A maioria demonstrou talento apenas o suficiente para ser aprovado, e alguns claramente foram reprovados sem a menor chance.
Aos poucos alguns foram se destacando, entre eles, estava Milo Grannus.
Ele tocou sua mão no cristal, com um olhar triunfante em seu rosto, digno de um garoto criado desde cedo no meio das riquezas e poder de sua família.
E então uma imensa luz de cor azul surgiu, inundando todo o salão.
De tal forma que alguns tiveram que colocar a mão diante de suas faces para não machucar os olhos.
Era a Luz Forte de Cor Azul, o que basicamente determinava que ele seria alguém de extremo sucesso, capaz de mover todo o Reino.
Muitos foram até ele lhe dar parabéns, até mesmo alguns dos guardas, tentando ficar amigos de uma criança que futuramente moveria o reino com seu talento.
Porém, Milo, não parecia ligar muito para os elogios daqueles ao seu redor, algo raro de se ver.
Seu olhar recaiu sobre Ben-Hur que estava totalmente aquém, seu rosto parecia rir tamanha era sua falta de interesse no que Milo havia realizado.
O garoto então tentou olhar em direção a princesa, esperando alguma grande reação da parte dela, mas, além de não estar olhando para ele, claramente os olhos da menina não saiam de Ben-Hur.
Milo claramente indignado, tentou fingir que estava tudo bem, recebendo os elogios dos outros, que mais pareciam mariposas atraídas pela chama.
Emily Thyri, Agnes Wood e Lewis Ward também subiram no palco e, para a surpresa de todos ou nem tanto, eles demonstraram um talento muito além de
Milo, criando luzes fracas de cor violeta.
Não era tão intensa como a de Milo, mas era um nível acima, o que os colocava facilmente acima dele.
Eles seriam recebidos com grande facilidade dentro da Academia Continental.
Eduardo, Lutero, Clive, Conrad, Eda, Edith, Meggy, Heloise e Rosetta, todos advindos de famílias pobres, aldeões, subiram no palco.
Para o espanto de muitos, todos geraram Luzes Fracas de Cor Azul.
O que claramente deixou Milo ainda mais indignado, mesmo que ele tivesse gerado uma luz muito mais forte, eles ainda estavam no mesmo nível, o que o enfureceu de forma bem clara.
E assim foi, todos aos poucos foram passando no teste, até que restou apenas duas pessoas.
Ben-Hur e a Princesa Sarah Wolfstrong.
Todos estavam na expectativa, querendo ver o resultado, contudo, para a surpresa de todos, Merlin determinou que o teste de ambos seria secreto.
Isso claramente fomentou ainda mais o caos que já havia no local.
No entanto, ninguém era louco de ir contra os desejos de Merlin, sendo assim, dentro da Sala, restaram apenas ele, dois examinadores, a Princesa e suas duas Guardas e Ben-Hur.
"Princesa, por gentileza..." Disse um dos examinadores apontando para o Cristal.
A garota assentiu, olhou para Ben-Hur e subiu as escadas que levavam até o Cristal.
Quando ela tocou sua mão, até Ben-Hur foi surpreendido.
Era como se um sol branco tivesse entrado dentro do recinto, a luz iluminava todos os cantos possíveis do local e era tão intensa que era possível sentir o calor na pele.
Merlin arregalou os olhos, pasmo.
"Vocês devem jurar que jamais revelarão o que aconteceu aqui!" Disse Merlin para os dois examinadores que ali estavam.
Eles rapidamente assentiram e fizeram uma promessa jurando em suas vidas, que caso a quebrassem, eles morreriam, tamanha era a importância desse acontecimento.
Era sem precedentes dentro daquele Reino.
Merlin lembrou havia se deparado com tal luz apenas algumas vezes, das quais quatro se destacavam, com Adam, Sophie, uma outra jovem, mas ela não era da raça humana, mas sim a Filha da Rainha dos Elfos Divinos e um jovem rapaz, que também não era humano, mas sim o filho do Rei dos Dragões Divinos.
Os examinadores e as Guardas da Princesa olharam rapidamente para Ben-Hur, esperando que algo fosse feito para o silenciar.
Porém, Merlin não apenas não fez nada, como o tratou com grande respeito, mais até do que ele tratou a princesa.
O que deixava a questão de quem ele realmente era.
A princesa desceu pelas escadas e olhou com uma expressão curiosa para Ben-Hur, que passou por ela enquanto subia para sua vez.
Ele respirou fundo e levou sua mão até o cristal, entretanto, quando o fez, algo inesperado ocorreu.
"BOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOMM!!!!!!!" Uma imensa onda de choque surgiu.
Ben-Hur foi lançado longe, mas, para a sua sorte, Merlin reagiu a tempo e o protegeu de ser atingido pelos imensos pedaços de cristal que foram lançados como lanças em todas as direções, bem como de atingir a parede e sofrer sérios danos.
As guardas reagiram a tempo e defenderam a Princesa facilmente, já os Examinadores conseguiram se proteger sem muitas dificuldades.
Todos estavam pasmos, se entreolhando, tentando entender o que havia acontecido.
Jamais eles tinham visto isso acontecer, na realidade, não havia registro em toda a História de alguém sendo capaz de destruir um Cristal do Potencial.
Muitos acreditavam que ele era virtualmente indestrutível, um presente do Deus Supremo para todos.
O número deles eram escassos e era impossível os manipular para transformar em armas ou algo do tipo, o único propósito deles era medir o Potencial.
No entanto, Ben-Hur ao tocar, o destruiu de tal forma que após serem lançados como lanças, o cristal se desfez e foi dissolvido na própria atmosfera, sem deixar nenhum rastro para trás.
Em suma, ele só mantinha sua forma cristalina se estivesse inteiro, se fosse quebrado, ele desaparecia.
E, em um piscar de olhos, Ben-Hur destruiu não apenas um dos maiores tesouros da Academia Real, como chocou os presentes.
Só então os Examinadores e as Guardas entenderam que não era para resguardar a Princesa que ele havia feito os dois ficarem por último, mas sim Ben-Hur.
No meio da comoção, duas sombras surgiram dentro da sala.
Eram Sophie e Adam, que apareceram do nada, usando alguma Skill de movimentação.
As guardiãs da Princesa reagiram rapidamente, achando que era algum assassino ou algo do tipo e se colocaram em posição de defesa.
No entanto, o olhar de Sophie para elas deixava bem claro que ela não poderia ligar menos para ambas.
As duas foram escolhidas a dedo pelo próprio Rei para cuidarem da sua filha, sendo assim, elas eram exímias guerreiras, sendo capazes de analisar a força de seus oponentes.
E isso era tão verdade que ambas recolheram suas espadas, as guardando dentro de suas bainhas.
Quando elas encontraram os olhos de Sophie, perceberam que defender ou atacar, seria algo extremamente fútil.
Os olhos claros de Sophie eram como os olhos selvagens e poderosos de uma leoa encarando sua frágil presa.
"O que houve aqui?..." Indagou Adam.
"É... É melhor eu explicar para vocês depois... P... Por favor, vocês acompanhem a Princesa para os seus aposentos, eu... Eu preciso resolver algumas coisas..." Disse Merlin para os examinadores que rapidamente agiram e acompanharam as guardiãs e a Princesa para fora.
No entanto, antes de eles chegarem à porta, Merlin os parou.
"Antes que eu esqueça, lembrem-se, jamais falem disso para ninguém, do contrário, nem mesmo eu serei capaz de salvar suas vidas..." Disse Merlin em um tom extremamente sério.
As Guardas se entreolharam, os examinadores também, e rapidamente juraram não contar para ninguém.
"Eu também não vou contar nada, no entanto, apenas sobre uma condição..." – Princesa Sarah.
Sophie olhou com curiosidade para a garota e sorriu ao ver tamanha coragem.
"Qual seria?..." – Merlin.
"Eu quero que ele seja meu amigo..." Disse ela apontando para Ben-Hur que apenas riu.
Merlin, Sophie e Adam olharam para Ben-Hur, esperando a reação dele.
"Eu seria seu amigo mesmo sem você jurar..." – Ben-Hur.
"Então tá bom..." E a Princesa Sarah saiu sem jurar.
Merlin olhou para Adam e Sophie, tentando ver como eles reagiriam.
Eles apenas riram.
Seus olhares diziam que era algo que cabia a Ben-Hur decidir.