Em algum lugar não tão distante, em um escritório sombrio, onde a única fonte de luz era um feixe que caía sobre a mesa de madeira, decorada com um jogo de xadrez, estão reunidos dois indivíduos: Ludovicus e uma moça jovem e esplendorosa, com pele clara, olhos rubros e cabelos brancos.
"A hora está se aproximando, Eva", disse Ludovicus.
"Sim, Ludovicus", respondeu a bela mulher, sentada à mesa.
A mulher se aproximou por trás de Ludovicus, que estava sentado em uma cadeira, e deslizou suas mãos delicadas sobre seus ombros.
Uma bela melodia encheu a sala como uma onda calma.
"O Trítono do Demônio... Uma música excelente aos meus ouvidos", disse Ludovicus, relaxando seu corpo enquanto Eva lhe fazia uma massagem.
"Tudo está sob controle... Era isso que eu queria dizer neste momento. No entanto, ainda há uma peça que devo retirar do jogo."
"Não se preocupe, meu amor. Tudo ficará bem. Afinal, você é a pessoa mais inteligente do mundo", sussurrou Eva, aproximando seus lábios atrás da orelha de Ludovicus.
"Com toda a certeza, Eva, você está certa. No entanto, devo livrar-me desta peça. Caso contrário, mais tarde ela poderá fortalecer-se e atrapalhar todo o plano", declarou o homem, pousando a mão sobre a de Eva em seu ombro.
"Compreendo perfeitamente", confirmou a mulher, abraçando o homem.
"Não importa o quanto eu avance, sinto um pressentimento sombrio... É como se...", a mulher interrompeu o homem.
"Vamos para a cama, Ludovicus. Vou te proporcionar prazer a noite toda, como sempre", a mulher passou a língua pelos lábios inferiores.
"Está bem", Ludovicus levantou-se e seguiu Eva.
Na noite seguinte, em uma noite caótica onde a lua estava mais próxima do que nunca, o som de uma bela canção se misturava ao ar fresco da noite.
O ressoar de um piano interpretava uma canção tranquila, também conhecida como Sonata ao Luar.
Existe um indivíduo usando trajes brancos, semelhantes às vestes negras dos exorcistas; no entanto, o que os distingue das vestimentas convencionais é a presença de um pentagrama nas costas e uma faixa preta horizontal na testa.
O avental parecia pular das costas do homem enquanto ele se concentrava intensamente, dedilhando o piano.
É como um teatro, ele está num palco com um holofote focado nele e em seu piano. A melodia supera todas as barreiras ao redor, espalhando-se no ar como um vírus.
"Este mundo cheio de maldições e demônios não se compara ao verdadeiro demônio. Nem maldições nem demônios podem ser equiparados ao verdadeiro instigador e criador de tudo o que aqui reside", disse o homem de branco, abrindo os olhos e continuando a tocar o piano.
"As maldições são espíritos despachados da alma humana devido às suas emoções negativas. Demônios surgem e se deleitam com a maldade humana. Isso me abriu os olhos para o que devo fazer e o que é correto. O que eu antes considerava certo, na verdade era o oposto. Ao abrir os olhos em busca da verdade, compreendi qual é o meu papel neste mundo."
"O verdadeiro mal que reside sob o solo deste mundo... são os seres humanos."
A lua cheia, acompanhada por inúmeras estrelas na noite escura, anunciava a iminente chegada do verdadeiro inferno que o mundo terá que enfrentar nos próximos dias.
Enquanto isso, na agência de conjuradores, todos os exorcistas basilares se encontram reunidos para uma chamada de emergência.
"O quê?! Mary está... morta?!" O rosto do jovem homem transborda de surpresa e incerteza, enquanto um gato branco repousa sobre sua cabeça. Esse homem é Nikolai Ludus, indagando: "Como assim, minha irmã foi assassinada?"
"Acredito que tenha sido o Assassino de Exorcistas", declara o padre com seriedade, mantendo suas pernas cruzadas sob a mesa de madeira.
Nikolai range os dentes e, em seguida, morde os lábios, fazendo com que o sangue escorra: "Maldito! Eu vou te matar! Eu vou te matar! Eu vou te matar! Eu vou te matar! Eu vou te matar! Eu vou te matar! Eu vou te matar!" Uma energia maligna envolve todo o seu corpo.
Os demais exorcistas e o padre observam em silêncio, com seus rostos ofuscados pelas sombras.
"Durante a madrugada de hoje, a cabeça de Mary foi colocada em exposição em frente à entrada da agência. Sua cabeça estava fixada no cabo de sua nagamaki, que estava presa ao chão", afirmou um exorcista com cavanhaque e músculos.
"Por favor, cale a boca, Cristopher", ordenou outro exorcista enquanto passava a mão pelos cabelos, sentado em uma poltrona ao lado.
"Não me ordene ficar quieto, Endrick", respondeu o homem musculoso com superioridade.
"Todos calem a boca!" gritou Nikolai, ordenando aos demais. "Suas vozes apenas irão me irritar ainda mais."
"Eu... Encontrarei o Assassino de Exorcistas e o matarei com minhas próprias mãos!", disse Nikolai, sorrindo ameaçadoramente enquanto olhava para a palma de sua mão.