"A guerra é uma continuação da política por outros meios." – Carl von Clausewitz
Os recém-aliados marcharam até o ponto de encontro brevemente decidido: a Floresta Negra Karayan, situada próxima aos reinos de Ashrose, Krois, Korya e Greenland, unidos contra o reino de Whitefield.
Para chegar lá, teriam que atravessar as Dunas Negras, navegar pelo rio Amaymon até o reino de Korya e seguir em uma caminhada de mais seis dias rumo ao sudoeste até a Floresta Negra. No total, a jornada duraria quase um mês. Portanto, prepararam ração suficiente para chegar ao único porto do deserto, localizado em um pequeno vilarejo, onde pretendiam comprar mais mantimentos para continuar a viagem. Assim, seguiram em frente.
Atravessar as Dunas Negras era uma tarefa desafiadora, mas os aliados pareciam preparados. Liderados por guias experientes que conheciam bem o terreno, eles formaram caravanas organizadas para garantir que ninguém se perdesse na vastidão arenosa. Os guias sabiam como identificar os sinais sutis da natureza que indicavam a proximidade de oásis escondidos e conheciam os pontos de parada seguros. Sob sua orientação, os aliados podiam avançar com confiança, mesmo diante das tempestades de areia que ocasionalmente varriam a região.
A travessia foi cuidadosamente cronometrada para evitar as horas mais quentes do dia, e mesmo assim uns não resistiram e caíram. A marcha começava antes do amanhecer e continuava até o meio da manhã, quando faziam uma longa pausa até o final da tarde. Durante a noite, a temperatura mais amena permitia que cobrissem distâncias maiores com menor desgaste físico.
Os aliados demonstraram grande solidariedade durante a travessia. Quando alguém se encontrava em dificuldades, os demais ofereciam apoio, compartilhando água, alimento e ânimo. Essa camaradagem foi crucial para manter o moral alto e garantir que todos chegassem ao destino em segurança após tantas perdas.
Após dias de marcha árdua, avistaram finalmente o vilarejo próximo ao rio Amaymon, onde se preparariam para a próxima etapa da jornada rumo ao reino de Korya e, finalmente, à Floresta Negra Karayan. Naquela noite decidiram fazer uma nova assembleia e discutir os próximo passos.
Os líderes dos aliados se reuniram em uma grande tenda tecidos coloridos e símbolos daquele vilarejo. Sentados em círculo, as chamas dançavam no centro, lançando sombras dançantes nas faces sérias dos líderes. O murmúrio constante do vento do deserto ecoava do lado de fora, trazendo consigo o sussurro de preocupação e incerteza.
Alguns relataram com pesar as histórias de seus homens, que haviam perdido filhos, irmãos e outros entes queridos durante a árdua travessia das dunas implacáveis. O luto pesava sobre eles como uma névoa sombria, obscurecendo o horizonte incerto do futuro.
Outros apontaram para as pilhas escassas de mantimentos empilhadas nos cantos da tenda. Os suprimentos estavam minguando rapidamente, e no vilarejo pouco mais restava além de algumas rações de peixe e grãos escassos. Os olhares preocupados dos líderes refletiam a consciência de que a fome ameaçava assolar suas fileiras, enfraquecendo ainda mais sua já combalida força.
A tensão era palpável na tenda, pesando como uma âncora sobre todos os presentes. O futuro da jornada pendia no equilíbrio frágil entre a esperança e o desespero, enquanto os líderes buscavam soluções para enfrentar os desafios iminentes que se erguiam diante deles.
Após intensa deliberação, os líderes chegaram a uma decisão unânime: enviar um pequeno grupo de bravos guerreiros para atravessar o rio e adentrar o reino de Korya em busca de mantimentos. Essa missão arriscada, porém crucial, representava a única esperança de garantir a sobrevivência do exército aliado.
Com a determinação estampada em seus semblantes, o grupo seleto partiu sob o manto da noite, caminhando furtivamente pelas margens do rio enquanto a lua lançava sua luz prateada sobre as águas calmas. Cada passo era impregnado de tensão e expectativa, pois sabiam que o sucesso dessa empreitada significava a diferença entre a vida e a morte para muitos. Então pegaram a balsa e seguiram.
Uma semana depois do outro lado do rio, o reino de Korya se erguia majestoso, suas muralhas imponentes testemunhando séculos de história e intriga política. No entanto, para os guerreiros aliados, essas paredes representavam não apenas um obstáculo, mas também uma promessa de salvação.
Após dias de jornada exaustiva e encontros com patrulhas do reino Whitefield, o grupo finalmente alcançou os mercados movimentados de Korya, onde os aromas tentadores de alimentos frescos e abundantes enchiam o ar. Com habilidade e discrição, eles negociaram com os comerciantes locais, garantindo uma preciosa carga de mantimentos que seria a salvação de seu povo.
De volta às margens do rio, o pequeno grupo retornou triunfante, pela balsa, carregando nos ombros o peso das esperanças de toda uma nação. Agora, com os mantimentos assegurados, o exército aliado estava pronto para enfrentar os desafios que ainda aguardavam além do reino de Korya, com a determinação renovada e a promessa de um futuro mais próspero à vista.
Com o desafio diante deles, a estratégia meticulosa era essencial para garantir o sucesso da missão. Ao alcançarem as terras do reino de Korya, a presença inimiga pairava como uma sombra constante, exigindo uma abordagem cuidadosa e discreta.
Sebastian, reconhecido pela sagacidade e liderança, tomou a dianteira, propondo uma rota alternativa que contornava as fronteiras do reino de Korya. Sua sugestão era tanto ousada quanto prudente, visando evitar detecção e minimizar o risco de confronto com patrulhas inimigas ou aliados de Whitefield.
-Poderíamos seguir pela margem do reino de Korya, em vez de atravessá-lo diretamente pelo centro! -sugeriu Sebastian, sua voz carregada de determinação e confiança. -Chamaríamos menos atenção e assim poderíamos adentrar nas terras de Ashrose e seguir até a Floresta Negra.
Kraig, conhecido por sua cautela e senso prático, pareceu relutar inicialmente contra o plano audacioso de Sebastian. No entanto, após ponderar sobre as vantagens e os desafios envolvidos, ele finalmente assentiu com a cabeça, reconhecendo a lógica por trás da proposta.
-Talvez seja melhor assim mesmo! -concordou Kraig, sua voz refletindo a seriedade da situação e a necessidade de adaptar-se às circunstâncias em constante mudança.
Com a decisão tomada e os líderes unidos em sua determinação, o grupo preparou-se para seguir adiante, confiante de que sua astúcia e coragem os guiariam através das adversidades que ainda estavam por vir.
Apesar de suas melhores precauções, o grupo não conseguiu evitar todos os confrontos ao longo de sua jornada. Enfrentaram pequenos grupos de inimigos do reino de Whitefield, cuja presença era uma constante ameaça às suas operações. Além disso, os perigos da natureza selvagem também se mostraram implacáveis, com monstros à espreita ao longo do caminho.
Embora tenham conseguido minimizar o número de embates significativos, as baixas entre os aliados foram inevitáveis. Cada perda era uma lembrança sombria da fragilidade da vida em meio ao caos da guerra, mas mesmo diante dessas adversidades, o ânimo dos aliados permanecia inabalável. Sua determinação era uma chama que queimava intensamente, alimentada pela esperança de um futuro melhor para aqueles que lutavam ao seu lado.
No entanto, mesmo com toda sua coragem e resiliência, o grupo foi surpreendido por um desafio de proporções assombrosas quando um ogro gigante cruzou seu caminho. Diante da imponente figura da criatura, mal sabiam como enfrentá-la, e antes que pudessem armar uma estratégia adequada, muitos foram abatidos pela terrível clava de ferro do ogro.
O choque da perda foi avassalador, deixando uma ferida profunda na alma dos sobreviventes. Mas mesmo em meio à dor e ao desespero, a chama da esperança ainda brilhava, incitando-os a continuar avançando, determinados a honrar o sacrifício daqueles que caíram e a alcançar seu destino final: as terras de Ashrose e, eventualmente, a Floresta Negra.
O momento de desespero foi transformado em uma oportunidade de triunfo quando os guerreiros D. Alder orquestraram um ataque ousado e coordenado contra o imponente ogro. Utilizando correntes e cordas amarradas a cavalos, eles conseguiram derrubar a criatura titânica, deixando-a vulnerável ao ataque dos aliados.
Kraig, empunhando seus machados com fúria calculada, mirou no ponto mais fraco do ogro e desferiu golpes precisos que atingiram seu olho, lançando a criatura em agonia selvagem. Enquanto isso, Sebastian, com sua destreza incomparável, avançou com seu sabre em mãos, encontrando o ponto vital do monstro e perfurando-lhe a garganta com um golpe mortal.
O sangue do ogro jorrou como uma cascata vermelha, tingindo o ar com a promessa da vitória e da liberdade. A chuva de sangue era tanto um testemunho da coragem dos aliados quanto um tributo aos que haviam caído antes deles. Mas, mais importante, era um sinal de que a jornada não estava perdida, e que a esperança ainda ardia como uma chama forte em seus corações.
Com o ogro derrotado e os territórios de Ashrose finalmente ao alcance, os aliados avançaram com renovada determinação, prontos para enfrentar qualquer desafio que ainda estivesse por vir. Unidos pela adversidade e fortalecidos pela experiência compartilhada, eles marcharam adiante, rumo ao futuro incerto que os aguardava nas profundezas da Floresta Negra.
Após a intensa batalha e a vitória sobre o ogro, os aliados decidiram fazer uma pausa necessária em Ashrose, estabelecendo um assentamento improvisado para recuperar as forças e prestar homenagem aos caídos.
No campo de descanso, banhados pela luz suave do entardecer, os sobreviventes lavaram as marcas da batalha de seus corpos exaustos, deixando para trás não apenas a sujeira da jornada, mas também as lembranças dolorosas da perda.
Em um ato de honra e respeito, os mortos foram enterrados com os devidos rituais, seus corpos retornando à terra que haviam defendido com bravura. Acima dos túmulos, a clava do ogro foi colocada como um símbolo duradouro de sua coragem e sacrifício, testemunhando que eles haviam enfrentado um monstro para proteger seus companheiros.
Os nomes dos caídos foram cuidadosamente gravados na clava, eternizando suas memórias e suas contribuições para a causa comum. Ali, sob o olhar solene dos que ainda permaneciam, eles encontraram paz e dignidade em seu último repouso, enquanto seus espíritos continuavam a inspirar os vivos a seguir em frente com coragem e determinação.
No assentamento improvisado de Ashrose, entre os suspiros cansados e os murmúrios de lamento, uma chama de esperança brilhava, alimentada pelo espírito indomável dos habitantes de Hartia.
Enquanto se dirigiam para a Floresta Negra, avistaram as tropas remanescentes aguardando na entrada. Notaram que estavam cansadas e feridas. Os dois grupos se uniram e começaram a discutir detalhadamente os próximos passos a serem tomados, levando em consideração o estado das tropas e as condições da floresta.
Ao adentrarem a impenetrável Floresta Negra, todos os soldados do exército aliado sentiram uma opressão quase palpável, como se estivessem sendo observados por um predador terrivelmente forte e astuto. Progrediram com cautela, mantendo suas guardas elevadas. Organizados em flancos com lanceiros e escudeiros, enquanto no centro estavam os nobres e os mais experientes arqueiros. O dia se desfez rapidamente, dando lugar a uma noite que avançava velozmente, acompanhada pelos uivos e grunhidos que ecoavam cada vez mais altos à medida que o sol desaparecia por entre as copas das árvores.
Diante desse cenário sombrio, decidiram montar um cerco defensivo, estabelecendo um perímetro seguro e preparando armadilhas ao redor do acampamento. Equipes de vigilância foram formadas para evitar surpresas desagradáveis por parte das feras da floresta. No entanto, mesmo com todas as precauções, o sono não veio fácil para todos.
O jovem Sebastian, preocupado com a segurança de todos, assumiu a primeira vigília, acompanhado por Daren, Kraig e Leonor. Posicionaram-se mais próximos das árvores, mantendo-se abaixados para melhor observar qualquer movimento suspeito. Contudo, o que verdadeiramente surpreendeu o grupo foi quando a floresta se silenciou completamente. Os uivos e grunhidos cessaram, deixando apenas o sussurro do vento entre as folhas e o crepitar da fogueira, além do ocasional ronco de um lanceiro idoso. Alertados pelo estranho comportamento da floresta, os jovens trocaram olhares preocupados e se aproximaram cautelosamente, cada um deles cobrindo uma direção.
Foi então que avistaram duas sombras imensas movendo-se furtivamente entre as árvores, cujas posições mudavam constantemente. Daren decidiu acordar os demais, enquanto os outros permaneceram em estado de alerta, assentindo silenciosamente para que ele procedesse. No entanto, ao dar um passo em direção às barracas, Daren inadvertidamente pisou em um galho seco, quebrando-o e emitindo um estalo audível.
Num instante, duas serpentes gigantescas emergiram das sombras, uma completamente branca e a outra totalmente negra! As armadilhas foram acionadas, mas tiveram pouco efeito contra as criaturas monstruosas.
No meio do caos, onde os aliados acordavam atordoados e se deparavam com as serpentes, e ligeiramente seguiam empunhando suas armas, Sebastian, que parecia hipnotizado, aproximou-se vagamente das feras.
Leonor tentou segurá-lo pelo braço, mas a cobra branca simplesmente a encarou mortalmente, fazendo-a recuar. Calmamente e desarmado, Sebastian continuou avançando em direção às Serpentes. De repente, como se vozes invadissem suas mentes, todos começaram a ouvir:
-"O que faz aqui tão longe de casa, criança Ashrose? Faz um tempo que não vejo seu pai" - parecia ser a cobra branca quem proferira essas palavras. Todos no local ficaram chocados diante de serpentes que falavam, mas logo recobraram um pouco de sanidade quando Sebastian respondeu:
-Se não me engano, seu nome é Sage. Sobre o meu pai, ele faleceu... Tem algum tempo! Eu agora sou o novo Rei de Ashrose! -As cobras então começaram a avaliar Sebastian. E atrás dele, muitos estavam surpresos com a notícia da morte do Rei Aulus Von Ashrose.
-"Se você é o novo rei, deveria ter aparecido antes para jurar sua lealdade, criança da coroa!", - disse a cobra Negra. E então gaguejando, Sebastian respondeu:
-M-Me desculpem, estou no meio de uma guerra e iria deixar as cerimônias para quando terminasse! - disse ele, olhando envergonhado para as serpentes.
-"É seu dever como Regente em nosso território nos jurar lealdade!" -disse a cobra negra, parecendo estar zangada com Sebastian e encarando todos que estavam atrás dele. Então, Sage interrompeu sua parceira e disse:
-"Vocês humanos têm uma vida tão curta e passam a maior parte dela com suas guerras! Não sei o que Aulus contou sobre nós para você, criança, mas já éramos deuses nessa terra antes da sua linhagem pisar nesta região! E como não somos selvagens, propomos um tratado com a realeza, auto-entitulada humana, para que possamos viver em paz neste território! Todos os seus ancestrais cumpriram o acordo e até nos trouxeram oferendas!"-Interrompendo de maneira respeitosa a Sage, Sebastian disse:
-Meu pai esteve ausente do palácio desde os meus cinco anos. Ele estava no extremo sul do nosso território enfrentando uma horda de monstros. O pouco que eu soube sobre vocês foi transmitido por minha mãe, que disse que minha família cultuava cobras. -Então ele foi interrompido pela cobra negra, que disse:
-"Desculpas sem fundamento, era dever de seus descendentes respeitar o tratado que propusemos! Além de nos abandonar aqui nesta floresta sem notícias, você me diz que seu pai não explicou a você suas obrigações? Criança tola! Me dê um bom motivo para não matá-lo junto com seu exército e depois destruir sua capital!" -Disse a cobra negra com tom de escárnio. Antes que Sebastian pudesse dizer algo, Sage interveio e disse ignorando sua parceira:
-"Daremos uma única chance! Não caberá outro erro como este!" -Então a cobra negra praguejou e disse:
-"É melhor matá-lo de vez!" -E Sage continuou:
-"Apesar de seu pai não ter cumprido a palavra, não culpo você, criança, por não saber de seus deveres. Mas agora que você sabe! Espero que fique claro o que faremos se o acordo for rompido outra vez, criança Ashrose!" -Disse Sage, olhando friamente para Sebastian.
Sebastian, por sua vez, ajoelhou-se imediatamente e disse:
-Agradeço a vocês pela chance que estão me dando! Sei que é pedir demais, mas teriam como nos ajudar a atravessar a floresta até o território de Greenland?
As serpentes então lançaram um olhar mortal para ele, e ele completou: -Sem ajuda de vocês, eu e esses homens provavelmente morreremos na floresta e não conseguirei cumprir minha promessa! - As cobras se entreolharam e conversaram em uma língua que para humanos seria impossível entender. Então, Sage disse:
-"Não fazemos favores aos humanos sem ganho mútuo! O que você poderia nos oferecer, criança Ashrose, que valeria nossa ajuda?" - Sebastian olhou para suas mãos vazias e sujas de areia, lembrando que mal tinha mantimentos para chegar até Greenland. Então, sem pensar muito, ele disse:
-Eu falei que meu pai morreu erradicando monstros no extremo sul do continente Hartia, após o reino de Ashrose! Lá não existe interação humana, e vocês não seriam incomodadas! Posso pedir que construam um templo para vocês, para que o povo de Ashrose as cultue como deuses, e não terão mais que viver isoladas na Floresta Negra, cercadas por criaturas inferiores! O que acham?- Disse Sebastian num tom convincente. As cobras voltaram a conversar em sua língua e então responderam:
-"O acordo foi aceito, agora as terras do extremo sul nos pertencem! E você não poderá voltar atrás! Além disso, também continuará cumprindo a promessa que seus antepassados fizeram! Concorda?"- Então Sebastian se levantou lentamente, sem muitas alternativas, e respondeu:
-Dou-lhes a minha palavra!
Ao amanhecer, as cobras se dividiram, posicionando-se do lado esquerdo e direito do exército aliado, fazendo sua guarda e os guiando para fora da Floresta Negra. Foram três dias, acampando durante a noite e seguindo a jornada durante o dia, até o fim da tarde, quando chegaram ao fim da floresta negra e à entrada do território de Greenland! Desta vez, sem mais baixas! As cobras então retornaram e uma delas disse em alto e bom tom:
-"É bom que cumpra sua palavra, Sebastian von Ashrose! E meu nome, é Sef, vim para esse mundo com Sage! E irei cobrar se nós trair" -E então sumiram na floresta novamente.
A celebração do exército era palpável, uma mistura de alívio e euforia se espalhava entre os soldados enquanto eles trocavam olhares incrédulos, como se estivessem checando se estavam realmente vivos ou apenas em um sonho vívido. Sorrisos aliviados e abraços calorosos preenchiam o ar, enquanto cada soldado se dava conta da magnitude do que acabara de acontecer.
No entanto, no meio dessa alegria coletiva, Sebastian permanecia pálido, sua expressão carregada de preocupação e exaustão. Sua mente ainda absorvia o peso das conversas com as serpentes, a responsabilidade repentina de liderar seu povo e as consequências de cada palavra que acabara de proferir.
Enquanto muitos estavam envoltos na festa, Leonor, Kraig e Daren notaram imediatamente a condição de Sebastian. Com uma empatia instintiva, eles se aproximaram dele, colocando suas mãos reconfortantes em seus ombros, compartilhando silenciosamente sua solidariedade e apoio.
O sol se pondo começava a lançar raios no horizonte, pintando o céu com tons dourados e rosa enquanto o som distante de cascos de cavalos e o rangido de rodas de carruagens ecoavam pelo ar. A chegada iminente de reforços ou aliados trazia uma nova onda de esperança, mas também uma sensação de urgência. O que viria a seguir seria o início de uma nova era de paz e prosperidade, ou apenas o prelúdio de desafios ainda maiores?