Chapter 11 - Ameaça

Em um restaurante nas proximidades do centro da cidade de Antillia, Ludovicus encontra-se na mesma mesa que uma pessoa que jamais imaginou reencontrar novamente. Contudo, ele percebe que não importa para onde vá, seu inimigo é astuto o suficiente para encurralá-lo quantas vezes quiser.

"Nunca imaginei que nossos olhares se cruzariam novamente, Nullus", expressou Ludovicus.

"Como tem sido sua vida, Padre Ludovicus?", perguntou o homem chamado Nullus, tomando um gole do café servido, trajando um terno preto e chapéu.

"Estou muito bem, como pode ver", respondeu Ludovicus com um sorriso.

"Você... Parece mais magro, não é?", indagou Nullus com uma expressão fechada.

Padre Ludovicus o encarou ameaçadoramente e questionou: "O que você realmente quer, Nullus?"

"Não estou aqui para trazê-lo de volta ao Ocultismo, nem nada do tipo. Estou aqui apenas para conversar com um ex-membro", retrucou Nullus com um sorriso.

"Você não me engana, Nullus. Você não me enviaria uma carta para nos encontrarmos em um restaurante público. Conhecendo você, tudo é apenas um palco." Ludovicus elevou o tom de voz.

"Como era de se esperar do Ex-membro do Ocultismo, Ludovicus, o Usuário de Vodu. Deduziu corretamente. Seu golpe está afiado como nunca. Você está correto, não estou aqui para uma simples conversa", respondeu Nullus, retirando as pernas de baixo da mesa, virando para o lado esquerdo e cruzando as pernas. Ele apoiou seu antebraço na mesa enquanto sorria para Ludovicus.

"Foi você quem aumentou as maldições e seus poderes, não foi?", perguntou Ludovicus.

Nullus apenas sorriu, sem desviar o olhar.

"Ludovicus olhou seriamente para Nullus e pensou: "Você é um péssimo mentiroso."

"Eu deixei o Ocultismo por causa do seu egoísmo, Nullus. Sou superior a tudo e a todos e não posso receber ordens de um ser inferior como você", afirmou Ludovicus.

"Ahahahaha! Você que não sabe de absolutamente nada sobre o mundo, Ludovicus. Você é realmente engraçado!"

"O quê?!" Ludovicus encara.

"Você nunca me venceu em um jogo de tabuleiro, lembra? Acho que você perdeu... Ah, foram trezentas vezes", afirma Nullus encarando Ludovicus com seriedade.

Ludovicus permanece em silêncio, encarando Nullus olho no olho.

"Você já está perdendo o jogo, Ludovicus", declara Nullus num tom grave.

O suor escorre pelas bochechas de Ludovicus e seus olhos se arregalam enquanto ele diz: "Como você pode ter tanta certeza? Você é apenas 15 anos mais jovem do que eu, alguém mais jovem jamais poderia ter mais experiência do que eu".

"Isso foi há dez anos, Ludovicus. Você tem apenas 52 anos, e eu 37. Se pensar bem, não é uma diferença tão grande. Você saiu da seita aos 38 anos e dois anos depois, cometeu grandes tragédias. Como matar... Gaio Alastor", diz Nullus.

"Por que você está mencionando o nome deste homem?", pergunta Ludovicus com expressão preocupada.

Nullus apenas sorriu de canto e disse: "Você já perdeu o jogo desde o momento em que matou Gaio Alastor. Sim, você lançou o peão errado, seu imbecil." Declara Nullus com uma voz áspera.

A preocupação tomou o rosto do padre.

Nullus o olhou com um sorriso intimidante e apontou para a janela dizendo: "Essa é a prova de que você perdeu, Ludovicus. Deve ser o bastante."

Ludovicus olha lentamente para a janela, temendo algo, e vê diante de seus olhos um corpo se chocar contra o chão em frente ao restaurante, despedaçado em várias partes.

"Um exorcista da agência?!!" O suor escorre por todo o rosto do padre.

Ao olhar de volta para o lado onde estava Nullus, ele já não se encontra mais lá.

"O que está acontecendo? Isso não pode ser verdade." Ludovicus se levanta desesperadamente, com os olhos arregalados e tremendo de raiva.

"Você não passa de um boneco manipulado." A voz de Nullus ressoou nos ouvidos de Ludovicus.

As pessoas saíam apressadas, atraídas pelo espetáculo do cadáver.

Somente gritos eram audíveis naquele instante.