— "Cabrum!!!!" "Booom!" "Boom!"
Durante a noite fria e úmida, flashes de luzes iluminavam a noite e a floresta silenciosa.
A chuva caía forte e não havia lugar para fugir dela. Edart estava acordado e encharcado em seu galho. Apesar de a árvore o protegia da chuva forte, a água ainda escoria pelo tronco e pingava entre as folhas. Depois de uma hora de chuva, ele já estava encharcado.
Não havia muito o que ele podia fazer, ele não havia encontrado nenhuma caverna e sair para procurar uma nessas condições era pedir para morrer, além de que a caverna que ele achasse já poderia estar ocupada, onde seus ocupantes poderiam não estar a fim de compartilhar o espaço.
— "Booom!"
O céu foi iluminado novamente e um barulho muito mais alto que antes ecoou em seu ouvido.
— "Creeeck, creeck!" "fuuuuuo!" "Bammm"
A cinquenta metros de distância, Edart de olhos arregalados, viu uma árvore ser atingida por um raio, seu tronco pegou fogo imediatamente. Sons de madeira quebrando podiam ser escutados, apesar da chuva forte que abafava bastante o som.
Logo a árvore inclinou e começou a cair, batendo com força no chão. O fogo que se espalhava pelo tronco logo se apagou. Apenas o som da chuva restou.
— "Por quanto tempo isso vai continuar?" Perguntou a ninguém em especial.
Edart ficou apavorado ao ver uma árvore sendo atingida por um raio na sua frente, o lembrou o perigo de ficar debaixo de uma árvore durante uma tempestade. Ele nem queria imaginar o que aconteceria com ele estando em cima de uma quando atingida por um raio. Tudo o que ele podia fazer era rezar para passar por isso.
— "Infelizmente não há nada que posso fazer, além de esperar pelo melhor."
Tentando focar sua atenção em outra coisa, ele pegou as novas pedras que ele conseguiu. Essas pedras eram os núcleos dos slimes que ele matou no dia anterior.
Em suas mãos estavam dois núcleos de terra, um de planta e dois de água. Eles eram mais brilhantes agora, do que quando ele conseguiu dos slimes. Esses núcleos tinham como cor, um preto profundo com uma leve tonalidade da cor de seu elemento.
Agora, apenas a borda dos núcleos era preta, como se fosse um vidro. Em seu interior podia ver uma cor forte e profunda do elemento correspondente. Edart deduziu que isso era devido à mana que de alguma forma foi absorvida pelo núcleo.
— "Incrível, eles estão cheios de mana, se eu conseguir usar isso, posso ter uma reserva de mana. Talvez se eu criar um cajado. Éris você consegue pensar em alguma maneira de usar os núcleos?"
— ["Talvez, se você conseguir manipular a mana, talvez possa usá-la para si. Também deve ter algum modo de canalizar a mana do núcleo por meio de materiais, aí poderíamos criar equipamentos."]
— "Eu vejo. Bem, entre manipular mana e achar algum material para canalizá-la, acho que seria mais fácil controlar." Quando Edart usava as habilidades dele, ele conseguia sentir o fluxo de mana percorrer seu corpo. Embora fosse tênue, poderia treinar até conseguir manipular a mana.
Lembrando do dia anterior, além dos núcleos, ele teve outras boas recompensas. Agora que ele lutava contra slimes de terra também, ele matou 23 slime o que rendeu mais dois níveis e quatro pontos livres para serem atribuídos. Estava ficando cada vez mais difícil conseguir novos níveis.
Olhando para seus atributos, ele decidiu deixar todos os atributos no nível 10 pelo menos.
Seu trabalho de caçador subiu de nível, chegando ao nível 5, o que desbloqueou outra habilidade.
— ["Adquirida habilidade: 'Camuflagem (Incomum) (Nível: 1)'"].
— ["Descrição: A arte de se misturar com o ambiente para não ser encontrado. Todo bom caçador deve saber ficar escondido e não ser detectado por suas presas.
Essa habilidade aumenta sua agilidade conforme for evoluindo. Agilidade +1."]
Essa era uma habilidade que gastava mana ao longo do tempo, mas também variava o consumo. Se ele ficasse parado, teria um consumo menor, podendo ficar até duas horas com ela ativa com sua mana atual. Se ele andasse, o tempo caía para 30 minutos.
Edart descobriu isso com alguns testes, era importante ele saber o limite das habilidades dele. Essa habilidade não o deixa invisível, mas parecia o tornar um com o ambiente em que ele estava, igual às camuflagens que o exército usava, principalmente os atiradores de elite.
Suas outras habilidades também melhoraram, sendo que Rastreio, Coleta, Manejo de Porretes, Arremesso de Lança e Arremesso subiram em um nível. Tiro Certeiro ganhou dois. Arremesso chegou ao nível 10, o que lhe deu mais 3 pontos em Agilidade e Força.
O que deixou seu status assim.
— ["Nome: Edart Zanuy
Vida: 45/47.
Mana: 25/25
Vigor: 34/34
Características
Vitalidade (VIT): 10.
Força (FOR): 16 (+4)
Resistência (RES): 9 (+2)
Agilidade (AGI): 11 (+4)
Inteligência (INT): 9.
Vontade (VON): 10 (+2)
Percepção (PER): 15"]
Se lembrando disso, um pequeno sorriso apareceu em sua boca. Ele estava mais forte e muito melhor de quando chegou a esse mundo, mas ele sabia que isso não era nada, ele só esperava não encontrar ninguém muito forte, que poderia acabar com ele com um tapa.
— "Ainda tenho um longo caminho." Disse a si num sussurro.
A chuva continuou a cair, o céu era iluminado e tremia ocasionalmente. Não conseguindo dormir, Edart se concentrou em tentar controlar a mana até que o tempo melhorasse.
…
Já estava claro e a tempestade havia diminuído sua intensidade, tornando-se uma chuva leve sem relâmpagos.
Edart estava na divisa da floresta com a Planície Gosmenta. A fome o incomodava, não deixando se concentrar em praticar, assim e saiu de seu abrigo atrás de comida.
"Se essa chuva não parar, posso ter problemas." Pensou Edart.
Ele já estava encharcado quando desceu da árvore, quando começou a andar pela floresta, seus pés ficaram cheios de lama.
Parado em frente ao riacho, que havia dobrado de tamanho e força, Edart queria tentar novas coisas, na tentativa de entender melhor a mana e como ela funcionava.
— "Éris, vou contar com você para ficar de olho em possíveis perigos."
— ["Pode contar comigo, nada vai passar despercebido de mim."] Após ouvir isso, Edart sabia que podia se concentrar totalmente e esquecer do mundo à sua volta, pois, se algo acontecesse, Éris o alertaria.
Ele sentou-se em uma pedra perto do riacho e cruzou as pernas, olhando para a água turva que corria rapidamente. Se concentrou, ativou sua habilidade percepção de mana e observou a mana fluindo na água. Os pontos passavam rapidamente, agitados como a água estava.
— "Isso vai ser mais difícil do que eu pensava."
Edart se concentrou e focou sua mente no meio do riacho, tentando parar a mana naquele ponto. Depois de um tempo, ele começou a sentir a mana que passava por aquele local.
Sentir a mana era como se fosse um sexto sentido para ele, assim como tato, paladar, olfato, visão e audição. Isso era totalmente novo e estranho para ele, sempre que se concentrava em sentir a mana, era como se seu corpo se estendesse até o local em que ele queria interagir com a mana.
Concentrado, ele sentiu sua mão se estendendo até o riacho. Ao 'tocá-lo', ele sentiu como se a água estivesse passando por sua mão. Era, na verdade, a mana elemental de água e sua mão era uma mão incorpórea, que sua vontade criou para interagir com a mana.
— "Isso é incrível." Disse para si.
Maravilhado com a sensação, Edart ficou imerso nesse momento. A cada vez que um ponto de mana passava por essa sua mão incorpórea, ele sentia a energia potencial que continha esse ponto de mana. Era como se esse ponto quisesse ser moldado.
Após um tempo de contemplação, Edart, com sua mão, começou a afazer uma barreira na tentativa de parar essa mana em movimento, mas suas tentativas foram em vão e os pontos de mana continuaram a fluir o fluxo de água.
— "Não está funcionando, o que eu tenho que fazer?" Disse a si, angustiado por não conseguir fazer o que queria, no entanto, ele não parou.
O tempo passou e suas tentativas de parar essa mana resultaram em fracasso. Edart não desistiu e continuou tentando. Ele sentia que poderia fazer isso e os pontos de mana passavam a sensação de querer ser manipulado e transformado em algo.
…