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Chapter 40 - Greed e Asteth

Visão de Asura Seith:

Como chegamos ao entardecer, ficamos um pouco na hospedagem e Aros teve a ideia de ir a uma taverna. Obviamente não podia ser aquela que ficava no térreo da hospedagem, lá era tão vazio quanto um deserto. Aparentemente Aros gosta desses lugares, assim que ele entrou na taverna, observou tudo.

Não pude olhar por debaixo de seu elmo, mas sabia que ele tinha ficado impressionado.

Assim que entramos nos sentamos e pedimos para a pessoa que estava nos atendendo, duas cervejas e um prato básico com um bife. Eu não era muito chegada a essas bebidas como cerveja, mas queria acompanhar Aros. Eu sei que não faz muito tempo que completou dezoito anos, mas parece que ele bebe isso faz um tempo.

"Bom, o que acha?" Ele me perguntou.

"Acho um lugar muito bom, a bebida está boa também."

"Desculpe, eu não havia perguntado, mas você gosta de cerveja?"

"Já bebi algumas vezes, não sou muito chegada, mas pedi uma para te acompanhar." Eu respondo.

"Ah, perdão... Não sabia disso..."

Ele tentava se desculpar.

Era muito fofo ver ele gentil desse jeito. Eu sei que ele tem uma aparência e postura de um lorde rígido. Já vi várias coisas ruins que ele fez, coisas que deixariam muitas pessoas com medo. Essa gentileza poderia ser estranha, mas como eu o conheci desse jeito, para mim essa é a verdadeira face.

Enquanto ele se curvava e tentava pedir quantas desculpas ele quisesse, um grupo se aproximou da gente e olhou para nossa mesa.

"Vocês são aventureiros?"

"Ah, sim. Estamos numa viagem até o reino de Sagólia. Vocês também são?" Eu respondi, curiosa com esse novo grupo.

"Sim, também estamos indo para o reino de Sagólia. Imagino que seja pelo mesmo propósito, não é? As hordas de goblins..."

"Isso mesmo, que coincidência temos o mesmo destino então." Respondi.

Eles se sentaram na mesma mesa, já que ela era bem cumprida. O grupo consistia em uma garota com pouca armadura, provavelmente para aumentar sua velocidade, já que vejo uma adaga em seu cinturão. Havia um garoto que tinha uma armadura completa faltando apenas o seu elmo, em sua cintura havia uma espada embainhada. Outro, era um garoto maior, tanto de altura quanto de massa. Sua armadura era forte o bastante e nas suas costas tinha uma espada muito grande e ao meu ver, pesada.

"Qual é o nome de aventureiro de vocês?" Ela principalmente olhou para Aros que se permaneceu calado até aquele momento.

"Meu nome é Greed, e essa é minha parceira..." Aros diz, mas pausa no momento em que iria dizer meu nome de aventureira.

"Asteth, meu nome é Asteth. É um prazer em conhecê-los. Qual o nome de vocês?"

"Meu nome Silka, prazer me conhece-los, Greed-san e Asteth-san." Diz a garota.

"Meu nome é Ottor, prazer em conhecê-los." Diz o menino guerreiro.

"E meu nome é Reaiger, prazer em conhecê-los também, Greed-san e Asteth-san." Diz o menino grande. Provavelmente o que chamamos de Tanker.

Na guilda, temos que registrar nossas classes. Existem algumas, como: Espadachim, Mago, Arqueiro, Assassino, Tanker e Healer. A julgar pelas suas armas e posturas, a garota, Silka, provavelmente é da classe Assassino. O garoto, Ottor, deve ser da classe Espadachim e o último, Reaiger, talvez um Tanker. Alguém dessa classe, geralmente andam com escudos e espadas grandes, apesar de Reaiger não ter um escudo com ele nesse momento.

"Greed-san." Ottor diz.

"Hm?"

"Com que ferreiro você comprou essa armadura?"

Sim, podíamos ver que todos estavam impressionados com a armadura que Aros usava. Era uma armadura completa, toda metalizada e atrás em suas costas, havia uma capa azul. Pode-se ver que é de ótima qualidade.

"Um ferreiro muito bom de Lálario, ele fez tanto minha armadura quanto de Asteth. Isso mostra que é um ferreiro de qualidade."

Depois de Aros dizer isso, todos olharam para mim também, analisando minha armadura. Cássiria-san disse que o vermelho combinava bastante comigo, então pediu para esse ferreiro fazer algumas partes da armadura em vermelho. Quando me olhei no espelho, realmente, era muito bonito.

"Ah, e afinal, qual é a relação de vocês?" Dizia Silka, enquanto pedia uma caneca de cerveja.

Aros e eu ficamos em silêncio por um tempo, mas ele decidiu falar.

"Eu e Asteth somos casados, atualmente nos aventuramos juntos." Ele diz em um som neutro.

Aparentemente ele não gostou da ideia desses aventureiros sentarem perto da gente, não consigo achar um motivo para isso ainda...

Quando o grupo ouviu de Aros que somos casados, eles ficaram com uma cara de surpresa e estavam até meio tontos por causa disso. No começo, eu achava que era normal um casal sair em uma aventura, mas parece que não muito normal.

"V-Você e G-Greed-san são casados?" Perguntou Ottor meio atordoado.

"Sim." Respondi.

"Isso é muito incrível! Espero um dia ter um companheiro desse jeito para me acompanhar! Sério, parece muito romântico." Diz Silka.

"Vocês vieram de Lálario, não é?" Diz agora Reaiger, que estava bem quieto.

"Sim." Responde Aros com firmeza.

"O que está havendo por lá? sei que em alguns lugares existem grupos rebeldes que querem acabar com Aros Silverstein, o lorde de lá. Não sei se em Lálario está ocorrendo isso."

"Lá está normal, aparentemente eles confiam em Aros Silverstein." Diz Aros.

"Uau! Não pensava nisso, nenhum grupo rebelde surgiu por lá?"

"Ainda não. Mas não deve demorar muito."

"Entendo."

A conversa dos dois foram bem tensas. Principalmente para mim, que sabe que quem está por debaixo do elmo, é o próprio Aros. Reaiger apenas queria saber sobre a situação de Lálario, então não mostrou desprezo quando disse o nome de Aros.

"Mas o que vocês acham? De Aros Silverstein..." Pergunta Aros em um tom sério.

O que? Por que ele está perguntando isso?

O grupo abaixou a cabeça com a pergunta de Aros, eles pareciam meio apreensivos em responder. Talvez seja medo ou qualquer outra coisa, mas com certeza eles não queriam responder esta pergunta. Vamos Aros, deixe-os em paz.

"Aros Silverstein derrotou os reis demônios, mas não vejo ele como um herói. O tanto de gente que ele matou foi exorbitante. Acho que apenas derrotar os reis demônios não é uma boa tentativa de se redimir." Diz Silka.

"Poucas pessoas o encaram desse jeito, como o errado. Afinal muitos tem medo dele. Mas eu penso o mesmo de Silka." Diz Ottor.

"Acho que foi pouco aquela pena que recebeu, esperava algo mais radical do Grande Rei, algo como executá-lo." Diz Reaiger.

Enquanto ouvia os comentários de todos, fui franzido a testa de pouco em pouco, ainda bem que a máscara estava em rosto. Eu não conseguia ouvir todas essas palavras contra alguém que admiro muito. Sinceramente, acho que não fui muito com a cara desses aventureiros.

Nem imagino como deve estar se sentindo Aros...

"Eu também acho isso. Ele pode estar tentando arrumar o reino dele com aquela punição que levou, mas não pode arrumar as atrocidades que fez. Herói, você disse né? Eu nunca ousaria colocar esse título em alguém tão arrogante. Sinceramente, espero que ele pague mais por esses crimes."

Aros disse isso... ele disse isso sobre si mesmo.

Mas por que ele está dizendo algo assim? Isso é só para entrar no personagem? Só para ser outra pessoa? Não, essas palavras foram reais demais, sinto que foram do fundo do coração dele. No entanto, dói me ouvir ele dizendo sobre si desse jeito, se menosprezando como se fosse um cara ruim.

Sim, ele pode ter feito coisas erradas, mas agora ele está tentando se redimir. Me dói um pouco dizer isso, no entanto, acho que Aros faria a mesma coisa se voltasse no tempo. Mataria as mesmas pessoas, tomaria as mesmas ações. Porque ele é assim, Aros toma as decisões que ele acha certo tomar.

Isso pode soar horrível, mas ele é humano como a gente. Todos nós pensamos em nós mesmo, tomamos decisões arriscadas as vezes, tudo pelo o bem da gente. Aros não foi diferente. Ele sentiu a necessidade de se vingar, para deixar seu coração tranquilo.

"E você, Asteth-san? O que acha de Aros Silverstein?" Silka pergunta a mim.

"Prefiro não comentar sobre isso." Respondi.

"Certo... Vamos mudar de assunto então. Vocês partirão quando para o reino de Sagólia?" Silka faz o clima ruim se dispersar.

"Iremos amanhã de manhã." Eu falo.

"Oh! Também iremos a este horário!"

"Que legal, que tal irmos todos juntos?"

"... Está tudo bem para vocês?"

"Claro que sim, estou feliz que vamos tomar a mesma rota juntos. Tenho certeza que não haverá problemas. Não é Ar- Greed?"

"Certo, também apoio." Ele afirma com a cabeça.

Com certeza ele não estava apoiando essa ideia...

...

Era o outro dia, de manhã.

Como prometido, estávamos esperando o grupo de aventureiros na entrada do vilarejo grande. Aros havia comunicado ao cocheiro sobre a chegada de mais integrantes na viagem. O cocheiro concordou firmemente a Aros.

"Ah, Asteth-san e Greed-san!" Diz Silka vindo ao longe.

Eles chegaram e se posicionaram na frente da gente. Eles viram a carroça que, apesar de simples, ela era bem bonita e bem construída. A reação normal era eles terem se impressionado com esse "luxo".

"Uau! A gente vai viajar nessa carroça?" Pergunta Silka com os olhos encantados.

"Sim, eu e Ar-... Greed estamos nela desde de Lálario."

"Oh!"

Reaiger e Ottor foram cumprimentar Aros e eles ficaram algum tempo discutindo qual seria a melhor rota para pegar até Sagólia. Afinal, depois de um pequeno bosque que havia a frente, tinha uma grande montanha. Se forçasse a vista, podia-se ver que alguns comerciantes subiam e desciam dela. Era a rota normal.

Silka ficou comigo comentando algumas coisas como lugar de hospedagem e etc. Ela era uma boa garota. Posso ter ficado com um pouco raiva ontem por causa de seus comentários contra Aros, mas precisava me controlar.

Depois de conversar um pouco, olhei por cima de meu ombro e olhei para Aros. E assim me lembrei da conversa que tive depois que voltamos para a hospedagem.

...

Nós chegamos na hospedagem e retiramos nossas armaduras para dormir relaxados. Percebi que Aros respirava bastante profundamente, aliviado. Deve ser por conta que seu elmo pode ser quente. Apesar da minha mascara também tampar um pouco do ar, o vento passava pelos lados e etc. Já o elmo de Aros, estava trancado o tempo todo.

Ele colocou toda sua armadura no baú e agora estava vestindo uma camisa branca e uma calça leve marrom. Seu nível de humor estava baixo por algum motivo depois da conversa com os aventureiros. Deve ter sido os comentários sobre ele...

"Aros... não ligue muito para que eles disseram."

"Hm? Ah, você acha que eu fiquei triste por causa disso, não é?"

"E não foi?"

Esperando sua resposta, eu havia tirado toda minha armadura e agora estava com uma roupa normal sentada na cama. Aros se virou e olhou para mim. Se aproximou em passos lentos até ficar na minha frente e me encarar. Eu fiquei corada porque ele estava me encarando muito profundamente.

Até que veio seu movimento.

"Wah!?"

Ele pegou em meus braços e me empurrou na cama até que eu estivesse totalmente deitada. Quando olhei para cima, ele estava basicamente olhando em meus olhos em cima de mim. Nossos rostos estavam muito pertos, e eu não sabia o que fazer. Ele nunca tinha tomado uma atitude dessa antes, então porquê?

"Asura... tudo que eu disse a eles era verdade, não acho que mereço ser elogiado pelas as pessoas minhas ações foram tão ruins que até eu mesmo tenho nojo de mim. Aquele titulo de herói que Silka-san citou, com certeza é algo que nunca vou alcançar. Meu modo de agir nunca vai permitir isso."

"Ah... Ah..." Eu estava respirando com um pouco de dificuldade, era porque eu estava com vergonha de mais.

"Mas mesmo assim... você aceita estar do meu lado? Mesmo não sendo o herói que talvez você quer de mim?"

"Mas quem disse que eu quero que você seja o herói?" Eu disse.

"Não seria melhor assim? Você já deve ter sonhado em um dia aparecer na sua porta um herói que fosse tão puro de bondade que vocês iriam se apaixonar e se casariam. Não é? Soube que muitas garotas sonham com isso."

"Você está certo, eu sonhava com isso também."

"Então..."

"Mas quando te conheci na rua comercial, meu coração disparou. Você parecia um herói, mas eu sabia que não era. Eu tinha percebido que estava um pouco perdido e então fui falar com você. Depois que tudo aconteceu, aquela sua briga contra os guardas, eu soube... eu soube que era você o meu herói."

"Mas Asura, eu disse que não sou um herói."

"Não." Nesse momento, levantei minhas mãos e coloquei em seu rosto. "Você não é um herói para eles, mas sim o meu herói. Por isso amo tanto você Aros. Por mais egoísta que seja, quero que você seja o meu herói para sempre..."

Meu rosto começou a ficar vermelho, disse coisas embaraçosas, mas era exatamente isso que eu queria dizer a ele. Todos o encaravam como vilão agora, mas eu sabia que ele era meu herói. Sempre fantasiei com isso, e agora está ocorrendo de verdade.

Seu rosto me encarava, mas de repente saíram lagrimas.

"Mas... Mas... Eu fiz coisas ruins, eu matei pessoas... Q-Q-Quando eu estava lá... Eu matei um grupo de jovens... E-E-Eu matei eles..."

Ele soluçava e deixava mais lágrimas de seus olhos. Pude sentir sua tristeza, mas seu rosto estava tão inocente, tão lindo. Ele não parecia um homem sério que nem estava dias a atrás. Seu rosto estava leve.

"Eu sei..."

"Eu levei Lola para um campo de guerra e fiz ela olhar tudo de ruim que posso fazer... E-E-Eu destruí uma cidade inteira... Matando muitas pessoas..."

"Eu sei..."

"Então porquê?"

"Porque você é meu herói Aros. Mesmo que venha pessoas falando que você é o vilão dessa história, eu vou olhar para você e ver um herói. Não importe quantas coisas ruins você faça. Eu te conheço agora e sei que você faz essas ações ruins para proteger não só a si mesmo, mas sim a sua família agora."

"Sim... eu faço isso..."

As minhas mãos pareciam reconforta-lo, então deixei mais um pouco.

Depois do clima relaxar e ele segurar suas lágrimas, eu comecei tirando sua camisa. Ele não estava entendendo muito e seu rosto também estava muito corado. Aros tentou seguir essa linha e também tirou minha camiseta. Ficamos nos encarando enquanto tirávamos as roupas um do outro.

Por motivos óbvios, a descrição do que aconteceu aquela noite será omitida.