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Chapter 26 - O Começo De Uma Batalha Justa

"Com isso concluímos?"

"Isso mesmo, agora esperamos Silverstein-sama voltar."

A elfa dos cabelos loiros questionava o seu colega de trabalho. Mesmo em um curto espaço de tempo, eles conseguiram se dar bem, vê-los trabalhando era imaginar que os dois já estavam anos no mesmo trabalho. Por conta do incidente, eles se deram bem, ajudando um a outro.

"Será que Aros-kun vai voltar?"

Desta vez quem perguntou foi uma linda garotinha demi-humana, que estava de mãos dada com a elfa.

"Ele vai sim, Aros-sama é bem forte, duvido que ele perca uma luta."

"Tens razão" Diz o mordomo, colega de trabalho da elfa.

"Então estarei esperando-o no castelo, estou com sono..." A garota diz, sonolenta o bastante para cair no sono ali mesmo. Seus cabelos acinzentados estavam arrumados até para uma criança daquela idade, suas orelhas de raposa balançavam mostrando o cansaço.

"Sim, levarei você até lá."

"Não precisa, já decorei o caminho. Mas por favor Cássiria-san, me acorde quando Aros-kun voltar."

"Ah, claro, avisarei sim."

E com isso, mesmo para sua idade, a garota demi-humana vai para dentro do castelo de Lálario, tão madura quanto as outras crianças. Cássiria, a elfa dos cabelos loiros, fica impressionada com o amadurecimento que ela teve. Quando a conheceu, ela era bem ciumenta, mesmo agora, ela só pensa em Aros. Porém, com todos esses acontecimentos, ela soube o que estava acontecendo e decidiu não atrapalhar, já que sabia que uma das ordens de Aros era cuidar dela.

Cássiria olhou a garota adentrando o castelo e deu um sorriso.

"Essa garota é bem madura para idade dela, o que será que Aros-sama vai fazer em questão a ela?"

"Não entendi a pergunta."

"Eu soube que ela não sabe dos paradeiros dos pais, ela foi sequestrada para ser escrava desde pequena e não lembra dos rostos deles, então tecnicamente ela é uma órfã vagando por aí sozinha. Me pergunto, o que Aros-sama irá fazer com isso."

"As ações de meu lorde são imprevisíveis nesses últimos dias, posso dizer que ele mudou do dia para noite. Mas com sua personalidade agora, ele cuidará dela."

"Como uma filha?"

"Não temo como saber, talvez como uma irmã ou uma amiga."

"Entendo... Bom, vou estar ansiosa para ver o que ele irá fazer."

"Com certeza."

...

Como eu não sabia muito sobre aquele mundo, andei adiante sem saber para onde estava indo. Se você estiver se perguntando, em como eu sabia do caminho até o reino Borogh, também não saberia responder, mas com instinto apurado, eu fui parar lá. Lola que estava comigo, andando em direção a próxima batalha feroz, estava tensa, eu podia sentir, mas talvez junto a mim, ela não se feriria tanto, já que tenho uma noção que posso protegê-la.

Eu não conseguia explicar, mas, eu não estava tremendo por estar avançando. Sabia que aquilo seria difícil, afinal, estaria lutando contra os Reis Demônios, seres que já dominaram o continente uma vez. Na primeira vez que ouvi deles, por Lola, pensei que eu era burro o bastante para não ter cogitado a existência tão clichês de Reis Demônios. Porém depois, percebi que isso foi um caso atípico, sem querer causado por mim. A volta deles foi antecipada por minhas ações estarem descontroladas naquele momento, então eu tinha que resolver aquilo eu mesmo.

"Estamos próximos..." Eu digo.

"O que vai fazer Aros-sama? Eu acho que essa pressão de mana esteja realmente vindo dos Reis Demônios, então a gente vai ter dois inimigos." Lola pergunta.

"Meu foco no início era apenas fazer o lorde de Borogh se render a mim, e depois matá-lo, mas agora não é isso."

Era um plano assustador. Lola que estava ao meu lado, conseguiu sentir um arrepio ao ouvir meu plano maligno. Porém ao caminho de lá, eu tinha descartado esse plano, na minha cabeça não fazia sentido mais mortes.

"Meu plano agora é só fazer os Reis Demônios morrerem, pelo acordo da Zannith."

"Espera, você realmente quer matar os Reis Demônios? Eles são seres extremamente fortes, só um deles daria trabalho, imagina quatro. Você bateu a cabeça no caminho para cá?"

"Eu sinto a aura forte deles, mas tenho plena consciência de que eu ganho essa batalha."

Pude sentir no rosto de Lola, que talvez em sua mente ela tenha dito: "Que exibido". Porém, eu realmente tinha confiança que derrotaria os Reis Demônios, assim como eu tinha feito o acordo com Zannith. Já que ela realmente protegeu a carroça onde estava Asura, nada mais justo eu retribuir isso.

Mas a garota ao meu lado, mesmo sendo contra travar uma batalha com seres inimagináveis de forte, arrumou a postura como uma verdadeira guerreira, sua espada guardada na bainha, foi arrumada perfeitamente em movimentos gentis de sua mão pequena.

"Estou pronta então." Ela diz.

"Certo." Aceno com a cabeça.

Podíamos ver as muralhas perto o suficiente, O reino Borogh parecia ser gigante, assim como Lálario era. Porém o que entrava e saia constantemente dos portões altos e belos, eram criaturas metade humanas, metade animais, os demi-humanos. Mas o fluxo era bem pequeno, visto a grandiosidade das muralhas.

"Será que sabem que já estamos aqui?"

Lola colou a mão em seu queixo, ponderando sobre o caso.

"Com certeza, eles já devem ter sentido o pouco de mana que transborda de nossos corpos, deve ser essa razão de ter menos gente entrando e saindo do reino. Suspeito já que ele esteja trazendo um exército."

"O Lorde Boreas?"

"Sim."

Lola se sentiu obviamente apreensiva, Porém não julgo. Essa situação era realmente assustadora. Coloco minha mão em seu ombro para ela poder relaxar um pouco, e lembrar que estou aqui. Por algum motivo eu tive uma sensação estranha, tipo de como eu fosse responsável por ela.

Será que esse é um sentimento de um pai?

Bom, eu apenas estava pensando bobeira atrás de bobeira. Certamente tenho que protegê-la, afinal, como seria a reação dos pais dessa dela se eu a levasse morta? Me dava arrepios só de ponderar sobre essa questão.

Andamos mais a frente, indo em direção as muralhas. Meu plano inicial era chegar derrubando-as e entrar no reino sem a maior preocupação, fazendo de mim um cara malvado. Mas eu tinha me acalmado o bastante, e para mim, Lola já havia visto muitas coisas ruins, não queria que a mente da idade dela fosse traumática.

Então meu outro plano é chegar como um cidadão normal, pelos portões.

Mas nós não demos nem dois passos, e um enorme barulho ecoou pelo nossos ouvidos. Era tão alto que Lola tampou os ouvidos quase gemendo de dor, e eu estava procurando a fonte de tal som ensurdecedor. O som era parecido com uma sirene, mas muito mais alto, até mais barulhento do que um farol em meio mar.

"O que é isso?" Lola pergunta.

"Eu não sei de onde está vindo." Respondo.

"Tá doendo!"

Eu havia me esquecido, mas eu podia resistir a isso concentrando fluxos de mana em meus ouvidos, então era quase impossível eu ser atingido por magia de som. Mas Lola não sabia fazer isso.

Coloquei minha mão em seu ombro e comecei a canalizar a mana até seus ouvidos. Depois de quase dois segundos, ela retira a mão dos ouvidos e dá um suspiro de alívio.

"Obrigada, mas ainda está zumbindo."

"Uma hora vai passar, mas acho que este barulho seja o que nós estávamos temendo agora pouco."

"Hm?"

Quase respondendo o murmúrio de Lola, mais alguns barulhos saem das muralhas, sons pesados de algo se mexendo. Olhei diretamente para a fonte do som e vi que uma parte daquela grande muralha de pedra estava se mexendo em padrões coordenados.

Uma parte da grande parede de pedra, se moveu para a esquerda, revelando adentro do reino de Borogh. Posteriormente, se abriu o outro pedaço da muralha, criando basicamente um portão enorme. Sons de metais batendo uns nos outros pode ser ouvido, e de dentro das muralhas, saiu cavaleiros equipados com diferentes proteções e armas.

Eles criaram duas filas, e foram vindo em nossa direção. Lola apontou a ponta da espada para eles desconfiando já da movimentação esquisita. Eu apenas olhei com um olhar de seriedade e esperei vir o que eles estavam guardando. As duas filas de cavaleiros abrem um caminho pelo meio, e novamente de dentro das muralhas, passos de cavalos ecoaram pelo local.

Um homem grande montava em um cavalo a frente, ele era o líder da frota. Atrás dele, aproximadamente mais quinze cavaleiros montados em suas montarias emergiram, seguindo o seu líder. Eles estavam armados com lanças, espadas, escudos, arco e flechas e tudo que eles tinham direito.

Eu não esperava aquilo tudo só para me deter.

"Aros-sama, são muitos, você provavelmente conseguirá matá-los todos em um só secundo. Porém ainda sou fraca, se eu não falhar, eu vou demorar bastante para derrotá-los."

"Não precisa ficar eufórica."

"Mas só com você agora tive minhas primeiras experiências em campo de batalha real, e vi que ainda sou nada perto de você e os outros."

"Você não é fraca, lembra quando me protegeu daquele disparo?"

"Mas aquilo foi por que eu já sabia que ia vir, e mesmo sabendo agora, eles são muitos."

"Tudo bem, eles estão ali só para garantir que eles não percam."

"Hã?"

"A batalha verdadeira é com aquele cara ali."

Apontei para o líder cavaleiro montado em seu cavalo. Seu porte grande exalava uma grande força, talvez causaria medo em guerreiros não treinados. Por conta disso, dificultou a ele, conseguir descer do cavalo. Porém ele consegue.

Seus passos tremem a terra e fazem ruídos graves de pegadas fortes. Andando devagar até mim, ele retira o elmo de sua armadura e revela seu rosto assustador para mim. Ele era definitivamente o Boreas, lorde de Borogh. Ele era completamente animal, seu rosto era de uma fera, entregava obviamente pelas suas orelhas e sua calda. A única coisa realmente humana dele, talvez era a habilidade de ficar em pé e seus músculos.

Ele me olhou friamente no fundo dos meus olhos.

"Quer pular as partes das apresentações?"

Andei alguns passos adiante, ficando a frente de Lola a protegendo.

"Por favor, não queremos estender isso aqui, não é?"

"Eu estava curioso em questão a sua aparência, todos falavam que era um menino comum dos olhos acinzentados, e pude confirmar isso pessoalmente."

"É esquisito?"

"Curioso apenas. Fiquei empolgado agora, que pude te conhecer aqui e agora, mesmo que esta seja uma situação crítica, conhecer um oponente forte é sempre empolgante. Ainda mais, acho que sabes que seu nome está circulando não só este continente, como o mundo todo."

"Sim, é de conhecimento geral agora minhas ações."

"Ainda mais, os rumores que estão circulando é que você é o ser mais poderoso agora, já que conseguiu domar uma Rei Demônio, sem muitas dificuldades."

"Eu não a domei, ela que foi até mim pedir por ajuda."

Ele deu mais alguns dois passos fortes e abrangeu sua lança fazendo um som característico. As placas de sua armadura raspavam umas nas outras, quase saltando de seu corpo. Ele suspirou fundo e assim se posicionou do jeito que deu.

"Eu não gostaria de falar disso, mas, deseje morrer agora por minhas mãos, porque se me derrotar, tem seres que estão dispostos a te matar. Eles são muito mais poderosos do que eu e você que é humano, então vamos ter uma boa batalha e morra aqui."

Eu olhei para Lola e acenei com a cabeça, indicando que estava tudo bem. O homem fera a minha frente não era tão forte, eu podia acabar com ele em alguns segundos sem muita dificuldade. Mas eu me senti na obrigação de dar uma luta decente a ele, por algum motivo senti que aquela seria a última vez que ele iria dizer aquilo na vida.

Boreas olhou para cima e suspirou, em seguida murmurou:

"Não me arrependo, dos meus atos de governador."

Assim que ele terminou a frase, seus pés se posicionaram um longe do outro. E em uma posição favorável, ele ergueu a lança, a abaixou em um ângulo favorável e arremessou.

PLOWWW!

O chão havia se partido embaixo dele. A lança veio em uma velocidade considerável até minha direção. A força era esplendida, se aquilo atingisse um humano se quer, o faria em pedaços rapidamente. Por isso, aquilo era muito perigoso. Apenas com o meu olhar, consegui fazer a lança queimar em minha magia, a lança bonita feita por um ferreiro habilidoso, foi banhada em chamas brancas de luz.

Quando olhei para o homem fera, ele havia desaparecido de onde estava.

Mas milésimos depois de eu cogitar onde ele estava, seu corpanzil gigante cobriu minha visão. Seu rosto furioso, transbordava várias emoções que nenhum outro ser podia expressar. Raiva, arrependimento e empolgação, se misturavam perfeitamente em suas veias e seu coração.

Seu punho esquerdo veio em minha direção tão rápido quanto um disparo de magia. Porém, seu soco refletiu, trazendo todo impacto de volta a ele, e o jogando-o longe. Isso foi por conta da minha proteção de mana que estava banhada ao meu corpo, era uma barreira criada envolta do meu corpo.

"Hunf... Hunf..."

Sua respiração já tinha se mostrado pesada. Mesmo eu tendo limitado as proteções que eu tinha, ele não conseguiu me ferir e já havia cansado, talvez eu teria que reduzir mais um pouco. Estendi minha mão a ele.

"Espere um pouco."

Respirei fundo e me concentrei. Com sorte, mesmo não sabendo como controlá-la, consegui desativar esta barreira, mas junto com minha vulnerabilidade, minha aura verdadeira começou a sair também, já que aquilo servia para aquilo. Pude sentir Boreas arregalando seus olhos.

"Vamos ter uma batalha justa, sem magia de proteção."

Visão de Lola Greyroth:

Eu observei os dois ataques que o lorde Boreas tinha feito em cima de Aros-sama. Eles foram muito fortes, qualquer um conseguiria sentir isso. Mas Aros-sama conseguiu dissipá-los facilmente. Só observando aquilo, eu já sabia, que meu corpo não era forte o suficiente para estar ao lado dele.

Porém mesmo aquela sendo a batalha principal, eu não baixei a guarda. Minha espada estava apontada para os cavaleiros que vieram com Boreas. E para minha surpresa, de lá, desceu um cavaleiro de sua montaria. Seu corpo não era grande igual ao de Boreas, mas mesmo assim dava medo. Na verdade, seu corpo era esguio, apenas a armadura dava volume a aquele sujeito.

"Boreas-sama me disse que viria um companheiro, então eu mesma quis me entreter um pouco."

A voz feminina não combinava com a armadura. Assim que terminou a frase, o cavaleiro retirou o elmo e se revelou.

Era uma demi-humana dos cabelos loiros e orelhas de raposa, seus olhos turquesas ofuscavam minha visão. Ela não parecia nada com uma guerreira, mas eu podia sentir que ela era forte, pelo seu olhar frio para mim.

"Então vamos, também não quero ficar de fora." Respondi.

E foi assim que tive minha primeira batalha real, e era uma das mais importantes de toda minha vida.