"

Lir a mensagem dela, sorrir e enviei um emoji rindo para ela. Beatriz desliga o celular, coloca em cima da mesa e vai conversar com as amigas. E eu volto a comer a minha merenda.