— ["A mana permeia o mundo e preenche tudo e todos. Ela molda e define o mundo e aqueles que podem manipular ela diretamente são poucos, sendo os abençoados pelo mundo."]
— ["Título: Mago Verdadeiro (Novato)"]
— ["Descrição: Você descobriu como moldar o seu caminho através da mana, o mundo pode se tornar o que você deseja.
Você ganha +10 em Inteligência e +10 em Vontade.
Consumo de mana é diminuído pela metade ao lançar feitiços.
Regeneração de mana é aumentada em 50%"].
Isso deixou Edart muito animado, mas não acabou por aí.
— ["Aquele que quebrou os grilhões de dois mundos, não pode ser parado. Não há prisão que possa mantê-lo preso para sempre.
— ["Título: Imparável (Único)"]
— ["Descrição: Você não pode e não quer ser restringido por nada, nem ninguém. Todos os efeitos de restrição perdem força, nada pode te prender para sempre. O efeito causado aumenta conforme você se sente que está sendo restringido. Quanto mais forte é a sensação de restrição, mais fácil é se livrar de suas amaras."]
Edart tinha um sorriso bobo no rosto, tudo estava dando certo, parecia que o mundo o estava ajudando.
— ["Como há aqueles que não gostam de serem restringidos, há aqueles que não gostam de ter pontas soltas em seus planos. Sentindo uma dessas pontas nascer e uma que pode manipular, mana a vontade, o seu mundo atual não gostou nada disso"].
— ["Afligindo pelo mundo: O azarão."]
— ["Descrição: O mundo não gostou de suas ações, manipular mana não é uma coisa que todos podem fazer. Como o Mundo não pode atacá-lo diretamente, ele irá influenciar o ambiente ao seu redor para acabar com você. Por onde você andar, a sorte estará longe, cuidado daqui para frente."]
Edart ficou com um sorriso torto na cara, ele não entendeu porque estava sendo atacado assim. Ele era a vítima aqui, que foi jogado em um mundo desconhecido. Porque o mundo estava indo contra ele, se ele soubesse que não podia fazer isso, ele nunca teria tentado fazer tal coisa.
— ["Adquirida habilidade:'Manipulação de Mana(Místico)(Nível: 1)'"].
— ["Descrição: Como uma massa de modelar para crianças, a mana em suas mãos é como uma massa pronta para criar algo novo. O que será criado depende apenas de você, se esforce e torne esse mundo em um lugar maravilhoso.
Essa habilidade aumenta sua Inteligência, Percepção e Vontade conforme for evoluindo. Inteligencia, Percepção e Vontade +1."]
Edart leu e releu essas mensagens várias vezes, ele não sabia se ficava feliz ou triste. Ele não queria ficar do lado ruim do 'Mundo', mesmo ele não sabendo como o planeta poderia ter consciência, não parecia ser algo fraco, mas ao olhar para as coisas boas que ele conseguiu, ele sentiu que valia a pena.
— "Não sei se isso é uma coisa boa ou não. Se eu não interferir muito no mundo, talvez não tenha muitos problemas. "
Ele só precisaria ficar fora do radar do mundo e não fazer nada para prejudicar sua relação, embora Edart não soubesse como isso iria funcionar.
Não podendo testar sua nova habilidade por enquanto, Edart retornou a seu acampamento. No caminho, ele percebeu como seu corpo tremia de frio, suas roupas estavam encharcadas e ficar parado por tanto tempo molhado fez seu corpo perder calor, caindo em um estado de hipotermia fraco.
Edart precisava se aquecer e secar suas roupas, no caminho ele tentou pensar em como fazer isso. Após pensar um pouco, ele fez um desviu antes de voltar para sua base.
…
Edart estava parado observando uma planta à sua frente. Essa planta era a 'Cálice Azulis'. Ele olhou para seu interior e viu um líquido transparente com um leve tom de azul.
— "Mais uma boa notícia, agora só preciso achar uma maneira de armazenar isso."
Vendo isso, ele ficou animado. A planta levou apenas 3 a 4 dias para renovar seu líquido que dava 20 de mana diretamente. Isso significava que ele tinha uma fonte de poção de mana, que não custaria nada e iria produzir indefinidamente novas poções.
Embora fosse pouco 20 de mana para sua mana atual, se ele achasse mais dessas plantas, sua baixa recuperação de mana e longo tempo para criar o líquido não seriam um problema.
Não perdendo mais tempo, ainda tremendo um pouco, ele se aproximou da planta e bebeu o líquido em seu interior. Logo um calor preencheu seu corpo, o frio e a tremedeira diminuíram, mas ainda estava lá. Não tendo mais o que fazer aqui, ele voltou.
…
Edart tinha que secar suas roupas, ou poderia morrer de frio à noite. Durante sua caminhada, ele caiu duas vezes, ficando mais molhado e sujo. Ele não sabia se isso tinha a ver com o mundo o amaldiçoando ou era apenas azar mesmo, contudo, ele tinha que fazer algo a respeito de suas roupas.
Ele teve uma ideia, porém não sabia se funcionaria. Tendo sua mana restaurada, valia a pena tentar sua ideia. Na pior das hipóteses, ele deixará as roupas secarem no sol.
— "Isso é vergonhoso, ainda bem que não há ninguém aqui."
Tirando sua roupa e ficando nu no meio da floresta, Edart já tinha torcido suas roupas, mesmo assim, a pouca água em suas roupas era um problema. Esticando as roupas sobre uma pedra, ele sentou e começou a se concentrar.
Concentrando seu foco nas roupas, ele começou a usar sua nova habilidade. Sua ideia era usar a 'Manipulação de Mana' e forçar a água a sair, se daria certo, ele não sabia.
A água contida em cada roupa era ínfima, o que dificultava identificar a mana de água nas roupas. Depois de muitas tentativas, ele teve um pequeno sucesso. Concentrando seu foco em uma ponta da roupa, ele começou a juntar a água, depois foi forçando essa água até a outra ponta da roupa. Quanto mais água se juntava, mais fácil era controlar.
Pequenas linhas de água escoriam pela pedra, saindo das roupas. Após quase consumir toda sua mana, suas roupas foram consideravelmente secas, contendo apenas um pouco de umidade.
— "Nem acredito que funcionou, mas o consumo de mana é muito grande."
Usando a luz do Sol do fim do dia, ele secou as suas roupas o máximo possível.
Edart sentia apenas alguns calafrios, o certo seria comer algo quente para afastar esse frio, mas não tendo fogo e nem utensílios para esquentar algo, o melhor que ele pode pensar, foi fazer exercícios para se aquecer.
Logo o dia chegou ao fim, suas roupas estavam consideravelmente secas. Além de alguns calafrios e vento frio, a noite passou tranquilamente.
…
O Sol brilhava forte no céu, Edart aproveitou isso e se aquece com o calor que ele emanava, o frio que o incomodou a noite inteira se foi para longe.
Esse já era o oitavo dia que ele estava nesse mundo, muitas coisas aconteceram até aqui. Edart não sabia como seria o futuro e nem podia pensar muito a frente, pois sua situação atual era deplorável. A qualquer falha, ele poderia acabar a sete palmos no chão.
Deitado no meio da clareira perto de sua árvore, aproveitando o calor do sol. Ele pensou na sua situação atual, ele passou um tempo pensando no que fazer a seguir.
"O que devo fazer?" Era o pensamento que estava em sua mente.
Sua melhor chance de sobreviver era encontrar outras pessoas, contudo, sua única pista sobre alguma civilização era o pomar de maçãs que estava abandonado a um bom tempo.
Não vendo alguma possibilidade de encontrar pessoas rapidamente, ele precisaria pensar em maneiras de viver aqui. Um abrigo era sua prioridade, se chovesse novamente e se a chuva persistisse por mais tempo, ele poderia realmente morrer para o frio.
Água ele poderia conseguir facilmente, mas purificar ele seria um problema. Para o fogo, ele tinha uma ideia que precisava verificar sua funcionalidade.
Comida não era um problema ainda, no entanto, ele precisava de novas fontes de nutrientes. Assim que conseguisse fazer uma fogueira, ele iria atrás de coelhos. Com a habilidade de coleta, não seria um problema limpar a carne.
Tendo alinhado seu novo plano de sobrevivência em sua mente, era hora de começar a colocar em prática.
…
A primeira coisa a fazer foi providenciar um abrigo. Ele queria usar manipulação de mana para construir algo, assim iria testar os limites de sua habilidade e ver o quão longe poderia ir.
Havia duas possibilidades em sua mente. A primeira opção era fazer seu abrigo nas árvores e a outra era fazer no chão.
Um abrigo alto era a melhor escolha, ficaria longe do chão, diminuindo as chances de ser atacado por alguma fera.
— "Vamos começar pela árvore." Com isso em mente, Edart subiu em sua árvore.
Sentado no galho de frente para o tronco, ele concentrou seu foco, tentando perceber a mana presente.
Logo as bolas de mana apareceram, ele focou em uma que se movia e tentou parar. Dessa vez, foi relativamente mais fácil parar essas mana, contudo ainda havia certa resistência a seus comandos.
Mudando seu foco para os pontos que estavam parados, Edart tentou mover esse ponto, lentamente ele começou a se mover, mas havia uma enorme resistência se opondo à sua vontade, tentando manter essa mana parada.
Edart moveu esse ponto até a borda da casca da árvore. Imaginando a casca da árvore se estendendo, ele forçou a mana para fora. Ele não sabia se funcionaria, mesmo assim tentou fazer isso.
Aos pouco, uma saliência começou a formar na casca da árvore. Após alguns minutos de esforço, a árvore, que era redonda, tinha um retângulo com 30 centímetros de altura, 20 centímetros de largura e 2 centímetros de espessura saindo de sua lateral.
Conforme Edart movia a mana na árvore para fora, uma nova casca formava no lugar. Enquanto fazia isso, ele sentiu que havia algo tentando resistir a ele, mas não sabia dizer o que era.
Foi incrível ver uma nova casca crescendo na árvore, o que levaria messes para crescer naturalmente, foi feito em minutos usando mana. Edart percebeu que, conforme a casca ia crescendo, a mana que ele controlava ia diminuindo. Aparentemente, a mana estava sendo convertida em matéria orgânica.
Após descansar um pouco, ele tentou fazer o mesmo com o lado esquerdo, no entanto, dessa vez ele manipulou sou mana para entrar na árvore no ponto onde ele queria que crescesse uma nova casca.
Assim foi muito mais fácil realizar a tarefa, mas sua mana também foi usada em grandes quantidades.
Edart estava curioso sobre essa sensação de resistência à manipulação da mana, quando ele fez o mesmo com a água do riacho, essa sensação não estava presente. Ao pensar nisso, uma coisa veio à sua mente.
Para testar suas teorias, ele desceu da árvore, chegando no chão, procurou por um local elevado, onde poderia construir um abrigo e a água da chuva não atrapalharia.
Ativando suas habilidades novamente, ele concentrou no chão, ao olhar ao seu arredor, um brilho marrom muito fraco iluminou todo o chão. Não perdendo tempo, Edart começou a manipular a mana contida na terra. Sua ideia era fazer um buraco no chão.
Gradualmente, a mana foi sendo movida e, com ela, a terra começou a se mover. Foi muito mais fácil mover a mana marrom e a terra. Aquela resistência que ele sentiu ao manipular a mana da árvore não estava presente e todo o processo foi suave e tranquilo.
Pensando sobre isso, Edart chegou a uma conclusão que era a única coisa que ele podia pensar.
— "Será possível que a árvore estava resistindo a mim?" Perguntou a ninguém em um sussurro.
Quando ele estava manipulando a água ou a terre, nada tentou impedir ele, entretanto, havia algo na árvore. Edart imaginou que era a árvore que estava tentando resistir às suas tentativas de mudar a mana.
Se a árvore era algum ser consciente e pensante, ele não sabia dizer, mas parecia ter uma vontade como um ser vivo e essa vontade estava resistindo a ele.
Quando manipulou a terra e a água anteriormente, não havia nenhuma vontade resistindo, pois eles não são nenhum ser, apenas elementos e mana, sem qualquer consciência.
Existia o 'Mundo' que parecia estar bravo com ele, no entanto, esse 'Mundo' não resistiu a ele ou talvez não poderia ter um controle tão pequeno em todo lugar do planeta.
Contemplando tudo isso, Edart desistiu da árvore e decidiu fazer seu abrigo no chão. Por que ele decidiu isso? Simples, se um dia a árvore tornasse consciente e lembrasse do que ele fez para ela, Edart não queria tornar-se alvo de vingança de uma árvore e, aparentemente, o mundo não pode agir diretamente contra ele.
Ao olhar esses pontos, ele preferiu ofender o mundo do que a floresta em que vivia. Como esse era um mundo onde magia existia, ele não sabia o que podia acontecer, então era melhor ser amigo de sua vizinhança.
Assim, o local de seu abrigo foi decidido.