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Chapter 13 - Aqueles de Baixo Status Social

O som de espadas se encontrando retumbava no salão oval e seu formato fazia o som reverberar diversas vezes, criando um eco assustador.

As crianças tinham olhares surpresos.

Sarah dançava com aquela espada em suas mãos, de tal forma que até o examinador estava surpreso.

Ela era capaz de manipular a espada com uma destreza sem igual, conseguindo até mesmo fingir ataques e então usar seus pés para tentar desequilibrar seu oponente.

Seus golpes eram pesados e com uma técnica excepcional.

O examinador claramente era dezenas de vezes mais forte que a jovem princesa, no entanto, ele claramente não a estava subestimando, sabendo que se cometesse tal erro seria humilhado em frente a todos os outros examinadores.

Os guardas, a maioria aventureiros contratados para tal função, tinham olhares surpresos.

A Família Real era conhecida por ser o berço de nascimento de alguns monstros durante os séculos, mas o nível de Sarah era surpreendente.

Apesar do poder de ataque dela ser pífio, sua destreza e técnica eram vistas apenas em pessoas experientes, normalmente de Rank C- ou acima.

Quando as espadas se encontravam saiam faíscas e era possível ver gotas de suor aos poucos se acumulando no rosto da jovem princesa.

Ela não tinha a estamina de um examinador da Academia Real, nem a experiência, técnica ou força.

No entanto, ela não diminuía sua velocidade de ataque, pelo contrário, aos poucos a velocidade e o poder de ataque dela aumentavam.

E então o examinador percebeu que ela já era capaz de usar uma Skill.

Havia uma rara skill chamada de Multiplicador de Ataque, onde a cada golpe, o ataque daria mais dano e seria mais rápido, contudo, também gastava mais Mana para ativar a Skill a cada golpe.

Não apenas isso, em um dado instante, raios começaram a surgir ao derredor de Sarah e seus olhos vibravam com poder.

Seus cabelos voavam no ar, mesmo sem haver vento e um leve sorriso dançava em seus lábios.

Sua velocidade aumentou dezenas de vezes e o examinador seu viu tendo que levar ela um pouco a sério.

As crianças estavam pasmas e os adultos também.

Estrondos retumbavam dentro do salão conforme os raios açoitavam o ar e criavam trovões, o som metálico das espadas era algo assustador e era possível ver algumas crianças com medo, tentando se esconder.

No entanto, como era de se esperar, sua Mana ruiu rapidamente e ela não mais foi capaz de continuar a lutar.

"Exemplar demonstração de poder…" Disse o examinador dando a mão para ajudar a Princesa a colocar-se de pé.

Ela sorriu e agradeceu curvando a cabeça levemente.

O examinador olhou para a espada em suas mãos e sorriu.

Ele já estava em seus sessenta e cinco anos e era um Barão, controlando um pequeno território e em todos os seus anos, jamais deparou-se com tamanho talento.

Ele podia sentir a palma de sua mão levemente amortecida pelos golpes pesados da jovem princesa.

Claro, se fosse uma batalha real ela teria morrido nos primeiros segundos de combate, a diferença de poder era gritante, porém, em pouco tempo, ele tinha certeza que ela o superaria e de forma considerável.

"Parece que esse Reino terá um futuro brilhante pela frente…" Riu ele sozinho em sua mente.

Depois da Sarah, ninguém mais parecia tão grandioso, apesar de ter aparecido alguns talentos interessantes, a demonstração de habilidade da garota pareceu deixar todos empalidecidos.

Porém, ainda havia alguém que não havia demonstrado suas habilidades.

"Candidato 3320 ao 3330, subam ao palco!" Chamou um dos examinadores.

Os de baixo nível social, em meio aos milhares de ricos, foram os últimos e restavam apenas dez crianças.

Cinco eram meninos, chamados de Eduardo, Lutero, Clive, Ben-Hur e Conrad.

As outras cinco meninas eram chamadas de Eda, Edith, Meggy, Heloise e Rosetta.

Com exceção de Ben-Hur, que foi indicado pelo Padre Pedro, os demais vieram de vários lugares do Reino Wolfstrong, tendo conseguido suas vagas por demonstrarem grande talento nas provas feitas semestralmente, nas quais até mesmo os Aldeões podiam participar.

Contudo, eles eram filhos de Aldeões, ninguém esperava muito no quesito magia deles, habilidade com a espada ou qualquer outra arma.

Sendo assim, todos eles subiram apenas para demonstrar que eles eram capazes de controlar a Mana com um certo talento, isso era o suficiente para alguém no nível social deles obter algum reconhecimento.

A ideia era simples, fazer a Mana cobrir seus corpos totalmente e então, gradativamente, fazer com que ela fosse absorvida novamente.

Até mesmo aldeões comuns eram capazes de usarem Skills, já que era algo simples, bastava pensar e dizer o nome da skill que eles queriam usar e a mana seria gasta e a ação gerada.

Porém, o verdadeiro poder de alguém além de um mero Aldeão, era a capacidade de conjurar Magias com apenas o pensamento, sem ter que recitar um cântico ou pronunciar um nome.

E, o teste mais simples para saber se alguém tinha a capacidade de usar Skills Silenciosas, era conseguir expulsar a mana do seu corpo e então absorver ela novamente.

O motivo era simples, alguém comum apenas usaria a Mana e não a entenderia ou sentiria, alguém capaz de usar magias em silêncio era capaz de sentir, manipular e transformar a mana com apenas sua força de vontade e isso era algo que demandava talento.

Apenas um, em milhares de milhares de aldeões nasceria com tal capacidade, sendo assim, as crianças que ali estavam, não eram simplórias, apesar do baixo status social.

Os nove rapidamente demonstraram que eram capazes de fazer isso e saíram do palco, era visível em suas faces que eles estavam envergonhados e com medo, afinal, os olhares de todas as crianças e examinadores estavam direcionados a eles e boa parte eram olhares de desdém e zombaria.

Contudo, após eles descerem, um ficou no palco

Apenas Ben-Hur ficou e ele ainda estava de olhos fechados, concentrando-se ao mesmo tempo que respirava lentamente.

No telhado, Sophie e Adam claramente estavam nervosos e em pânico, o que fazia Merlin rir por dentro.

Ele nunca imaginou que veria os dois nervosos ou com uma expressão tão grande de medo.

Ambos estavam em guerra contra um grupo de pessoas extremamente poderoso e nem piscaram diante de tamanho perigo, mas agora, porque seu filho ainda não havia passado na prova, eles estavam assustados.

"Gente... Virarem pais realmente mudou vocês... Quem diria que as duas pessoas que assustaram todos com suas Classes Divinas estariam fazendo tais expressões..." Merlin não conseguiu impedir de incomodar seu casal de amigos.

"Fique quieto..." Disse Adam cutucando Merlin que riu.

Enquanto isso, Sarah olhava para Ben-Hur com uma certa curiosidade.

Seria ele apenas inteligente e nada mais?

Não era como se isso fosse ruim, mas claramente ele não iria muito longe com apenas uma alta inteligência, em um mundo dominado pela magia e guerra.

Todos sabiam que no fim, o que realmente contava, era a capacidade de matar e destruir, por mais que ninguém quisesse admitir, essa era a realidade daquele mundo.

As guardas da princesa tinham uma expressão de decepção, após ele ter parecido tão corajoso ao resistir a palavra de comando de uma delas, ambas imaginaram que ele tinha um certo talento.

Contudo, a resposta para as dúvidas de todos que o observavam não tardaram em chegar.

Ben-Hur abriu seus olhos abruptamente e todos se surpreenderam com o que viria a seguir.