Na casa de César.
─ Foi assim que tudo aconteceu. ─ ele termina de contar os fatos daquela noite.
─ Então aquela mancha vermelha, era mesmo sangue. ─ Samantha lembrando do sangue que viu na roupa dele, na noite passada.
─ É verdade gente, fui eu quem avisei a polícia sobre a garota que morreu no beco dos barbeiros. ─ Juninho.
─ Ele vai voltar com certeza. Ele vai voltar para se vingar. ─ Felipe apontando para César.
─ Quem será ele? ─ Cláudio olha para os rostos de seus amigos, tentando buscar as respostas.
─ Pode ser qualquer um daqueles que estavam no encontro dos magos! ─ César imagina-se entrando na tenda e um a um, visualiza seus suspeitos; Eldrich, Haldrím, Fenry, Vlad, Lanoy, Rakhan, Wadramór, Grafh, Saulo, Escart, Gaudor e Dimitri Dormen.
─ Eu concordo com você, menos sobre Saulo e Dimitri. No começo tudo bem, nós até pensávamos que fosse ele, mas… ─ Juninho.
─ Eu entendo a sua opinião, mas enquanto não descobrirmos quem é o assassino, não podemos descartar ninguém. Além disso, tem uma coisa que me intriga muito ainda. A voz. ─ ele lembra daquele beco escuro, quando o Mestre das Sombras se apresentou. ─ Lembra da voz dele? ─ olhando para Juninho. ─ É muito semelhante com a voz de Dimitri!
─ É, realmente isso é muito estranho! ─ Juninho.
─ E se não for o Dimitri? ─ Felipe.
─ Com certeza o inimigo estará na festa desta noite. ─ Samantha concentrada em seus pensamentos, dá um soco de punho fechado na sua mão esquerda.
─ Eu aposto que sim! ─ César levanta seu punho fechado.
─ Se for verdade, devemos ficar na cola do Dimitri, pois o tal inimigo já deve saber que o poderoso medalhão está com seu também poderoso dono. ─ Cláudio.
─ Como poderemos ajudar? Pelo que disseram, o inimigo é muito poderoso também. ─ Samantha.
─ Com isto. ─ César pega um pano atrás do sofá, o desenrola, pega a espada e a manuseia com grande leveza.
─ Nossa! Você ainda está com ela?! ─ Felipe com os olhos arregalados, ao vê-lo brincar com a espada.
─ Sim meus amigos e ela nos protegerá de todo o mal. ─ ele entorna um líquido de um frasco, banhando toda a lâmina dela dos dois lados. ─ Esta água foi benzida durante sete missas. É uma água pura e santificada, com ela eu aumento o poder sagrado dessa espada! ─ César a levanta, e ela brilha mais forte agora.
─ Onde arrumou esta água benta? ─ Cláudio pegando o frasco vazio e o inspecionando.
─ Peguei da minha mãe.
─ Sua mãe é católica, não é? ─ Felipe.
─ Sim, ela sempre vai à igreja aos domingos e quando pode traz água benta. Ela diz que protege a casa do mal.
─ Por falar nisso, onde está a sua mãe? ─ Joshua.
─ Foi à casa do meu tio Pedro. ─ César.
─ César já vai dar 20 horas, eu vou tomar meu banho e me arrumar para a festa. ─ o irmão dele aparece na sala.
─ Resolveu ir Vander? ─ César.
─ Sim, parece que vai ter muita bruxa bonita nessa festa. ─ Vander abre um sorriso sínico na cara, enquanto esfrega as mãos.
─ Pode ser perigoso. ─ César diz olhando para os seus amigos.
─ Eu me garanto. ─ mostra o bíceps musculoso para todos e sobe as escadas.
─ Vem cá, teu irmão toma bomba não toma? ─ Felipe.
─ Ele pensa que pode tudo por que já é maior de idade, mal fez dezoito anos e já acredita que sabe tudo da vida.
─ Vamos pessoal ou vamos chegar tarde na festa. ─ Cláudio se levantando.
─ Antes de eu ir, mata a minha curiosidade César, deixa eu segurar a espada. ─ Juninho erguendo o braço para ele.
─ Claro, pega aí.
─ Nossa! Parece que pesa uns 10 kg! Como consegue segurar com tanta facilidade?! ─ Juninho devolve a espada e fica espantado, ao ver o seu amigo manejá-la com maestria e leveza.
─ A única coisa que sei é que para mim ela pesa só algumas gramas. ─ ele olha para a espada com o olhar fixo, enquanto faz vários movimentos.
Juninho é o último a sair da casa, os outros estão esperando do lado de fora.
─ Não entendo. ─ ele sai balançando a cabeça.
─ Não entende o que Juninho? ─ Cláudio.
─ Eu peguei a espada, ela pesa quase uns dez quilos cara!
─ Não pode ser tão pesada. Como ele consegue segurá-la com uma mão e manejá-la da forma em que a maneja? ─ Felipe balançando o dedo indicador, fazendo que não.
─ Ele diz que não sabe como, mas a espada para ele pesa só algumas gramas. ─ Juninho.
─ Isso é estranho mesmo, mas outra coisa me intriga muito mais, o fato de César ter agido hoje como um líder hoje. ─ Samantha.
─ Sim, isso é verdade. Ele foi sempre tão pacato, no seu canto, quase não falava. Agora até responde minhas provocações. ─ Felipe com a mão direita no queixo pensativo.
─ Parece que os últimos acontecimentos mexeram com a sua cabeça. ─ Juninho.
Em algum lugar em Copacabana…
─ Por que demorou tanto? ─ um homem de costas fazendo barra na varanda do hotel, sua camiseta está toda suada. A vista a sua frente é a da praia de Copacabana, e percebe-se que o prédio é muito luxuoso.
─ Muitos contratempos. O que o Mestre das Sombras deseja da sua escrava a esta hora da noite? ─ a misteriosa mulher de costas, levanta o vestido vermelho e põe o seu pé esquerdo, calçado em uma bota preta de salto alto, em cima da mesa de centro da sala. Sua coxa muito bonita fica totalmente a mostra.
─ Não foi para isso que te evoquei! ─ ele para de fazer o exercício e fica em pé de frente para ela, contemplando-a por uns segundos. ─ Tenho um plano para esta noite, um plano para recuperar o meu medalhão e quem sabe, matar algumas pessoas. ─ o Mestre das Sombras a pega pela cintura com violência, depois a beija.
─ Assim eu me apaixono hein?!
─ Ele viu o ferimento no braço? ─ pergunta ele.
─ Não, consegui esconder de todos. Foi por isso que coloquei este vestido com mangas.
─ Ótimo! Você vai dopar ele, assim que tiver uma oportunidade próximo à meia-noite, esteja preparada. Use o seu anel de familiar, encha ele com este pó e ponha tudo na bebida dele.
─ Você sabe o quanto foi difícil para mim, vir aqui agora?! O Dimitri foi na frente para ver se está tudo como ele pediu no clube, mas se eu não chegar antes das 22 horas como o combinado, ele vai me questionar e você sabe que ele é poderoso o bastante para descobrir tudo se usar magia! ─ ela pega o pequeno frasco e coloca em sua bolsa.
─ Não, nem fala isso, botar tudo a perder assim! ─ ele olha o relógio. ─ Ainda são 20h15! ─ ele a pega no colo e a carrega até a sua cama.
Pouco mais de duas horas depois, na Avenida Brasil, um ônibus para em um ponto e dele descem; César, Samantha e Cláudio. Os três estão muito elegantes para a festa. César está vestindo um manto preto, uma capa branca e botas pretas. Samantha está com um vestido azul-claro, uma trança no cabelo e sapatos. Cláudio usa uma camisa social azul de manga curta e calça social bege, calçando sapatos de camurça.
─ Vamos gente, são 22h30. Já perdemos muito da festa! ─ Samantha puxa os seus amigos pelas mãos.
Do lado de fora ouve-se a música celta que toca no interior do clube.
─ Para ser mais exato, são 22h35. ─ Cláudio.
─ Hei. ─ Juninho parado na entrada, acenando para seus amigos.
─ Como está a festa? ─ Samantha ao se aproximar dele.
─ Mais ou menos! Devo avisar vocês… Samantha, você pode nos esperar lá dentro? ─ ele fala com sua amiga meio sem graça.
─ Claro. Assunto de homens, já sei. ─ ela entra, deixando os três conversando.
─ O que houve? ─ Cláudio curioso.
─ Aconteceu algo? ─ César preocupado.
─ Cara! Não sei bem o que aconteceu, mas o Felipe aprontou alguma. Ele ficou conversando com a filha do Dimitri durante muito tempo, e antes de eu vir para cá eles estavam se beijando.
─ A Amanda que conheci não faria isso comigo! ─ ele lembra-se dos momentos que passaram juntos. ─ É meu mestre tinha razão, como sempre. Acho melhor esquecê-la de uma vez. ─ Cláudio tenta ser forte, mas os seus olhos perderam o brilho.
─ Não fique assim meu amigo, você vai descobrir alguém nesta festa que vai fazer você esquecê-la. ─ César com a mão no ombro dele.
─ César, é… bem, é que pintou um clima entre a Patrícia e o tal Alan também. ─ Juninho totalmente sem saber como dar esta notícia ruim ao seu melhor amigo. ─ Se vocês quiserem, nós podemos ir para outro lugar. Eu não estava muito interessado em ficar aqui mesmo, está muito chato.