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Chapter 19 - Avatar

~ ZEV ~

O Avatar se contorcia como um jacaré tentando derrubá-lo. Um dos cotovelos de Zev estalou no cimento. Ele sibilou uma maldição e lutou até quase virar o Avatar de costas.

Avatares eram oponentes difíceis porque não sentiam dor. Eles não sentiam nada. Eles trabalhavam sem mente, mas inteligentemente sob ordens e, ocasionalmente, controle direto de um controlador. 

Aquele momento em que o rosto da coisa ficou mole foi o momento em que um controlador assumiu o controle. A questão era, qual deles e por quê? Se isso fosse um exercício de treinamento, eles não queriam que a coisa fosse danificada. 

Mas se fosse uma caçada... Por que estavam enviando uma caçada atrás de Sasha?

"Eu vou acabar com isso," ele rosnou para quem quer que estivesse olhando pelos olhos da coisa. Ninguém respondeu, então ele enganchou as pernas deles e se inclinou rapidamente para cima, rápido como um chicote, para envolver a cabeça da coisa com seu braço inferior e prendê-la no asfalto. "Se quiser que ele sobreviva, pare de lutar."

Eles lutaram por mais um momento, mas Zev tinha a vantagem e conseguiu imobilizá-lo, suas pernas imobilizadas. Foram apenas segundos antes de ele ter a cabeça da coisa presa e suas mãos posicionadas corretamente. 

Eles continuaram a lutar, até que a coisa parou de respirar — porque eles podiam fazer isso. A tecnologia dentro dela continuaria a fazer seu coração biologicamente engenhado bater até que não houvesse mais recursos dentro dela para alimentar seu corpo, momento em que começaria a apodrecer em pé. Mas se tivesse alguma força, ainda a usaria.

Avatares não podiam ser mortos. Só podiam ser quebrados. Ou destruídos.

Engenheirados ao custo de dezenas de milhões cada um, o controlador responsável por permitir a destruição de um Avatar teria o inferno a pagar.

"Você quer mantê-lo?" Zev rosnou, sabendo que o controlador podia ouvi-lo.

O rosto do Avatar estava vermelho e cheio de veias, seu corpo orgânico reagindo naturalmente à pressão, seus instintos de autopreservação sendo ativados. Mas havia um sorriso doentio no rosto da coisa e a voz que saiu de sua boca era casual de uma maneira não humana.

"Zev, solta ele."

"Mais um centímetro e eu quebro a espinha dele," ele rosnou no ouvido da coisa. "Depois você pode usar os olhos dele para me ver sair."

A coisa parou de lutar. Não relaxou, mas parou de tentar feri-lo. 

Zev não estava enganado. Ele já tinha lutado contra Avatares antes. 

Astutos e impiedosos — afinal, eles não tinham emoções, nem empatia — eles permitiriam ser dominados, feridos, até mesmo mutilados se pensassem que isso lhes daria uma abertura para alcançar a vitória. 

Zev não relaxou a pegada — na verdade, ele apertou ainda mais. Meio centímetro a mais e ele quebraria o pescoço da coisa. Ele não sentiria, mas também não seria capaz de se mover. 

"Você já está em apuros, Zev. Você não quer criar esse tipo de problema." A boca do Avatar se movia para formar as palavras, mas eram os pensamentos do controlador. 

Zev rosnou. "Assista eu fazer isso."

"Você não quer criar esse tipo de problema para ela," disse a coisa.

Zev teria arrepiado, mas não podia se dar ao luxo do risco que a coisa tentasse virá-lo. Ele apertou a pegada na cabeça dela e encarou os olhos vazios para garantir que quem quer que estivesse do outro lado o visse. "Você encostar um fio de cabelo na cabeça dela e você não só perde essa merda, mas também me perde."

"Sensível, sensível," ele disse com a mandíbula trancada, mas o tom de voz era agradável. O Avatar deu um sorriso torto porque seu rosto estava preso entre as mãos de Zev.

De repente, o clique inconfundível de uma arma sendo engatilhada ecoou pela garagem vazia e ambos congelaram. 

Zev olhou para cima e viu Sasha, parada na cabeça da coisa, um revolver pequeno sendo segurado de maneira notavelmente estável, apontado direto para o crânio dele. "Solta ele," ela disse. Sua voz estava fria e trêmula. Zev foi inundado por uma onda de emoções conflitantes — orgulho e admiração em conflito com terror e um toque de diversão.

Ela era linda e ousada, e ela não fazia ideia do quão profundas eram as águas que ela acabara de entrar.

"Sasha," ele rosnou. "Volta pro carro."

"Não até ele te soltar," ela disse, encarando o Avatar, a mandíbula determinada, apesar de ela começar a tremer. 

"Ela é bonita," disse o controlador através do Avatar, embora Sasha não soubesse. Seu lábio superior se encolheu mostrando os dentes e ela rosnou, "Solta ele e para de olhar pra mim, ou eu atiro em você."

"Atrevida também," ele disse, mas o Avatar moveu o olhar dela de volta para Zev e o sorriso ficou ainda mais doentio. "Aproveite enquanto pode. Você sabe que o Nick vai pegá-la assim que possível. Ela é exatamente o tipo dele."

Um rosnado, profundo e feroz, retumbou na garganta de Zev e ele sacudiu a cabeça da coisa, quebrando o pescoço dela audivelmente, como um galho de árvore.

Sasha ofegou e recuou para trás, para longe deles.

O Avatar relaxou, seus membros perdendo todo o controle. Mas ainda estava sorrindo. "Malcriado, malcriado, Zev. O Papai vai ficar puto."

"Como ele está... o quê—" A voz de Sasha estava alta e chocada. Tudo isso ia atingi-la e seria demais. Ele tinha que tirá-la dali. 

Zev não perdeu tempo explicando, apenas pulou e a agarrou, correndo ao redor do carro para colocá-la no banco do passageiro, olhando em todas as direções até ela estar dentro e com o cinto, então ele deslizou sobre o capô do carro para o lado onde o Avatar jazia no chão, e entrou.

Justo quando ele bateu a porta e girou a chave, ele ouviu o som da coisa rindo. 

"Espero que ela valha a pena! Ela não é TÃO bonita—"

Ele pisou fundo e acelerou o carro para sair dali.