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Chapter 45 - O Matadouro

Enquanto isso os outros jovens seguem para o matadouro antigo em Duque de Caxias.

─ Você conhece o matadouro? ─ Felipe pergunta ao taxista.

─ Não, mas já levei passageiro neste cemitério uma vez.

─ Vai demorar muito para chegarmos lá? ─ Amanda.

─ Em cinco minutos no máximo, fica bem perto do centro de Caxias. ─ o taxista ouve algo no rádio que chama a sua atenção e aumenta o volume para todos ouvirem.

─ Noticia urgente; uma fábrica antiga abandonada desaba logo após uma grande explosão na Avenida Dutra, na cidade do Rio de Janeiro. Aparentemente ninguém se feriu e os bombeiros estão no local trabalhando duro para ver se existe alguma vítima, tendo em vista que alguns mendigos dormiam no local. Os moradores vizinhos entraram em pânico após a explosão. Neste momento a polícia militar já prendeu vários suspeitos, um grupo de mais de cem jovens, que se autodenominam bruxos.

Em entrevista a uma emissora de televisão o delegado Gabriel Farias, responsável pela operação na área disse que não foi uma explosão, na verdade, foram quatro explosões sincronizadas, justamente para destruir toda aquela parte da estrutura.

O que leva jovens de classe média, alguns até mesmo de famílias ricas a se envolverem em uma coisa destas? Eles não dizem coisa com coisa, uns falam em portal para o Inferno outros em monstros gigantes. A verdade cabe a polícia descobrir, os jovens serão levados à delegacia para prestarem depoimento e liberados após o mesmo. Três pessoas que estavam no meio da confusão não terão a mesma sorte, pois foram apontados como líderes e responsáveis diretos pelas explosões por alguns deles.

─ Droga! ─ Patrícia acaba de ouvir a notícia pelo rádio do táxi e liga as pressas seu celular, desesperada.

─ Deixe-me ver se está passando algo na televisão. ─ Felipe pega o seu telefone enorme do bolso, e vai passando os canais até o do jornal da noite, onde estão transmitindo imagens ao vivo do local.

─ O senhor acredita que de alguma forma este grande evento de magia que vem sendo realizado no Rio de Janeiro, possa ter alguma ligação com os últimos acontecimentos bizarros que ocorreram na cidade? ─ a repórter pergunta ao delegado.

─ Sim, parece haver fortes ligações com este evento, afinal tudo começou a acontecer depois do anúncio deste grande evento. É possível que alguns destes… ─ ele faz gestos com as mãos como se estivesse colocando aspas na palavra. ─ Bruxos, sejam os criminosos.

─ O que vai acontecer com estes jovens que estão sendo levados à delegacia? ─ a televisão mostra os jovens entrando nos três ônibus da polícia militar.

─ Vamos apenas fazer os trâmites legais, vamos ouvir cada um destes jovens e a menos que tenhamos provas concretas de que algum deles esteve diretamente envolvido na explosão, aí sim o mesmo será punido de acordo com a lei, mas a princípio, todos serão liberados logo após o depoimento. ─ delegado.

─ É verdade que vocês têm três suspeitos apontados pelos jovens de serem os autores das explosões e um deles inclusive seria o líder deles?

─ Sim. ─ a câmera filma dentro de uma viatura da polícia onde estão sentados Almir, Francisco e Amanda, que está bem na janela. ─ Alguns deles apontaram dois líderes, um está conosco o outro conseguiu fugir, mas provavelmente chegaremos nele após o interrogatório. ─ o delegado.

─ Muito obrigado ao senhor, delegado Gabriel Faria. ─ a câmera filma o trabalho dos bombeiros nos escombros do prédio. Agora eles estão fazendo a parte de remoção, para verificar se alguém foi soterrado. ─ Voltaremos a qualquer instante com mais notícias.

─ Vocês viram a cara da Samantha? ─ Felipe preocupado com a sua amiga.

─ O pior é que não temos tempo de ajudá-los agora, temos de evitar que o portal seja aberto! ─ Amanda com a mão direta na testa como se estivesse com dor de cabeça, pois ela está muito preocupada também com os outros.

─ Eu posso ligar para o meu pai, ele conhece dois dos maiores advogados do Brasil, mas o meu pai vai me obrigar a ir para casa com certeza. ─ Felipe, pronto para fazer a ligação.

─ Não será preciso, Joshua acabou de me dizer que já falou com o seu pai e que ele ficou de ajudá-los, inclusive está indo pegar ele para seguir com os advogados para a delegacia.

─ Que bom! Eu vou manter o meu celular desligado se não ele me acha, aí eu estou ferrado! ─ ele desliga o celular e põe no bolso.

─ Poxa! O seu pai deve ser um cara muito legal. ─ Alan.

─ Ele é, mas comigo ele é muito exigente. ─ Felipe com uma cara de desanimado.

─ Anota aí Joshua, o endereço do local da abertura do Portal da Última Sombra; Avenida Raul Soares, número 241, esta rua fica ao lado do cemitério do Tanque do Anil em Duque de Caxias, o bairro é o 25 de Agosto. Meu irmão cuidado, acho melhor você ficar no carro, por que com certeza alguns garotos vão acabar abrindo a boca sobre você para o delegado, daí se te pegam na delegacia você vai ficar por lar mesmo, entendeu? ─ Patrícia muito preocupada com o seu irmão.

─ É, você tem razão minha irmã, pode deixar que eu vou ficar bem. Anotei o endereço, deixa eu desligar que o pai do Felipe chegou aqui.

─ Droga! Esqueci de dizer a ele para não vir ao matadouro sozinho!

─ Fica tranquila Patrícia, o seu irmão é um dos mais sábios de nós quando o assunto é magia, com certeza ele sabe que não pode vir sozinho. ─ Felipe.

─ Pessoal, esta é a entrada do cemitério. ─ o taxista aponta a sua esquerda. ─ Esta é a Avenida Raul Soares. ─ seguindo pela rua que está deserta e escura, pois muitos postes estão com as luzes queimadas.

─ Ninguém na rua, que estranho! ─ Felipe olhando para os lados.

─ Talvez o cemitério assuste os moradores, eu teria medo de morar em frente a um. ─ o taxista ergue as sobrancelhas e arregala os olhos, enquanto fala.

─ É aqui, eu tenho certeza. ─ Amanda vê o lugar onde esteve na viagem astral.

─ Olha gente vocês me ligam e eu venho pegar vocês ok? ─ o taxista não quer ficar esperando ali, ele olha a todo instante para o muro do matadouro, como se tivesse visto algo lá. Ele parou o táxi do outro lado da rua.

─ Qual é Sílvio você nunca deixou a gente na mão cara! ─ Alan tenta convencer o taxista, enquanto os seus amigos descem do carro.

─ Eu sinto muito, este lugar é mal-assombrado e se eu fosse vocês eu não entrava lá não! ─ Sílvio fica no carro com as mãos no volante e espera a resposta dos garotos.

─ Não temos escolha amigo. ─ Alan bate no ombro dele.

─ Me liguem quando quiserem sair que eu pego vocês em frente ao cemitério, na entrada, mas aqui eu não venho nunca mais! ─ o taxista manobra o carro e vai embora.

─ Ele está apavorado, parece que ele viu algo lá dentro. ─ Patrícia olhando a antiga construção do outro lado da rua.

─ Ele está tão apavorado que esqueceu de cobrar a corrida. ─ Alan e os outros atravessam a rua e tentam descobrir um meio de abrir o portão velho, que é alto.

─ Hei gente, é mais fácil pularmos o muro desta vila. ─ Patrícia fala com os seus amigos, que vão até onde ela está.

─ Gente, nós somos a última esperança de evitar que este poderoso portal seja aberto, lembrem-se disso! Era para todos os anciões da nossa ordem mágica estar aqui agora, com certeza a vitória seria certa, mas o inimigo é ardiloso e os levou a uma falsa pista na Itália.

─ Se ficarmos todos juntos, teremos mais chance de sucesso. ─ Alan.

Do lado do matadouro existe uma vila dividida com quatro casas de cada lado e o muro desta vila é baixo, facilitando a entrada por ali, pois os muros frontais da antiga construção eram muito altos, o portão nem se movia de tão enferrujado e pesado.

─ Patrícia está certa. Só vamos ter que pular rápido o muro, por que se alguém nos ver pode chamar a polícia. ─ Alan verifica os portões e descobre que um deles está aberto, o do lado esquerdo.

─ Para que dois portões, um do lado do outro?! ─ Felipe coçando a cabeça, enquanto olha para os dois com um largo sorriso no rosto.

─ Eu não sei! O pior é que nem adianta nada deixar um trancado e outro aberto. ─ Amanda e os outros riem enquanto sobem no muro.

Alan e Felipe pulam o muro, enquanto Amanda e Patrícia estão com medo devido à escuridão do local e a quantidade de mato alto que tem no terreno.

─ PUTZ! ─ Felipe reclama de algo ao cair.

─ O que foi? ─ Alan coloca a mão direita no ombro dele e pergunta.

─ Vidro, pulei em cima de uma garrafa quebrada, ainda bem que estou com a minha bota.

─ Ainda bem que não pulamos não é Amanda? ─ Patrícia.

─ Sim, ajudem-nos a descer logo rapazes. ─ Amanda.

─ Venha Amanda. ─ Alan desce a sua amiga a pegando por baixo dos seus braços.

─ Pode vir que eu te aguento com uma mão só Patrícia. ─ Felipe brincando de ser forte, estufando os peitos que nem um pavão.

─ Felipe é melhor você me dar pezinho, por que você não me aguenta. ─ Patrícia é alta demais para a sua idade, ela tem 1,85 metros de altura e ela sabe que o seu amigo mentiroso só está tentando se gabar de forte.

─ Se você está com medo, tudo bem, mas eu venho malhando muito, olha o meu músculo. ─ enrijecendo o bíceps direito, mostrando para Amanda.

─ Parece forte mesmo! ─ Amanda, apalpando o músculo.