"Não saiu como eu esperava, mas olha só, estou conhecendo uma pessoa interessante hoje!"
Lee Dae Won sorriu ao receber o elogio indireto, levando uma mão ao coração para agradecer. Percebendo que ela não adivinhou sozinha onde Kim Jun Hyeon estava, ele disse: "Jun Hyeon foi dar um telefonema para sua secretária, para resolver o problema do carro."
"Ah, claro." Ye Rim se sentiu um pouco burra por não supor isso. " Que sorte que demos que sua casa ficava tão perto de onde estávamos."
"Nunca é sorte ter um problema desses, mas por outro lado, foi sorte eu estar em casa, sim."
"Dr. Kim disse que imaginava poder te encontrar aqui. Disse que tinham se visto à tarde, e por isso sabia."
"Ahhh… que bom que ele falou de mim pra você." Lee Dae Won foi até um aparador perto da porta e pegou as chaves do carro. "Mas eu estou na desvantagem. Ele apenas comentou comigo que hoje iria levar uma garota ao teatro… Num tipo de não-encontro."
"Ahhh…" Ela riu. "Imagino que ele tenha dito isso. É verdade, de qualquer modo."
"Como é isso? Digo, como isso aconteceu?" Ele se recostou no móvel, olhando para ela com interesse.
"Bom…" Ye Rim não se sentiu confortável em expor o médico, mas o músico falou antes dela:
" Isso tem a ver com o Sr. Go comprar os tickets para o musical?"
"Ohh! Como você sabe disso?!" ela ficou sinceramente espantada.
"Eu conheço a produtora do espetáculo e consegui os ingressos para o Sr. Go." Lee admitiu, cruzando os braços como quem não sabe se deve se gabar disso ou não.
"Uau!"
"Então… Você ainda devia me contar."
"Ok. Creio que a melhor maneira de dizer isso é que o Dr Kim está sendo punido por seu avô, e sendo obrigado a me levar para passear e a me paparicar por uma noite."
Isso tirou uma gargalhada do anfitrião.
"Sério!" Ela também foi contagiada pela reação dele.
"Como Vince Vega levando a Sra. Wallace para uma noite fora?"
"Como Vi…? Isso! Como isso!"
"Uma pena que não vai ter concurso de swing."
"É, bem, a noite foi um completo fiasco." Embora o tom fosse alegre, Ye Rim não estava animada de pegar um táxi e voltar para casa como Kim Jun Hyeon planejava. Ela sentiu o olhar penetrante de Lee Dae Won sobre si, e pigarreou: "Ainda assim, memorável. Tive a honra de conhecer um compositor famoso."
"Você vai ficar me embaraçando dentro da minha própria casa? Não seja assim."
Ye Rim calou-se, talvez estivesse animada demais depois dos acontecimentos. 'É a adrenalina, me fazendo parecer elétrica?' se perguntou.
"De qualquer modo, a noite não terminou ainda."
Ambos ouviram Jun Hyeon vindo na direção deles, e Dae Won ostensivamente mudou o assunto, piscando para Ye Rim.
"Assim que ele terminar o telefonema vamos descer e sinalizar o carro, aguardar o guincho, e tudo o mais…"
"Eu ouvi que estavam falando de mim, corta essa." o médico disse ao parar ao lado de Ye Rim.
"Falando muito mal, aliás. Ouvi dizer que você tinha uma tarefa. Uma tarefa apenas… E falhou."
Ye Rim ergueu o olhar para captar a reação do homem ao seu lado, mas se surpreendeu ao perceber que seus olhos e rosto estavam repentinamente sérios após o comentário jocoso, destoando do tom alegre do homem loiro. Porém em questão de segundos ele sorriu, um pouco embaraçado:
"É verdade. Acho que apenas vou acumulando dívidas com as pessoas ao meu redor."
Ye Rim ia abrir a boca para dizer que, como prometido, tê-la carregado morro acima já pagava as dívidas dele, mas Dae Won repentinamente propôs:
"Bom, me deixem fazer parte disso e vamos consertar essa noite!"
Ela ergueu a sobrancelha em surpresa, incerta se tinha entendido, e o médico perguntou:
"Fazer parte do quê?"
"Do não encontro de vocês! Parece ter um imenso potencial para diversão."
"Você não ent…" o Dr. Kim ia falar algo, mas Ye Rim exclamou, empolgada:
"Sim! Vamos fazer isso! Uma saída a três! Boa ideia, oppa!"
Dr. Kim olhou para a garota ao lado com um olhar chocado. Lee Dae Won comemorou com um soco no ar, parecendo feliz em ter algo interessante para fazer. " Só um minuto." Ele foi subindo as escadas e de repente se virou, jogando as chaves de seu carro para o amigo, que as agarrou no ar:
"Vai ligando o carro, vou trocar de roupa para irmos."
Quando ele saiu de vista, ela se virou para o médico: "Você é amigo de um compositor famoso!"
"Parece que sim." Kim murmurou, e andou para uma porta lateral, fazendo sinal com a mão para que ela viesse com ele, enquanto ia na frente, parecendo apressado.
Porém o gesto dele também indicava que ele esperava que ela segurasse sua mão, para irem juntos para a garagem da casa.
Ye Rim franziu as sobrancelhas e fez uma cara de preocupação, tentando não pensar demais sobre porque raios ele estaria fazendo aquilo. Apenas acelerou o passo e passou por ele, indo para a garagem da casa.
Kim Jun Hyeon aparentemente entendeu pela maneira ostensiva que ela fez isso, que ela não estava ali como um apêndice dele. E também ostensivamente deixou que ela visse que ele pouco se importava, com um dar de ombros e uma cara de gato entediado que combinava bastante com ele, aliás. Mas talvez fosse porque, como da outra vez, ele tivesse reparado nos pés dela antes dela mesma.
"É uma casa bonita." Ye Rim comentou, enquanto ele tirava o carro da garagem. Dessa vez Ye Rim sentou-se no banco de trás, e tinha-se reclinado em direção ao banco da frente para falar com o motorista.
Kim concordou: "Sim, mas mudou muito desde a último vez que eu vim aqui. Deve ter sido há uns dez anos mais ou menos. Os pais de Dae Won ainda moravam aqui." Eles estacionaram na frente da casa, aguardando Lee sair.
"Então ele mora sozinho nessa casa enorme?"
"Não sei, creio que sim. Ele é filho único e quando os pais eles se divorciaram, pelo que me lembro a casa ficou para a mãe, que hoje mora na China.
Ye Rim pensou sobre isso, e comentou: Você também é filho único, certo? Lembro de ouvir seu avô falando isso lá no Peróla…"
"Ah, bem…Hoje, eu tenho um irmãozinho de quatro anos, do segundo casamento do meu pai. Mas eles moram nos Estados Unidos e eu só o vi um par de vezes."
"Ah, que fofinho."
Ele fez um uhum distraído. "Mas eu tive uma irmã gêmea."
Ye Rim não imaginava, e abriu a boca em surpresa, porém antes que ela pudesse dizer algo, Lee Dae Won saiu pelo portão, vestido estilosamente para uma sexta-feira à noite.
A camisa tinha o tom rosa perfeito que valorizava a palidez de sua pele e o tom dos cabelos loiros, combinando com os outros tons pastel da roupa.
Ye Rim não pode deixar de admirá-lo, antes que ele entrasse no carro, mas sua mente vagou para a cicatriz que tinha visto mais cedo. 'O que será que aconteceu?'