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Chapter 44 - A Explosão

Enquanto isso os outros jovens estão em Duque de Caxias saindo do cartório que fica no centro da cidade.

─ O cara não queria ajudar agente de jeito algum, mas Felipe conversou com ele e o cara mudou de ideia. Vocês tinham razão sobre ele, aposto que inventou uma mentira bem cabeluda para convencer o velho! Ah, ah, ah, ah! ─ Alan ri descaradamente bem na cara dele.

Eles acabam de sair do cartório e caminham apressadamente em direção ao táxi.

─ Sem graça! Isto que falam de mim são calunias! ─ ele tenta se defender, mas está todo sem graça.

─ Calunias não, sua fama que te precede e foi você mesmo quem a fez. ─ Patrícia ri também ao ver a cara dele vermelha. ─ Olha a orelha dele, fica logo vermelha! Ah, ah, ah, ah, ah.

─ Se vocês soubessem quanto deixei nas mãos dele, vocês não falavam isso de mim. ─ virando a cara para o outro lado, com a orelha toda vermelha.

─ Qual é Felipe, você sabe que a gente gosta de você, apesar da sua doença. ─ Patrícia coloca sua mão no ombro dele, mas não se contém e continua rindo.

─ É isso aí cara, até eu passei a gostar mais de você depois do que vi fazer hoje. ─ Alan também bota a mão no outro ombro.

─ Ok, mas não acreditem no que a Patrícia disse não. Alguns invejosos falam calunias ao meu respeito e ela acredita, mas é tudo mentira. ─ ele vira-se novamente para os seus amigos com um bico enorme na cara. Eles então entram no táxi.

─ Para aonde vamos patrão? ─ o taxista pergunta a Alan já saindo com o carro, o rádio está ligado em uma estação de notícias.

─ Qual o nome da rua mesmo? ─ Alan vira-se para seus amigos que estão nos assentos de trás.

─ Aqui diz: Avenida Raul Soares número 241, Bairro 25 de Agosto, fica ao lado do cemitério do Tanque do Anil. ─ Amanda lê o endereço anotado em um envelope.

─ Eu já sei aonde é. ─ diz o taxista, após digitar o endereço no seu smartphone.

Na antiga fábrica, a criatura continua tentando atravessar o portal, enquanto Almir e Francisco se preparam para explodir tudo.

Joshua e Samantha vão afastando todos para longe da estrutura, que possui apenas a laje, o andar de cima ficou inacabado, enquanto isso Francisco se deita e apoia o rifle no chão. Almir vai se aproximando da primeira pilastra do lado esquerdo e a criatura percebe a sua presença e tenta se aproximar dele, mas é alvejada por um tiro de rifle que abre um enorme buraco em sua cabeça. Ela parece ser feita de micro organismos e reagrupa o material que ainda está colado ao corpo, alterando o formato da sua cabeça, ficando um pouco achatado onde o tiro pegou.

─ Minha nossa! Ela continua lá como se não sentisse dor. ─ Francisco recarrega a arma e prepara outro poderoso tiro de rifle, enquanto a terceira bomba é colocada.

─ ANDA LOGO ALMIR! ─ Francisco grita ao ver outro tentáculo saindo do portal. A criatura se espremeu até que conseguiu passar outro tentáculo. Ele dá outro tiro na cabeça de um deles que estava tentando acompanhar o seu chefe, enquanto ele corria para a última pilastra.

─ Vamos lá! ─ ele aperta o botão e neste momento todas as bombas ficam sincronizadas em 30 segundos. ─ VAMOS! ─ Almir vai às pressas na direção do seu amigo e ambos saem correndo de lá, até se aproximarem dos jovens que estão do outro lado da Avenida Dutra. Quando Almir e Francisco chegam de encontro a eles, as explosões acontecem simultaneamente e a maior parte da estrutura abandonada desaba.

─ Que bom que tudo desabou certinho sem atingir nada, nem ferir ninguém! ─ Samantha se sente aliviada neste momento.

─ Onde está o pequeno? ─ Almir pergunta, preocupado.

─ Ele estava apertado e foi procurar um canto por ali, para mijar. ─ Samantha aponta.

─ A POLÍCIA ESTÁ VINDO! ─ um jovem grita ao avistar algumas viaturas de polícia se aproximando do local.

As viaturas cercam todos eles.

─ Droga chefe, se eles nos pegarem vai sobrar para a gente! ─ Francisco tenta se enfiar no meio dos jovens, mas um policial o vê.

─ Onde pensa que o senhor vai? ─ pergunta o policial apontando a arma na direção dele.

─ Deixa eu esclarecer as coisas por aqui. ─ Almir tenta usar sua carteira para se safar desta, Francisco então volta e fica ao seu lado.

─ Então você quer esclarecer as coisas, não é senhor… ─ lendo a carteira. ─ Inspetor Almir?! Vire-se. ─ diz o policial com as algemas na mão.

─ Tem certeza que precisa mesmo usar isso? ─ ficando de costas, enquanto o policial as coloca.

─ Sim senhor, até que receba ordem contraria do meu superior. ─ o policial pega as mãos de Francisco, vira-o de costas e algema-o também.

─ Eu vou ser algemada? ─ Samantha dando os braços ao policial.

─ Você não, apenas sentem aí e esperem um pouco. ─ o policial faz sinal aos seus colegas para ficarem de olho neles e segue em direção ao seu superior.

Todos os jovens que ficaram próximo ao prédio, foram pegos pela polícia, que está com umas seis viaturas no local.

─ Pelo ao menos o Joshua não foi pego. ─ Francisco cochicha com Samantha.

─ É, espero que ele dê um jeito de tirar a gente dessa! ─ ela está muito preocupada.

─ Senhor, o que faremos agora? ─ o policial pergunta diretamente ao seu superior.

─ Junte os suspeitos naquele lado e conte-os, depois ligue para a central e peça os ônibus necessários para transportá-los para a delegacia. Nós vamos interrogar todos eles lá, são ordens do capitão Peçanha, eu acabei de falar com ele no telefone.

─ Sim senhor, temos dois policiais presos, um deles estava com um rifle nas mãos quando chegamos. ─ o policial vira-se para cumprir a sua tarefa.

─ Ande logo sargento, quero interrogá-los pessoalmente no DP. Os bombeiros estão vindo e eles vão precisar desta área limpa. A imprensa acabou de chegar, mantenha-os longe dos escombros. ─ o subtenente da polícia militar.

─ Sim senhor. ─ o sargento manda três outros policiais isolarem a área do prédio demolido com aquelas fitas amarelas e corre para agrupar os jovens para a contagem.

─ Droga, a polícia pegou os meus amigos! ─ Joshua observa de longe a movimentação dos policiais, eles estão agrupando todos eles para a contagem. ─ Preciso pedir ajuda a alguém, mas quem poderia nos ajudar? Já sei, o pai de Felipe é o único que pode fazer alguma coisa. ─ ele pega o smartphone. ─ Discar para Enoque. ─ o celular disca automaticamente.

─ Fala Joshua está tudo bem? ─ o pai de Felipe percebe a cara pálida do pequeno.

─ Mais ou menos, senhor Enoque! ─ responde meio cabisbaixo.

─ Meu filho está aí com você?

─ Não, ele foi na casa da Amanda com a minha irmã. ─ Joshua vendo os jovens sentarem de forma organizada no chão, uns próximos aos outros para facilitar a contagem.

─ O que você está olhando tão assustado? ─ ele preocupa-se ao vê-lo olhando para o seu lado esquerdo.

─ Na verdade eu estou ligando para o senhor por que acho que você é o único que pode nos ajudar, veja. ─ ele enfim, aponta o seu celular para a polícia e os jovens sentados.

─ O que está acontecendo aí? O que vocês fizeram desta vez Joshua?!

─ É uma longa história, o que importa agora é que eu tenho muitos colegas nas mãos da polícia neste momento e eu estava pensando se o senhor não podia nos ajudar? Até por que eu não conheço outra pessoa, capaz de fazer isso. ─ o pequeno põe a mão esquerda na cabeça em desespero.

─ Claro, eu vou acionar os meus advogados e já te ligo para ver onde te apanho.

─ Minha nossa! Eu preciso sair daqui se não vão me prender também. ─ após Enoque desligar o telefone, Joshua percebe que alguns policiais vão avançando as ruas vendo se existe alguém escondido próximo aos escombros, e ele sai correndo do local onde estava.

─ Droga! Estes garotos só se metem em encrencas! ─ Enoque está chegando em casa, ele estaciona o carro na garagem e liga para o filho. ─ Putz! Para que ele deixa o celular desligado?! ─ sai do carro, guarda o celular e entra em casa.

Após sentar-se na sala, ele liga a televisão por comando de voz e assiste as notícias.

─ São exatamente 20h10, estamos aqui diretamente da Avenida Dutra, no Rio de Janeiro onde ocorreu uma grande explosão que derrubou uma enorme estrutura de dois andares no chão. Tratava-se de uma fábrica abandonada. Felizmente o prédio estava vazio e não se tem notícia de vítimas desta grande explosão. O curioso nisso tudo é que havia no local uma espécie de manifestação de bruxas e bruxos, três destes foram apontados como os líderes destes jovens, que chegam a quase uma centena. Os moradores do local dizem que deveria haver próximo de duzentos jovens no local antes da polícia chegar, provavelmente muitos deles conseguiram fugir.

Vamos tentar chegar até o delegado responsável pela operação. ─ a repórter caminha até a viatura onde ele está. ─ Boa noite delegado. O que o senhor acha que levou jovens que dizem amar a natureza e o próximo, a cometer um ato como este, que poderia até ter ferido gravemente pessoas, ou quem sabe até levado a morte? ─ a repórter passa o microfone ao delegado.

─ Boa noite a todos. Em primeiro lugar, eu acho que estes garotos não deveriam ter tais liberdades dos seus familiares. Imagina você deixar seu filho viajar de um estado ao outro para se reunir com centenas de garotos para realizar eventos como este que eles fizeram aqui, sem permissão alguma do Estado. Sabe-se lá o que eles de fato estavam fazendo, mas todos prestarão depoimentos na delegacia, onde somente depois destes depoimentos poderei dizer coisas concretas sobre o ocorrido.

─ Então é isso pessoal, os ônibus estão chegando aqui neste momento para transportar os jovens e os três acusados de serem os possíveis líderes. ─ neste momento a câmera vai direto no chão onde se encontra Francisco, Almir e Samantha sentados. ─ Os bombeiros estão retirando os escombros para ver se existe alguma vitima soterrada, apesar de todos os jovens afirmarem que não havia ninguém quando as bombas detonaram. Voltaremos a qualquer momento direto da delegacia com mais informações. Sonia para o plantão do jornal da noite.

─ Droga, o problema é ainda mais sério do que pensava! ─ Enoque liga para um de seus advogados.