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Chapter 2 - 2 BELEZA

Nenhuma beleza pode substituir a tua oh flor

Mesmo que possa ter teus espinhos

Folhas grandes ou pequenas

É única em tua fascinante beleza

Emália lia o convite com ar entristecido, não emitia nenhuma animação para ir à festa de chegada do tal conde, nem sequer escolhera o vestido. Seu pai, o viúvo artesão renomado Tomas Holth pairava numa cama doente. Deixara o ateliê sobre os cuidados dos empregados fieis até que melhore e retorne ao que mais lhe dá prazer, tradição de família em alta costura e acabamento em moveis para nobreza.

O cansaço maquiava sua face, ficara acordada cuidando do pai a noite toda. Cobriu o rosto com as mãos levando aos cabelos ondulados dourados e desgrenhados. Ainda de camisola saíra até a sacada do seu aposento, não ligou se desse uma má impressão a quem passasse pelo jardim e a visse nesse estado lamentável, em plena luz do dia, o que não era comum para uma moça da sua classe.

A empregada entrou e colocou sobre a mesinha em madeira de neem, uma arvore que dava uma tonalidade mais clara ao design dos moveis. O desjejum, Bolinho, chá com leite e frutas. Mas seu apetite embolou no estomago. Esforçou-se para tomar um gole de chá, seu paladar não extraíra o gosto saboroso do leite com canela. Estava enjoada pela noite na poltrona do quarto do pai.

Tomas comentara com a filha sobre algum pretendente que deveria escolher como seu futuro marido. Já está quase nos seus 18 e o pai pretendia casá-la bem antes com um bom homem que mostrasse interesse pela tradição e arte da família e levasse a frente os negócios. Mas estava difícil encontrar um rapaz que tivesse vocação para a arte da alfaiataria de luxo, sobrara apenas Lourenço Custor, na qual lhe dera o cargo de gerente e que é filho de sua prima Vânia Holth Custor.

Emália perdera a irmã mais velha para tuberculose, o irmão mais velho para peste negra na França, e lhe sobrara à responsabilidade de se promover a algum candidato de boa índole, com educação bem vista. Não era necessário ser da classe alta ou de título nobre. Apenas fosse no mínimo adequada a sua altura educacional.

Enquanto as flores desabrochavam nos jardins nas casas dos nobres londrinos. Vendedores de buques tinham sua brecha aberta pela primavera, para prover o sustento dos filhos por duas libras ou mais. A concorrência se tornava acirrada nas ruas e feiras. Mais e mais floristas surgiam para uma batalha, saber quem vendia mais ou quem conquistaria a atenção dos fregueses e renderia seu sustento, não se sabia. Mas nessa estação tudo fica mais belo e quem realmente ganhava era a beleza que as flores traziam a Londres.