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Chapter 42 - Agora Temos Um Unicórnio

No Inferno…

─ Vejam. ─ o pequeno Fábio aponta para o portal que começa a brilhar.

─ Ele está voltando, bem na hora. ─ o ancião olha outra ampulheta enorme que fica em cima de um pilar.

─ Que bom que voltou, o meu coração estava angustiado! ─ Kelly pensa, enquanto ela e os outros se aproximam para recebê-lo.

César passa pelo portal sem perceber que algo o seguiu e estava vindo logo atrás dele.

─ Sinto decepcionar vocês, mas não consegui. Havia uma criatura horrível lá, ela possuía um olho bem no centro do seu corpo e parecia uma espécie de água-marinha gigante ou, sei lá! Horrível! ─ ele estranha ao ver que todos olham para trás dele. ─ Ho, Hoou! ─ desembainha a espada e vira-se rápido. ─ Por que você me seguiu até aqui? ─ ficou muito surpreso e guardou a espada lentamente, sem tirar os olhos do unicórnio.

─ Seguiu? Quer dizer mesmo que não foi você quem capturou ela? ─ Juninho passando a mão na crina do animal.

─ Ela salvou a minha vida! ─ ele acaricia a testa do animal que agora deixa o seu chifre invisível e suas asas também, ficando assim igual a uma égua comum.

─ A criatura a que ele se refere é um Ghula! Ser terrível, conhecido como o terror dos mundos, pois ele é uma das criaturas mais temidas de todas as esferas! Como você conseguiu destruir um deles sozinho?! ─ o ancião fica muito curioso.

─ Não, eu não fiz nada sozinho. Graças a este belo animal é que estou vivo, pois realmente aquela criatura é muito sinistra! Haviam centenas ou milhares delas por lá, eu espero nunca ter que enfrentar outra coisa daquelas novamente. ─ ele fala enquanto examina o belo animal, que é todo branco.

─ Acho que ela gostou de você. ─ Cláudio ao notar que o unicórnio, fica seguindo-o.

─ Poxa, deixa eu montar? Eu adoro montar a cavalo! ─ Kelly tenta montar o unicórnio, que se esquiva e fica em pé sobre duas patas demonstrando que não gostou nada da sua tentativa de subir nele.

─ Agora tente você. ─ o ancião empurrando levemente César pelas costas.

─ Eu não sei nem montar direito! ─ se surpreende ao ver que ao se aproximar do animal, o mesmo se inclina no chão para facilitar a subida.

─ Minha nossa! Eu suponho que ele te escolheu, e só você poderá montá-lo de agora em diante. ─ Juninho.

─ Pena que teremos de matá-lo. ─ ancião com os seus três olhos brilhando de felicidade.

─ Não! Tiraremos apenas sangue suficiente para o uso na poção. ─ César se irritou com o velho.

Todos os moradores da cidade que ali estavam fizeram cara feia, como se quisessem matá-lo.

─ Calma pessoal, ele está certo. Mas quem tirará o sangue? ─ o ancião olhando a sua volta.

César desce do animal pega o seu punhal e o coloca nas mãos do ancião.

─ Você pode fazê-lo e sem machucar o animal, então faça. Não temos muito tempo.

─ Tem razão, uma tropa se dirige de Hárfen (cidade mais próxima ao leste) para cá, e nela estão cavaleiros de honra que jamais foram se quer feridos em combate. Vocês não possuem nem uma arma mágica, enquanto eles possuem muitos itens mágicos de anéis a escudos, sinceramente se eles os alcançarem será um massacre! ─ o ancião vai até o unicórnio que automaticamente sede a sua pata dianteira direita e é feito um pequeno corte, que fica pingando o seu sangue dentro de um recipiente de vidro.

─ Teremos que lutar, não há outro caminho para nós. ─ César segurando o cabo da sua espada enquanto olha para o vazio.

─ Se lutarem não terão chance alguma, isso eu lhes garanto, a não ser que se equipem de armamentos mágicos! Kelly, segure aqui para mim. ─ o velho a deixa segurando a pata do animal e o frasco. ─ Quando encher o vidro, enrole este pedaço de pano na pata dele e amarre, ele se cura muito rápido, o próprio sangue dele estancará o ferimento rapidamente.

─ Ele parece que compreende tudo o que falamos. ─ Kelly ao segurar o vidro e a pata do animal.

─ Venha comigo um instante. ─ o velho ancião gesticula para César o seguir, e leva-o até um cômodo secreto.

─ O que você quer me mostrar?

─ Isto. ─ o velho pega um baú cheio de poeira, que estava em cima de uma prateleira de madeira e o abre na frente dele.

─ São só pedras negras.

─ Não são pedras comuns, são os cristais mais poderosos que existem aqui no Inferno. Eles são raríssimos e muitos guerreiros matariam até a mãe para tê-los! Todos os itens mágicos de categoria excelente do Inferno, são feitos através deste cristal. ─ o velho olhando para os cristais, ele os enxerga brilhando muito, mas César os vê como pedras comuns, sem brilho algum.

─ Se pode fazer armas tão poderosas com eles, por que você mesmo já não as fez para defender o seu povo? ─ ele pega uma pedra com a sua mão direita e fecha os olhos. Em sua mente, quando ele coloca a sua mão na altura dos seus olhos ele consegue enxergar somente o brilho enorme emanando da pedra.

─ Nosso povo é pacifico, por isso não sofremos muita pressão do império, raramente nos incomodam, mas se tivéssemos armas poderosas com certeza eles nos atacariam e tomariam as armas, além de matar todos os moradores da cidade! Já com vocês ocorre o contrário, sem estas armas serão aniquilados com ou sem profecia, sem elas não chegarão nem perto do palácio imperial. ─ ele vai colocando as pedras dentro de um saco de pano.

─ Como as conseguiu?

─ Certa vez estava na Floresta de Denna colhendo ervas e raízes… ─ em sua mente, ele volta no tempo, a muitos anos atrás. ─ De repente ouvi várias explosões em meio a floresta. Eu corri até o local e me deparei com um poderoso guerreiro cercado por uma dezena de bruxos negros, eles eram membros do grupo chamado Ordem das Trevas. Eles estavam caçando o guerreiro desde as proximidades do seu reino, ao qual eles estavam invadindo, até aquela floresta. Geralmente eu não me metia em uma briga a não ser que soubesse da situação, mas em se tratando daqueles bruxos, eu já sabia que algo muito importante aquele guerreiro detinha e eu sabia também que eles não podiam botar as mãos nesta coisa, seja lá o que fosse! Então eu evoquei o meu poderoso "deva" e lutamos… ─ o deva dele é um gigantesco urso branco de três metros de altura, dotado de armadura e capacete. A armadura pega quase todo o seu corpo e seus membros frontais além de protegidos, possuem garras metálicas. ─ Juntos, matamos os dez bruxos negros. Ele me disse ter a missão de fugir do seu palácio com estes cristais para que eles não caíssem nas mãos dos poderosos inimigos, mas ele não tinha muito tempo de vida e resolveu me dá-los, pois assim eu poderia guardá-los até um dia que pudessem ser úteis para fazer o bem. ─ o velho retorna das suas lembranças e dá o saco com os cristais a ele.

─ Parece que estavam mesmo predestinados a parar em nossas mãos.

─ Ouça, eu vou lhe dizer o que fazer se quiser ter alguma chance de completar a sua missão. ─ o velho lhe explica tudo o que deve fazer.

Em quanto isso no planeta Terra, os jovens correm contra o tempo, na tentativa de achar o esconderijo do Mestre das Sombras, salvar as vidas das crianças e impedir a abertura do portal, que trará uma entidade poderosíssima ao planeta.

─ Já vai dar 16 horas temos de correr, o tempo está contra nós! ─ Amanda guardando seu smartphone, ela olhava as suas mensagens.

─ Já chegamos no cartório. ─ o motorista do táxi encosta o carro na calçada e estaciona.

─ Isso por que deixamos a Soraia com o Alfredo aguardando o atendimento no hospital. Imagina se ficássemos lá? ─ Amanda descendo do carro.

─ Acabei de falar com o Alfredo, eles estão batendo um raio-x agora. ─ Alan desce do carro também. ─ Espera a gente voltar. ─ ele fala ao motorista.

─ Ok.

─ O Alfredo é uma figura, com aquela pose dele. ─ Patrícia caminhando até o cartório junto dos outros.

─ Sim, ele é muito engraçado. Ele é igual aqueles mordomos de desenho animado! ─ Amanda.

─ Temos muito pouco tempo, antes do cartório fechar. ─ Alan.

─ Isso é moleza rapaz, pode deixar comigo. ─ Felipe estufando o peito, lembra até um pombo se exibindo.

Quando os três vão chegando no balcão do cartório, um funcionário mal-encarado coloca uma placa do lado de fora.

─ HEI! ─ Felipe fala para tentar chamar a atenção, mas o velho nem olhou para ele.

─ Encerrado o expediente, retorne amanhã a partir das 8h30 às 16h30. ─ o velho diz após retornar para trás do balcão e sentar.

─ Ferrou tudo agora, sem saber onde fica o lugar ficaremos de braços cruzados, vendo aquela criatura entrar em nosso mundo. ─ Amanda com as duas mãos na cabeça.

─ Será que vocês podem sentar ali um pouco, enquanto eu troco umas palavras com o coroa? ─ Felipe fala bem baixo com os seus colegas, ele tem esperança de convencer o velho a procurar em seus arquivos a informação de que precisam.

Alan, Amanda e Patrícia ficam sentados esperando a conversa de Felipe com o velho terminar, aparentemente o velho só balança a cabeça que não, mas ele continua tentando.