A Coroa Perdida
Capítulo 3:
"O homem está predestinado a guerrear, pois ele é invejoso e ganancioso."
Na mesma noite, enquanto eu estava deitado sobre suas coxas, e as suas lágrimas escorrendo no meu rosto, neste maravilhoso momento, parecia que estávamos sendo observado por alguém, nós dois tínhamos percebido que estávamos sendo observados, eu notei que estava sendo perseguido desde aquela hora onde aconteceu aquele acidente com fogo, fingimos estar distraídos para que um indivíduo se revele. E como havia planejado ele se mostrou.
— Ora ora... O quê dois pombinhos estão fazendo aqui a esta hora, parece que estavam se divertindo — disse o cara como tom intimidador.
— Eu sabia que você estava decidindo seu burro, desde aquela hora que aconteceu acidente com fogo comigo. — respondi para ele.
— Ham? Como assim você sabia que eu estava lá se você sabia, porque não fez nada? — refutou o indivíduo.
Louise naquele momento estava sem entender nada, ela estava olhando para nós dois conversando sem fazer nada, ela parecia estar chateada com ele por estragar o nosso momento bom... Eu também estou porque estava muito confortável só nós dois e esse cara parece ser uma ameaça eu não sei o que ele veio fazer aqui talvez ele seja apenas um ladrão, antes que eu pudesse fazer qualquer coisa. Louise deu o primeiro passo.
— Calem a boca já os dois, senão eu mesma vou calar .— disse Louise com bastante raiva.
— Olha só... Parece que sua namorada está bastante irritada. — falou o ladrão.
— ELA NÃO É MINHA NAMORADA SEU IDIOTA! e ela não está estressada comigo e sim com você. — refutei.
Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa Louise sacou sua espada e avançou diretamente no ladrão ela o atacou com a parte de trás do nome apenas o jogando no chão o ladrão assim que caiu no chão ele viu que não éramos tão fracos como ele pensava, assim que ele caiu no chão ele falou: — Nossa! Vocês não são nada mal mesmo, como me falaram, não. Vocês são até melhores de como mencionado. — disse o ladrão, sem interrupções e surpreso ele disse: — Naquela hora você não estava sendo observado por mim, e sim por outra pessoa.
Naquele momento, eu havia percebido que a aura daquele cara era diferente da que eu havia sentido antes. Talvez seja algum amigo dele, acho melhor perguntar quem são eles e o que querem conosco assim fiz.
— Quem é você? e o que quer conosco? — perguntei.
— Me desculpe por não me apresentar antes, meu nome é Markos Snowdin, muito prazer Raynard, e eu sou um mercenário.
— Como sabem onde eu estava e quem colocou a recompensa? — perguntei curiosamente.
Assim que fiz a pergunta, ele se levantou me ignorando totalmente, ele tentou apunhalar a Louise que o tinha derrubado.
— Louise cuidado! — estendi minhas mãos.
Assim que estendi minhas mãos, o fogo foi se formando em volta dela, assim formando uma bola de fogo, minhas mãos estavam quentes e nesses segundos que ele tentou apunhala-la arremessei as chamas de minhas mãos sem me dar conta de como fiz tal coisa, o acertando em cheio e o queimando totalmente, Markos Snowdin caiu no chão, queimado e morto.
— Raynard! Como você fez isso? — perguntou Louise assustada.
— Não sei, apenas aconteceu.
— Mas, iniciantes em magias não conseguem fazer magias sem recitar palavras mágicas, como você conseguiu?
— Não faço ideia.
Após isso decidi contar a ela sobre o que aconteceu comigo.
— Então... Você está tendo um surto no seu fluxo de energia? — perguntou Louise.
— Fluxo de energia? — perguntei sem saber o que era.
— Sim, o fluxo de energia é o que tem no seu interior, feche os olhos e imagine uma esfera com ar dentro. Agora imagine que dentro dessa esfera tenha um elemento que você saiba manipular, em seguida deixe suavemente o elemento sair de dentro dela.
— Tudo bem... Vou tentar.
Após esse procedimento eu imaginei da maneira que ela me explicou, talvez esse seja o método mais fácil para manipular magia. Assim que imaginei senti um calor intenso, e eu estava escutando a Louise gritando bem no fundo.
— Raynard! Raynard!.
— O que foi? — respondi assustado.
— Olhe para suas mãos.
Sim, minhas mãos estavam pegando fogo como naquela hora, realmente o método que ela me falou deu certo.
— Ahhhhh!! Finalmente agora posso fazer magias! — gritei bastante empolgado.
— Mas agora, como faço pra parar com esse fogo em minhas mãos?! — perguntei assustado.
— SEU IDIOTA, VOCÊ NÃO SABE NEM OS PRINCÍPIOS DA MAGIA? Nunca fique com ela ativa por mais de 3 minutos, você sofrerá danos colaterais. — Não espera! Ele não está sentindo nada? Estranho. — pensou ela, em seguida ela me explicou: — Basta você imaginar novamente, mas agora imagine o elemento voltando para dentro da esfera, o seu fluxo de energia.
Se eu soubesse que era apenas isso, já teria feito a muito tempo...
— Como assim danos colaterais? Ah, parou — disse eu, que estava rindo horrores.
— Nada, esquece — respondeu estranhamente Louise.
— Vamos precisar dar um jeito neste corpo.
— Verdade, que tal jogarmos ele neste lago? — Perguntei com a maior cara de pau no mundo.
— Não, vamos dar um enterro apropriado para ele, seu idiota — falou seriamente Louise.
Talvez eu possa parecer até frio, mas aquele mercenário poderia ter nos matado se nós fossemos fortes, mas acho que ela está certa.
— Talvez ele precisava de dinheiro, para cuidar de sua filha, ou sustentar sua casa, ou até mesmo para sobreviver — disse Louise — Nem todos os mercenários são ruins e fazem por pura diversão — falou em seguida.
— C-certo, eu já entendi — refutei meio emburrado.
Aquilo que ela falou, de uma certa forma me tocou, no mais profundo sentimento, estou me sentindo culpado de tudo agora, obrigado Louise.
— Não vou contar nada para o mestre, e nem você vai entendeu? — falou Louise aborrecida com o acontecimento.
— Eu entendi, já não planejava contar para ele mesmo, rumf — respondi chateado.
No dia seguinte, eu e Louise fingimos que nada aconteceu, assim que acordei fui treinar como o de sempre com o mestre mas eu não estava conseguindo me concentrar no treinamento por causa dos acontecimentos anteriores, portanto eu não podia perder o foco se não ele iria desconfiar de que aconteceu alguma coisa, merda? que dor de cabeça é essa? Ham? Essa é minha mãe, do nada comecei a sentir fortes dores, pareciam que minhas memórias estavam voltando.
— Raynard? Merda, parece que ele desmaiou — disse Raash confuso.
Enquanto eu estava inconsciente memórias vinho em minha cabeça, parece que foi que aconteceu antes de eu acordar morta, parece que minha mãe foi morta eu estava chorando enquanto estava inconsciente por ter lembrado de minha mãe, parece que havia mais coisas para lembrar mas estava muito desfocado parece que havia uma neblina em minha mente, eu abri meus olhos lentamente e olhei para o teto e vi que estava no templo, por um momento pensei que tudo era um sonho, mas por algum motivo estava feliz quando estar aqui.
— Arrg... Que dor — falei com as mãos sobre a cabeça.
— Então você acordou seu molenga, ultimamente você vive desmaiando com frequência — disse Louise sentada ao meu lado.
— Então você estava aqui cuidando de mim esse tempo todo?
— É claro seu molenga sem mim você não é capaz de fazer nada direito.
Que garota audaciosa, é impressionante como ela consegue me irritar e me fazer feliz ao mesmo tempo, realmente sem ela eu estaria com problemas mas não vou amolecer perto dela, senão eu estaria dando muita colher de chá, eu não quero que ela se sinta a última coca-cola do deserto, mas sou muito grato a ela. Vou tratar de me levantar logo.
— Arrh... Sou muito grato por você cuidar de mim — disse eu aliviado.
— Não a de que idiota, só fiz isso p-por causa que o mestre mandou — disse Louise envergonhada.
Realmente essa garota é difícil de lidar, mas é fácil notar de como ela é gentil, assim que levantei fui ver mestre Raash, parecia que ele estava ocupado, mas ele me cumprimentou.
— Já acordou garoto?
— Sim senhor, mestre por favor vamos continuar com o treino.
Eu pensei em falar aquele negócio com o mestre que me aconteceu talvez ele possa me ensinar mais a como controlar.
— Mestre, eu tenho que te contar algo que aconteceu comigo.
— O que é?
Louise olhou para mim e balançou a cabeça, parecia que ela estava tentando dizer se eu estava louco.
— Mestre, eu consigo soltar fogo pelas mãos, mas não sei controlar bem.
Parecia que ele não estava tão impressionado assim.
— Você acha que eu não havia notado, garoto? Eu já sabia — em seguida ele diz — Eu só precisava que você me falasse, eu também sei sobre o cara da floresta que lhes atacou.
Neste momento eu fiquei surpreso e ao mesmo tempo com medo dele ficar chateado com a gente.
— Bom eu não vou ficar chateado com uma coisinha dessas, irão acontecer coisas bem piores em sua vida.
Bom... Eu fiquei confuso, mas com as coisas que vem acontecendo parece que isso está começando a ficar normal, eu não sei porque, mas parece que só atraio desastres.
— Não me leve a mal garoto, mas não tem escapatória — disse Raash friamente — Vamos continuar com o treino — disse logo em seguida.
Sem me dar conta Louise havia sumido de lá, horas se passaram e terminamos com o treinamento diário, eu perguntei ao velho se eu poderia descer a montanha para ir a cidade para comprar umas coisas, ele me permitiu mas se a Louise fosse comigo, ela resmungou um pouco mas aceitou no final. enquanto estávamos descendo a colina sentir que algo estava me observando na floresta, mas agora parece que foi aquela mesma presença.
Ao descermos para Regar a cidade perto da montanha do Templo da Paz, visitamos a feira para comprar frutas e legumes e preparar a deliciosa sopa de sempre, Louise estava mal humorada como sempre, já nem me incomodo mais com isso, um homem do nada veio à minha frente e me disse coisas estranhas do tipo: — Paz!, você finalmente apareceu —, Louise disse para não ligarmos para esses doidos, então seguimos em frente, eu queria muito comprar novas roupas então pedi para que ela me levasse até a loja.
Louise cruzou os braços e olhou diretamente nos meus olhos ao sair da sala com esta roupa.
— Olha... Até que não ficou mal em você.
Eu não tenho muitas preferências para roupas, mas já que ela elogiou então está ótimo.
— Obrigado — eu disse com um sorriso no rosto.
Naquele momento os olhos dela brilharam e o rosto dela logo ficou corado, eu não sei o que causou isso, mas vou guardar essa expressão na minha mente para sempre, era tão linda.
— O-oque foi seu idiota? Por que está olhando assim para mim? — disse ela gaguejando.
— Nada, não estou olhando nada.
Até que ela decidiu cobrir seu rosto com o cabelo, ela quando está fora daquele templo parece ficar tão feminina, mas quando estamos lá com o velho ela é grossa e bastante fria comigo, vai entender, eu estou confuso se ela me odeia ou gosta da minha presença. Voltamos para o templo e o mestre estava meditando, eu estava pensando em treinar com a Louise, mas ela parecia bastante cansada e resolvi ir treinar sozinho, mas tinha algo de estranho com minha espada, ela parecia mais polida? não sei dizer, mas ela realmente estava parecendo mais nova, ao invés daquela espada toda enferrujada.
O mestre deve ter feito alguma coisa com minha espada, eu vou continuar com o meu treinamento, o meu forte desejo de proteger todos que estão a minha volta, é o que me faz treinar constantemente, eu não sei porque mas essa vontade é algo que despertou em mim desde quando eu tinha oito anos quando eu vi meus amigos apanhando pelos valentões da vila de onde eu vinha, — Espera, quem são eles?, Evon? Celestia? merda! Meus amigos, agora me lembrei de tudo que me aconteceu, arrg!!!! — gritei por todo templo.
Desesperadamente Louise apareceu.
— O que houve Raynard?
Eu estava de joelhos, lamentando pela morte de meus amigos que havia esquecido a algum tempo, mas agora tudo faz sentido, aquele templo com aquele velho chamado Izigon, me enviou pra cá, o filho da puta do Tulius, nunca o perdoarei.
— Louise, agora eu me lembro de tudo, tudo que aconteceu, como cheguei aqui.
— Sério? isso é ótimo, então deve que era isso que estava causando os seus desmaios.
— É, talvez...
— Não deveríamos contar ao mestre? talvez ele saiba de alguma coisa.
Eu concordei com ela em contar para o mestre, ele ficou aliviado em saber que pararei de ter desmaios e como eu pensei, ele não sabia de nada, agora eu tinha um outro novo motivo para me fortalecer e não deixar que aquilo aconteça novamente, e jurei que não vou deixar que aquilo aconteça novamente com meus amigos.
No dia seguinte treinei com o Raash a manhã toda, então novamente o desafiei para um duelo.
— Mestre, vamos duelar mais uma vez? — disse eu convicto.
— Eu aceito, já estava na hora mesmo — disse Raash feliz.
Então nosso duelo começou, ele estava parado, então fui para cima dele com minha investida, ele conseguiu desviar do meu ataque mas rapidamente girei a espada contra ele e ele rapidamente teve que sacar sua espada para defender, então trocamos golpes com as espadas, parecia que ele estava bastante pressionado.
— Parece que melhorou garoto — disse Raash com um sorriso no rosto.
— É, acho que sim, mas ainda não é o suficiente! — disse eu seriamente.
Então ao cruzarmos as espadas, usei meu golpe que andei treinando, "Corte Lunar" eu faço um corte com a espada de baixo para cima em 180°, assim formando um reflexo parecido com a lua minguante, quando desferi esse golpe no Raash a espada dele quase não pôde bloquear, então enquanto o reflexo ainda estava no ar usei minha magia de fogo.
— "Lua Flamejante!" — gritei.
— Merda, esse garoto — pensou Raash impressionado com o golpe.
O reflexo da lua minguante em chamas foi diretamente no Raash, mas aconteceu algo que eu não tinha previsto, Raash formou uma barreira mágica inutilizando totalmente meu ataque mágico, formou uma grande cortina de fumaça, eu não conseguia ver nada até que ele veio em uma velocidade incrível pra cima de mim e fui ao chão com uma rasteira em minha perna.
— Você acha que eu também não sei usar magia garoto? — disse Raash confiante.
— É claro que eu sei, só achei que não usaria agora — disse eu — Mas pelo menos te fiz usar magia e sacar sua espada haha — falei logo em seguida confiante da pessoa que me tornei.
— Esse garoto... Realmente é impressionante, evoluiu bem rápido — pensou Raash.
— Vá descansar um pouco garoto, e veja onde está a Louise.
— Sim senhor.
Fui ao quarto da Louise e bati na porta, e ela não atendeu, mas a porta estava aberta então empurrei, assim que abri a porta ela estava deitada dormindo, eu me aproximei devagar e ela parecia bem quente, pus a mão em sua testa e ela estava queimando em febre, era a minha vez de retribuir o favor, peguei um balde com água morna e um pano, então molhei e sequei bem e pus em sua testa, depois de algum tempo sua respiração ofegante parece que cessou um pouco, então troquei de pano novamente, pode não parecer, mas eu me preocupo bastante com muitas coisas, e a Louise é uma delas, pus um banco ao seu lado caso acontecesse algo pior e antes de me dar conta, dormi no banco.
No dia seguinte, quando acordei com o corpo todo dolorido por ter dormido de mal jeito, Louise havia acordado no mesmo tempo que eu, e ela ficou me encarando sem entender nada.
— O-OQUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO NO MEU QUARTO! — disse Louise enfurecida.
— Calma, calma, você estava queimando em febre enquanto dormia, e eu só quis retribuir o favor.
— Ah, então obrigada — disse ela totalmente envergonhada — Você dormiu nesse banco? — perguntou logo em seguida.
— Ah, sim, mas não se preocupe com isso hehe — respondi coçando a cabeça.
— Então... Até parece que sou bastante infantil né? Olhe meu quarto, várias pelúcias em todos os cantos, é que eu gosto bastante de animais — disse Louise com o rosto corado.
— N-não, nada disso, é normal as pessoas gostarem disso, eu também amo animais.
Os olhos dela brilharam quando falei essas palavras, ela parecia bastante impressionada, por algum motivo eu sentindo umas pontadas no meu coração, quando vejo esses olhos verdes brilhantes dela, eu quero guardar para sempre essas lembranças.
— Sério! Você também ama animais? — disse Louise empolgada.
— É claro, eu cuidava de bastante animais na minha vila.
— E como era lá? — perguntou Louise.
— Eu não me lembro muito bem, mas certeza que tinham bastantes animais — respondi.
Após isso meu estômago roncou, e eu lembrei que esqueci de jantar, mas ficamos conversando coisas interessantes e parece que estamos começando a nos dar bem agora, isso me faz muito feliz, eu anseio por mais momentos assim. O velho como sempre estava meditando, e eu me perguntava do por que ele meditava tanto.
— Hei hei, Louise, por que o mestre medita tanto? — perguntei quase cochichando.
— Ele fala que as medicações o ajudam a controlar mais seu fluxo de energia, e também o ajudar a encontrar sua paz.
— Talvez eu deva passar mais tempo meditando também.
Então assim o fiz, me sentei ao lado do mestre sem causar nenhum barulho, fiquei em uma posição que o oxigênio possa correr bem pelo meu corpo e fechei meu olhos, durante um tempo não conseguia sentir nada demais, mas depois que trinta minutos de passaram, ouvi uma voz desconhecida e grossa.
— Finalmente moleque — disse o ser desconhecido contente.
Estava tudo escuro, não conseguia ver nada, apenas ouvir essa estranha voz.
— Quem é você? Onde estou? — perguntei confuso.
— Este é o nosso mundo.
Fiquei indignado com o que ele quis dizer com "nosso" sendo que este corpo é meu.
— Como assim nosso?
— Sim, nosso mundo, também tenho o direito de usá-lo, como você acha que sabe usar magia do fogo sem recitar?
Quando ele terminou de falar isso, comecei a enxergar mais o lugar e o que vi foram rochas pegando fogo e lá tinha um dragão enorme vermelho.
— Então isso tudo é culpa sua?
— Não diria culpa, e sim favor, moleque arrogante — disse o dragão com um tom grosso — Parece que nosso tempo está acabando garoto, espero te ver novamente, não esqueça meu nome, Dorm- — disse logo em seguida sem terminar de dizer seu nome.
Antes que eu pudesse escutar seu nome eu voltei a consciência e abri meus olhos, me levantei, mas quando me dei conta já estava tarde, o mestre já nem estava mais lá, então fui ao salão para conversar com a Louise sobre uma coisa engraçada.
Ontem quando ela estava dormindo, eu comecei a rir porque ela estava sonhando comigo.
— Louise, você estava tendo sonhos comigo é? — perguntei sorrateiramente.
— Eu? Claro que não, jamais iria sonhar com você — respondeu emburrada.
— A porque né, ontem você está a dizendo, "Eles estão vindo" e "Cuidado Raynard — imitei com a voz dela.
Após dizer essas palavras comecei a dar risadas.
— Eu nem estava sonhando seu idiota, ao menos não lembro de nada — disse ela com um tom grosso.
— Tá bom então né.
Após isso peguei minha espada e fui treinar com o bonecos de treino, minha espada estava tão forte, parecia que a cada dia que eu a usasse ela ficava mais forte e mais forte, mas por algum motivo ela tem essa aparência velha, eu já tentei de tudo para concerta-la, mas de nada adiantou, porém estou feliz assim e gosto dela mesmo assim.
— Raynard — me chamou o velho.
— Ham?
— Preciso lhe explicar uma coisa — disse Raash meio sombrio.
Era uma conversa particular então fomos até um lugar onde ninguém possa nos ouvir.
— Eu andei analisando sua espada a algum tempo, e de alguma forma ela tem uma aura mágica em volta dela, parecer ser bem forte.
— Como assim você consegue sentir a força das coisas? — perguntei — O que quer dizer com minha espada ser mágica? — perguntei logo em seguida.
— Eu não sei de onde essa espada veio, mas guarde ela com você e não deixe que ninguém a pegue.
— Ah, tudo bem, não deixarei, aliás eu amo muito esta espada, minha mãe dizia que ela era do meu pai, mas ela sempre morou sozinha e eu nunca o conheci.
Minha mãe contava histórias sobre meu pai, mas ela falava que ele quase nunca aparecia, tinha um bom motivo. Ele estava sempre ocupado viajando pelo mundo para nos proteger, era o que ela dizia ponto eu creio que em algumas dessas viagens ele encontrou esta espada e guardou para mim quando for usá-la algum dia, ela falou que eu fui adotado por ela quando eu ainda era um bebê mas o meu pai sempre aparecia para me ver.
Antes de me dar conta a noite caiu, eu fui para o meu quarto senti minha cama eu estava meio para baixo e pensativo sobre o dragão, eu não queria contar isso para ninguém então eu evitei contar sobre para a Louise e para o velho, tenho certeza que nenhum deles iria solucionar o problema "Grwooon..." merda, estou com fome vou preparar algo para eu comer eu fui a cozinha e sentir que estava sendo observado novamente por aquela mesma presença.
Eu não me importei com isso, desde que não me apresentasse ameaça, no outro dia eu queria saber como sentir a força do oponente só de ver sua aura, então fui diretamente ao mestre, que estava no salão.
— Mestre pode me ensinar como sentir a força do oponente?
— Eu estava decidindo lhe ensinar isso logo.
— Sério? E por que não me ensinou logo?
— Não é assim garoto, isso requer muita concentração.
— Não duvide de mim, eu sou um prodígio lembra?
Sem nem dizer nada, já estávamos fazendo o treinamento, ô velho me explicou como faz, basta sentir a aura do oponente como de costume e se concentrar nas suas estatísticas, assim você saberá as estatísticas do oponente baseada na sua. Testei no mestre, mas nada aconteceu.
— Garoto, você tentou testar em mim não foi?
— Sim, mas não funcionou por que?
— Por que você não está se concentrando bastante.
Tentei mais uma vez, e de nada adiantou, não é possível isso só deve ter algum truque.
— Garoto, existem duas formas de sentir a força do oponente, tem os que sabem através do primeiro contato físico, e tem os mais sensitivos que já sabem assim que veem o oponente, eu tenho certeza que você é mais sensitivo.
— Mas eu estou tentando, não espera.
A partir daquele momento, números matemáticos veio em minha cabeça e pude ler as suas estatísticas.
Raash:
Força: 600
Magia: 900
Agilidade: 650
Inteligência: 1200
Total: 3350
— Mestre! Estou conseguindo ler, agora eu vejo, velho, o senhor realmente é muito forte, eu calculei 3350 de poder total!
— Eu não acredito que ele realmente conseguiu fazer isso muito rápido, ele realmente é um prodígio — pensou Raash — Meus parabéns garoto, você conseguiu e acertou com precisão — disse logo em seguida.
Quando terminei este meu treinamento eu fui logo na Louise, para poder ver seu total poder.
Louise:
Força: 400
Magia: 1400
Agilidade: 300
Inteligência: 700
Total: 2800
— Louise realmente é muito forte, eu que não quero mexer com ela novamente, que medo... — pensei.
A Louise por ter magia maior do que a do velho, talvez ela realmente deu duro em treinar magias, talvez eu deva pedir umas dicas a ela algum dia.
— Raynard temos que ir embora daqui eu tenho tido pesadelos...estou com medo Raynard— ela disse isso com um olhar assustado.
— Eu estou ficando mais forte, eu vou te proteger Louise, tente descansar um pouco. Vou me dedicar mais nos treinamentos, não se preocupe.
Após eu ter visto o rosto dela assustado e chorando, eu não posso descansar até eu conseguir fazer ela se sentir segura, tenho que proteger ela e o mestre Raash. Não vou me perdoar se algo acontecer com eles.
Segui caminhando até encontrar o mestre meditando como de costume, mas de longe eu pude ver uma aura de energia que o cercava. Era algo fora do comum... Não se vê isso todos os dias.
— Ah...mestre?
— Humm...?
— Eu andei pensando e acho que seria melhor se eu treinasse mais do que de costume, quero ficar realmente forte. Quero poder proteger todos a minha volta.
— Então que assim seja, se prepare garoto.
— Certo.
2 anos depois...
Então, enfim se passaram dois anos desde quando iniciei meu treinamento intenso, tenho meus 18 anos agora. Além disso desenvolvi muito bem minha técnica de luta e domino algumas partes da minha magia, muita coisa sobre meu aspecto ainda se mantém oculto. Mas sinto que estou muito mais forte que antes, a Louise me ajudou bastante a dominar meu lado mágico e disse algumas coisas cruciais para o meu desenvolvimento e hoje é o dia que vou chama-la para sair. A propósito, eu conheci muito o meu mestre ele acabou se tornando uma pessoa mais amigável e aberta, ele me contou muito sobre as histórias do meu pai e acabei descobrindo que outrora meu pai o acolheu como um aprendiz e escudeiro. A minha espada também evoluiu conforme eu ficava cada vez mais forte.
— Mestre, estou indo!
— Tome um pouco mais de cuidado dessa vez! — disse ele com um sorriso no rosto.
Já faz algum tempo que a Louise anda triste e um tanto estranha, parece que ela mudou muito desde quando ela me contou sobre os pesadelos dela. Eu não a culpo em nada, mas hoje eu vou chama-la para sair comigo.
— A porta dela está encostada de novo — pensei comigo mesmo.
Quando eu encostei na porta, ela saiu do quarto me empurrando contra a parede, Logo em seguida ela segura em minha mão e diz:
— Eles já estão aqui, temos que ir agora!
Ela segurou em minha mão e me puxou muito rápido para as escadas. Enquanto estamos correndo pelo templo ela me pergunta onde estava o mestre, eu olho pra ela e percebo que nunca vi ela com aquela feição de medo e raiva.
— Eu acho que ele está lá fora meditando — um pouco assustado eu digo.
— Não temos muito tempo, o quanto antes irmos pra fora daqui melhor!
Chegando próximo de onde o mestre costumava meditar já podia escutar barulhos de espadas e estrondos de impacto de magia, após escutar isso, fumaça e fogo começam exalar da minha boca. Sinto como se pudesse acabar com isso aqui e agora!
— Louise não larga minha mão!
— Certo!
Assumi a corrida em uma velocidade fora do normal, era como se eu estivesse voando. Quando finalmente chegamos onde o mestre estava, havia corpos espalhados por quase todo o local, nãoo sei ao certo, mas são por volta de 13, mais a frente eu vi que o Raash estava lutando contra mais 5 outros seres e estava gravemente ferido.
— Mestre!
— Fuja daqui garoto é uma armadilha! —
Eu só conseguia pensar em tudo que aconteceu antes, não acredito que isso pudesse estar acontecendo novamente. Eu quero proteger as pessoas que eu amo!
— Raynard! — era a voz da Louise.
Em um surto de raiva eu saquei a minha espada que estava coberta de labaredas. Fui cortando cada um deles ao meio até chegar no meu mestre.
— Finalmente estou aqui mestre.
— Vejo que ficou realmente mais forte garoto — disse ele com uma voz cansada e trêmula.
— Desculpe Raynard — disse Louise.
Após ela dizer isso, um feixe de eletricidade atravessa meu peito direito. Na mesma hora minha vista embaça e perco minhas forças. Ao me virar para trás eu vejo a Louise chorando e atrás dela nos telhados estava mais desses soldados.
— Por que? Louise.
— Raynard! — disse meu mestre com o restante das forças dele.
— Seus serviços já não são mais necessário Louise, levem ela! — disse um dos soldados.
— SEUS FILHOS DAS PUTAS!! — me levanto me apoiando na minha espada.
Eles preparam um saraivada de flechas e em sequência disparam contra mim. Mas antes que elas pudessem me atingir, um grande pilar de energia cai sobre mim impedindo de qualquer coisa atravessar, eu tonteando ando para trás caindo sentado sem forças para me levantar.
— O que estão fazendo?! Matem ele logo!
Após alguns segundo uma silhueta desce pelo pilar e todo o pilar de energia vai se esvaindo aos poucos, seguido de uma voz.
— Finalmente te encontrei, Paz.
Levanto minha cabeça e olho em direção a uma pessoa vestindo uma armadura grande e brilhante e que segurava um escudo. Olha pra essa pessoa me fez sentir que estava tudo no controle, me senti protegido e calmo.
— Quem é você? — pergunto com uma voz trêmula.
— Eu sou o aspecto da proteção e vim aqui para te ajudar, mas agora fique aí e descanse um pouco, pode deixar que eu assumo daqui.
Ele fez uma barreira em volta de mim e do mestre, mas através da barreira eu pude velo lutar contra os nossos inimigos. Eles já haviam levado a Louise para longe do combate, queria poder ter feito tudo diferente...
— Isso é tudo que podem fazer?! — Disse o aspecto enquanto ria.
Pude ver ele conjurando lanças e arremessando nos inimigos elas pareciam ser feitas de jade, ele foi empalando um por um até que sobrasse apenas a gente no local. Após toda a batalha cessar ele abaixa as barreiras que nos protegia.
— Eles não vão parar de vir até você estar morto Raynard, temos que estar bem longe daqui quando eles voltarem. — disse o aspecto.
— Sim... Claro, mas quem são eles?
— São soldados treinados pelos Elfos especialmente para matar seres como a gente, mas esses daí não se comparam nem um pouco com a elite Élfica.
Ele estava calmo e sem nenhum machucado, a sua armadura também estava intacta.
— Oh parece que está ferido, eu te carrego até o seu caminho.
— Mas e, o meu mestre?
— Você deve seguir o destino Raynard, eu ficarei aqui para segura-los o máximo que conseguir — disse o mestre ferido e cansado.
— Mas você pode morrer!
Vou caminhando até ele e o abraço chorando — Você não pode fazer isso comigo mestre. Podemos fugir juntos.
— Eu estou morrendo garoto, não há nada que possa fazer, apenas siga o seu caminho para a paz.
— Eu não posso deixar você aqui, eu vou ficar e lutar ao seu lado!
— Paz temos que ir.
— Diga para a Louise que eu a perdoo.
— Vou dizer sim.
— E Raynard, seu pai costumava me dizer isso: ''Nunca perca sua essência apesar das adversidades''. Eu sempre gostei de ouvir ele dizendo isso, esse é meu último presente garoto, se cuida e se por acaso encontrar com ele, diga que eu o vejo em valhalla.
— Pode deixar... Adeus mestre.
— Suba nas minhas costas, não temos muito tempo.
Eu aos poucos vi o templo que eu costumava morar se transformar em um pesadelo. Pude ver meu mestre usando um selo de detonação no seu coração... Vi que ele estava destinado a me proteger a qualquer custo.
— Não se sinta culpado paz, ele sabia no que estava se metendo.
— É eu sei...
Depois de um tempo caminhando eu pude ver o templo de longe... Após alguns minutos eu escuto um barulho de explosão vindo de lá, dava pra ver a fumaça se elevando daqui... Ele lutou com tudo que tinha para manter a gente a salvo. Eu juro que vou te trazer de volta Louise, custe o que custar.
— Acho que devemos achar algum abrigo. Essa nevasca está me dando fome.
— Quando eu vinha com a Louise comprar alimentos e outras coisas, a gente usava uma trilha que passava por uma pequena vila. Devemos seguir esse caminho por algumas horas que chegaremos lá.
— Ah...Certo! vamos lá! — disse ele gritando e alegre.
Depois que caminhamos por algumas horas, finalmente chegamos na vila que eu havia mencionado antes. A neve já estava bem mais calma e o clima voltava a ficar mais estável, pude ver algumas crianças dançando em volta de uma imensa fogueira enquanto os adultos preparavam o que parecia ser um banquete.
— Acho que chegamos em uma boa hora.
— É eu acho que sim.
Depois que nos aproximamos da vila escutei a badalada de um sino, as crianças entraram para as casas... Acho que pareciam assustadas, os adultos vieram ver quem nós éramos. Eles não pareciam estar nervosos nem hostis, mas eu diria que estavam tendo algum tipo de cautela.
— Estamos precisando de ajuda! não queremos machuca-los! — disse o aspecto.
— Alguma coisa os deixou assim. O que poderia ser?
— Eu não sei ao certo, mas devemos tomar cuidado.
O povoado desse vilarejo rapidamente se aproximou e nos cumprimentaram.
— Nos desculpe pela recepção um tanto estranha, me chamo Julie e sou a responsável por cuidar desse vilarejo.
— Oi Julie, então meu amigo aqui está muito ferido e precisa de cuidados imediatos... Pode quebrar esse galho pra gente? Posso pagar em serviços.
— Você vai me entregar assim pra eles? o que tínhamos combinado? — digo sussurrando pra ele.
— Vai por mim esse povo é gente boa, só relaxa um pouco. — disse com um sorriso duvidoso no rosto.
— Você acabou de conhecer eles DROGA!
— Relaxa meu amigo, vai com eles que eu vou descolar nosso rango. — ele disse isso sem nenhuma preocupação.
— Certo venha conosco! — disse a senhora Julie.
Ele me pôs no chão e eu pude ir caminhando até uma casa que ficava no centro da vila. No caminho eu vi as crianças curiosas me olhando pela janela com um olhar brilhando de curiosidade. Elas deviam estar loucas para saírem e ver mais de perto o que estava acontecendo, ao chegar na casa e me deitar em uma cama, logo vieram algumas moças para me ajudarem com os ferimentos. O quarto era quente e confortável me lembrava muito de quando eu cheguei no templo...
— Temos que tirar sua armadura para tratar dos ferimentos — disse uma das moças.
— Certo... Só não toquem na minha espada. Por favor.
— Tudo bem, coloque-a ao lado da cama e sente na cama para podermos trata-lo.
Depois que me sentei na cama retirei minha camisa para que minha ferida fosse tratada, mas eu fiquei surpreso quando uma delas disse:
— Parece que já está quase cicatrizando, isso é muito estranho. Vamos apenas limpar a ferida e colocar alguns curativos, você vai ficar bem rapidinho.
Eu lembro de a Louise ter atravessado meu peito com um disparo de raio... Não deveria estar cicatrizando, não em tão pouco tempo.
— Está bem... — disse em resposta a enfermeira
Depois de algumas horas descansando eu acordo com uma música vindo do lado de fora e o que parecia ser uma grande festa. Ao olha para uma mesinha do lado da cama eu vi um pouco de comida e uma lamparina... Após comer um pouco eu visto a minha roupa, pego minha espada e vou em direção a aquela folia que estava do lado de fora, ao abrir a porta da casa eu vejo o meu amigo dançando e bebendo junto com as pessoas da vila. É incrível como ele se enturma tão rápido com as pessoas...
— Olha só quem acordou! Venha pra cá.
As crianças vieram correndo em minha direção e me fizeram várias perguntas que estava até difícil de entender de tantas palavras que elas falavam. Fui caminhando até me sentar ao lado da imensa fogueira que estava localizada no centro da vila, depois de um tempo ele senta do meu lado e me oferece algum tipo de carne.
— Pega aí, você precisa comer bem e eu nem disse meu nome pra você não é mesmo? Ah sim, me chamo Sig Wald, mas me chame de Wald. E você?
— Me chamo Raynard.
— Ah legal, vou ir lá aproveitar um pouco mais. A propósito tem algumas garotas lindas por aqui e a bebida também é muito boa. Vai aproveitar a sua juventude! Eu vou ficar só na bebida mesmo.
— Certo vai lá!
As crianças voltaram a se aproximar de mim e me pediram pra contar alguma história ou fazer alguma coisa legal. Depois de ter contados algumas boas histórias, elas acabaram dormindo. Acabei que resolvi fazer o mesmo, os pais vieram e as levaram para dentro de suas casas e eu fui em direção ao meu quarto.
Acordei por volta de meio dia e logo me arrumei, coloquei roupas novas e minha armadura. Mas logo que eu terminei de me vestir a Julie logo entrou no quarto e me viu pronto para partir.
— Então você já vai?
— Tenho que seguir meu caminho, estou sem muito tempo pra agir.
— Seu amigo partiu logo cedo, disse que éramos pra te ajudar e mandou te entregar essa bolsa com moedas.
— Tá me dizendo que ele já partiu? Quando foi isso?
— Acho que foi logo pela manhã, ele também mandou te dizer que se você precisar de ajuda ele vai voltar de onde ele estiver. Acho que foi alguma coisa assim.
— Eu agradeço muito por vocês terem nos acolhidos e fico muito grato, mas enquanto eu estiver aqui vocês correm perigo. Aqui, fique com essas moedas.
Coloco o saco de moedas na mão dela e sigo pra fora da casa me apressando para sair dali o quanto antes. Logo quando eu abro a porta ela me chama e diz:
— Já que vai partir assim tão rápido. Pelo menos passe no nosso ferreiro, ele pode ajudar você com a sua armadura. Aqui pegue essa bolsinha com alguns doces e comidas.
— Ah... Muito obrigado.
— Ele fica um pouco abaixo do vilarejo, uns 5 minutos de caminhada. Boa sorte meu jovem.
— Certo.
Depois de sair da casa eu vi a vila sob a luz do sol e era um lugar tão calmo e fresco, me lembrava muito da minha vila...
— Senhora! Se vierem atrás de mim, diga tudo que souber. Não posso deixar vocês pagarem por mim, não se preocupe eu vou me cuidar!
Corro em direção ao ferreiro que ela havia me indicado... Depois de correr por um pequeno bosque eu pude escutar o barulho do martelo trabalhando. A cada passo eu estava mais perto, assim que eu pude ver a casa do ferreiro, emitia muita fumaça para um artesão comum, vou caminhando até chegar no local.
— Ferreiro!
— Que foi já porra!? Eu não tenho tempo para baboseiras de pessoas como você!
— Do que você está falando?! eu só vim aqui por causa da Julie!
— O que aquela velha andou falando sobre mim?
— Ela disse que você podia me ajudar consertar a minha armadura.
— Desde quando eu virei uma pessoa caridosa que ajuda os necessitados? Além disso eu tenho problemas demais com a forja, estou sem madeira e fogo pra continuar com meus trabalhos.
— Se eu resolver seu problema eu ganho um reparo?
— Acho até justo, sim, sim pode ser. Apenas faça!
Saco a minha espada e corto os troncos de madeira em questão de alguns minutos. logo acendo a fornalha com uma pequena bola de fogo.
— Pronto agora pode me ajudar?
— Hmmf certo! Deixa-me dá uma olhada nessa placa aí.
Eu retiro o peitoral de placas e coloco na bancada para ele poder dá uma olhada e ver se vai demorar.
— Mas que merdas você andou aprontando enquanto usava isso? Tem um enorme buraco que atravessa a o peitoral. Isso aqui é difícil de consertar e vai demandar um bom tempo, recomendo comprar uma nova ou pode esperar você que sabe.
— Não posso comprar uma nova, dei todo o dinheiro para ajudar a vila e a Julie. Não tem outro jeito?
Ele olha pra mim com um olhar misto de raiva e pena. Logo em seguida ele diz:
— Tenho uma armadura que eu usava a muito tempo, talvez ela não esteja em um ótimo estado, mas acredito que seja melhor do que andar por aí sem uma. Me siga vou te dar ela.
— Ah... tá bom.
Fui andando acompanhando-o até um porão. Havia muita coisa, espadas, machados, armaduras, dentre outras coisas que muitas delas estavam empoeiradas, após ter passado por tudo isso chegamos a uma pequena sala cheia de caixotes e baús. No centro de uma das paredes havia um estande de armadura coberto por algum tecido antigo.
— Aqui está, deixa eu só tirar isso e isso.
Após ele retirar o pano havia uma armadura muito bem cuidada e também incrivelmente linda. Era totalmente diferente das coisas que estavam guardadas na casa.
— Você vai me dar isso? Tem certeza?
— Não enche garoto! E sim, vou lhe dar a minha armadura. Vi que você é um bom rapaz, me lembra muito de quando eu ainda lutava.
— Você era um guerreiro?
— Sim eu era, me aposentei após perceber que não lutava pelo que acreditava. Quero que vista essa armadura e lute por tudo que não lutei.
— Farei isso.
Ele se retira do local e diz que vai me esperar lá do lado de fora, depois de passar um tempo vestindo a armadura eu subo em direção a fornalha para me encontrar com o senhor, ao chegar perto do senhor que me esperava eu vi que ele estava sentado e pensativo. Depois de um tempo distraído ele percebe que estou esperando e se levanta para falar comigo.
— Vejo que ela ficou bem em você, então você já vai partir certo?
— É eu vou... Não posso ficar por muito tempo. Não quero por ninguém em risco.
— Então já que você vai, quero que veja isso.
Ele então me mostra um cartaz de procurado com minha foto, eu já sabia disso, mas ver o cartaz é ainda mais assustador do que eu esperava...
— Você deve tomar cuidado.
— Pode deixar. Adeus.
Após eu ter me despedido do senhor eu pego minhas coisas e vou em direção a cidade de Regar logo abaixo do vilarejo, devo passar por uma trilha que costumava andar com a Louise. Sem chance para eu me perder, devo chegar antes do anoitecer.