Bruno emergiu da escuridão da escadaria e encontrou-se diante de uma porta que se abria para um corredor estreito e mal iluminado. O cheiro de mofo e abandono permeava o ar, enquanto o som distante de goteiras ecoava pelas paredes descascadas. Com cautela, ele avançou pelo corredor, observando atentamente as portas fechadas que se alinhavam em ambos os lados.
À medida que ele se aventurava mais fundo no corredor, uma sensação de inquietude o envolvia, como se estivesse sendo observado por olhos invisíveis nas sombras. Seu coração batia forte em seu peito, e cada passo parecia ecoar como um tambor na quietude do ambiente. Ele se perguntava o que poderia estar escondido por trás daquelas portas fechadas, quais segredos sombrios e silenciosos aguardavam sua descoberta.
Os apartamentos ao longo do corredor pareciam todos iguais à primeira vista: portas de madeira desgastada, janelas empoeiradas e fechadas com tábuas, como se estivessem há muito tempo abandonadas à sua sorte. No entanto, algo nos detalhes chamou a atenção de Bruno. Fragmentos de papel rasgado estavam espalhados pelo chão, como se alguém tivesse tentado desesperadamente deixar uma mensagem para trás.
Bruno se ajoelhou para examinar os pedaços de papel, seus dedos tremendo ligeiramente de nervosismo. Ele juntou os fragmentos e tentou recompor a mensagem, mas as palavras estavam borradas e ilegíveis, como se o tempo e a negligência tivessem apagado sua mensagem original.
Enquanto ele se levantava, um som distante chamou sua atenção. Era um murmúrio indistinto, quase imperceptível, vindo de algum lugar mais adiante no corredor. Instintivamente, Bruno se aproximou, seguindo o som até uma porta entreaberta no final do corredor.
Com o coração acelerado, ele empurrou a porta devagar, revelando uma sala escura e empoeirada além. O murmúrio parecia mais alto agora, mais definido, ecoando pelas paredes como um eco distante de vozes sussurrantes. Com um passo hesitante, Bruno entrou na sala, seus olhos se ajustando à escuridão enquanto tentava discernir a fonte do som.
O que ele viu o deixou sem fôlego. No centro da sala, um grupo de pessoas estava reunido em torno de uma mesa, suas cabeças inclinadas em concentração enquanto sussurravam palavras incompreensíveis entre si. Seus rostos estavam ocultos nas sombras, mas Bruno podia sentir a intensidade de sua presença, como se estivessem envolvidos em algum tipo de ritual misterioso.
Uma onda de pânico varreu Bruno quando ele percebeu que não estava sozinho na sala. Algo mais estava ali, algo que não podia ser visto nem tocado, mas que podia ser sentido como uma presença sinistra no ar. Com um grito de terror, ele recuou, batendo a porta atrás de si e correndo de volta pelo corredor, seu coração batendo descontroladamente em seu peito enquanto ele lutava para escapar do que quer que fosse que habitasse aquele lugar sombrio.