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Ele não sabia bem o que fazer em um não-encontro. Ele não se lembrava da última vez que esteve a sós com uma mulher como a Srta. Nam sem algum interesse mútuo. E também nunca tinha ido a um encontro às cegas. A vida dele não funcionava assim. Mas essa noite, definitivamente nada estava saindo como o planejado.
Kim Jun Hyeon tinha saído de casa com o firme propósito de cumprir sua palavra, porém sem envolver-se mais com a Srta. Nam e participar do joguinho do de seu avô. Avô este que provavelmente tinha muito tempo livre nas mãos ultimamente para pensar em funerais estranhos e armar situações constrangedoras para as pessoas à sua volta. Ele definitivamente precisava falar com a mãe sobre isso.
Mas claro, a Srta Nam era igual ao vestido dourado dela: uma explosão-surpresa na cara dele.
Depois de fazê-lo esperar e levá-lo ao ponto da irritação, ela chegou com um olho machucado, sem maquiagem e parecendo bem menos glamourosa do que as outras duas vezes em que se encontraram. Ainda por cima, com sapatos trocados.
E por causa disso, ele não pôde sequer se manter irritado sobre ter esperado tanto. Ele não podia arriscar se a ser rude com uma mulher que estava se sentindo feia.
"Você canta em outro lugar, Srta. Nam? Digo, fora casamentos e eventos? Tem algum outro lugar além do Pérola?
"Ahn… Neste momento só no Pérola."
Ele ia perguntar a ela mais sobre a carreira dela, que parecia um assunto bem seguro, mas ela o interrompeu:
"Que tipo de cirurgia você mais faz? Digo, em termos quantitativos.
"Nariz." ele respondeu prontamente. Aparentemente ela tinha tido a mesma ideia.
"Sério? Eu achei que eram pálpebras. Dizem que é a cirurgia mais popular."
"Sim, é, mas eu não faço muitas delas. Existem outras pessoas que podem fazer isso melhor que eu."
"Uhn…" Ela mordeu o lábio, ele viu pelo retrovisor. Parecia que ela queria fazer uma pergunta, mas estava incerta.
"Pode perguntar."
"Perguntar o quê?" a cantora se fez de desentendida.
"Ah, bem, se você não vai perguntar, então eu respondo mesmo assim."
"Como assim? Você vai responder sem eu ter perguntado nada?"
"A pergunta é clara."
Ah é? Então qual é a resposta para a "pergunta óbvia"? ela soou sarcástica. Jun Hyeon percebeu que ela estava ficando confortável consigo mesma novamente, agora que seu olho estava melhor e que tinha aceitado que ele não se importava com a aparência dela. No que ela se enganava, claro.
"A resposta é: não, você não precisa de uma cirurgia de nariz."
"Mas que bola fora, Dr. Kim. Eu não ia perguntar isso." ela riu, e ele também. "E quem disse que eu nunca fiz meu nariz?" ela testou, mas Kim não caiu no truque.
"Se fez, por favor, me apresente meu novo mestre. Ele é um gênio."
"Oh! Ele é tão cheio de si…!" Ela resmungou audivelmente, ele reprimiu um sorriso enquanto dirigia. Seu olhar, no entanto, foi pego por um relance do que estava acontecendo na estrada atrás de si. Parecia que os motoristas estavam irritados com algo, possivelmente um motociclista, pois estavam buzinando como doidos. Mas ele não conseguiu ver a causa do problema em apenas um relance, e continuou prestando atenção à sua frente.
"Park Bo Mi já fez alguma cirurgia plástica? No nariz? Por que eu acho que afinou um pouco no último ano. Ela fez?"
Kim Jun Hyeon quase caiu na armadilha, mas espremeu os lábios e balançou a cabeça em negação, recusando-se a falar.
Vamos, Dr. Kim! E Kim Hong Byul? Ou, pelo menos, Kim Ha Neul? Ela fez, não fez? O rosto dela afinou muito, foi bichectomia, não foi?
Ele mal conseguia conter o riso agora, com o tom extra curioso da cantora. Se virou rapidamente para ela, balançando a cabeça alternadamente entre sim e não, enquanto mantinha os lábios apertados.
O que? O que é isso? Ela fez? Quem não fez?! Ah, que frustrante! Ha Neul fez mas Hong Byul não? Não entendi. Fale logo!
Jun Hyeon soltou uma sonora gargalhada diante da exigente Ye Rim. Vamos lá, você não está querendo mesmo que eu seja seu brinquedo para detectar cirurgias plásticas, está?
Ahhh…! Bem, eu estava. Ela lamentou em frustração, mas admitiu afinal, com um riso. Eles pararam no sinal vermelho, e Kim então conseguiu ver no retrovisor uma pequena moto dançando entre os carros. Estranhamente, apesar de poder fazer isso, o motociclista não chegou na intersecção. Mas sua atenção foi trazida para o comentário de sua acompanhante.
Ok, apesar do assunto ser bastante saboroso, o Dr. kim nao vai colaborar com minha base de conhecimento sobre celebridades. Aposto como também não vai falar sobre seus clientes famosos.
Uhm. Ele concordou com a lógica dela.
Então…
Lá vem ela de novo.
Você já passou por alguma cirurgia plástica, Dr. Kim?
Ele estava no meio de uma gargalhada quando um barulho absurdamente alto e próximo o fez parar. A frente deles, na intersecção, a tampa de uma caixa de visita simplesmente voou alguns metros do chão, sem nenhum motivo aparente. Alguns segundos depois, um jorro de água seguiu, alcançando pelo menos dois metros no seu ápice, diminuindo logo a seguir. A tampa caiu no chão alguns metros na intersecção vazia, com um forte estrondo.
Ele soltou um palavrão involuntário, e a seguir perguntou a esmo: Que diabos foi isso?
Então ele sentiu as pequenas mãozinhas da Srta Nam agarradas no seu braço e o rosto dela enterrado no seu ombro. Ela tinha se encolhido em seu banco, projetada para procurar abrigo no corpo dele, por alguma razão. Então Jun Hyeon colocou uma mão sobre a cabeça dela, em consolo. "Ei, calma. Foi só um susto. Ninguém se feriu."
Aeehh… Rmmm"! Nam Ye Rim pigarreou e se aprumou de volta ao seu lugar, ainda com olhos assustados, sem pedir desculpas. "O que foi isso? Achei que a gente ia morrer."
Eu não sei. Aparentemente, a caixa de visita explodiu. Gás encanado, talvez." Ele mudou a marcha para saírem dali, os carros atrás deles já buzinavam freneticamente,e as pessoas na calçada se juntavam para olhar e comentar.
O Dr. Kim tinha que admitir que seu coração também batia descompassado, embora ele estivesse mantendo uma fachada fria, por ela.