Ouvindo as palavras de Archus, novamente uma tristeza caiu sobre Christian, que perguntou:
-Vocês têm realmente que ir?
Franciscus lhe respondeu:
-Garoto, não te esqueças do que vos falei, tudo bem?
Christian então relutantemente disse:
-Certo ...
Então, Archus diz:
-Minha criança, saibas que tu, como um dos ramos da videira fostes alimentado por sua seiva para que dês frutos, por isso, criança, é necessário que vás, para produzir mais frutos. Pois se tu permanecerá imóvel não darás fruto, e os ramos que não dão frutos são cortados pelo agricultor. Para que um ramo dê mais frutos, é necessário que o ramo seja podado, mas se o ramo se esconder ou se recusar a ser podado pelo agricultor, como podem então os ramos darem frutos? A esses ramos o agricultor cortará da videira, para que não obstrua a frutificação dos outros ramos.
Então, contado dizendo:
-Porém, saiba que, os ramos sem a videira, não tem vida em si mesmos e longe da videira, secam. Além disso, os ramos não podem dar frutos por si mesmos, porque sem a videira nada podem fazer. Logo, os ramos infrutíferos tirados pelo agricultor, secarão e então serão juntados e lançados ao fogo.
Logo ele prosseguiu:
-Minha criança, a poda é dolorosa, mas necessária para que frutifiques. Assim como os filhotes da leoa, em que para crescerem fortes, precisam passar por dificuldades, tu também como o ramo deves passar pela poda. Mas se os filhotes da leoa se esconderem para sempre sob a sua mãe, crescerão fracos e incapazes de lançar seu papel no bando. O ferro é forjado no fogo, certo criança?
Cristão respondeu:
-Tudo bem!
Então Franciscus ao lado de Christian aproximou-se e passou a mão em sua cabeça bagunçando cabelos seus e dizendo:
-Muito bem, garoto, foi bom te conhecer!
Era uma cena científica já que Franciscus parecia mais novo que Christian e era um pouco mais baixo do que o mesmo. Archus vendo sorriu e também falou:
- Christian, saiba, que ainda temos muito a vosso usar, mas nós só iríamos vos confundir. Agora não como podeis aplicar, mas um dia entendreás. Desde que tu continua avançando no caminho reto! Lembre-se, buscar e achareis, se prosseguir buscando, encontrarás! Minha criança, nos veremos novamente, nós iremos te ajudar a chegar à Maschera, por isso Christian, peço-te para que feche os olhos.
Ouvindo seu pedido, Christian obedeceu, fechando seus olhos e esperando para o que viria a acontecer. Archus olhando para Franciscus ao lado, sorriu e aceno com a cabeça, e Franciscus retornou o aceno. Então, Archus que estava ao ombro de Christian, virou-se para o rosto da criança e soprou nele mais uma vez.
Assim que o ar que brilhava levemente nas cores do arco-íris para sentir sua face, Christian sentir uma paz e um conforto imenso tomarem conta de si, e aprofundar-se sentimento, sem que percebesse, lentamente Christian repousou nos braços de Franciscus que o segurava com firmeza.
Assim que deitou-se nos braços do jovem luminoso, Archus vôo suavemente e olhando para Franciscus, falou com um pequeno sorriso:
-Muito bem, vamos começar?
Franciscus respondeu com uma pequena risada:
-Sim, vamos.
Então virando-se para o tigre perguntou:
-Estás pronto, Garotão?
(Grunhido)
Vendo o tigre acenando com a cabeça em resposta Franciscus riu e então falou:
-Tudo bem, então.
Logo, o tigre dirigiu-se a um cristão que estava em repouso nos braços de Franciscus e lambeu seu rosto em despedida. Archus vendo tudo, então, falou com ternura:
-Muito bem, vamos!
Porém, Franciscus como se lembrasse de algo repentinamente interrompeu:
-Espere aí!
Então, deitando Christian suavemente ao chão, correu apressadamente para dentro da cabana, logo, voltando com uma trouxa improvisada de panos envelhecidos, das quais guardavam alguns frutos que Christian havia anteriormente pego anteriormente na floresta da desolação. Junto dela estava um lança que havia sido montada com a barra de ferro e a faca que Christian havia encontrado no livro. Então, Franciscus voltou dizendo entre risadas:
-Quase esqueci de devolver suas coisas!
Então, colocado os pertences de Christian sobre seu corpo em repouso e logo, Archus novamente soprou na direção de Christian. Porém, desta vez, seu sopro gerou um pequeno tornado nos núcleos do arco-íris, que lenta e delicadamente elevou Christian, que deitava-se no belo gramado, em direção aos céus. E logo, o garoto estava inclinado pelo pequeno e suave tornado, que o elevava lentamente para fora do vale, pelos céus.
Naquele momento, os olhos de todos se fixaram em Christian, até que o tornado o levasse para suas vistas. Assim que Christian deixou a visão de todos, Franciscus falou:
-Até mais garoto! Sei que desejarias ter mais tempo para se despedir de todos nós, mas chegou o tempo em que deveis ir.
Então virando-se para Archus, falou:
-Agora que a primeira parte está resolvida, iniciar a próxima etapa?
Archus com um pequeno sorriu respondeu a Franciscus calorosamente:
-Sim!
Então virando-se para o tigre perguntou com ternura:
-Vamos lá?
O tigre acenou gentilmente a cabeça, e logo Archus se dirigiu a ele e parou a sua face. Então, suavemente, Archus beijou a cabeça do tigre, que imediatamente começou a brilhar uma luz irradiante, tornando sua figura indiscernível em meio a luz.
E assim permaneceu por pouco tempo, até que a luz lentamente diminuiu sua intensidade e uma figura novamente pôde ser discernida. Franciscus, então, olhando para o tigre, rindo, falou alegremente:
-Muito bem, está na hora! Vamos lá.
Olhando para Franciscus, Garotão, o tigre, acenou com a cabeça, então voltando-se para Archus, o pequeno Franciscus falou com um sorriso brilhante:
-Obrigado!
Aquela simples palavra pronunciada por Franciscus parecia conter em si números de outras palavras que entrando nos ouvidos de Archus soavam como uma bela canção. Archus com um tom cheio de ternura responde:
-Franciscus amado! Vou voltar à Morada, mas não te esqueças que onde o Sol e a Chuva estão, lá eu estou!
Então, Archus se aproximou dele e soprou em sua face, fazendo com que o pequeno Franciscus também fosse preenchido, de modo semelhante, pela luz nas cores do arco-íris. Assim, sorrindo para Franciscus, que parecia brilhar nas cores da luz que lhe vestia, Archus sorridente, voo voo e dirigiu-se à fonte com a ternura, bebendo da fonte, e logo, voando em grande velocidade pelo vento, na direção da qual tinha vindo.
Franciscus observando Archus, com o sorriso alegre gritou:
-Até logo Archus, venha tomar chá comigo um dia deus!
Então, virando-se para o garotão, Franciscus que ainda irradiava levemente a luz das cores do arco-íris perguntou:
-Vamos lá?
O garotão, á suas palavras, acenou com a cabeça concordando, mas então, como se lembrasse de algo, Franciscus falou:
-Ahh, antes que eu esqueça ...
Assim que Franciscus terminou de falar, o ar ao redor dos jardins começou a ondular, e pouco a pouco, uma bela muralha branca marfim que cercava o jardim surgiu.
A grande muralha parecia proteger o jardim de invasores, e além disso, no centro do jardim, a cabana que de modo semelhante ondulava, lentamente se tornava em um grande castelo de marfim, branco puro, ornado com belas decorações, com anjos esculpidos, e materiais mais belos do qualquer um encontrado na terra.
Nele, sapatos de jóias de cores desconhecidas, que davam um ar majestoso para o castelo, que era cheio de uma beleza inexplicável.
Assim que o castelo apareceu, de seu interior, cantos belíssimos que traziam paz ao coração soaram, com uma Voz cheia de Majestade e Amor, ecoando sua melodia pelos átrios do castelo.
Além disso, ao redor do seu coração em chamas que estava no jardim, lentamente se formou uma fornalha ardente, que parecia queimar em chamas douradas, tão intensas e tão poderosas como o sol. A fornalha dourada, era decorada com diversas gravuras talhadas, de anjos que cercavam um cordeiro, como o que cobria o capacete de Christian.
Não era uma fornalha grosseira como geralmente são, era limpa, dourada brilhante, cheia de decorações artísticas e irradiava chamas douradas que envolviam o coração de Franciscus e pareciam fortalecer e temperar o seu coração, intensificando ainda mais as chamas que o cobriam. Então, neste momento, olhando para o castelo e para a fornalha, com um sorriso Franciscus falou:
-Você sabe que prefiro receber minhas visitas na simplicidade! Castrum de Spes e Caminus iriam chamar muita atenção do garoto, e ele poderia acabar se distraindo.
Então, com um tom divertido, ele continuou entre risadas:
-Sinto arrepios na espinha só de pensar nele tratando não só como um sábio, mas como uma espécie de rei sábio! Consegui explicá-lo um pouco de Fides, mas se fosse para falar sobre as outras duas, creio que não haveria tempo para fazê-lo. Se houvesse mais tempo, mas agora não é o momento de falar com ele sobre os 10 poderes.
Então, enquanto dizia essas palavras, com todos os preparativos feitos, Franciscus voltou-se para o tigre dizendo:
-Agora sim, tudo está pronto. Vamos lá Garotão!
Então, Franciscus e o tigre, avançaram na direção pela qual Christian havia vindo quando entrou no vale.