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Chapter 13 - A máscara da Morte

Hector foi aos poucos recobrando a consciência.

Ele se lembrou lentamente de quando os cinco foram até o brinquedo, mas foram checar se estava aberto.

Então, ele viu uma moça se aproximando, e chamando eles.

Sim, ela chamou eles, mas então ele ficou com sono...

E depois...

Ele acordou ali. Mas como?

Espere. Onde era "ali"?

Ele estava deitado no chão, um chão liso e brilhante, ele via seu reflexo nele. Era de mármore polido. Ele se sentou.

Scott e Max estavam ali, sentados, David ainda dormia. Zack estava em pé ao lado de uma mesa de restaurante.

Hector olhou em volta. Estavam em um lugar enorme e aberto, mas totalmente vazio. Vazio.

Ele reconheceu aquele lugar logo depois. Era um shopping que ficava a algumas quadras do parque onde foram. O Shopping Star de Gardeville era um ponto da cidade, todos conheciam, todos queriam estar lá.

Mas por que estava vazio?

Os cinco estavam na praça de alimentação, uma loja de hambúrgueres estava ao lado deles. Apenas algumas luzes estavam acesas, e ele não tinha noção do tempo.

Hector procurou por uma janela próxima. O hall enorme estava repleto de mesas, lojas fechadas as contornavam. Plantas se distribuíam em fileira, dando um clima mais agradável ao local.

Lá no final, grandes janelas deixavam a luz do sol poente entrar.

-Galera... -Ele disse, confuso.

Zack se assustou.

-Hector! -Ele parecia muito nervoso. -Cara que bom que você tá bem.

-Cara, -Disse David. -A gente tá muito na merda. O quê aconteceu, alguém lembra?

-Não. -Disse Max.

-Me lembro de uma mulher. -Disse Hector.

-Pegaram a gente. -Scott explicou. -As aranhas estavam em volta de nós, elas picaram a gente e vocês começaram a desmaiar, eu tentei lutar, mas fiquei muito tonto.

-Mulher? -Perguntou Max.

-É, a que chamou a gente.

-Mas por quê?

Scott olhou para eles.

-Vocês me ouviram? A mulher só disse que precisava da gente e invocou uma coisa enorme...

Ele foi interrompido pelo barulho de algo batendo. Era uma portinhola.

Uma mulher baixa apareceu. Ela tinha a pele cor de caramelo, seu cabelo preto estava preso e balançava atrás dela.

Ela usava roupas simples. Uma camisa branca e uma calça caqui.

-Meninos... -Ela começou. -Eu devia ter sido mais gentil, me desculpem.

-VOCÊ! -Max arregalou os olhos.

-Sim. Quero saber o porquê do seu ataque naquela noite.

Hector estava confuso. Ataque? Qual ataque?

-Espera, eu me lembro! -Scott falou em voz alta. -Você e aquele cara! Vocês dois atacaram a gente!

A mulher os olhou.

-Não. Vocês nos atacaram primeiro.

Um homem veio logo atrás dela, vindo de trás da loja.

-Olívia... -ele chamou. -O quê está acontecendo?

O homem era velho. Ele era alto, por volta e 1,85 de altura. Seus cabelos cinzentos eram enormes, e sua barba grande escondia seu rosto cansado. Apesar de aparentar ter 70 anos, seu físico era o de um monstro, seus músculos se sobressaíam pela roupa que usava, a camisa branca e a calça caqui quase rasgadas por eles.

Sim, eles combinavam as roupas, como se fossem...

...parceiros?

-EU ME LEMBRO! -Bradou Hector. -VOCÊS DOIS NA NOITE DE QUINTA!

Ele se preparou para atacar, Hector sentiu Glória longe dele vindo. Mas algo parecia estar segurando ela. Ele sentia que Glória vinha vindo, mas lentamente.

-Acalmem-se, por favor. Parece que tivemos um mal entendido.

O velho estava calmo. Talvez fosse melhor escutá-lo.

-E o quê a gente ganha te escutando? -Scott perguntou.

-Você quer falar com ele!? -Zack protestou. -Ficou louco, Scott!?

-Por favor, meninos. -O velho disse, serenamente. -Scott, você parece ter nascido com o dom do diálogo. Vamos lá, primeiramente, meu nome é Niccolo Arlong. Esta é minha parceira, Olivia.

Olívia não fez nada.

-Niccolo! Eles nos atacaram!

-NÓS!? -Gritou Hector.

-Tudo bem, já passou. -Disse Niccolo. -Parece que nos enganamos. Me diga, Scott, vocês se assustaram com a gente. Por quê?

-Vocês pararam na frente da casa do Max uma vez. E naquela noite, estavam na frente da casa do Joe. -Scott contou. -O quê queriam lá?

Niccolo o observou, cauteloso.

-Nós somos apenas viajantes. Paramos em vários lugares todos os dias.

-Não era dia.

-De fato. Vocês nos viram e assumiram que atacaríamos. Seu amigo gritou "São eles" -Ele fez o sinal de aspas com as mãos. -Sabiam o quê estavam fazendo.

-Sim, mas... -Scott perdeu a fala.

-Vocês estavam lá de noite, e a luz apagou quando vimos vocês! -Gritou Zack. -Aquilo foi do nada.

-CLARO! -Olívia apontou para David. -Ele apagou a luz com aquele choque dele!

Choque?

-O quê? -David pareceu confuso.

-Vimos um raio roxo saindo de você e apagando a luz do poste, garoto. Vocês agiram logo depois. -Niccolo explicou.

-Eu tava meio nervoso. -David quase riu. -Foi sem querer.

Olívia se agachou e pressionou as duas mãos no chão.

Uma coisa enorme surgiu atrás dela, parecia ser o monstro do pântano: um enorme humanoide de terra úmida, com raízes contornando algumas partes de seu corpo. Sua cabeça chata tinha musgo no lugar do cabelo, seus olhos verdes brilhavam, e sua enorme boca tinha dentes bem pontudos.

-Ela invocou aquilo... -Zack estava incrédulo. -Sem dizer nada...

Ele tremia e apontava.

Os meninos entendiam a surpresa dele. Um invocador levava diversas etapas para invocar algo. Alguém que invoque algo assim sem dizer nenhuma palavra não era um invocador qualquer.

-Olívia... -Niccolo ergueu a mão. -Não.

-Caimán só vai defender a gente se eles atacarem.

Olívia parecia assustada também. Scott a encarou.

Hector olhou para Niccolo.

-Por favor, meninos, não.

A adrenalina estava fluindo loucamente em suas veias. Hector sentia Glória se aproximando.

Scott e David brilharam.

A Marca Etérea surgiu neles.

Zack foi para trás. Uma pequena fagulha dourada surgiu em sua mão. A fagulha se estendeu, uma pequena faixa de luz que ele enrolou nas mãos. Hector ainda ficava confuso com o poder de Zack. Ele entendia que era algo como "luz sólida".

Olívia ficou em guarda. Max ficou na pose de luta, a mesma que ficara na briga com James. Hector esperava por Glória. A falta de um poder o colocava em desvantagem.

Um vento começou a gelar a sala, o quê significava que Max estava preparado para brigar com tudo.

Caimán rosnou. A besta se dobrou, pronta para atacar.

Niccolo ficou parado. Ele bateu a palma da mão na testa.

-Esperem!

Olívia disparou correndo, na direção esquerda de Hector. Ela seria indefesa sem suas invocações. Niccolo apenas olhou.

Caimán avançou contra eles. Zack correu para a direita, Max socou. O vento rodopiou por ele, formando um redemoinho em seu braço. O impacto do soco não fez nada em Caimán. Ele esticou os braços lamacentos e ergueu Max.

Hector investiu, Scott e David pularam em alta velocidade contra eles. Uma onda de choque leve surgiu de Scott enquanto ele se movia, impulsionado ele.

David pulou alto, tentando chutar Caiman, que soltou uma das mãos e usou para bloquear o chute, Scott atacou o outro braço, que soltou Max. Max caiu sentado, e Hector se agachou e puxou ele pelos braços para trás.

Caimán tentou bater em Scott, que se jogava freneticamente para trás.

-Ele é muito duro! -Ele gritou. -Não dá!

Zack atirou uma cadeira contra Caimán, que simplesmente ignorou-o. Ele atacou David, que começou a lançar pequenos choques roxos contra ele, ineficientes. Olíviaa gritou de longe.

-Caimán é um guerreiro! Rendam-se!

Não. Hector jamais se renderia.

Ele correu na direção de Caimán, e pulou contra ele. Hector segurou seus ombros e deu uma cabeçada no rosto dele. Caiman rosnou.

-Ele é maluco. -Disse Niccolo. -Gostei dele.

Caiman segurou Hector pelos braços.

David lançou uma rajada elétrica nas pernas de Caimán. Nada aconteceu. Scott atirou uma cadeira, uma pequena onda de choque a fez acelerar no ar. Ela bateu em Caimán, que pareceu sentir o impacto.

-É isso! -Gritou Zack. -Poderes não funcionam. Batam nele!

Olívia gritou algo. Max gritou:

-As Aranhas!

Max se virou para elas.

-Rendam-se! -Gritou Olívia.

-Dessa vez eu vou tomar cuidado. -Disse Max.

Ele correu contra as aranhas, e começou a pular. Ele pisou em uma, e dessa vez usou seu vento, que as fez voar para longe quando tentaram mordê-lo.

Olívia recuou.

Caimán jogou Hector para o lado.

Ele caiu em cima de algo, mas não teve tempo de ver o quê era.

Zack grunhiu de dor com Hector caindo em cima dele.

-Agh! -Ele disse.

Caimán se virou para David.

-Por que não se rende, Eterista!? -Seu rugido fez David paralizar.

-ELE FALA!? -David grunhiu.

-Mas é claro! -Sua voz parecia um rugido. -Eu sou uma forma consciente de vida!

-Um familiar... -Disse Zack. -Então é isto. Ele é poderoso demais, é diferente das aranhas. MAX! -Ele gritou. -Apaga aquela mulher, agora!

Caimán riu.

-Silêncio, fedelho. Vocês não passam de crianças! Já provam isso por não saber o quê é um Familiar!

Scott atirou uma cadeira novamente. Caimán a golpeou no ar e a estilhaçou.

Ele rapidamente se virou, desviando da rajada de choque de David.

Caimán era extremamente rápido, apesar do tamanho.

Hector sentia Glória chegando rapidamente.

David correu pelo hall, acelerando mais e mais. Scott fez o mesmo. David pulou à toda e chutou Caimán quando passou perto dele, e voltou a correr em círculo. Scott também, deu um coice em Caimán, o acertando bem nas costas.

Caimán defendeu o próximo chute. David caiu no chão. Scott passou em alta velocidade e pegou David, afastando ele do monstro. Caimán se virou para os dois.

Neste momento, Hector ergueu a mão, e Glória aterrissou em sua mão. Hector atacou, e mirou no rosto do monstro, que segurou o martelo. Ele apenas jogou Glória e Hector.

Caimán riu.

-Um martelo? Em quê isso ajuda?

Ele deu três passos, e, em um único segundo, foi atingido.

Niccolo ficou abismado vendo aquilo.

Hector, Max, Zack, Scott, David e até Olívia nem viram chegando.

Caimán não teve tempo de reagir.

Niccolo viu aquilo com o ângulo perfeito: a luz atravessava Caimán, cujo corpo se abriu no meio, e dele, ele via um enorme homem em posição de luta, a voadora dele atravessou o monstro como se nada fosse. Ele vinha iluminado pela luz do por do sol ao fundo.

Ele aterrissou, em frente a Niccolo.

-Você cometeu um erro. -Foi a única coisa que disse.

Ele deu um passo em alta velocidade e atacou Niccolo. Sua mão vinha rapidamente na direção de Niccolo. Ele ergueu sua mão para defender o ataque, mas a mão do homem fez uma curva, e desviou de sua defesa.

Niccolo dobrou o braço e usou o cotovelo para defender o peito da mão. Tudo aconteceu em uma fração de um momento.

Niccolo voou para trás, caindo bem no balcão da loja.

-Joe!? -Hector gritou.

Hector não reconhecia Joe. O olhar feroz, a voz monstruosa, e a expressão de fúria em seu rosto fez com que todos tremessem.

Niccolo se ergueu rapidamente, e mirou um soco em Joe. Joe segurou a mão do homem. De repente, uma luz estranha saiu da mão do homem e atingiu Joe.

Joe não recuou, ele permaneceu no lugar.

Chutou Niccolo no peito, que pulou para trás para escapar. Joe disparou rapidamente pelo hall, e começou a jogar cadeiras em alta velocidade. Niccolo as parava no ar, como se nada fossem.

De repente, as cadeiras jogadas pararam no ar. Niccolo bateu palmas, e elas dispararam contra Joe. Joe desviava delas, mas repente ele quem voou para trás.

Joe caiu no chão. Niccolo fez um sinal de puxar algo com a mão. Joe de repente foi puxado para frente.

-Droga! -Gritou Zack.

Hector estranhou como aquilo parecia o encanto de Glória.

-Não fiquem parados! -Joe berrou. -ACABEM COM ELA!

Olívia, em pânico começou a correr. Max, Zack e Hector foram atrás dela.

David e Scott pararam por alguns segundos.

Uma estranha sensação passou por eles.

Os dois logo dispararam atrás dos outros.

Joe pulou para frente, e atacou. Niccolo jogou a cabeça para trás, desviando de seu soco. Ele deu um direto de esquerda, Joe se abaixou e deu um de direita. Niccolo esquivou a cabeça para o lado.

Ele bateu em Joe com a palma da mão aberta. Joe arquejou, e voltou dando um soco no queixo de Niccolo.

Niccolo deu três passos para trás e riu.

-Você é bom nisso. Quem te ensinou?

Joe, Irado gritou. Ele tentou socar Niccolo no rosto, mas Niccolo se abaixou, e pegou seu braço.

Ele puxou Joe e imobilizou o garoto rapidamente.

Scott e David pararam.

-David! -Scott disse. -Vai atrás deles! Vou ajudar o Joe!

David não disse nada, apenas disparou. Ele viu somente naquele momento que estavam no quarto andar do Shopping. A altura daquela coisa era inexplicável.

-Por que a praça tem que estar tão no alto!? -Ele pensou alto.

Ele viu Os três tentando atacar Olívia, que pulava pelas escadas.

Eles desceram rapidamente para o terceiro e então para o segundo andar. Enquanto David estava no quarto. Ele viu que a altura não era tanta entre os andares. Talvez...

David desceu a escada até a metade e pulou. Ele tentou manter a calma e caiu no chão do terceiro andar. Se levantou, sem problemas. Ele repetiu o processo. Olívia corria pelo Shopping, passando por entre as lojas, seguida por Max.

Hector e Zack estavam de longe, gritando.

Zack ia na direção de uma das escadas. Esperto, David pensou.

Olívia, então, invocou um sapo enorme enquanto corria, e pulou pelas cercas do segundo andar. A língua do sapo grudou na cerca, anulando a queda. David desceu as escadas rapidamente, e no meio pulou. Dessa vez, ele fez uma cambalhota irada no final e levantou correndo atrás dela.

Ele a alcançaria. Aranhas e sapos caíam no chão e tentavam pegá-lo, mas ele era rápido. Ele conseguia soltar seus choques como uma aura para proteger-se dos ataques físicos. Aura...

Ele se lembrava de Joe e Max falando sobre o cara das auras. Ele era amigo da Erika, não era?

David voltou a si. Ele viu Olívia logo a sua frente. Ela ia em direção à uma saída para o estacionamento. David pulou e a agarrou no ar.

As faíscas dele estalavam.

-Fica quietinha, e eu não vou te fritar. -Ele ameaçou.

Os outros chegara rapidamente.

-Boa! -Gritou Hector.

-Me solta! -Olívia gritou.

-Tá bom. -David ficou em pé. -Mas se tentar fugir, eu te alcanço de novo.

Ela se sentou, e os olhou, assustada. Mas eles não entendiam o porquê.

David sentiu a sensação estranha, de novo.

-O quê vocês dois queriam de nós? -Perguntou Zack.

-O quê!? -Ela gritou para eles. -O quê VOCÊS queriam de nós!? Nós não fizemos nada!

-Calma... -Disse Hector. -Vou te explicar.

Enquanto Hector explicava sobre o vislumbre de Max, Niccolo segurava Joe.

-Garoto... Por quê? Você é jovem demais para-

Scott interrompeu ele dando uma cadeirada em suas costas.

-O quê!? -Ele tentou se virar, mas Joe o puxou pelo braço.

Joe então o atirou para longe.

Scott pegou impulso com seu poder e disparou. Scott era capaz de criar pequenas ondas de choque, as mesmas funcionavam como catalisadores, que impulsionavam seu corpo.

Elas também funcionavam bem fora do corpo, mas ele não treinava essa capacidade ainda.

Niccolo se levantou, e saiu correndo. Scott e Joe correram atrás dele. Ele foi indo até uma porta grande vidro, que estava aberta. Eles dois saíram um uma sacada enorme. A sacada era um dos pontos do Shopping: ela possuía dois níveis, era um plataforma curvada, um ficava no segundo andar, a outra ficava no quarto.

Niccolo parou e se virou para eles.

-Vocês me seguiram sem nem pensar nas consequências. -Ele fez um sinal de reprovação. -Eu poderia ter montado uma armadilha antes, não podia?

Joe pulou em alta velocidade, e tentou chutá-lo no rosto. Niccolo ergueu a mão, bloqueando o ataque. Joe ficou parado no ar, flutuando.

Scott esticou a mão esquerda, e fogo começou a sair dela.

-Pare, garoto. Vai atingir ele também se atacar. -Niccolo estava no controle da situação.

Scott percebeu tarde demais.

-Solta! -Scott gritou.

-EU VOU TE PEGAR! -Joe berrou.

-Garotos... -Niccolo suspirou. -Acalmem-se.

Scott procurou por uma abertura.

-Qual é a sua, hein!? -Joe bradou. -Vocês param na frente da minha casa e atacam meus amigos! Ainda têm a cara de pau de bancar os bonzinhos!?

Niccolo ergueu a sobrancelha.

-Então você é Joe? -Ele perguntou, Joe assentiu. -Certo, garoto. Vamos começar de novo. Esses meninos avançaram contra nós. Olívia se assustou com eles. Por que vocês nos conheciam e nos atacaram?

Joe pareceu recobrar a integridade mental.

-Espere, como assim? Vocês estavam fazendo o quê no meio da rua?

Niccolo o olhou nos olhos.

-Viajando. Onde você estava naquela noite?

-Fui ver minha namorada...

Niccolo o abaixou lentamente.

-Mas então, vocês não têm nada a ver com a organização?

Joe e Scott ficaram mais confusos.

-Organização? -Scott perguntou. A Marca Etérea se dissipo fe seu corpo.

-Ah, não... -Disse Niccolo. -Tudo isso foi uma confusão! Me perdoem. Olívia e eu arrumamos problemas com a organização, pensamos que vocês eram de lá.

Joe riu.

-Nossa... -Ele bateu a mão na cabeça. -Confusão... Mas por que vocês dois sequestraram eles!?

-Queríamos interrogar eles sobre isso. Droga, que coisa terrível.

Joe se virou para Scott.

-Scott, o quê aconteceu naquela noite lá?

-Eu não sei, a mulher mandou aqueles bichos quando o Max gritou pra eles... E aí a gente lutou e Hector pediu ajuda...

-Espere! -Niccolo arregalou os olhos. -Sim! Aquele garoto... Ele gritou Erika! Era ela quem nós fomos procurar!

Joe pareceu mais confuso.

-O quê vocês foram fazer lá?

-Eu queria pedir pra ela dar abrigo para Olívia. Um assassino tem me rondado...

-E a Olívia, esse assassino não iria ir atrás dela?

Niccolo balançou a cabeça.

-A organização provavelmente iria perdoar ela. Eles me perseguem porquê eu sei demais.

Joe ficou mais sério.

-Do quê você sabe?

-Eu não vou dizer. Enquanto não souber, vocês estão em segurança. Não contei para Olívia, portanto ela estará segura longe de mim.

Scott ficou nervoso com aquilo. Joe ficou mais ainda.

"Um assassino está rondando você e aqueles meninos."

Niccolo olhou para ele, sério.

-Escute, -Disse Joe. -Erika... Essa é a mulher que vocês procuravam. Ela é minha mãe. Nós podemos te ajudar, se é assim.

Niccolo o olhou, assombrado.

-Então... É isto. Você é o filho da Erika... -Ele respirou fundo antes de falar. -Agora entendo porquê você é tão forte. Um Ardenbrough, assim como Jake Ardenbrough.

Joe arregalou os olhos.

-Você conheceu meu tio!?

Niccolo fez que sim.

-Sim. Eu trabalhei no colégio Moreil até 1999. Eu me lembro dele. Me lembro do Grande Vazamento, e de como Jake se virou contra o pai...

Ele parou.

-O quê aconteceu? -Joe perguntou. -Ninguém me diz o quê aconteceu com meu avô e meu tio!

Niccolo engoliu em seco.

-Erika... Bem, Joe.... Seu pai... Ele era um abusador... -Ele parou, e respirou bem fundo. -Seu avô era um imbecil. Ele batia na esposa e nos filhos. Quando sua mãe apareceu grávida, ele a culpou e tentou matar ela... Matar vocês dois...

Joe tinha lágrimas nos olhos.

"Sua avó, no entanto, o enfrentou. Ela foi morta por ele nessa briga, mas Erika foi resgatada. O problema, é que as pessoas tinham medo de seu avô. E tinham mais medo de descobrir quem era seu pai. Tudo o quê sabem, é que ele era de uma família importante, que batalhava protegendo a cidade durante o Grande Vazamento. Foi nojento. As pessoas esconderam tudo para poder 'pagar sua dívida' com essa família."

Niccolo també começou a lacrimejar.

"Mas então, Jake apareceu. Ele veio furioso, irado. Ele tinha um olhar muito assustador. E ele também era extremamente poderoso na época. Ninguém conseguiu pará-lo. Ele lutou contra muitas pessoas. Ele aterrorizou toda a vizinhança que não defendeu sua mãe. E depois de mandar quase 40 pessoas para o hospital no acesso de fúria dele, ele encontrou o pai. Foi horrível, mas ele assassinou cruelmente o homem. Eu estava trabalhando nas equipes de resgate e soube o quê ele fez."

Niccolo olho para o pôr do sol.

"O homem foi encontrado amarrado numa cadeira, com um estranho tipo de arame farpado, seus olhos e dentes todos tinham sido arrancados..."

Ele parou.

"Chega. Esses detalhes não importam."

Joe chorava.

-Por quê? Por que ele faria isso!?

-Jake teve uma vida difícil. Mas ele foi embora, ele recomeçou. E eu quero fazer o mesmo nos meus últimos dias. Por favor, Joe, cuide de Olívia.

Niccolo se virou. Ele olhou para a rua lá embaixo. Scott sentiu um incômodo novamente.

-Espere. -Ele disse. -O quê é essa organização quê te persegue?

-Eu já disse que não vou contar.

-Nós encontramos o Aureus.

Niccolo parou. Ele se virou.

-E o quê isso tem a ver?

-Ele disse um nome... -Disse Joe. -E vocês dois apareceram logo depois disso. Max teve a previsão com vocês só depois do Aureus...

Niccolo suspirou.

-Entendo. Então vocês sabem. Gyazom é o nome desta organização. Se vocês querem caçar essa organização, cuidado. Eu me arrependi de entrar lá. São loucos. Idiotas. E agora, eles querem me matar.

Joe entendeu finalmente.

-Então é isto. Temos quê encontrar eles. Obrigado, Niccolo.

Enquanto isso, Olívia e os meninos se entendiam.

-Mas então, -Ela disse. -Se vocês não vieram nos matar, temos que avisar os três lá em cima.

-Mas e aí, será que não vão nos envolver? -Zack perguntou.

-Niccolo é o alvo deles. -Olívia respondeu. -Ele me disse que está sendo caçado por saber algo sobre os chefes da organização. Ele não me disse o que é. Eu só fugi com ele quando vi algumas pessoas falando dele e de quê ele sabia de algo. Pensei que era uma organização criminosa.

Os quatro ficaram parados. Olívia se virou para andar, quando, de um dos corredores que estava próximo deles veio uma voz. Uma voz grave, parecia usar um filtro para escondê-la.

-Que bom. Ele não te contou, então eu vou poupar você, Olívia. Eu vou confiscar a sua capa, então não tente mais arrumar problemas conosco.

Olívia estava paralisada de medo.

-QUEM ESTÁ AÍ!? -Hector berrou.

Um homem saiu da esquina. Ele não era alto, somente comparado aos cinco ali.

Ele usava uma capa com gorro azul, uma camiseta cinza e uma calça preta. Vários cintos estavam presos pelas vestimentas dele, com alguns objetos presos neles. Suas mãos estavam cobertas com luvas pretas.

E seu rosto, coberto por uma máscara branca. A máscara estava pintadas com padrões amarelos e azuis, lembrando a forma de um pássaro.

-Eu estou aqui. -Ele disse. -Eu sou a morte. Não tentem nada, e não vão se machucar.

Ele balançou o braço, e uma lâmina esticou dele, pequena e afiada. Ele não fez movimento algum. Hector preparou Glória.

-Você vai se arrepender de ter vindo aqui! -Ele gritou.

-Quando? -o homem perguntou.

Hector parou.

Olívia interrompeu.

-Fique longe deles!

Ela se agachou, e Caimán surgiu.

-Não se preocupe, querida Olívia. Eu não vou machucar ninguém que não me atacar.

Ninguém se moveu.

"É assim que eu gosto. Todos obedientes. Agora, tchau. Nunca mais nos veremos."

Ele se virou e pulou, cobrindo uma distância colossal com seus passos.

David estava paralisado.

-Ele... -David gaguejou. -Ele é....

David não terminou a frase.

Olívia estava tremendo.

-N-Niccolo!

Hector voltou a si na mesma hora. Scott e Joe estavam lá em cima. Ele disparou pelo Shopping.

Lá em cima, Joe e Niccolo estavam alheios a isto.

-Joe, Gyazom é perigosa. Se você quer pará-los, então terá que lutar e ficar forte. Muito mais forte.

Scott foi até a cerca da grande sacada. Niccolo estava de frente para Joe. Era estranho, pois Joe era muito mais alto.

A sensação estranha voltou a Scott. Ele olhou para baixo, e viu o homem de azul. Ele estava na varanda do segundo andar, e deu um pulo. Ele chegou instantaneamente na varanda do quarto andar. Como alguém poderia pular tudo aquilo daquele jeito.

O homem parou, e olhou para ele.

-Olá. -Ele esfregou a mão na cabeça de Scott. -Eu vim matar o Niccolo.

Scott ficou imóvel.

-Nem pense! -Joe gritou.

-Já pensei muito bem. E é melhor você não se meter.

-Se você-ê... -Scott gaguejou. -Ten-tar... Você vai... Se arrepender...

O homem riu.

-Então faça eu me arrepender. Agora.

Niccolo pulou contra o homem.

O homem esticou o braço, e cortou fora um dos dedos de Niccolo.

Scott entrou em pânico. Niccolo o ergueu com a outra mão e atirou Scott usando aquele estranho poder. Scott voou para dentro do Shopping, e aterrissou em cima de um pequeno balcão.

Ele tentou se levantar. Mas logo, um lapso veio, e ele se perdeu nas memórias de seu nêmese.

Niccolo foi atingido nas costas pela lâmina. Ele correu para frente. Joe avançou, lançou uma rajada, e a lâmina caiu da mão do homem. Niccolo avançou contra o assassino, que pulou para cima. Joe olhou para a lâmina no chão.

"Quando o momento chegar..."

Ele pensou no quê faria a seguir.

"...você vai tomar uma decisão importante"

O tempo parecia lento.

"ela vai contra tudo que você acredita..."

O assassino deu um pulo para a direita, e Niccolo pulou e deu um chute. O assassino se abaixou, se levantou e chutou-o no rosto. Niccolo caiu no chão.

"Tudo o quê posso pedir..."

Joe correu para a lâmina, e o assassino o viu.

"...É que mate o assassino."

Joe se abaixou para pegar a lâmina, e girou à toda velocidade com ela na mão.

O assassino apenas pulou no ar e abriu a mão. Sua mão soltou uma explosão imensa. Joe não teve tempo de reagir. Niccolo estava ali, e o lançou para trás. Niccolo ficou embaixo da explosão. A sacada entrou em colapso, e desabou.

Joe caiu, confuso no chão da sacada de baixo. Algo bateu em suas costas com força. Niccolo estava parado, imóvel do seu lado. A sacada de baixo milagrosamente segurou os restos da primeira.

Joe se esforçou para se levantar.

-Não queira bancar o corajoso como aquelas crianças tentaram.

Crianças?

Ele ousou atacá-los!?

Furioso, Joe o olhou na máscara.

-Você ameaçou meus amigos!? -Ele gritou a plenos pulmões. -EU VOU TE MATAR!!

Niccolo grunhiu algo.

-Pare. -O assassino disse. -Ou você vai morrer.

-NÃO! EU VOU PROTEGER OS MEUS AMIGOS!

Joe disparou e preparou um soco com toda sua força. O assassino ergueu sua lâmina outra vez. Ele devia ter pego ela quando Joe estava caído no chão.

Joe chegou perto e desviou do golpe. Ele mandou um direto de direita. O homem jogou rapidamente a lâmina de uma mão para a outra.

Ele desviou do soco de Joe. E o perfurou.

Joe não aguentou. Ele caiu curvado no chão, tentando aguentar. A lâmina o atingiu no estomago, e provavelmente na coluna também.

Ele tossiu sangue e começou a vomitar. Joe deitou no chão, e tentou olhar em volta. O assassino pulou por cima dele, e enfiou a lâmina em Niccolo.

Droga.

A noite estava caindo naquele momento.

Joe pensou em sua mãe. Ela iria brigar muito com ele quando chegasse em casa. O céu escureceu. Niccolo estava ali, deitado.

O assassino sumiu. Joe piscou, e viu Olívia sobre ele.

Ele viu sombras correndo, e barulhos distantes ecoando.

Joe lembrou de Erine. De Linus.

Pensou nos meninos. Nos seus amigos.

A escuridão chegou, e então ele apagou.