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Chapter 6 - 06 - Me desculpa...

Oi, gente!!!

Bom, voltei com mais um capítulo de INCUBUS. Eu terminei esse agora, e para ser sincero não ficou bem como eu esperava. Deixo de aviso que esse capítulo tem tópicos sensíveis relacionados a ab*, e mesmo eu não tendo tido estrutura pra escrever algo pesado, pode ser gatilho de alguma forma. Então deixo avisado!

Bom, espero que gostem, perdoem os erros e até o próximo!

Kisses!

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Narrador's P.O.V.

Marcos segurou na mão de Ariel de maneira afobada, puxando o mais novo com certa presa de volta para o quarto. O cacheado conseguia sentir a mão do outro tremer contra a sua. Seu desespero era quase palpável. Ele praticamente arrastou o mais novo, trancando a porta assim que ambos entraram no cômodo. Sua respiração estava tão descompassada que o som preenchia o quarto, tornando tudo absurdamente inquietante. Seu batimentos estavam disparados. Ele estava ofegante. Marcos sentia que seu coração iria sair pela boca tamanho pavor que sentia. Ele suava frio. Sua mente estava inquieta, e seus pensamentos eram tão confusos e intensos que ele começou a sentir seu estômago revirar. Ele estava com medo, muito medo.

- Marcos, tenta se acalmar... - Ariel pediu, porém era como se ele não o ouvisse.

- O livro? Cadê o livro? - Questionou enquanto andava de um lado para o outro procurando o pequeno livrete que Eico havia lhes dado. - Ariel, cadê o livro?!

- Eu acho... Eu acho que ele ficou na sala... - O mais novo falou, e na mesma hora Marcos parou de andar e o olhou, o que o fez engolir a seco. Era nítido que o asiático estava beirando um surto.

- Ari... - Uma voz foi ouvida vindo do outro lado da porta, os assustando. Soava exatamente como a voz de Marcos.

- CALA A BOCA! - Chen gritou.

O fato era que Marcos sentia tanto pavor que simplesmente não conseguia mais se controlar. Um medo irracional o consumia de tal maneira que cada uma de suas moléculas implorava por socorro, fazendo seu corpo agir quase que por conta própria. O asiático se sentou na cama e escondeu seu rosto por entre suas pernas, segurando as lágrimas que insistiam em brotar de seus olhos. As imagens de Barzan em seu último encontro ressoavam como flashes, inundando sua mente com tudo que o garoto mais queria esquecer. O que o demônio o fez sentir tinha sido tão intenso que a ideia de ter que passar por aquilo mais uma vez estava o deixando fora de controle...

Ariel por sua vez não entendia o que estava acontecendo com ele, porém não havia tempo para questionamentos. Ele também estava com medo. Ele também sentia a presença do demônio quase como se estivesse ali ao seu lado. Ele observou o mais velho por alguns instantes e sentiu seu coração se apertar. O cacheado se sentou ao seu lado, o abraçando na tentativa quase inútil de acalmá-lo. Marcos tremia descontroladamente como se estivesse morrendo de frio. Na verdade seu corpo inteiro estava frio como gelo, o que chocou ao mais novo já que mesmo que sua temperatura estivesse tão baixa, ele suava como se estivesse queimando em febre.

- Ari... - Ao ouvir aquela voz mais uma vez, Marcos guinchou, levando suas mãos aos ouvidos.

- Marcos, olha pra mim. Olha pra mim! - Ariel o balançou, finalmente ganhando a atenção do mais velho. - Ele quer assustar a gente. É isso que a Eico falou que ele faz, não é? Não é, Marcos?!

- Sim... - Sussurrou.

- Então você precisa ficar calmo! - Frisou, beijando sua testa.

- Eu vou tentar... Por você... - Mesmo sendo difícil, ele arriscou um pequeno sorriso. Sabia que Ariel tinha razão e tinha que ouvi-lo.

- Ótimo. - Sorriu pequeno. - Você lembra alguma oração que possa afastar ele?

- Eu... Eu sei uma mas não... Eu não consigo me lembrar. - Suspirou. Marcos passou a mão por seu rosto, completamente frustrado. Ele estava tão assustado que não se lembrava, por mais que tentasse.

- Ariel... Cadê você? - A voz chegou a porta, fazendo ambos os garotos se assustarem.

O sussurro parecia vir literalmente do outro lado da porta. Novamente a voz sussurrou o nome do cacheado, chamando outra e outra vez, e a cada vez aumentando o tom até se tornar um grito tão algo e grostesco que lhes causava dor. O demônio começou a esmurrar a porta, chamando por Ariel incessantemente. Marcos instintivamente puxou o mais novo e, mesmo estando completamente dominado pelo medo, o pôs atrás de si na intenção de protegê-lo. Sabia que precisava protegê-lo, e talvez estivesse disposto a dar sua vida pra isso! Aquela situação era simplesmente aterradora. A criatura forçava a porta, girando a maçaneta enquanto batia e berrava. Parecia simplesmente um pesadelo!

Contudo, assim como tudo havia começado, simplesmente parou. O silêncio dominou todo o ambiente, porém era um silêncio tão sufocante que ambos conseguiam ouvir seus próprios batimentos. Uma calmaria tomou conta de tudo, porém aquilo não amenizava seu desespero, nem de longe! Os garotos decidiram esperar, e ficaram da exata mesma maneira durante um longo tempo. Não sabiam como reagir e muito menos o que fazer, então só lhes restava esperar. Os minutos passavam rápido, porém eles sentiam como se cada um deles durasse uma eternidade...

Marcos por fim se levantou e lentamente caminhou até a porta. Ele sabia que precisavam sair dali. Não havia nada que pudessem fazer para se defender dos ataques do demônio, e exatamente por esta razão ele não poderia simplesmente ficar parado. Precisava tirar Ariel dali. Precisava proteger o mais novo. Ele respirou fundo algumas vezes e levou sua mão até a maçaneta, girando o objeto de maneira hesitante. Ele respirou mais uma vez e por fim abriu a porta. Não havia nada. A luz do banheiro iluminava vagorosamente o corredor e a sala, lhe dando a visão de que não tinha nada e nem ninguém ali. Marcos respirou fundo mais uma vez, se preparando psicologicamente para o que estava prestes a fazer.

O asiático deu um passo a frente, porém estagnou quando sentiu alguém tocá-lo. Ele só conseguiu se acalmar quando notou que era Ariel quem o tocava. O mais novo segurou em seu braço, se mantendo sempre um pouco atrás dele. Era ensurdecedora a maneira como simplesmente parecia não haver mais som algum. Simplesmente nenhum ruído sequer. Aquilo os incomodava de tal forma... Se tornava surreal pelo modo como tudo ao seu redor emanava um ar completamente ameaçador. A escuridão, por mais que fosse parcial, gritava silenciosamente que eles estavam em perigo pois... Pois com certeza havia algo escondido nela...

Chen por fim decidiu se arriscar. Ele começou a caminhar lentamente em direção à sala, sendo sinalizado pelo mais novo onde ele teria deixado o livrete com as orações que poderiam afastar o incubus. Passo a passo o casal seguiu através do escuro corredor, por fim chegando a sala que era iluminada apenas pela luz do banheiro. Marcos se esforçou para enxergar com a baixa luminosidade, deixando Ariel parado em um ponto enquanto se esgueirava até o interruptor na esperança de conseguir iluminar o cômodo. Quando por fim achou a pequena alavanca, o garoto clicou, porém para sua surpresa a luz não se acendeu. Pelo contrário. A luz que vinha do banheiro, literalmente a única iluminação que ainda lhes dava certo reconforto, começou a enfraquecer a ponto de quase se apagar. Ele clicou no interruptor por diversas vezes e nada. A luz não acendia.

Marcos ouviu Ariel chiar baixinho, se virando rapidamente para ver se estava tudo bem com o mais novo, porém sentiu seu coração parar quando viu que o demônio estava ali. Barzan estava de pé atrás do cacheado, segurando em seu pescoço com suas longas garras pressionando ameaçadoramente contra a pele dele. O demônio encarava Marcos de maneira sombria, sorrindo de orelha a orelha como em seu último encontro. Chen estremeceu por completo. Mais uma vez sentia o medo o consumindo. O incubus sorriu ainda mais largo, um sorriso tenebroso, e exibiu sua enorme língua. Ele lambeu o rosto de Ariel, fazendo o garoto gemer por conta do toque frio, mas, para além disso, por conta do prazer inexplicável que aquilo lhe causava. Era como se independente do pavor e do nojo que sentissem, todo e qualquer toque de Barzan lhes proporcionasse um profundo prazer físico.

- Finalmente... - A coisa murmurou, aumentando seu aperto contra o pescoço de Ariel, o que estava começando a lhe sufocar.

- S-Solta... Solta ele... - Sussurrou.

- Eu já te disse. Ele é meu! - Grunhiu com a mesma voz aterradora de antes, fazendo uma expressão de puro ódio, porém logo ele voltou a sorrir. - Você tem algo que eu quero...

Simplesmente ao ouvir aquela frase de Barzan, Marcos sentiu sua consciência se esvair. O asiático entrou em uma espécie de transe, ficando completamente estático. Ariel viu quando o olhar do mais velho se tornou distante, literalmente como se ele não estivesse mais ali. Ele não sabia o que fazer. Não sabia como se livrar daquela situação, e muito menos se poderia de alguma forma se livrar daquilo, porém para a sua surpresa o demônio simplesmente o soltou. Ele imediatamente correu até Marcos, o balançando e chamando por ele, porém não obtinha nenhuma resposta do maior.

- Ele não vai te responder. - O demônio murmurou.

- O que você fez com ele?

- Ele é parte de mim agora. E nós queremos ter você, Ari... - Riu. Era quase como se fossem diversas pessoas rindo ao mesmo tempo, se tornando ainda mais apavorante.

- Ari... - Marcos murmurou o apelido de Ariel junto do demônio, como se de alguma forma ambos estivessem conectados.

Para a surpresa do cacheado, Chen o segurou pela cintura, colando seus corpos. O garoto ainda mantinha o mesmo olhar vazio e distante, porém ainda assim começou a tocá-lo de forma calma, só que muito firme. Marcos segurou no rosto de Ariel e o beijou. Por mais que não quisesse retribuir, o mais novo se deixou se beijado. Na verdade ele tentou lutar, tentou empurrar Marcos para longe porque não era o momento para aquilo e ele não queria, contudo ele não conseguia se livrar dos toques e do beijo do maior. Além do asiático ser mais forte, havia algo nele que o impedia de rejeitá-lo. Depois de alguns instantes Ariel simplesmente desistiu de lutar e se entregou ao beijo. Chen o segurou pela nuca e cintura, literalmente prendendo o menor em suas mãos. Seus lábios se moviam da mesma forma suave que ele tanto gostava e se encaixavam da mesma maneira pela qual ele havia criado apreço, porém não era igual. Não parecia estar certo. Mesmo que fosse Marcos ali, o verdadeiro Marcos, Ariel não sentia que era ele.

- Ele tem algo que eu quero... Você. - Mesmo não conseguindo prestar tanta atenção, o mais novo podia ouvir claramente a voz de Barzan vindo de trás de si.

Seu coração disparou quando sentiu mãos o tocarem. Sabia que não eram do asiático, até porque ele já o segurava com rigidez, então aquelas mãos só poderiam ser do incubus. Seu corpo se arrepiou por inteiro. Ariel sentiu o mesmo toque úmido de antes, o que lhe fez gemer numa mistura de desgosto, reprovação e puro deleite. Por mais que não quisesse, por mais que soubesse o que aquilo era, ainda assim seu corpo insistia em gostar. Ele gostava daquilo e sequer sabia o porquê.

Marcos lentamente segurou a mão do menor e a levou até seu membro, fazendo Ariel apalpá-lo. Por mais que estivesse consciente de tudo que estava acontecendo, era como se sua mente e seu corpo estivessem desconectados e, por conta disso, ele apenas agia de acordo com seus desejos físicos. Eram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que na verdade estava se tornando difícil de pensar com clareza. Era como se lentamente ele estivesse sendo consumido por um prazer sobrenatural que o controlava por inteiro, mesmo que já estivesse começando a ficar enojado com toda a situação.

- Marcos... P-Para, p-por... Favor... - Ele tentou pedir, mas não funcionava. Marcos não o ouvia.

- Nós vamos fazer você sentir prazer de uma forma que você nunca sonhou, Ari... - Chen murmurou enquanto beijava seu pescoço.

- Não... Por favor, você... V-Você precisa... Parar...

Sem que percebesse, Ariel começou a chorar. No fundo ele estava desesperado, amedrontado e completamente confuso. A maneira como Marcos estava agindo lhe deixava angustiado. Ele estava com muito medo. Queria fugir, queria gritar, queria que aquilo acabasse. Ele sabia no que tudo aquilo resultaria, e aquele pensamento lhe causava muita dor. Sabia que não era culpa do asiático, mas lhe doía. Doía ainda mais quando se dava conta de que não tinha forças o suficiente para sair daquilo. Na verdade talvez ele não quisesse sair...

- Você é meu, Ari... - O demônio sussurrou em seu ouvido.

Inevitavelmente ele acabou ficando excitado. O cacheado arfou quando Marcos abaixou seu short e segurou em seu membro, o pressionando com certa força antes de começar a masturbá-lo rapidamente. Por mais que tentasse conter seu gemidos, ele não conseguia. Ariel não conseguia mais controlar seu próprio corpo. Ele gemia feito louco contra a boca de Marcos, já que o asiático não parava de beijá-lo um segundo sequer. Ainda sentia o demônio tocando seu corpo. Ele se sentia tão exposto. Se sentia enjoado. Suas lágrimas corriam, molhando o rosto do mais velho enquanto se beijavam. Quanto mais próximo de chegar ao orgasmo, mais fraco Ariel se sentia. Ele literalmente podia sentir sua força sumindo lentamente. Era como se ele estivesse sendo sugado. Ele estava cansado. Não aguentava mais. Ele apenas queria que aquilo acabasse logo porque simplesmente não aguentava mais...

Até que, por fim, o garoto chegou ao seu ápice, gozando contra a barriga de Marcos. Os espamos que tinha por conta do orgasmo eram mais intensos que o comum. Seu corpo se arrepiou por inteiro quando uma onda de prazer o consumiu, vindo da ponta de seus pés até o topo de sua cabeça, o deixando desnorteado. Ele estava fraco. Ariel cambaleou, sentia que iria cair porém foi segurado eu seus braços por Marcos. Ele estava ofegante e um pouco tonto, então se apoiou contra o maior sem se importar. Finalmente havia acabado. Ele respirava aliviado, tentando ao máximo se recompor, mas era difícil.

- Me... M-Me desculpa...

Quando ouviu o outro sussurrar aquelas palavras, o cacheado levantou seu olhar e viu que Marcos chorava. Ele estava chorando copiosamente. O mais velho o soltou e foi até o interruptor mais uma vez, clicando na pequena alavanca, e daquela vez a luz se acendeu de primeira. Foi só então que Ariel se deu conta de que tudo havia passado. Aquele medo descomunal havia sumido. Ele conseguia se controlar e controlar seu corpo. E, para além disso: o incubus havia sumido. O cacheado ajeitou seu short da melhor maneira que pôde e se sentou no sofá, respirando fundo algumas vezes enquanto tentava controlar suas próprias lágrimas. Estava se sentindo esgotado. Estava tão fraco que sequer conseguia se mexer...

Sem perceber, Ariel acabou adormecendo, mesmo que apenas por alguns instantes. Só se deu conta de que havia dormido quando abriu os olhos. Estava no mesmo lugar do sofá, na exata mesma posição que se lembrava de ter sentado. Sua mente estava confusa, porém logo se lembrou do que havia acontecido momentos antes. Ele se levantou, sentia suas pernas bambas, porém se forçou a andar, indo direto para o quarto. Quando chegou ao cômodo encontrou Marcos sentado em sua cama, com ambas as mãos em seu rosto. Ariel suspirou aliviado por vê-lo ali, se sentando ao seu lado.

- Você não tem culpa. - Foi a primeira coisa que disse depois de alguns segundos em silêncio, porém não obteve resposta. - Marcos, eu estou be...

- Eu vi tudo, Ariel. Eu vi tudo, mas era como se eu não estivesse lá. Era como se eu estivesse apenas assistindo sem poder fazer nada. Eu vi o seu... Seu rosto, e você... - Marcos voltou a chorar.

- Marcos, isso não foi sua culpa. - Ele falou, afagando as costas do mais velho.

- Mas fui eu que fiz isso. Eu vi seu rosto de nojo. Você queria me afastar e eu te forcei. Eu vi o rosto daquele demônio nojento encarando a gente. Eu vi ele te tocando, e invés de te ajudar, de te afastar dele... Invés de te proteger daquela coisa, eu praticamente te estup...

- Para. Não fala isso. - Mandou. Ariel respirou fundo algumas vezes, passando a mão por seu rosto. Ele estava frustrado, estava cansado, estava confuso... Eram tantos sentimentos ruins que nem sabia por onde começar...

- Eu vou embora. - Marcos disse já se levantando, porém foi segurado pelo mais novo.

- O quê? Por quê? - Questionou.

- Eu não vou aguentar ficar aqui com você depois do que eu fiz, Ari...

- Eu não quero que você vá embora. Não quero ficar sozinho. Por favor, Marcos... - Seu olhar de súplica partiu o coração de Chen.

- Me desculpa por ter feito isso. Eu sinto muito.

- Mas, amor, ele estava controlando você. Ele estava me controlando também. Porra, Marcos, eu gostei daquilo! Você acha que se não fosse culpa do demônio, nós teríamos gostado? Você acha mesmo que me faria mal?! - Por mais que não quisesse, suas lágrimas voltaram.

Ambos permaneceram em completo silêncio  por alguns instantes. Ariel encarava o asiático, este que por sua vez evitava qualquer contato visual com o mais novo. Ele simplesmente não conseguia olhá-lo nos olhos. Marcos puxou a mão de Ariel que segurava seu braço, a tirando de si. Ele foi até a mesa de cabeceira e pegou suas chaves, carteira e celular, seguindo para fora do quarto e saindo do apartamento do cacheado em completo silêncio. Quando ouvir a porta se fechar, Ariel chorou. Ele apenas se permitiu chorar. Precisava por para fora tudo que estava sentindo.

Ele chorou até acabar caindo no sono...