Narrador's P.O.V.
Ariel e Marcos passaram o dia inteiro juntos fazendo diversas coisas para poderem aproveitar ao máximo aquele tempo juntos. Eles viram filmes, conversaram, comeram juntos e por muitas vezes simplesmente não fizeram nada. Claro que depois das confissões que ambos haviam feito pela manhã eles estavam absurdamente mais próximos e se beijavam em toda e qualquer oportunidade que tinham, afinal estiveram esperando por aquilo por um bom tempo, então que mal faria recuperar o tempo perdido, não?
O cacheado nunca havia se sentido tão bem, até porque ele não costumava sentir as coisas que o asiático estava lhe causando. Arriscava até dizer que nunca havia se sentido daquela forma. Ele já havia se relacionado com outras pessoas, mas nada chegava aos pés daquilo já que ele nunca havia se apaixonado de fato por alguém. Ambos sabiam que mesmo sendo uma novidade não poderiam ser tão descuidados ou apressados, porém naquele dia eles queriam mais era aproveitar um ao outro e pensariam no resto depois!
Eles estavam tão imersos um no outro que quando se lembraram de verificar o horário, já eram quase dez da noite. Fazia um tempo que ambos estavam sentados na sacada do apartamento conversando sobre a vida e conhecendo mais um ao outro. Ariel descobriu que Marcos, por ser um descendente direto de chineses (inclusive ele havia nascido na China e passado boa parte da infância lá), teve que fazer muitas coisas durante a vida que para os brasileiros eram bem incomuns. Eles tinham alguns costumes bem diferentes e até mesmo estranhos. Os piores com certeza eram sobre as comidas, mas o que o asiático mais gostava era o de cantar e dançar músicas tradicionais em certas ocasiões por conta da região de onde ele e seus pais vieram. Era importante para eles.
Já Marcos descobriu que Ariel não teve tanta sorte em relação à família como ele. O cacheado o contou que seus pais e outros familiares nunca foram dos mais agradáveis e amorosos com ele, o que sem dúvidas o deixou deveras indignado. Como poderiam tratar alguém como Ariel daquela forma tão cruel e injusta? Justo ele que era extremamente prestativo, carinhoso, amigável... Era tão injusto! Por diversas vezes ele pôde observar a dor que seus olhos transpareciam ao tocar em certos assuntos, por mais que o cacheado se esforçasse pra esconder. Tantas situações ruins... Se dependesse dele, a partir daquele dia Ariel só teria coisas boas em sua vida. Era o mínimo que alguém tão bom quanto ele merecia!
- Olha, no fim não foi tão ruim... - Marcos realmente ficou irritado depois de tudo que havia contado, então naquele momento ele estava tentando seu melhor para acalmar o asiático.
- Não foi tão ruim? Ariel, eles te expulsaram de casa só por ser gay! Isso é um absurdo! - Ralhou. Ele realmente estava furioso.
- Você fica fofo irritado. Seus olhos ficam mais visíveis. - Riu. Ele aproveitou que o outro pareceu se acalmar para apertar suas bochechas.
- Ari, isso não é hora de fazer piada com os meus olhos. Eu sei que eles são pequenos. - Ele até tentou se manter sério mas acabou rindo também.
- Eu prefiro assim. Eu quase não consigo ver seus olhos porque você está sempre sorrindo e é assim que eu quero te ver. Eles não são pequenos, eles ficam pequenos porque você sorri e eu adoro isso. - Enfatizou.
Ariel foi até o outro. Ele aproveitou que a posição em que Marcos estava sentado no chão para era boa, se sentando em seu colo. Com aquilo o mais velho acabou sorrindo ainda mais. Ele estava adorando finalmente poder estar próximo do cacheado como queria, adorando principalmente poder agir com ele da forma que queria. Beijar com certeza era a melhor part, só que essas pequenas coisas que Ariel fazia também o deixavam feliz demais. No fim ele não queria apressar nada, mas sabia que era uma questão de tempo até querer dar o próximo passo, até porque se dependesse dele ambos já estariam namorando há muito tempo. Chen realmente apreciava aquele garoto e tê-lo só para si era uma ideia maravilhosamente tentadora. Naqueles quase dois anos ele observou Ariel de várias formas e viu diversos exemplos de sua força e determinação. Sua personalidade era cativante mesmo que não fosse tão chamativo. Na verdade ele odiava chamar atenção mas era exatamente por esse motivo que Marcos se prendeu facilmente a ele. Ele gostava demais daquele garoto!
- Sabe... Eu tive que aprender a não ligar pras coisas ruins que acontecem comigo. Não tive opção. Por isso digo que não foi tão ruim, porque poderia ter sido mil vezes pior. Eu até que me saí bem. - Por estar com a sua cabeça apoiada no ombro do maior ele falava num tom ameno, quase como um sussurro.
- Você se saiu muito bem, Ari. Você é muito forte. - Respondeu.
- Eu nunca imaginei que nós estaríamos assim, sabia? - Ele fechou os olhos quando Marcos começou a acariciar seu rosto. Ariel queria bastante apreciar aqueles toques.
- Jura? Eu imagino isso desde que te vi. - Disse.
- Há quase dois anos?
- Há quase dois anos! - Riu.
- Você deveria ter me falado antes, Chen!
- Hey! Em minha defesa eu não tinha confiança pra dar em cima de um homem tão lindo quanto você. - Se defendeu. - Já se olhou no espelho? Lindo e gostoso demais!
- Diz isso mas mal chegou na minha casa e já estava me tocando. - Lembrou.
- Eu estava é puto por causa dessas marcas! E aliás... - Falando daquelas benditas marcas... - Você realmente não sabe de onde veio isso?
- Não... - Ele se afastou um pouco para que Marcos pudesse olhar suas marcas novamente.
- Isso é muito estranho. Como você dorme e isso aparece? - O asiático às analisou mais uma vez, notando que aquela altura já estavam mais suaves. Ele estava sem entender como aquilo havia ido parar ali!
- Eu tive uns sonhos estranhos... Será que tem algo a ver? - Questionou.
- Que tipo de sonhos?
- Não sei. Eu não consigo me lembrar. Mas eu acordei bem cansado. - Disse. Na verdade ele se lembrava do que se tratava o sonho mas estava com vergonha de contar.
- Tem certeza que não lembra nada? Certeza absoluta?
- Não lembro. - Deu de ombros porém o maior sabia que ele estava mentindo.
- Ariel, eu te observo há muito tempo e sei exatamente quando você está mentindo. - Falou.
- Não estou mentindo.
- Não? Então fala olhando nos meus olhos que você não lembra do que sonhou.
- Tudo bem! Talvez eu tenha transado com alguém... - Murmurou torcendo pra que o asiático não o ouvisse, mas com certeza ele ouviu.
- Com quem? Ariel! - Ralhou.
- Ok, ok, eu entendi! Eu transei com você! Feliz agora, Chen? - Marcos caiu na gargalhada. Ele gostava de quando Ariel ficava com vergonha. Era fofo demais, ele tinha que admitir.
- E se for um incubus? Não sei porque mas acabei de pensar nisso. - Falou enquanto parava de rir aos poucos.
- Incubus? O que é isso? - Questionou.
- Bom... Existem várias versões em várias culturas, mas a princípio isso seria uma espécie de demônio sexual masculino. Os femininos se chamam sucubus. Eles vêm durante o seu sono e transam com você nos sonhos.
- Se eles vêm fazer sexo então eles são bons, né? - Riu.
- Não. Eles transam e sugam sua energia vital junto. Geralmente deixam muitas marcas no corpo. Marcas tipo essas. - Apontou para as marcas agora em um tom de roxo claro.
- Isso é meio estranho. Não acho que seja isso. Não acredito muito nessas coisas. - Disse simples.
- Eu acredito nessas coisas, e você não acreditar não significa que não sejam reais. Na cultura chinesa nós temos uma forte crença em demônios e suas ações, até porque acontece bastante. De qualquer forma toma cuidado. Esses demônios são perigosos e oportunistas! - Marcos pareceu tão sério que por um instante o cacheado se questionou se talvez o asiático teria razão.
- Você preocupado comigo deixa meu coração quentinho. - Disse o beijando na testa. Aquele assunto não lhe agradou nem um pouco, então apenas iria mudar como se nada tivesse acontecido. - Falando em perigo, já está tarde, não?
- Sim, são quase dez e meia. Preciso voltar se não vai ficar difícil chegar em casa.
- Por que você não dorme aqui? Amanhã não temos trabalho. - Sugeriu, se ajeitando melhor em seu colo.
- Hm... Tentador, mas vou deixar você descansar essa noite. Posso voltar amanhã pro almoço, que tal?
- Acho perfeito mesmo não querendo que você vá embora. - Fez biquinho.
Marcos riu. Ele gostava daquele lado manhoso do cacheado. Ele se levantou com Ariel ainda em seu colo e foi até a sala, deixando o mais novo no sofá enquanto organizava suas coisas para poder ir para casa. Ele realmente não queria ir embora e o outro não queria que ele fosse embora, mas não poderia forçá-lo e nem apressar demais as coisas. Era ótimo como estava e ficaria melhor ainda com o tempo. Mas seria bom se levasse tempo, por isso não queria pular tantas etapas, já que queria que desse muito certo!
Logo o mais velho já estava pronto, e se despediu uma última vez com um longo beijo. Um beijo de certa forma necessitado, muito mais da parte de Ariel, já que ele queria que o asiático passasse a noite ali com ele. Era quase uma necessidade! O mais novo sentiu um arrepio longo quando Marcos apertou sua cintura, o que o fez gemer. Era aquela mesma sensação da noite anterior, e graças àquilo o mais velho estava o deixando bastante excitado com muita facilidade. Suas mãos desceram pelo tronco do maior, acariciando e arranhando por onde passavam, só parando quando chegaram a barra da bermuda do asiático.
- Ariel... Vai com calma... - Mesmo pedindo o cacheado parecia não lhe escutar. Marcos o segurou pelos ombros o afastando. - Você não está conseguindo se controlar, não é?
- Desculpa... Eu não... Eu não sei porque eu fiz... Fiz isso... - Ariel parecia confuso. Não entendeu porque agiu de forma tão... Sedenta? Necessitada?
- Eu vou dormir aqui, ok? - Ao dizer aquilo, ele deixou o cacheado mais confuso do que já estava.
- Por que mudou de ideia?
- Só quero que você fique bem. - Sorriu pequeno, acariciando gentilmente seu rosto.
O asiático o abraçou, depositando um beijo em sua testa. Ambos sorriram, suspirando suavemente. Marcos não queria deixá-lo e não iria mesmo se precisasse ir. Sabia o que estava acontecendo e por mais que Ariel não acreditasse, era melhor previnir do que remediar...
(...)
Ariel despertou com uma sensação estranha o incomodando. Aquele arrepio que percorria todo o seu corpo e lhe causava pequenos choques de prazer estava de novo presente ali. Ao olhar seu relógio ele viu que já eram pouco mais de três da manhã. Exatamente três e trinta e três. Ele se esforçou, porém não se lembrava de quando havia adormecido, só que depois de tanto tentar acabou não se importando mais.
Estava tão quente...
Ele se lembrava de ter deitado apenas de cueca por conta do calor, contudo era estranho estar tão absurdamente quente ao ponto de que ele suava mesmo com o ar condicionado ligado no máximo. Ele estava agoniado. Seu corpo parecia estar em chamas e aquilo estava lhe causando sensações estranhas. Aquele calor se transformava em excitação. Seu corpo estava quente, ele queria certa atenção que talvez não pudesse ter. Ariel não entendia o porquê daquilo tão de repente, só que não conseguia raciocinar o suficiente para se questionar por muito tempo. Talvez fosse obrigado a se masturbar e quem sabe assim pudesse dormir em paz, não?
- Ari... - A voz do asiático o assustou. Se antes ele não estava totalmente acordado, com certeza depois daquilo ele ficaria.
- Marcos? O que faz aqui? - Perguntou.
- Você me disse pra dormir aqui e eu aceitei, não se lembra? - Respondeu. Ele realmente não se lembrava daquilo. Não se lembrava de quase nada antes de acordar.
- Ah, é verdade? Eu... Bem, eu não me lembro disso... Tô meio confuso... - Sua mente estava tão turva que até pensar era difícil.
Pra melhorar toda aquela situação estranha, seu amiguinho estava bem acordado e aquilo estava tirando sua concentração. Antes ele já estava excitado, mas ao saber que Marcos estava ali consigo tudo piorou ao ponto de que seu pau não parava de pulsar lhe implorando para receber atenção.
- Tem algo de errado? Você parece incomodado. - Chen se aproximou.
- Eu não sei... Tô com muito calor, e... Não sei...
- Quer que eu aumente o ar condicionado? - Chen parecia preocupado.
- Eu... Quero... Transar, eu acho... - Murmurou.
- Ari, por que não disse logo? Eu posso resolver isso pra você. - Sorriu de maneira meio pervertida, o que destoava demais de seus sorrisos usuais.
Marcos então se levantou e deu a volta na cama para chegar no lado de Ariel, o que fez o menor perceber que ele também estava apenas de cueca. Ele realmente não se lembrava de ambos terem dormido juntos, porém não poderia se importar menos. Chen puxou seu edredom, descobrindo totalmente o cacheado. Ele girou o corpo de Ariel, o deixando deitado na horizontal na cama, e em seguida se ajoelhou. Um frio na barriga intenso o fez gemer de frustração. Ele não estava vendo Marcos porque seus olhos estavam fechados porém tinha noção de que o asiático estava olhando fixamente para ele. Sabia o que estava por vir e apenas queria sentir logo a boca de Marcos em seu pau. O cacheado se arrepiou quando sentiu sua cueca ser puxada lentamente.
- Você está ansioso, não? Seu amigo aqui não para de pulsar. - Falou, segurando o pau do cacheado pela base, sentindo o quanto ele pulsava implorando por atenção.
- Eu... Acho que sim...
Era estranho. Ele se sentia estranho. Era estranho o fato de que não conseguia pensar, apenas agir de forma desconexa e seguir o que Marcos lhe dizia. Era como se seus pensamentos não conseguissem se organizar em sua mente e tudo o que restava era aquele maldito calor que o deixava absurdamente excitado. Ele tentava falar, tentava pensar, mas não conseguia. Apenas respondia, só que no fim nem tinha certeza do que estava falando. Ele se sentia tão fraco que se não estivesse deitado não conseguiria se manter de pé. Quando Marcos começou a chupá-lo ele se contorceu. Era tanto prazer que doía, parecia que ele não iria aguentar. Ariel sentia que iria morrer a qualquer momento mas não tinha forças para falar algo. Ele também não queria parar. Doía mas ele não queria parar.
- Você é tão gostoso, Ari. - Ele ouviu Marcos murmurar mas não sabia o que dizer. Ele deveria responder?
O calor estava aumentando. Estava começando a se tornar insuportável e doloroso. Mesmo sentindo prazer ele começou a sentir dor. Sentia seu pau pulsar dentro da boca de Chen e doía mesmo sendo muito bom. Ele não conseguia parar de se contorcer. Seus gemidos saiam sem que pudesse controlar e eram tão altos que todo o prédio poderia ouví-lo, com certeza. Talvez ele quisesse parar porém não tinha certeza. Mesmo lutando para organizar seus pensamentos era tão difícil raciocinar corretamente. Ele sentia que algo estava errado porém não sabia o que. Não conseguia lembrar. Havia algo faltando, uma peça importante para que conseguisse voltar a pensar normalmente, porém ele não conseguia se lembrar o que era.
Ariel sentiu um peso em seu peito. Era sufocante mas ele estava gostando. Não sabia se gostava realmente mas era dolorosamente prazeroso. Talvez fosse demais pra ele aguentar, só que não tinha forças para parar Marcos e muito menos conseguia falar. Ele sentia que estava prestes a gozar...
- Dói... - Murmurou com dificuldade.
- Mas você gosta, não? - Riu.
Marcos se levantou, engatinhando sobre o menor até cobrir o corpo dele completamente com o seu. Ariel abriu seus olhos quando sentiu que finalmente conseguia respirar, se sentindo aliviado ao que o outro parou de chupá-lo, porém seu alívio não durou tanto. Como poderia? Talvez o outro quisesse fazê-lo gozar, então começou a marturbá-lo com força. Força demais. Estava machucando mas era bom e ele não conseguia pedir para parar.
"Ariel... Ariel, acorda!"
- Acordar? - Ele estava confuso. Por que ele deveria acordar?
- Não escute, meu pequeno. Eu tô aqui com você. - Murmurou enquanto beijava seu pescoço de forma até um pouco agressiva.
"ARIEL!"
De novo!
Mesmo Marcos estando bem ali era como se sua voz viesse de muito longe. Ele não compreendia. Sua mente estava lutando para conseguir assimilar aquilo porém era como se ele estivesse em um estado de êxtase ou numa espécie de transe. Não sentia seu corpo, estava fraco e não conseguia pensar direito. Chen lhe chamava e ao mesmo tempo dizia para não ouvir. Era confuso.
- Marcos...
"Ariel, você não pode deixar o incubus te controlar!"
- Incubus?
O incubus! Era isso!
Na mesma hora sua mente finalmente clareou, organizando tudo perfeitamente. Ele lembrava de tudo que Marcos havia lhe dito.
"...Existem várias versões em várias culturas, mas a princípio isso seria uma espécie de demônio sexual masculino. Os femininos se chamam sucubus. Eles vêm durante o seu sono e transam com você nos sonhos..."
"...Eles transam e sugam sua energia vital junto. Geralmente deixam muitas marcas no corpo. Marcas tipo essas..."
O garoto olhou para o homem acima de si, finalmente se dando conta de que nada ali era real, ao menos não fisicamente. Fazia sentido. Ele não era o Marcos. Nem de longe! Tudo não passava de um sonho. Ele tentou empurrar o asiático (ou o que quer que aquilo fosse) porém estava fraco. Normalmente ele já era mais pesado e mais forte, naquelas circunstâncias então seria praticamente impossível lutar contra. Chen notou o que Ariel estava tentando fazer e pareceu ficar irritado. Ele parecia estar furioso.
- Eu te disse pra não ouvir ele! - Grunhiu irritado. Sua expressão fez Ariel sentir um pouco de medo mesmo sabendo que não passava de um sonho.
- Sai de cima de mim. - Ordenou, porém o outro apenar gargalhou. Sua risada não era nem de longe como a de Marcos. Parecia má. Ele era maligno.
- Você acha que pode dar ordens, Ari? Sou eu quem dou as ordens aqui! - Sua voz ecoava de maneira estranha, como se estivesse dentro da cabeça do cacheado e aquilo de certa forma o machucava.
Marcos deslizou suas mãos pelo corpo de Ariel só parando quando seus dedos estavam rodeando sua entrada. Ele introduziu seus dois dedos de uma vez, o que fez o menor gemer alto, porém de dor. Ele tentou muito empurrar Chen, contudo foi em vão. Ele não era forte o suficiente. Não conseguia resistir ainda mais quando o outro segurou em seu pescoço e apertou com força, muita força. Estava o sufocando demais, ele não conseguia mais respirar.
- Você não vai fugir de mim, Ariel. Não vai! - Sua voz soou grossa de uma forma quase animalesca.
(...)
O garoto abriu os olhos desesperado, puxando o ar com força. Ariel praticamente pulou ao se sentar na cama, se debatendo para tentar se livrar do que quer que fosse aquilo que o estava estrangulando. Marcos o segurou para que não acabasse machucando a si mesmo, o chamando diversas vezes para tentar fazê-lo notar que já estava acordado e que finalmente estava bem.
- Hey, Ari, calma! Tá tudo bem! - Disse.
Sua respiração estava pesada porque finalmente conseguia respirar livremente. Aos poucos ele notou que já não estava mais preso e que apenas era segurado por Marcos de forma que não o machucava. Ele olhou nos olhos do asiático e se deparou com um olhar preocupado, só então se dando conta de que aquele era o seu Marcos. O verdadeiro Marcos! Ariel o abraçou com força, chorando compulsivamente por estar ali com ele e não com a sua versão maligna do sonho que o machucou e quase o matou. Diferente da outra vez, ele se lembrava de tudo, incluindo da sensação de dor e medo que sentiu. Era tão intensa que ele não tinha como explicar, e aquilo o assustou demais. Seu choro era por conta disso. Estava com medo!
Chen apenas ficou em silêncio e deixou que o cacheado chorasse. Mesmo em silêncio ele fez de tudo para confortá-lo e ficaria ali pelo tempo que fosse necessário. Ele estava confuso. Muito. Contudo, mesmo estando confuso, aquilo não queria dizer que ele não estava pensando no que faria a seguir. Tinha noção do que estava acontecendo e iria acabar com aquilo de uma vez por todas!
- Amanhã nós vamos cuidar disso, Ari. Pode ficar tranquilo. Eu tô aqui e eu vou cuidar de você. Eu vou cuidar de você! - Garantiu. Ele não esperava que Ariel fosse o responder mas esperava que ele soubesse que estava seguro.
Ele estava seguro!