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Chapter 3 - 3 LUVA CETIM

Luva cetim

A insignificância resulta pelo fato de tal beleza existir

Luta para que sua presença seja notada

Porem a presença da flor aplaca sua insistência em aparecer

A luva de cetim de botão dourado exposta na janela da carruagem vistosa, abrira a cortina vermelha de veludo. Olhos cintilantes, azuis profundos, quase uma safira bruta, refletiram a paisagem ao redor. Pitoresca e juvenil. Lady Marienny se chacoalhava no assento confortável, que pelo toque,podia sentir a maciez do tecido. Entusiasmada ,não podia conter a emoção de finalmente conhecer a Inglaterra, enquanto o irmão se reposicionava no seu. Dera um discreto sorriso fitando a irmã que falava sem parar, seus cachos volumosos sacudiam pelo seu gracejo jovial.

- Será que os nobres daqui irão achar-me atrevida por usar uma moda não habitual a seus costumes? Ou será que se encantarão pela minha formosura femelle? – falava empolgada. Claro, não seria impossível que os homens nobres notassem sua beleza, seus cachos ruivos, seu corpete brocado com metade de seus seios sinuosos amostra, sua pele alva e sua face sedutora, e seus olhos miscigenados verdes rubros.

A carruagem ganhou campo quando entrou no fabuloso jardim ricamente florido. O que encantou o conde que agora se apresentava fora da carruagem luxuosa. Sua roupagem de alta costura não inglesa, uma mescla estilo russo e romeno, verde escuro em brocados dourados, calça justa com abotoaduras de ouro, gola alta do longo sobretudo rastejante na grama. Sua vista vislumbrou ao redor ampliando a beleza natural do jardim em contraste com a formosa arquitetura vitoriana da mansão.

Os irmãos caminharam elegantes e adentraram na mansão Rossien, onde foram bem recebidos pela criadagem bem elaborada.

- Fez um bom trabalho senhora Raquel. Tudo está perfeito. Agora, eu e minha irmã Marienny vamos nos recolher e se preparar para a grande recepção.

- Sim senhor conde.

Ele cumprimentou educadamente a cada serviçal. Marienny atirada, saudou com um beijinho o rosto de um rapaz serviçal.

O conde em seu aposento se desfez da roupa e entrou no banho. Relaxou da longa viagem. Receber a carta de seu tio Ronald Fielth fora a abertura que o motivou a vir a Londres encarniçado pelo desejo de sua irmã Marienny por parte de pai. Seu tio apelara na carta pela sua presença indispensável a fim de fortalecer a sutileza de suas investigações em crimes hediondos que aconteciam na escuridão da cidade.

Seu corpo esbelto, músculos formosos e pele amarelada, mergulhados na agua perfumada, era uma visão atraente que abatia qualquer Don Juan perante a si. Pouca barba lhe dava charme como se precisasse, mas não, seu nome era charme de fato, seu corpo era charme, exalava charme em todo seu esplendor.

Saiu. Secou-se. Enrolado no tecido, sentou-se a mesa. Pegou um papel e pena de tinta e rascunhou carinhosamente pelo papel seu talento e sensibilidade em escrever poesias.