Quando se é adolescente se vive com mais intensidade, tanto no amor quanto no ódio. Jonas não conseguia ficar com raiva da irmã e decidiu se aproximar novamente dela. Os dois voltaram a ser amigos. Desde pequenos eles haviam sido muito próximos, apesar da maneira como seus pais os tratavam, privilegiando sempre o menino.
Era uma tarde de sexta-feira, a escola estava quase vazia, praticamente ninguém assistia a sexta aula. Rosa como sempre, fugia antes que a aula terminasse para sair da escola. Estava na 3ª série do ensino médio, mas o vestibular não era sua prioridade.
Muita coisa acontecia na escola, e ninguém se importava muito com a fuga da moça. Algo já tramado há dias estava prestes a acontecer, todos pareciam ignorar que estavam em um ambiente educativo.
Com o fim do expediente, o banheiro feminino estava vazio, e com certeza o que eles haviam planejado iria dar certo.
Jonas voltou do ginásio onde jogava futebol com os amigos, caminhando pelo corredor para ver se não vinha ninguém. A escola estava praticamente deserta.
Larissa já estava no banheiro a esperá-lo, imaginando o corpo atlético de Jonas despido, ela estava louca para ver cada parte do corpo dele diante dela, como uma obra de arte.
Ele entrou no banheiro feminino e deu de cara com sua namorada. Tinha dado certo, finalmente eles iriam dar um passo a mais no namoro.
Jonas morria de vergonha de dizer que ainda era virgem e ela se enchia de orgulho de dizer para ele que aquela era sua primeira vez. Beijaram-se ofegantes. Ela deixou cair no chão a sua blusa e sua calça, fazendo aparecer diante dele um corpo feminino nu. E esperou em seu desejo vê-lo despido. Não foi como ela pensou. Com brutalidade ele arrancou dela sua virgindade, sem que se quer ela visse como aconteceu. Foi como um assalto, num instante ela era pura e no outro instante estava sozinha e invadida em seu corpo e em sua alma.
O prazer que pensou sentir com Jonas se converteu em dor. Não tinha sido a melhor experiência de sua vida, aliás, era sua primeira experiência e ela tinha certeza que seria de toda a sua vida, a pior. Desejou que alguém os encontrassem e interrompesse aquele momento humilhante e sofrível. Ele a segurava como quem segura um animal para marcar com ferro quente. E de fato, deixou sua marca de brutalidade naquele corpo inocente.
Satisfeito em seu prazer ele foi embora, deixando-a manchada com a dor, a vergonha e a virgindade recém perdida. Sentada no vaso sanitário, ela chorou sem entender o que acabara de acontecer ali. O menino que havia lhe arrancado a inocência não parecia o mesmo que lhe dava amor e carinho. Ela sentia-se invadida, usurpada e abandonada sem nenhuma consideração.
Ele, por outro lado, sentia-se homem, seja lá o que homem significava para ele. Sentia-se poderoso, com sensação de que podia tudo. Sua alma havia se completado no momento em que rompeu o véu da inocência daquela menina. Não era mais virgem e sentia-se feliz por isso. Desejou mais sexo, não com sua namorada, mas outras meninas, queria explorar outros corpos.
Nesse mesmo dia, Jonas decidiu que já estava pronto para começar a beber e desceu a pé pela rua da escola para comprar uma cerveja. Parou em um bar e lá ficou tomando aquele liquido amargo, mas tinha que beber, afinal era homem.
Deu o segundo gole, quando viu Rosa entrando na igreja, decidiu ir ver o que a irmã estava fazendo num lugar daqueles. Nunca ninguém de sua família tinha sido religioso e, por isso, estranhou o interesse da irmã pelo divino.
Já em frente à igreja, bebeu o último gole da latinha e tentou entrar. Estranhou a porta fechada. Forçou a porta e sem sucesso decidiu dar a volta em torno da igreja. Na lateral direita do prédio, empurrou uma janela e percebeu que estava apenas encostada, pois a janela se abriu. Ele entrou. Caminhou devagarinho para não fazer barulho, seguindo uma conversa em sussurro.
A porta estava entreaberta e ele viu que os sussurros que ele seguia era de Rosa e Dornelles, os dois já estavam nus. Jonas sem nenhum pudor observou a irmã fazer tudo o que ele só via em seus vídeos na internet. Em alguns momentos sentiu vontade de arrancar dos braços daquele homem a sua irmã inocente. Mas não podia ser visto.
Ficou ali observando o tempo que durou o desejo dos dois. O suor molhava aqueles dois corpos contrastantes, um liso e jovem o outro peludo e maduro. Mas ela não se importava com os corpos, a única coisa que parecia importar para aquela menina era ter seu poder exercido sobre seu súdito. Naquele momento, ela tinha poder, era desejada e comandava toda a ação.
Jonas saiu da mesma forma que entrou, sem ser notado. Havia perdido a virgindade naquele dia, mas a cena que iria ficar em sua cabeça era a sua irmã com o pastor dentro da igreja a cometer pecados.
Voltou para o bar, e bebeu outra cerveja, e outra... chegou a noite, em casa, bêbado. E ao contrário do que pensou, seus país nada disseram. Então ele foi dormir vendo o mundo girar com a imagem de sua irmã e sua namorada nuas em cenas de sexo.
Mesmo que tivesse gostado do que havia visto, não conseguia deixar de pensar que havia sido traído por Rosa. Eram irmãos e ela não havia lhe contado nada sobre aquele homem que ele viu observá-la tomar banho. Ela sequer contou a ele da nota de 100 reais. E agora ele descobria que ela estava com ele, naquela situação.
Sonhou com a irmã cobrando de Dornelles pelo sexo, era como se sua mente associasse a situação daquele fim de tarde na igreja com a situação dos 100 reais pouco, que ela havia recebido de gorjeta do pastor.
Acordou no meio da noite com dores de cabeça. Não entendia aquela dor, se era por conta das emoções da sexta-feira, ou se era por conta da cerveja. Foi a cozinha beber um copo de água, Rosa e seus pais ainda atendiam no bar e muita gente ainda comia e bebia.
Ele não deixou de observar no final do bar uma mulher parada sozinha, esperando por alguém que podia ser qualquer um. Ele voltou ao quarto abriu a gaveta e tirou uma foto de lá. Era ela, um pouco mais velha.
Voltou ao bar e agora percebeu a tensão entre seus pais. Rosa foi até a mulher e a abraçou, levando-a até a uma mesa. Ele olhou para a foto e para mulher, estava mais velha que o dia em que havia congelado sua beleza naquela fotografia, mas continuava linda. Um prato de comida foi servido a mulher e Julia a cada minuto ficava mais nervosa. E enquanto a mulher comia, Rosa lhe fazia companhia.
- Ela só veio ver a filha – Jonas ouviu Guto dizer a sua mãe. E como não se importava com o drama vivido por eles, ou talvez porque a dor de cabeça lhe tomava toda a paciência, voltou ao seu quarto e tentou dormir novamente. Sem sucesso, pegou o celular e decidiu falar com sua namorada, a fim de acalmar seus pensamentos. Mas parecia que ela já estava dormindo.
Olhou a fotografia que estava ao lado de seu travesseiro. Como aquela mulher era linda? Parecia com Rosa, com exceção do cabelo que era loiro. Sozinho naquele momento ele se lembrou de quando criança prometia a Rosa que iria encontrar sua mãe. Mas não foi preciso ele buscá-la, Raimunda estava ali, na sua casa, e mãe e filha finalmente estavam juntas.