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O tempo seguiu seu fluxo e o dia avançou. A chuva tornou-se em uma garoa fina e Edart que estava concentrado no riacho, não percebeu essas mudanças.
Edart não sabia quantas tentativas ele fez, mas todas resultaram em fracassos. Ele já estava ficando cansado e suas ideias estavam acabando. Tinha uma coisa que não havia tentado, que era usar sua mana, felizmente Éris estava la para lembrá-lo disso.
— ["Acredito que se você controlasse sua mana e a usasse para controlar a mana na água, poderia ter o resultado que você deseja."]
— "Ah, verdade, tem isso. Eu havia me esquecido. Obrigado Éris."
Deixando o riacho de lado, ele voltou seu foco para si. Fechando os olhos para se concentrar em seu corpo, a escuridão tomou conta dele. Ele não sabia o que procurar, nem o que era exatamente o que procurava.
"Por onde devo começar?" Perguntou a si em sua mente.
Mudando seu foco e sentido bem seu corpo, ele observou todo o corpo. Sempre que focava em uma determinada parte do corpo, aquela região tinha os sentidos aumentados. Seus braços e pernas não tinham nada de mais e ele logo mudou seu foco.
"Talvez aqui."
Ao focar em seu peito, a princípio ele não viu e sentiu nada de diferente. Ele não sabia como, mas tinha a sensação de que havia algo ali. Diminuindo a região que estava focando para o centro do peito, ele esperava ver algo diferente.
A princípio, nada estava fora do lugar, mas ele persistiu. Passados alguns segundos, uma luz brilhou por um leve momento e sumiu.
— "É isso." Exclamou alto. Éris apenas o ignorou, não querendo atrapalhar seu processo de descoberta, ficou em silêncio, focando sua atenção na floresta e na planície à sua volta.
Vendo isso, Edart ficou animado, mais um minuto passou e ele não viu nada, mas agora ele tinha certeza de que havia algo ali.
Ele se acalmou e voltou a concentrar novamente, os segundos passaram e ele tentou procurar. Mais alguns segundos passaram, então um novo lampejo apareceu, não deixando isso fugir, ele focou toda a sua atenção nesse ponto. Logo mais e mais pontos de luz apareciam.
"Te achei, agora você não escapa de mim." Edart pensou feliz por ver algum resultado.
Finalmente, depois de muito foco e persistência, uma nuvem de poeira que mudava de cor constantemente ficou diante dele, ela se estendia por todo seu corpo, mas era mais concentrada em seu peito. Dessa nuvem, ele podia sentir a pura energia que ele associou à energia elétrica, como uma nuvem de plasma, era uma energia que poderia ser moldada para criar, só estava esperando por instruções.
Após contemplar essa energia que era sua mana. Edart tirou o foco de seu corpo, esperou um pouco e focou novamente. Dessa vez, achar essa nuvem foi muito mais fácil do que antes. Repetiu isso várias vezes até se tornar natural.
— "Vamos ver se isso funcionará."
Com isso dominado, ele voltou seu foco para o lago, estendendo sua mão incorpórea ao riacho, ele sentiu a mana elemental da água correndo pelos seus dedos. Mantendo a mão lá, ele dividiu seu foco com muito esforço e sentiu a mana dentro de si.
Ele ordenou que sua mana fosse para a mão no riacho. Não foi fácil, mas começou lentamente a seguir suas instruções, logo sua mão incorpórea estava preenchida de sua mana.
Edart viu, com 'Percepção de Mana', a sua mana colorida formando uma mão no riacho, ele admirou isso por algum tempo. Era uma sensação estranha sentir uma terceira mão, mas ele se acostumou rapidamente com isso.
Tendo se acostumado com tudo, ele voltou a tentar para a mana elemental, o que teve grande sucesso, mas a quantidade era muito pouco. Usando sua vontade, ele passou uma intenção para sua mana que estava no riacho. Essa intenção era de segurar a mana elemental que passava.
No mesmo instante, a sua mana que era inerte, ganhou vida. Seguindo sua intenção, ela se espalhou em um círculo de 25 centímetros de diâmetro e manteve toda mana elemental que entrasse nesse perímetro.
— "Funciona! Hehehe!" Exclamou feliz.
Edart que observava tudo isso, viu que em cima do riacho, um círculo se formou. Dentro desse círculo, a água está calma e parada, parecendo um lago sem nenhuma ondulação.
Ao redor desse círculo, a água do riacho corria ferozmente com muita força, formando ondas e espuma. Claro, o riacho não era muito grande, então não era perigoso.
Voltando sua atenção, Edart sentiu como se esse círculo fosse parte dele e tudo dentro dele estava sob seu controle para fazer o que quisesse com ele.
"Será que eu consigo criar algo a partir disso?" Com essa pergunta em sua mente, ele começou agir.
Não perdendo tempo, ele tentou criar um cone, com 10 centímetros de altura, exatamente no centro do lago.
Lentamente, a água que estava calma começou a tremer e se juntou no centro do círculo. Momentos depois, um cone que tremia estava formado. Edart teve que aumentar seu foco e concentração nisso e percebeu ser uma tarefa mais difícil.
Sua mana foi drenada e envia à água enquanto ele fazia as modificações. Quando o cone estava perfeitamente formado, o consumo diminuiu enormemente, mas ainda havia.
Edart sentia e via a mana saindo dele. Se perguntando se sua mana foi consumida, olhou seu status.
— ["Edart, Mana: 17/23."]
Nessa brincadeira, um quarto de sua mana foi consumido, mas isso não importava para ele. Tudo o que importava era que ele podia mudar o ambiente à sua volta, isso o deixou muito feliz e animado.
O consumo de mana foi grande para fazer esse cone, mas isso não o desanimou, era só ficar mais forte que isso seria resolvido.
Edart brincou mais um pouco com a água, criando formas diferentes. No final, ele fez uma esfera e tentou fazê-la flutuar no ar. Ao tentar fazer isso, o consumo duplicou e ele sentiu como se uma corrente de água quente saísse dele em direção à bola de água.
A esfera flutuou e subiu 30 centímetros acima do riacho que estava agitado. Nesse momento, um raio de sol caiu sobre a esfera de água, o que fez com que ele brilhasse com várias cores diferentes.
— "Maravilhoso." Ele disse em um sussurro.
Edart ficou admirando a visão por alguns segundos, quando ele sentiu que estava no limite de sua mana. Não tendo como sustentar mais a esfera, ela caiu de volta ao riacho como se nunca tivesse existido.
Voltando sua atenção novamente ao mundo à sua volta, ele sentiu o calor do Sol, a chuva havia parado, e apenas algumas nuvens restavam no céu. O Sol já estava baixo no horizonte, restando poucas horas de luz do sol.
Percebendo isso, Edart finalmente viu que havia passado horas treinando, o que para ele foram momentos, ele não sabia explicar isso e nem tinha vontade de fazê-lo. Nesse momento, o cansaço do dia abateu-se sobre ele, e tudo o que ele queria fazer era descansar.
Sentindo o calor do Sol sobre o seu corpo, Edart ficou pensando sobre o que fazer no futuro, quando, nesse momento, Éris mostrou algumas notificações que apareceram enquanto ele treinava.
Um meio sorriso se formou em seu rosto e um pensamento veio à sua mente.
'O futuro vai ser interessante.'