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Chapter 43 - Conhecendo a Estratégia

Uma figura, de cabelos acinzentados, orelhas e calda da mesma cor, andava inquietamente de um lado para o outro. Ela tinha uma cara desconfiada, mas enquanto andava, insistia em fazer cara de tanto faz.

Sua calda balançava incansavelmente e suas orelhas também se mexiam de modo ordenado. Essa figura, as vezes parava seu andar, se apoiava na mesa e encarava uma outra pessoa, com os olhos estreitos.

"O que está acontecendo Tess?" Diz a pessoa, com um sorriso.

"Hm..."

Ela ainda estava o encarando, estreitando os olhos.

"Você não é o papai, mas tem o jeito do papai..."

"Ah, então era isso?"

A outra pessoa sentada na mesa, tinha uma bela capa azul, cabelos escuros e olhos acinzentados. Com uma postura certa e serena, ele olha para Tess que ainda estava desconfiada.

"Mas ainda sou eu Tess, isso aqui é só um clone, mas eu ainda tenho a minha mente. Era isso que estava te preocupando? Ainda sou eu."

"Hm... mas papai me explicou que você não é o papai."

"Bom, eu não estou no meu corpo original, mas minha mente ainda é a mesma. Tudo que acontecer agora, eu vou me lembrar mais para frente. Então..."

"Ainda não é o papai!"

Tess insistia dizendo que Aros não era o Aros. Ela estava certa. A mente verdadeira de Aros Silverstein, estava em seu corpo a muitas milhas dali. O clone de luz, feito pelo próprio, é uma parte de consciência. Ou melhor, é uma cópia perfeita de sua mente. Por isso ele se lembra de tudo que aconteceu anteriormente.

Aros se levantou de sua cadeira e foi até Tess que se permaneceu no mesmo lugar, com a mesma cara de desconfiada. Ele levou sua mão até o topo de sua cabeça e depois a acariciou.

"Outro pai faria isso com você?"

"Não..."

Aros sabia que só ele a acariciava desse jeito e Tess sabia. Então isso era o que ele tinha para provar que ainda era Aros, mesmo sendo um clone. É confuso, mas todas as lembranças desses acontecimentos de agora, vão ir para a mente original de Aros.

Depois disso, a porta se abre de repente.

"Ah..."

A porta se abriu de um jeito leviano. Tanto Aros quanto Tess se viram para ver quem era, e lá avistaram uma figura que frequentemente estavam vendo. Uma empregada jovem, de cabelos pretos longos, um rosto branco e juvenil. Seu uniforme parecia combinar exatamente com ela, foi um acerto e tanto de Cássiria, em relação aos uniformes.

"Me desculpe Aros-sama, eu estava arrumando o quarto de Tess-sama e ela deixou o quarto. Peço perdão pela minha falta de atenção, prometo que esse erro não acontecerá de novo."

"Pode ficar tranquila, você sabe que Tess sempre dá um jeito para vir para minha sala. Mesmo que eu tenha te contratado para cuidar dela, eu sei que Alfred adicionou muitas outras tarefas no seu cronograma, então não precisa se cobrar tanto." Diz Aros com um sorriso no rosto, tentando aliviar a jovem empregada.

Ela se chamava Liena. Aros a conheceu em uma situação um pouco conturbada, e tudo que ela queria era algum emprego para conseguir pagar as medicações de sua mãe doente. Sem hesitar muito, Aros a contratou para cuidar de Tess, já que achava que Cássiria estava bem atarefada com os assuntos do reino e cuidar de Tess.

"Liena-san é muito legal papai, não brigue com ela por favor!"

"Relaxa Tess, não tem motivos para fazer algo assim."

"Aliás Aros-sama, Asura-sama não tem voltado para o castelo ultimamente, você sabe se aconteceu alguma coisa?"

"Arh..."

Foi pego.

"É... É... Ela foi em uma viagem para descobrir novos ingredientes para seu restaurante, parece que ela não alertou nenhum de vocês."

"Entendo, me desculpa por me intrometer nesse assunto."

Liena parecia uma jovem perspicaz. Aros não havia contado isso para os criados normais, ele acreditava que uma hora escaparia da boca de alguns e circularia o reino inteiro, então ele achou melhor evitar.

...

Nós ficamos sabendo que alguns aventureiros estavam se reunindo em um lugar, para criar um grande grupo para derrotar os goblins, então, fomos para lá.

Pelo visto era novamente uma taverna. Eu gostava desses lugares, por conta que lia em muitos mangás e livros que descreviam exatamente como eram. Mas entrar em tantas tavernas assim estava começando a ficar cansativo.

"Vamos nos sentar aqui." Diz Silka.

"Certo."

Sentamos em uma mesa larga, para que coubesse todo mundo.

No mesmo instante que sentei, olhei ao redor e havia grupos de todos os tipos. Havia um grupo de aventureiros de um físico mais forte, eles eram basicamente brutamontes e certamente falavam mais alto por conta da bebida. Outros estavam em mesas separadas, e eram grupos de aventureiros normais, de três a quatro pessoas. As garçonetes que serviam as bebidas pareciam estar sobrecarregadas e confusas.

"Muitos aventureiros aqui, não é?" Asura pergunta a mim.

"Pelo visto esta reunião estava sendo marcada antes da gente ter conhecimento dela." Eu digo olhando para todos os lados.

"Definitivamente."

Com aqui seria o local da tal reunião, esperamos até ver o que aconteceria. Sinceramente, achei que tínhamos chegado atrasados, mas não foi o caso, felizmente. Afinal, todos também pareciam apreensivos, esperando o anuncio de alguém para combinar tudo.

"O clima daqui é agradável, mas ao mesmo tempo assustador." Diz Ottor.

"Senti o mesmo." Diz Asura.

"Por mais que estejamos perto de aventureiros bons, também estamos em lugar onde pessoas ruins se reúnem. É normal sentir esse tipo de coisa. Mas definitivamente aqui não parece ser um lugar... na qual a gente se encaixa." Eu digo.

Eu dizia isso porque alguns olhavam para a gente. Talvez seria por conta da minha armadura chamativa? Um grupo de aventureiros incomum? Ou simplesmente desconfiavam de qualquer pessoa aos seus arredores? Era difícil saber...

Mas até que enfim, alguém decidiu se pronunciar.

"Olhem aqui pessoal! Aqui!" Ele batia as duas canecas de cerveja. "Bom, agora que muitos chegaram, podemos começar a reunião não é mesmo? Eu os chamei aqui, por conta da horda de goblins que rodeia o aqui, o reino de Sagólia. Imagino que muitos estão aqui por conta disso. Então, para deixar o trabalho bem mais fácil para todo mundo, decidimos reunir todos aqui, para derrotarmos juntos aquelas criaturas imundas!"

Todos que ouviram a fala do jovem aventureiro, aplaudiram e gritaram em seus gritos de guerra. Continuamos a ouvir o que ele ia dizer, afinal, qualquer informação a mais é um privilégio para nós.

"Eu não sou o líder do grupo que vai guia-los, então vou os apresentar alguém de confiança. Um aventureiro que pode nos liderar melhor do que qualquer um. Lhes apresento ele! O aventureiro rank B, Eugene!"

"Muito obrigado Flinks, olá pessoal!"

Para a surpresa da gente, quem subiu na mesa para dizer algo desta vez, foi Eugene.

Lógicamente, no mesmo instante, eu franzi a testa. Ele podia ser uma boa pessoa, mas ainda estava desconfiado sobre essa sua atitude gentil e tudo mais. Por ora, irei ouvir o que ele tem a falar. Asura e o grupo de Silka parecem animados de vê-lo, eles não desconfiam nem um pouco dele.

Talvez eu esteja ficando apreensivo atoa.

"Como Flinks mesmo disse, iremos derrotar aquela horda de goblins e salvar as pessoas que foram sequestradas, assim teremos um reconhecimento muito grande na guilda de aventureiros. Peço que confiem em mim, eu vou lidera-los do mesmo jeito que lidero meu grupo. Se puderem confiar em mim, prometo-os que trarei o sucesso que tanto esperam."

Ficou apenas alguns segundo em silêncio, mas depois alguns novamente aplaudiram e gritaram em comemoração. Eugene realmente parecia bem confiável a todos, eu sabia aquela sua personalidade o favorecia para trazer as pessoas para seu lado. Tenho certeza que com esse favorecimento a ele, pode converter qualquer um para qualquer seja o lado, seja bom ou ruim.

Como muitos o aprovaram, incluindo Asura e o grupo de Silka, decidi confiar nele também. Afinal toda essa desconfiança vinha apenas da minha cabeça. Então comecei a aplaudir junto com todo mundo.

"Ah!"

Eugene olhou para nossa direção e exclamou.

"Agora que vi pessoal! Temos reforços do bons aqui presente! Por favor, Greed e Asteth-san, subam aqui!"

Asura olhou para mim e balancei a cabeça em um sinal afirmativo. Então nos levantamos. Os outros aventureiros já começaram a olhar para a gente com desconfiança. Isso pode ser padrão, afinal não somos conhecidos na região de Sagólia — em nenhum lugar também...

Subimos em cima da mesa que Eugene estava e ele nos abraçou com seus dois braços, mostrando um tipo de intimidade que não existia, mas não me mostrei incomodado.

"Esses aqui se registram na guilda de aventureiros agora pouco e foram classificados como rank S! Esses aqui serão nosso maior trunfo!"

Como ele já sabia disso?

Não só ele. Todos que ouviram a fala de Eugene, também ficaram espantados e começaram a comentar uns com os outros. Algo como: "Então são eles?", "Esses dois são os dos rumores? Bem, a característica bate". Parece que os rumores circularam muito mais do que estávamos esperando.

"Não se preocupem pessoal! Eu já os conheci antes de entrar na guilda e sei que são pessoas de confiança. Se eles foram reconhecidos como rank S, então certamente são bons aventureiros!"

Eugene depois que terminou de falar, começou a me olhar, como se quisesse que eu dissesse algumas coisas para eles. Definitivamente aquela erar a pior situação que eu me encontrara. Todos estavam olhando para mim, tanto os aventureiros, o grupo de Silka, Asura e Eugene.

"É... Bom, vai ser um prazer me reunir junto com vocês. Eu sou o aventureiro Greed e essa aqui é minha esposa, também aventureira, Asteth. Apesar de sermos aventureiros rank S, queremos aprender mais e aqui estamos. Espero contar com vocês."

Não sabia se esse discurso fora bom o suficiente para impressioná-los, mas tentei meu melhor. Os aventureiros sentados me olhavam com um rosto não tão agradável assim, eu tinha certeza que acabei com minha reputação só com um pequeno discurso. Era tarde demais para resolver agora.

"Também espero aprender muito com vocês, vamos nos esforçar." Quem disse foi Asura, se curvando para frente.

Mas no mesmo instante, eu percebi que a reação deles foi diferente.

Eles se levantaram e aplaudiram, todos gritavam: "Isso ae!", "Vamos para a batalha como uma aventureira rank S forte!", "Que os deuses nos protejam!". Sim, todos disseram isso, olhando para Asura. Meu discurso não foi um dos melhores, mas de Asura parece ter os cativado, fiquei aliviado e feliz.

Espera, eles estão comemorando só porque ela é garota?

O QUE VOCÊS ACHAM QUE VOCÊS VÃO GANHAR!? ELA É MINHA ESPOSA SEUS VERMES!!

Quer dizer, ainda não.

.

.

Momento pensamentos imaturos de Aros:

Aros novamente em sua versão chibi, agarrava Asura também em sua versão chibi e a abraçava firme. Enquanto os outros aventureiros se ajoelhavam e o veneravam como um deus.

"Ela é minha, seres rastejantes!"

Enquanto isso, Asura parecia um pouco confusa.

.

.

Bom, eu posso pedi-la em casamento em algum momento, não é?

...

Depois de todos se reunirem, estávamos todos em volta de uma mesa.

Eugene colocou na mesa, um pedaço do mapa que mostrava aos arredores de Sagólia. Pelo que muitos dizem, os goblins estão em lugares espalhados por toda parte, mas com certeza tem algum lugar que eles se abrigam.

"Este pequeno bosque aqui na parte noroeste, tem um vilarejo abandonado, pedi para alguns conhecidos meus averiguarem e parece que lá estão os goblins. Além de abrigar as casas no vilarejo, eles construíram cabanas aos redores." Diz Eugene.

"Mesmo que nós saibamos disso, precisamos de mais informações, como quantos goblins rondam por lá, qual horário é bom para atacar e quantos cada um podemos cuidar." Diz um aventureiro de porte físico estrondoso, cheio de cicatrizes.

"Tem razão, precisamos fazer mais um reconhecimento..." Ele coloca a mão no queixo.

"E onde vocês acham que estariam os sequestrados por eles?" Silka pergunta.

"Ainda não sabemos, mas com certeza com um reconhecimento adequado, poderemos saber e montar uma estratégia inteligente." Diz Eugene. "O que você acha Greed?"

Ele novamente jogou a conversa para mim.

"Se quiserem podem deixar o reconhecimento comigo e com Asteth. Amanhã mesmo podemos trazer um relatório avançado. Pelo que me falaram, fazem meses que eles estão rondando por aí. Seria muito difícil eles reformularem a defesa deles todos os dias."

"Então você quer fazer o reconhecimento?"

"Se me permite, sim."

Todos os aventureiros se entreolharam quando eu propus isso. Alguns cochichavam e outros acenavam com a cabeça em concordância. Com certeza eles estavam divididos em suas opiniões sobre mim. Mas eu achava que isso seria um momento bom para provar minhas habilidades.

"Eu concordo em deixar essa posição com Greed-san e Asteth-san." Diz Ottor.

"Eu também." Diz Reaiger.

"Não vejo objeções claras." Diz Silka.

Todos se entreolharam novamente.

"Bom, também não acho que seria uma má ideia." Diz aquele aventureiro forte.

"Eu também não."

"Se Asteth-san vai, não tenho objeções."

"Eu concordo também."

E assim muitos outros foram concordando, um atrás do outro. Era bom ver que eu tinha pessoas para me acompanhar e me ajudar. O grupo de Silka me ajudaram duas vezes agora. Não sabia que a gente era tão querido por eles, apenas nos conhecemos casualmente.

"Também não vejo porque não aceitar. Então Greed-san, deixo isso com você!"

Eugene diz isso apoiando sua mão em meu ombro, ele exibe um sorriso tranquilo e confiante. Eu podia dizer no rosto dele que ele estava confiando em mim para essa missão.

Nesta noite, vou com Asura patrulhar e fazer um reconhecimento ao redor da suposta área usada pelos goblins. Não será uma tarefa fácil lembrar de tudo e passar para eles como um relatório. Mas estar ao lado de Asura em uma missão dessa, com certeza me anima.