"Você é fofa quando está irritada."
Essa frase perturbava a cabeça de Ema há três dias, quando ela levou Audrey para casa, após o evento de Emeraude.
"Você é fofa quando está irritada."
— Eu sou fofa quando estou irritada?
— O que, Ema?! — Funaki riu, junto de Hika. — Você parece um animal perverso.
— Chego a te comparar com um touro ou até um dragão... — a mais nova das três, falou. — Soltando fogo pelas ventas.
"Você é fofa quando está irritada."
— Por que perguntou isso?
— Alguém me disse que sou fofa quando estou irritada... Só queria saber se...
— A pessoa é cega ou você não estava irritada de verdade. — Funaki concluiu, levantando uma mão para Hika fazer hi-five. — Até mais lindas irmãs... — usou um tom irônico, enquanto saia do campo de visão das outras Griffin...
— A pessoa devia estar sendo sarcástica, mana.
— É, devia.
*****
— Obrigada, Ema.
— Hã?
— Obrigada.
— Pelo quê?
— Por me defender daquele idiota.
— Tudo bem... Por nada, só fiz o que achava certo.
— Gostei da sua concepção de certo, mas na próxima não precisa chegar perto dele.
— Acha que vai ter próxima? — Ema perguntou, surpresa.
— Não sei, mas pode ter... Emeraude e Ayla namoram, então acabamos por nos esbarrar, além de você ser legal.
— Oh. Obrigada, você também é legal. — Ema falou e olhou rapidamente para sorrir em direção a Audrey. — Mas se houver próxima vez não tem ninguém que me segure de dar um bom soco naquele idiota.
Audrey riu, fazendo a polinésia franzir o cenho.
— O que foi?
— Você é fofa quando está irritada.
— PUTA QUE PARIU, AUDREY HAMILTON! — Ema gritou, jogando uma bola de tênis na parede, como se o objeto fosse diminuir a pressão em sua cabeça e cérebro.
— Foi a senadora que pariu! — algum dos seus irmãos gritou de volta, quando a polinésia mais velha pegava a bola.
— Ninguém perguntou! — Ema rebateu.
— Mas eu respondi! — Maru retrucou, também, tomando as dores de um dos irmãos, após a má resposta de Ema Jane.
— De enxerida que é! — Ema brincou com a bola nas mãos. — Se me responder de novo, Maru, eu vou aí! Estou avisando!
Um silêncio se seguiu, mas a mais velha sabia que a irmã estava resmungando baixo. Grunhiu irritada, jogando a bola na parede com mais força, fazendo—a voltar em seu estômago.
— Aaah! — Ema começou a choramingar pela dor e se encolheu na cama, mas logo levantou para falar, irritada: — Te odeio, caralho! — jogou a bola na parede mais uma vez e se jogou na cama se escolhendo com medo que o objeto voltasse mais uma vez.
— Pode parar de xingar, Ema Jane!
— Estou tendo meu momento aqui! — Ema retrucou, irritada, não se importando com a mãe. — Respeita...
*****
Mais tarde naquele dia... Audrey estava jogada em sua cama estudando. Culpa de Ema.
— Audrey! — Emeraude empurrou a porta do quarto amiga, cantarolando o apelido da negra. — Levanta essa bunda gostosa e vai se arrumar! Vamos para uma festa.
— Não posso. — Apontou para as folhas espalhadas na cama. — Ema não ia gostar.
— Desde quando se importa?
— Desde o dia que consegui entender tudo. — Audrey respondeu de imediato.
— Eu te libero, Drey! — Ema apareceu na porta. — Agora seja rápida.
— Certo! — Audrey praticamente saltou da cama, saindo logo para o closet.
— Isso foi bom. — Emeraude comentou, saindo do quarto. — Se você conseguir fazer ela sair assim todas as vezes pode apostar que vamos ser ótimas parceiras de balada!
— Isso não é a porra de uma festa ilegal, é? — Audrey perguntou, ajeitando seu vestido no corpo, com os saltos nas mãos.
— Nããão.
— Mais ou menos. — Ema riu, brincando. — A festa em si não, mas vai saber.
— Tenho um nome a zelar, vocês sabem.
— Claro, senhorita Hamilton. — Ema fez uma reverência, de forma divertida.
*****
Ayla tinhas os olhos bem abertos de forma quase assustada, sugando sua bebida pelo canudo.
— O que foi? — Emeraude encarou a namorada, de forma curiosa.
— Olha a Audrey se esfregando na Ema. — Ayla respondeu, sugerindo de forma nada sútil algo entre as duas dançando.
— Mas foi a Ema que se esfregou primeiro. — Argumentou.
— Isso realmente importa? — a latina perguntou, risonha. Emeraude negou com a cabeça puxando a namorada para perto de si.
— Nem um pouco.
Audrey e Ema realmente estavam esfregando ao dançar, mas também estavam bem bêbadas, e para elas não era nada demais do momento.
A negra passou os braços ao redor do pescoço de Ema, quase colada na mesma.
— Ema? — Audrey riu, na orelha da loira.
— Oi?
— Está me seduzindo? — riu, novamente.
— Não. — respondeu, sorrindo. — Você por acaso está?
— Não sei. — Audrey riu, como se fosse a melhor piada do universo. — Acho que não.
— Tudo bem então. — Ema falou abraçando a negra pela cintura. Parecia que as duas estavam dançando uma música lenta e não a música animada que tocava. Audrey riu, por nada aguçando a curiosidade da outra. — O que foi?
— Minhas pernas parecem estar moles... — respondeu, fazendo Ema ficar confusa. — Sei lá, é tão estranho.
As duas estavam sendo observadas, pelas amigas ainda. Mas Ayla observava não só as duas na pista.
— Eme. — Ayla trouxe a atenção da namorada para si. — Eu acho que vi alguém tirando fotos das duas...
— Sério?! — mordeu o lábio inferior. — Vamos embora então.
— Sim, é melhor. — Concordou. — Sabe como a Audrey vai ficar se vazarem.
— Sei, sim. — Emeraude falou, se afastando de Ayla. — E você não quer ficar sem namorada, não é?
— Certamente! — Ayla gritou em responda, tentando acabar com o conteúdo da sua bebida.
Viu Emeraude conversar com as duas, que rapidamente olharam para os lados.
Ayla supôs que elas estivessem procurando quem estava tirando as fotos. Ela viu alguém ali, tinha certeza.
Logo as três estavam caminhando para saída, a latina deixou seu copo de lado e as acompanhou.
Ao saírem do local da festa, pela primeira vez elas perceberam os flashes seguindo-as.
— Corre! — Emeraude mandou.
— Não consigo. — Audrey respondeu, ela era a última da fila que estavam correndo na rua.
— Merda! — Ayla grunhiu. — E agora?
— Deixa comigo! — Ema falou, se virando para Audrey e sem pensar jogando-a por cima do ombro.
"Está bêbada, mas a força de um toura ainda tem!"
— Desse jeito você vai mostrar minha bunda para todo mundo! — Audrey estapeou as costas de Ema.
— Estou te ajudando, ingrata. — Ema retrucou, correndo atrás de Emeraude e Ayla. — Ay, pega a chave! — a latina se virou e Ema jogou a chave para a mesma.
As três correram (sim, três, já que Audrey era carregada por Ema), até a van da loira. Ayla se apossou do volante, Emeraude ao seu lado e as duas atrás.
Audrey logo achou algumas tralhas que os irmãos de Ema perdiam no último assento da van.
A negra vestiu uma blusa preta, sem pedir permissão ou o que fosse para Ema, que estava jogada em dois assentos.
Audrey que estava num estado muito pior que a loira, colocou na boca uma chupeta que tinha achado ali.
— Isso é nojento. — Ema constatou, apontando um dedo, ao se virar para trás.
— Talvez. — Audrey gargalhou. Ela gargalharia até de uma brisa que passasse por perto. — Mas eu sou sexy e linda de qualquer forma. — Ergueu uma das sobrancelhas, em desafio. — Não acha?
— Está me seduzindo?! — Ema repetiu a fala de antes, na boate.
Saiu dos assentos que ocupava para ir sentar lado de Audrey, bem próxima.
— Não e você? Está me seduzindo?!
Ema sorriu.
— Talvez... — respondeu. — Mas tira essa chupeta da boca, isso deve estar perdido há muito tempo.
— Eca. — Audrey riu, jogando o objeto no assento. — Posso me deitar com a cabeça nos seus seios?
— Eu quem deveria pedir isso! — Ema riu, sem questionar o pedido. — Seus seios são maiores!
— Você nem tocou neles para saber! — Audrey retrucou, risonha.
— Mas eu reparei, uê! — argumentou, sem vergonha devido ao álcool ingerido.
— Reparou, é?! — a negra maliciou.
— Quer saber! Encosta logo aqui. — Ema puxou a cabeça da negra para perto do peito, querendo evitar o que tinha dito antes.