"Outra maldição ressentida? Eram duas? Não me recordo." Cocei as têmporas.
"Apenas terminei de eliminar uma criatura principal e sou agraciado com uma maldição poderosa. Que maravilhosa recompensa." Elevo meu braço, com a palma da mão voltada para trás, e retiro meu castigo, um gládio, com um sorriso.
Avanço rapidamente contra a maldição e desfiro um golpe visando seu peito, porém, ela se esquiva.
"Oh?! Ela se desviou?" Meus olhos se arregalam e logo minha expressão retorna ao normal.
"Entendi. Você é resistente, já compreendi!" Suspiro.
"Não posso pegar leve contigo."
Com movimentos ágeis, quase como teletransporte, no ar deixo imagens residuais brancas, como se me movimentasse através do tempo e do espaço, fazendo os olhos da maldição se revirarem ao tentar acompanhar minha velocidade.
Minha velocidade ultrapassa a velocidade do som e, com isso, apareço nas costas da maldição e finco a lâmina em suas costas.
No entanto, a minha lâmina não produz efeito, sinto como se tivesse mergulhado meu gládio numa poça de areia movediça.
"Não teve efeito?!" Tento retirar minha arma do corpo da maldição, mas ela não solta.
"Tsk!" Me afasto, deixando minha arma presa à maldição.
"Você é um problema, cara. Mesmo sendo um espírito maligno de uma pessoa."
Parece que os ataques físicos não terão efeitos, não é? Então só me resta uma opção.
Levanto meu braço novamente, coloco minha mão na boca da maldição e retiro um revólver.
Direciono-me à cabeça da maldição e disparo, mas a bala também fica presa no corpo da maldição.
"Que droga, isso também não?" Suspiro. "Certo."
"Submissa, pegue-o." Minha maldição fantasiosa ruge e se aproxima rapidamente da maldição ressentida.
A maldição ressentida possui um corpo à prova de ataques físicos. No entanto, ataques espirituais funcionarão.
A Maldição Submissa, essa é a maldição com a qual tenho um contrato. Com movimentos ágeis e rápidos, sem sequer tocar o chão, ela é uma maldição útil. Suas garras são grandes e afiadas, e há algo mais que a torna superior às outras maldições.
"Submissa! Deixe-o atordoado!" Submissa se move rapidamente criando um forte vendaval que agita as águas do esgoto. Em seguida, Submissa abre uma enorme boca e solta um imenso grito assustador, gerando uma enorme onda de choque.
A onda sonora da Submissa é criada por seu grito ensurdecedor, que nos humanos causa mais efeito, chegando a destruir os tímpanos. Esse grito é chamado de Assolação.
O espírito amaldiçoado se contorce e fica atordoado.
"Termine!" eu ordenei.
Submissa, com suas enormes unhas, finaliza decapitando a cabeça espiritual da maldição, fazendo-a dissipar-se em gritos de ódio.
Meu gládio e a bala disparada caem no chão.
"Pegue", eu ordenei para Submissa engolir o gládio.
Ela pega com as mãos e engole.
"Muito bem", Submissa desaparece no ar.
Enquanto me dirijo para a saída do túnel que leva a outra rodovia, arrasto o corpo da basilar com meu braço esquerdo, enquanto carrego sua arma com o direito.
"É uma pena ter matado essa jovem mulher. Talvez ela hesitasse em morrer por um ideal? Desejo ou objetivo. Mas nada disso importa se ela já está morta. A culpa é dela por se tornar uma exorcista. Pois odeio exorcistas".
"Qual será o destino do corpo dela agora?", fiquei refletindo. "Tive uma ideia ótima." Mais tarde, retorno à minha moradia no sótão de uma casa.
Desde o começo, percebi que seria mais interessante viver no sótão do que numa residência comum, facilmente exposta a inimigos. Assim, em caso de um ataque inimigo, estaríamos seguros se utilizássemos o ambiente subterrâneo. O sótão está localizado em um lugar de difícil acesso, ou seja, a entrada é impossível de ser descoberta. Apenas eu e Alina sabemos onde ela está.
Ao atravessar a entrada, avisto Alina vestindo um shorts vermelho chamativo e uma blusa curta, mostrando sua posição erótica no sofá enquanto assiste televisão.
"Fiu-fiu!" Assobiei.
"Vejo que voltou bem, Mestre", diz Alina, ainda em sua posição erótica.
"Eu disse que hoje é meu dia de sorte. Por isso, encontrei uma exorcista de alto escalão e a matei", elevo as pernas de Alina e sento-me no sofá. Em seguida, coloco suas pernas em cima das minhas coxas e apoio minha mão em suas pernas.
"E o corpo?" perguntou Alina.
"Eu o transformei em uma obra de arte", respondo em meio a risadas.
Alina se levanta e senta-se entre minhas pernas.
"O que houve? Busca um abraço?", pergunto.
"Claro", ela responde. Dando beijos em sua nuca, a envolvo em um abraço.
"Tão cheirosa como sempre, Alina", comento.
"Agradeço a gentileza, Mestre Raven", responde ela.
Deixo de abraçá-la e apoio minhas mãos em suas coxas.
Este dia... De fato, foi um dia produtivo.
Sinto como se minhas mãos estivessem tingidas de sangue, todavia, uma compulsão ainda maior para eliminar cada mínima partícula do líquido vermelho dos exorcistas, surge um sorriso de prazer.