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Chapter 41 - O Vale Dos Unicórnios

Minutos depois, os jovens aguardam a preparação do portal em outra sala.

─ Com licença, meu senhor, os magos estão prontos. ─ um soldado.

─ Chegou o momento. ─ o ancião se levanta e todos o seguem para a sala do portal.

César se posiciona no centro do círculo. Ele é um portal de pedras, feito no chão ao centro da grande sala do templo dos magos de Cilar.

─ Ancião, você pode me tirar uma dúvida?

─ Claro.

─ Em meu planeta quando Camus me entregou a poção mágica, ela me avisou que só conseguiríamos abrir o portal para o Inferno, devido ao perfeito alinhamento que está ocorrendo em nossa galáxia nesse momento, gerando assim uma imensa carga de energia. Mas você está prestes a me enviar para outra dimensão, seria possível nos enviar para a Terra caso acontecesse algo ao nosso portal?

─ Não. Para te levar de uma esfera a outra é preciso muita energia ou poder. Para que você tenha uma ideia, só Lúcifer no Inferno consegue tal feito. Mas existem leis universais, assinadas por ele e Deus, que o impede de invadir outros mundos. Agora, se ele conseguir recuperar o Cristal da Luz Eterna, ele poderá abrir qualquer portal para qualquer outra esfera, pois o cristal não foi criado nesse universo, então ele não sofre as regras impostas nos tratados.

─ Se eu pegar o cristal, então poderei abrir um portal para a terra?

─ Não só para a Terra, mas para qualquer outra esfera.

─ Obrigado ancião. Agora, vamos logo com isso.

─ Lembre-se que terá pouco mais de uma hora para pegar o sangue de um unicórnio, do contrário correrá o risco de ficar preso lá, para sempre! Pois o portal de pedra gasta muita energia dos magos para se manter aberto. Se eles perceberem que o portal está se fechando sem você, eles usarão sua energia corpórea para mantê-lo aberto o máximo que eles aguentarem, mas isso pode significar somente alguns minutos a mais.

Tome, leve isso. ─ o ancião enche um frasco de areia, tampa e joga para ele.

─ Uma ampulheta do tempo.

─ Uma ampulheta mágica, não importa o que aconteça a areia não para de correr e ela marca exatamente uma hora a partir de agora. ─ fazendo sinal com a cabeça, para que se inicie o ritual de abertura.

─ Vamos nos concentrar no Vale dos Unicórnios. ─ os magos dizem juntos.

Eles estão em círculo, sentados do lado de fora do portal, fechando esse círculo exterior com as suas mãos dadas.

─ Vamos lá, concentre-se em seu objetivo. ─ o ancião de olhos fechados, colocando a mão direita na testa.

Os magos se concentram enquanto entoam um mantra sagrado e em questão de segundos César desaparece.

Quando ele se deu conta estava em meio a uma floresta muito densa, cheia de plantas enormes e coloridas, algumas se assemelham a plantas exóticas da Terra, chega a ser escuro lá, mas o portal que é um círculo azul, fica constantemente brilhando no local como um neon, está iluminando tudo lá. Também existem plantas fluorescentes e umas que emitem luz vermelha muito intensa.

─ Preciso manter a distância destas plantas, podem ser bem perigosas, visto o tamanho delas e a sua coloração. Bem, naquela direção está claro, só pode ser a saída desta floresta. ─ seguindo a claridade.

Ao sair de dentro da floresta César se vê em um lindo campo aberto, todo verde com a grama bonita e cheio de flores. A maioria existe na Terra, outra boa parte não. No centro tem um lago enorme com uma nascente gigante, que está jorrando bem no meio do lago, a nascente jorra a água a uns dez metros de altura. César olha para o sol e se surpreende ao ver que existem dois sois no céu, um deles é gigantesco e possui um brilho amarelo como o sol da Terra e o outro é a metade menor e emite um brilho branco.

─ Que lugar fascinante! Agora onde estarão os unicórnios? ─ ele caminha até o lago e se abaixa para beber um pouco da água. Neste lugar faz muito calor e ele está suando muito. ─ Minha nossa! Deve estar fazendo mais de 40 Graus aqui! Com a sensação térmica de 50!

Ao se abaixar para beber água, algo emerge das profundezas diante dele, uma criatura semelhante a uma água viva gigante da cor cinza, possui um olho enorme com a pupila parecida com a de um gato, vários tentáculos que se agitam sem parar e atacam ele.

─ Meu Deus! ─ disse ao perceber que estava cercado de unicórnios e não sabia, pois os mesmos estavam invisíveis, mas a terrível criatura que parece faminta estava de tocaia como um jacaré no rio, só esperando a primeira presa se aproximar. Ela assustou todos os unicórnios que correram para longe com exceção de um… o que possuía o chifre mais comprido observava de longe, impaciente andando para frente e para trás como se soubesse da encrenca em que aquele ser humano acabou de se meter.

A criatura ataca César com os seus tentáculos enormes e o derruba no chão, ao cair ele machuca de leve a mão esquerda em uma pedra, mas logo se levanta.

─ É, vai pagar por isso sua coisa gosmenta! ─ se concentra. ─ Salamandra eu a convoco em minha defesa… ─ ele está parado com o braço esquerdo apoiando o braço direito bem no seu cotovelo, a posição é semelhante a um arremesso de basquete. ─ Ajude-me a evocar o fogo das chamas eternas para que meu feitiço se realize. BOLA… DE FOGOOOOO! ─ ele consegue lançar uma bola de fogo enorme, maior um pouco do que a criatura, que cai em cima dela.

A bola de fogo acerta o alvo em cheio, talvez a tivesse destruído se a mesma não mergulhasse quase que imediatamente, lançado suas dezenas de tentáculos para cima dele, que se esquiva de um lado para o outro, tentando desesperadamente se afastar enquanto que ela vai para cima. Em um momento, um dos tentáculos o agarra pela cintura e quando ele o toca com a sua mão esquerda, que está com um pequeno sangramento, algo acontece com o monstro. Imediatamente o seu olho que era branco começa a ficar com um liquido vermelho passando por dentro dele, como se o sangue que o tentáculo estava sugando da mão ferida, estivesse indo direto para o seu olho. A criatura se agitou muito, dobrando a velocidade de seus movimentos e tornando impossível fugir de seus tentáculos. Ele foi sacodido de um lado para o outro, e a sua espada caiu no chão, bem no momento em que o monstro resolve saciar o seu vicio por sangue, pois começa a puxá-lo para a sua boca enorme com milhares de dentes pontiagudos e perfilados em três fileiras.

─ NÃO! Não posso morrer aqui. Salamandra, não me deixe na mão, não agora! ─ de olhos fechados. ─ VAI CHAMAS, QUEEEEEEEIMEM! ─ neste instante uma explosão de fogo assusta a criatura, que retrai os seus tentáculos e fecha o seu olho por três segundos, mas devido a sua velocidade após provar o sangue dele, ela consegue prendê-lo novamente. Agora César possui a sua espada em mãos e corta o tentáculo, dando início a um combate interminável. A criatura regenera os seus tentáculos cortados e ele com muita dificuldade se defende como pode, cortando-os e tentando recuar para longe sem sucesso, até que ele tropeça e cai, voltando a ser pego. Um vento muito forte passa por ele nesse momento como na velocidade da luz (vindo de trás), que preso e já muito cansado da luta se surpreende ao ver que aquele lindo cavalo alado, possuía tamanha velocidade e coragem. Ele acabou de acertar bem no meio do olho do monstro, com o seu magnífico chifre. A criatura medonha solta-o e em agonia, começa a se debater com seus tentáculos, jogando o unicórnio e ele para longe.

─ Oh não! SAI DAÍ PEQUENO, SAI! ─ ele está levantando-se e vê um unicórnio bebê tentando imitar o outro, que provavelmente é o seu pai.

O filhote bate a sua cabeça na criatura e ela o agarra com um dos seus tentáculos. Mesmo cega, ela parece satisfeita com a presa que pegou e rapidamente leva ela até a sua boca.

─ Ele é seu filhote, não é? ─ olhando o unicórnio que o ajudou há pouco, desesperado caminhando de um lado para o outro. ─ ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM NÃO, NÃO VAI, NEM QUE EU MORRA AQUI SEU DESGRAÇADO EU ACABO COM VOCE ANTES! ─ o monstro engole o pequeno unicórnio de uma só vez. Imediatamente César corre para cima da criatura com os olhos cheios d'água, para próximo a ele, fecha os olhos e dá uma respirada bem lenta e profunda. ─ Talvez, talvez ainda haja tempo! Salamandra me dê… O PODER! ─ passando a mão esquerda próxima a lâmina da sua espada, da parte do cabo até a ponta e imediatamente ela vai se preenchendo de uma chama azulada. Ele então corre e para agachado quase que embaixo do monstro, que lança todos os seus tentáculos para pegá-lo, mas César consegue saltar bem alto e seus pés chegam a ultrapassar a altura dele. Em questão de segundos ele olha o ponto no qual vai desferir o seu golpe, crava até a metade da lamina e cai, segurando sua espada bem firme com as duas mãos. Com isso ele vai abrindo-o como se cortasse um pedaço de manteiga com uma faca quente. Com este rasgo, a criatura morre e dela escorre uma gosma esverdeada junto com o pequeno unicórnio, mas ele não se mexe.

Dos olhos do unicórnio que salvou a vida de César, o que parece ser o líder deles, saem lagrimas brilhantes como cristais, enquanto ele vira-se e começa a se afastar, parece acostumado a perder os seus daquela maneira.

─ Hei garoto, vamos lá! ─ massageando o coração do pequeno animal. ─ Não é a sua hora, não tão cedo assim. ─ chorando enquanto tenta salva-lo. ─ Você ainda tem toda a vida pela frente, vamos! Hei, você mexeu a pata! ─ feliz ao ver o pequeno unicórnio se recuperar lentamente. Ele o abraça.

Enquanto César espera o pequeno unicórnio se reabilitar ali, próximo ao lago, nota algumas dezenas daquelas criaturas medonhas que começam a emergir do lago, talvez atraídas pelo barulho dos seus gritos, quando lutava contra um deles. Então ele pega o pequeno ser alado em seu colo e leva-o para próximo da floresta.

Ao colocá-lo no chão, o pequenino unicórnio segue a sua mãe, que não acredita no que vê. Mas contêm a sua felicidade e tenta seguir séria, enquanto que o seu filho serelepe faz graça na sua frente e os dois caminham em direção aos outros unicórnios.

─ Uergh! Preciso tomar um banho urgente! ─ ele olha para o lago e de onde ele está por ser mais alto, ele pode ver que ele já está cheio daqueles monstros. ─ Não tenho como pegar o sangue de um animal destes! ─ olhando o filhote e a sua mãe caminhando. ─ Terei de voltar sem o sangue. ─ olha a sua ampulheta e corre para dentro da floresta desesperado.

Enquanto isso o unicórnio líder o observa de longe.

─ É, infelizmente não consegui cumprir a missão. Pelo ao menos estou vivo! ─ entrando no portal.