A frente de Adam e Sophie restava apenas um cadáver, totalmente destruído, de tal forma que ainda saiam alguns pequenos raios em direção ao solo daquilo que um dia foi um ser humano.
"Um mero Marques teve tal coragem?..." Disse Sophie um pouco surpresa.
Adam moveu sua espada em uma velocidade sobre humana e o corpo foi despedaçado e Sophie o incinerou até não sobrar nem mesmo as cinzas.
"Bom, faz sentido, mas realmente... Quem imaginaria que alguém desse pequeno Reino seria capaz de contratar um Assassino de Rank S das Presas da Morte..." – Adam.
"É bem provável que haja alguém por detrás disso tudo..." – Sophie.
Alguns instantes atrás, após uma rápida sessão de tortura, eles conseguiram retirar algumas informações do assassino.
A princípio, um pedido chegou às mãos das Presas da Morte e a recompensa era considerável, precisando de dinheiro, um dos assassinos de Rank S decidiu pegar, por achar uma missão fácil.
Apesar da descrição ser vaga, não deveria ser tão difícil.
"Quando o inferior com sua luz ofuscar, aquela que mais deveria brilhar, este até a morte deverá se achegar…" Murmurou Adam, recitando as instruções dadas no pedido de missão para as Presas da Morte.
A localização era o Exame de Entrada e para bom entendedor meia palavra basta, sendo assim, era bem óbvio o que o pedido dizia.
Aquele que demonstrasse um talento superior à realeza do Reino, deveria ser morto e o único que fez isso foi Ben-Hur.
"Eles não gastariam tanto dinheiro apenas em uma possibilidade, eles precisariam ter certeza de que alguém mais talentoso que a Princesa Sarah surgiria..." – Adam.
"Isso que me preocupa. Existem poucas pessoas com a Classe Oracle, não devem existir mais de quinze seres em todo o continente capazes de prever o futuro..." – Sophie.
"Até mesmo nossas famílias só tem duas pessoas, cada uma, com essa Classe..." – Adam.
"Há não ser que..." Sophie pareceu um pouco preocupada.
"A Igreja da Destruição?..." – Adam.
"É possível..." – Sophie.
"Mas qual o motivo?..." – Adam.
"É, essa é a questão..." – Sophie.
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Algumas centenas de milhas dali, dentro de uma caverna em uma colossal cadeia de montanhas, que cortava parte do território do Reino Wolfstrong, haviam dois seres sentados ao redor de uma fogueira.
Lá fora, devido à grande altitude, tudo era tomado por uma densa camada branca de neve.
Os dois seres, apesar do frio intenso, não pareciam estar com grandes problemas em relação a temperatura.
Eles tinham peles azuladas e dois pequenos chifres pontiagudos saindo de suas cabeças.
Um era extremamente magro e outro grande e musculoso.
Uma aura maligna rodeava os dois, quase como se a presença deles naquele local fosse uma afronta ao Mundo Material.
"O mataram..." Disse o mais magro entre eles, uma leve expressão de surpresa dançava em sua face, quem sabe até uma pequena incredulidade.
"Sério?..." Disse o mais musculoso, claramente surpreso.
"Ele nos enviou a mensagem que havia falhado e morreu, talvez Merlin o tenha descoberto..."
Ambos eram de uma raça antiga, que lutou contra o Primeiro Herói, eles eram Demônios da Água.
Demônios, ou Anjos Caídos, não eram capazes de se manifestar no mundo material por si só, pelo menos não os mais fracos, sendo assim, eles precisavam de um hospedeiro.
A Igreja da Destruição era o local ideal para eles escolherem, onde seres de diversas raças davam de bom grado os seus corpos para os demônios os usarem.
Após muito tempo sob possessão, a mente do indivíduo morreria e o Anjo Caído poderia viver até o fim da vida daquele corpo dentro dele.
No caso, ambos eram Demônios da Água, o que os tornavam poderosos.
A variedade de demônios era vasta, da mesma forma como os seres vivos, mas os mais conhecidos, eram os Demônios normais, que eram simplesmente Anjos caídos.
Após eles, haviam os Demônios Elementais, que tinham seu poder direcionado para cada elemento, bem como vários outros tipos, mas esses mais raros e consequentemente mais poderosos.
"Você acha que Merlin seria capaz de o derrotar? Eu pensei que, pelo menos, ele seria capaz de fugir…" Disse Agares, o Demônio da Água musculoso.
"Ele era apenas humano, Merlin tem sangue antigo correndo em suas veias…
Mesmo assim, ele morreu muito rapidamente, não conseguiu nem ter a menor chance de lutar de volta ou nos avisar quem foi que o matou…" Disse Dagon, o mais magro, e um poderoso demônio, considerado em algumas regiões como uma divindade, apesar de não o ser.
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Enquanto isso, na Academia Real, as crianças fizeram uma fila diante de um imenso cristal dourado, tão grande quanto algumas pessoas adultas.
Ele emitia uma aura de mana densa e poderosa, de tal forma que um leve zunido era ouvido devido aos efeitos que a aura causava no ar ao seu derredor.
"Muito bem! Um por um vocês irão subir e tocar no cristal a frente…" - Examinador C.
No fundo da sala, estava Merlin, para a maioria, ele estava apenas observando as crianças, as prestigiando com sua presença, mas não era isso, ele estava era extremamente nervoso, tentando ver se nenhum outro assassino tentaria matar Ben-Hur, do contrário, ele não queria nem pensar em como o Reino ficaria diante do ódio de Adam e Sophie.
"Lembrem-se, ao tocarem no cristal, uma luz surgirá e a cor dela representará o seu Potencial..." – Examinador C.
As cores, em ordem crescente, eram Marrom, Cinza, Preto, Vermelho, Verde, Azul, Violeta, Branco e Dourado.
Marrom era alguém sem nenhum potencial, normalmente é o que aconteceria se um Aldeão colocasse suas mãos no Cristal.
Cinza representava algum talento, mas nada que prometesse grandes feitos.
Preto a pessoa teria talento e talvez teria algum sucesso, mas nada que o destacasse de forma demasiada, era muitas vezes considerado apenas uma cor de transição entre o Cinza e o Vermelho.
Vermelho já era o mínimo para ser aceito na Academia Real, mas seria a nota mais baixa.
Verde representava um talento considerável, era possível dizer que alguém com essa Cor teria um grande sucesso.
Azul eram os gênios, pessoas excepcionais que eram capazes de impactar Reinos, Impérios e Nações.
Além disso, essa era a Cor de Potencial mínima para ser aceito na Academia Continental.
Violeta eram os gênios entre os gênios, pessoas que seriam conhecidas através de vários reinos e nações, normalmente ficariam famosos dentro de uma das Cinco Regiões Continentais.
Sendo elas, Norte, Sul, Leste, Oeste e Central.
Essa foi a cor da luz gerada por Merlin, tanto é que atualmente ele era extremamente conhecido dentro de toda a Região Norte do Continente, mesmo estando dentro de um dos menores Reinos da sua região.
Por fim havia a Cor Branca, dita como sendo o máximo alcançável, já que em toda a História, não mais do que dez pessoas foram capazes de gerar a Cor Dourada, todas elas eram figuras lendárias, as quais até hoje se contavam mitos e lendas, entre essas pessoas, estava o Primeiro Herói.
De longe o mais conhecido entre todos e também o mais poderoso.
De qualquer forma, alguém que fizesse a Cor Branca surgir, seria conhecido em todo o continente, era um monstro entre os monstros, capazes de varrerem Reinos uma vez que seus poderes tivessem amadurecidos e eram conhecidos por serem capazes de lutar sozinhos contra exércitos inteiros.
Atualmente, em todo o Continente, havia apenas um pequeno punhado de pessoas nesse nível.
Dois deles eram amigos de Merlin.
Adam e Sophie foram uns dos únicos que despertaram uma Cor Branca no Cristal.
Vale lembrar que a intensidade da Luz também era importante e ela era dividida em três estágios, Fraca, Normal e Forte.
Adam e Sophie, ambos, geraram uma Luz Branca Fraca.
Porém, isso era apenas quando estavam normais, se suas Linhagens viessem à tona, eles gerariam a Luz Branca mais forte possível.
Eles eram gênios que seriam vistos apenas uma vez em centenas e centenas de anos, monstros capazes de lutarem contra as forças mais poderosas dentro do Continente.
E não era à toa que eles estavam vivos até hoje, mesmo sendo perseguidos secretamente por todo o continente.