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Chapter 25 - O Arrependimento

"Acabou Irmã Zannith."

POWWWWWWWWWW!

O barulho ensurdecedor que aconteceu após essa frase, se concretizou que a Rei Demônio Zannith, talvez realmente tenha morrido de fato. Todos os espectadores de fora, que usaram o feitiço da bola de cristal, não conseguiram ver nada após isso. Então, para o continente todo, Zannith estava morta.

"Tem certeza de que não irá matá-la?"

"Não posso... Na verdade, não consigo."

Chronos estava ao lado de Fuse, olhando para suposta Zannith morta. A fumaça se dispersou, e tudo que eles conseguiam ver, era a Rei Demônio, inconsciente e sem a metade do braço esquerdo. O disparo feito por Fuse apenas atingiu se braço, pois ele não quis matá-la ali.

"Eu também não conseguiria."

"Irmão Chronos, nós falhamos em duas missões, como vamos encarar o irmão Leonard?"

"Vamos levá-la deste jeito, possivelmente ela não irá acordar tão cedo, acho que o irmão Leonard vai entender."

"Tudo bem..."

Fuse se aproxima de Zannith e estende sua mão, um círculo mágico se expande e Zannith começa a flutuar. Ele suspira e começa a seguir seu irmão pelo alto dos céus. A Rei Demônio não estava morta, seu belo rosto estava manchado ao seu sangue próprio, suas vestimentas estavam detonadas, e acima de sua barriga, um machucado mais profundo. Por ser da raça demoníaca, não iria morrer só com aquilo, porém foi o suficiente para quebrar um dos planos de Aros.

...

Os sofás sofisticados davam um ar mais elegante a sala. Apesar de um pouco escura, era bem visível que o lorde de Borogh, era um governante até que um pouco simplista. Gravuras em formato de quadros, de possível ex-governantes, estavam pendurados pela sala alinhados corretamente. Apenas de entrar naquela sala, todos podiam se sentir uma satisfação sem fim.

Esse foi o caso dos Reis Demônios, que adentraram a sala e se sentiram estranhamente mais calmos assim que entraram. Os dois estavam sentados em um sofá, e do outro lado, atrás de uma mesa, estava o lorde de Borogh, Boreas.

"Viemos aqui para ouvir sua visão sobre os acontecimentos atuais, ouvimos poucas informações, então assim fica deveras complicado fazer um plano decente."

"Com certeza."

Boreas da a largada inicial da conversa dando o primeiro gole no seu chá. Os outros dois, fazem o mesmo, prontos para ouvir a parte da história do governante.

"Alguns meses atrás, ouvimos que o Reino de Lálario iria até o reino dos elfos assinar um tratado de aliados. Isso era obviamente bem ruim, afinal Lálario é um dos reinos mais influentes em questão de mercadoria."

"De fato." Responde Leonard.

"O Reino Carius tem uma batalha de séculos com Lálario, para determinar qual reino é mais poderoso. Por isso contatei Kisirel, o governante, para fazermos um plano e bloquear esse tal contrato."

"Pelo visto o plano deu errado." Comenta Kauhs.

"Sim. O plano inicial era capturar Aros Silverstein antes de chegar ao reino dos elfos, assim ele não assinaria o tratado e a governante de lá, deixaria de lado."

Os Reis Demônios ouvem a parte da história, dando pequenos goles no chá. Os dois pensaram que mesmo que tal bebida era produzida por uma raça inferior, ainda era bem saboroso.

"Porém, assim como temos guerreiros fortes, eles também tem. Quando tentamos abordar a carroça dele, seu mordomo conseguiu acabar com os guerreiros que enviei. Um acontecimento inesperado eu diria."

"Foi assim que o continente virou uma catástrofe?"

"Não só isso. Ele conseguiu assinar o tratado de aliados, e foi assim que começou."

"Hm..."

"O Reino Carius tem uma declaração de guerra ativa por anos, os conflitos obviamente diminuíram, então até aquele momento, não tinha nenhuma guerra gigante acontecendo. Então assim que o Reino de Lálario virou aliado do reino dos Elfos, Kisirel iniciou um plano para atacá-los, aproveitando que Aros Silverstein estava fora."

"E isso deu certo?"

"Sim. O centro comercial de Lálario foi completamente tomada por chamas graças ao exército de Kisirel, matando várias pessoas e patrimônios de valor a eles. Minha parte chegaria neste momento, onde eu iria fazer Aros Silverstein se render a nós. Porém, não deu tempo. Pouco antes de eu selecionar o exército para fazê-los se render, meus servos relataram que Aros Silverstein havia acabado com o exército de Kisirel e destruído Carius inteira. Isto foi basicamente o que ocorreu até agora."

"Ah sim, isso é interessante." Responde Kauhs.

"Apesar de todo o planejamento de vocês, conseguiram perder por causa de um ser apenas. Isso chega ser patético-"

Leonard nem concluiu a frase, e Boreas franziu a testa. Ele queria refutá-los, mas mexer com seres deste nível, era suicídio fácil.

"Porém. Já reconhecemos que Aros Silverstein é o individuo forte, ele conseguiu fazer um de nossos irmãos ficar ao lado dele."

"O que!?"

"Nossa irmã Zannith se rendeu ao lado inimigo, e agora deve estar tendo uma batalha feroz com outro dos nossos irmãos. Por isso, estarei ao lado de vocês. Para derrotá-lo. Ele pode ser forte, porém contra quatro Reis Demônios, o menino não terá chance."

"Com certeza, ele será derrotado facilmente."

"Fico contente que acreditaram em minha história, eu posso ajudá-los com a preparação para derrotar Aros Silverstein, porém, não tenho ideia onde ele possa estar."

"Phew." Riu Kauhs.

"Hã? O que foi?"

"É que é meio óbvio onde ele está."

"Onde?"

"Vindo para cá oras, acha que como vocês, aliado de Carius, ele deixaria vocês em paz?"

Boreas rangeu os dentes e franziu a testa. Ele não tinha pensado nisso, que talvez realmente o centro dos problemas estaria vindo até lá. Agora o plano de derrotá-lo teria que ser executado mais rápido, já que tinha grandes chances de Aros destruir o reino Borogh. O governante fera colocou as suas mãos na cabeça e olhou para baixo, em terror de pensar o que ocorreria se Aros chegasse.

'E-Eu não posso julgar ele. Acho que naquela situação eu faria o mesmo, se não pior. Fiquei tão neurótico em acabar com o tratado de aliança, que fiz coisas terríveis também. Agora tudo esta voltando a mim... Ele é um menino forte, não tem como eu derrotá-lo. Apenas os Reis Demônios podem.' Pensou.

Seus arrependimento veio à tona naquele momento. Por causa dele, muitas pessoas morreram, muito mais do que o planejado. Boreas pensou que por ser um governante, ele não iria para a linha de frente, já que muitos priorizam sua segurança. Isso era o problema central dos governantes, o egocentrismo. Mas Aros talvez não se importava com aquilo.

"O quão perto ele está?"

"Ele deve chegar aqui ao pôr do sol."

"Certo..."

"O que iras fazer?"

"Vou preparar um esquadrão comigo para derrotá-lo. Por isso queria pedir algo a vocês."

Boreas se levantou do sofá e se curvou diante os Reis Demônios.

"Eu gostaria de pedir que me deixe ter a primeira luta. Mesmo que eu seja fraco diante dele, quero ter o direito de proteger meus cidadãos e arcar com os meus erros. Por isso eu peço, mesmo que me sirva apenas de isca."

"Este é o principal problemas de vocês raças inferiores."

"?"

Boreas ainda continuou curvado, mas seus olhos estavam arregalados. Ele não queria reagir, então ouviu tudo que o Rei Demônio disse.

"Um governante não pode se arrepender de seus atos durante seu reinado, você tem que estar convencido que algo deu errado, porém nunca se arrepender. É por isso que governamos o continente durante anos e anos. Nunca nos arrependemos de subjugar os seres inferiores perante a nós. Por que você acha que está perdendo esta pequena guerra? Aquele garoto não está arrependido de seus atos, ele continua atacando não importa qual senso de justiça ele segue. E tem mais uma coisa."

O Rei Demônio, aponta para a janela fora. Tudo que podia-se ver era a população demi-humana vivendo normalmente, poucos deles realmente sentiam medo do que estava por vir. Pois todos eles, confiavam e muito em Boreas. Então o medo, o sentimento de pavor, era algo que eles não queriam conhecer.

"Aquele garoto está fazendo tudo isso, pelo seu reino, pela sua população. Achar que ele está fazendo tudo isso só para mostrar que ele é o mais forte ou mostrar que ele está fazendo aquilo por vingança. Você está errado. Aros Silverstein está sendo um governante de verdade, um que resolve seus problemas na linha de frente e que pensa em seu reino. Ele ergueu duas barreiras mágicas nos dois reinos, Dos Elfos e de Lálario. Isso é ser um governante de verdade."

As palavras foram duras, porém era aquele argumento que sustentava a verdade da possível derrota de Borogh. Boreas não pode dizer uma palavra, estava com tanto pavor que nem se quer cansou de se curvar. As palavras "Você está errado" circulava sua mente com todos os acontecimentos até agora. Ele respira ofegante, e pensa consigo mesmo 'Eu não fiz nada errado, certo? Eu apenas estava focado em questões políticas, e assim que elas funcionam. É isso, eu não estava errado.'

Se convencendo um pouco, talvez o homem fera tenha dado um sorriso medonho em questão a sua felicidade. Boreas finalmente levanta sua cintura e encara os Reis Demônios.

"Certo, irei ouvir isso como um conselho. Porém, posso ter o direito da primeira luta?" Ele pergunta.

"Hmm... Nós deixamos, não que irá influenciar muita coisa, tudo que contaras a nós é o suficiente para imaginar vocês em pedaços."

O Rei Demônio Leonard estende sua mão para Kauhs parar de falar. Ele se levanta e junto veio sua aura demoníaca que deixaria qualquer pessoa normal sem ar. Porém o homem fera resistiu e continuou encarando-o até chegar mais próximo.

"Deixaremos isso com você, mas quero deixar algo claro para nosso entendimento ser adequado."

"Certo, diga."

"Se você tiver um infeliz destino, nós iremos tomar posse deste reino."

O clima ficou tenso, Boreas franziu a testa, ele não concordava com termos tão absurdos. Porém, mesmo hesitando, ele estendeu sua mão para o Rei Demônio, e assim, Leonard fez o mesmo.

"Certo."

...

"Uau... Nunca tinha ido tão longe de Lálario..."

A garota de cabelos rosados avista um belíssimo reino em uma distância grande. Ainda faltava grandes passos até lá, mas era razoavelmente perto, visto o tanto que andaram. O sol estava quase se pondo, as lamparinas do reino a frente começaram a se acender.

"Olha Lola..."

"Hm?"

A garota de cabelos rosados olhou para o garoto que ela estava seguindo. Sua linda capa azul fazia um movimento estiloso sobre o vento de final de tarde. Mas seus olhos, sua feição, não combinava com aquele estilo.

"Eu sinto a aura de pessoas fortes para lá. Não quero que se envolva em tantos perigos, por isso, se as coisas ficarem difíceis, eu vou segurá-los e você corre para bem longe."

"Que? Depois de tudo isso? Eu não posso aceitar isso! Asura-san me pediu para te seguir nem que seja para passar por perigos, então eu já sabia onde eu ia me meter!"

"Não." Ele respondeu curto.

"Mas-"

"Não. Já que Asura te fez vir comigo, ela também pensa em você, por isso que se você morrer vai ser doloroso tanto para ela quanto para mim. Eu não quero perder mais ninguém de novo, por isso estou aqui, para acabar com os problemas."

Aros, o garoto da capa azul, apontou para o reino. Era lá que ficava a fonte dos problemas, e se acabasse ali, ele conseguiria viver a vida tranquila de novo. Lola também entendeu o que ele quis dizer, apesar de ambos passarem apenas alguns dias juntos na longa caminhada, eles já tem uma conexão e seria extremamente doloroso perder um. Por isso Aros, queria deixar Lola ilesa daquela situação que ele iria criar.

A garota de cabelos rosados então, apenas abaixou sua cabeça indicando que entendeu o recado. Ela por precaução, tocou a bainha de sua espada. Antes era uma simples espada de madeira, mas agora era uma espada pronta para matar, feita por Aros assim que eles partiram.

"Certo... Então esse é seu destino final, não é?"

"Espero que seja... Todas as batalhas que tive até agora, nem posso considerar que foram duelos, já que eu venci nos primeiros minutos. Este corpo pode ser forte, mas não sei o quanto ele aguenta contra Reis Demônios."

"A Rei Demônio Zannith não nos atacou? Aquilo já não serviu como uma prévia das forças de seus irmãos?" Ela pergunta.

"Não posso dizer. Eu senti que ela era realmente forte, porém se ela quisesse lutar, eu sinto que também teria ganhado."

Lola deu um sorriso de canto, pela auto confiança de Aros. Mas por incrível que pareça, ela também sentia que ele não perderia aquela batalha. Depois de tudo que ela viu dele, nesses dias, ela pode testemunhar a força de um verdadeiro governador. No começo ela não acreditava que estava andando com o atual Lorde, mas agora, ela não acredita que está testemunhando talvez o nascimento do ser mais forte, que será contado em lendas posteriores de gerações.

Mesmo assim, ela ainda estava receosa. Então, mesmo olhando para baixo, Lola segura a manga de Aros que faz chamar sua atenção.

"Não vamos morrer aqui, precisamos voltar para casa com a vitória, pela Asura-san!"

"Você está certa, não podemos perder."

E assim, O garoto da capa azul e a garota de cabelos rosados andam em direção ao reino a frente, onde provavelmente aconteceria uma das batalhas mais mortal de toda a história daquele universo.