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Chapter 7 - A chegada.

A Coroa Perdida

Capítulo 6:

"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos..."

Antoine de Saint-Exupéry

— Garoto, trata-se de escutar meu nome agora...

Quando abri meus olhos, estava no mundo do dragão novamente, e ele tentava me dizer alguma coisa.

— Meu nome é Dormin — disse o dragão ancestral dentro de Raynard.

— Dormin? Então este é o seu nome... — falei meio desnorteado.

— Sim garoto, agora eu vou te dar um aviso. Não use o meu poder o tempo todo, você ainda não está preparado para usufruir dele o quanto quiser — explicou Dormin baforando fogo.

— Seu poder? Então aquele fogo que eu sempre soube era fruto seu? — perguntei meio assustado.

— Sim moleque, agora que eu te avisei tome cuidado, pode haver consequências — disse Dormin se levantando e saiu voando para bem longe naquele mundo de rochas em chamas.

Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, ele voou para bem longe e acordei com a Silvia me chamando.

— Irmãozão, estou com fomeeeeee.

— Aí... Ta bom eu vou preparar algo para a gente — falei com uma forte dor de cabeça.

Então fui a cozinha para preparar nosso café da manhã, assei uns pães para mim, e dei o que ela mais gostava, cereais com leite, por algum motivo a Silvia comia nossa comida perfeitamente sem ter nenhum problema, diferente de suas irmãs que sobreviviam de humanos, se um dia a Silvia descobrir que eu matei sua família, ela jamais me perdoaria...

Hoje o dia amanheceu bem nublado, bom... Na Mercenarie's End já que podemos ir quando quisermos, acho melhor dar uma folga hoje e ficar mais tempo hoje com a Silvia, após preparar o nosso café ficamos brincando o tempo todo, então sentei no sofá para fazer alguns planos para hoje, ir comprar algumas coisas.

— Mané, parece que o cara dentro de você está bem bolado hoje — disse a espada que estava encostada na parede ao meu lado.

— Então você resolveu falar é?

— Eu falo quando eu quiser, aliás só você pode me ouvir.

— Só eu posso?

— Sim, apenas pessoas de sua linhagem sanguínea podem me ouvir.

— Então você conheceu meus pais verdadeiros?

— Claro seu idiota, Ele era um cara formidável, mas houve um acidente e ele teve que te salvar.

— Qual era o nome dele? Você conheceu minha mãe?

Meu coração acelerou ao poder finalmente saber de meus pais, essa espada sabia sobre meus verdadeiros pais eu fiquei tão curioso, eu sempre quis saber que tipo de pessoas eram eles.

— Sim, conheci os dois, Beretrix Escarlate Von Dragon e Raynard III Lionheart.

— "Nossa! Então eu tenho o nome do meu pai, minha mãe que cuidou de mim não quis tirar o nome de minha família, por quê?" — me perguntei pensando.

— Raynard, seu nome, você não sabe o poder que ele tem e nem seu nome todo.

— Poder? Eu tenho mais um nome?

— Raynard IV Dragon Lionheart, seu nome carrega um poder imenso, você nem imagina, de onde você acha que veio o carinha de dentro de você?

— Eu não faço ideia, mas pelo nome veio de minha mãe, estou certo?

— Sim, a linhagem de sua mãe é passada por gerações o poder do dragão que habita em você.

Então quer dizer que o poder dela, foi passado para mim? Eu entendi o que a espada quis dizer, mas não compreendo o porquê minha mãe morreu, será que foi por causa disso? Acho melhor eu perguntar.

— Espada, como minha mãe morreu?

— Ela morreu em seu parto, para você não morrer, ela teve que transferir seu poder a você, o reino de seus pais estava sendo invadido, e seu pai se sacrificou lutando contra os invasores. Depois que ele te colocou em um barco com a comandante de seu exército, ele foi um verdadeiro herói.

Foi um choque para mim, escutar que meus pais morreram para me defender, minha mãe morreu ao me dar à luz, então eu sou o culpado pela sua morte, me senti tão para baixo, que nada naquele momento me faria mudar.

— Mané, não fique deprimido, eles souberam que isso iria acontecer caso você nascesse, e eles quiseram ter você da mesma forma, eles decidiram te amar, então não pegue pesado consigo mesmo.

— Está tudo bem... Meus pais eram pessoas fortes, então eu tenho que ser forte como eles — falei enquanto enxugava meu rosto.

— Eu lembro que eu morri, como estou vivo agora?

— A sua mãe transferiu a alma dela para você durante o parto, quando você morreu a sua mãe morreu no seu lugar. Ela era uma pessoa muito inteligente sabia?

— Ah... Queria ter conhecido ela.

— Você mais tarde renasceu como um aspecto certo?

— Sim...

— Então não há tempo, você agora tem pessoas para proteger, você foi protegido a 18 anos atrás, agora é sua vez de proteger as pessoas.

Ao ouvir essas palavras, eu pensei nas pessoas que estão ao meu lado, e principalmente na Silvia, não posso deixar que me abale, se eles me protegeram então sou muito grato a eles.

— Como eram meus pais?

Depois daquilo fiz muitas perguntas a ele sobre como eles eram, e como conversavam e etc...

— Sua mãe tinha longos cabelos vermelhos, ela era uma guerreira muito forte, e seus poderes de fogo derretiam tudo em sua frente, era uma bela mulher, e seu pai, era muito valente, todos o conheciam pela sua personalidade forte.

— Ah... Então deve que eles eram pessoas bem legais.

Agora eu entendo de onde vem essa minha confiança e espírito, sentei-me no sofá, eu fiquei perdido em meus pensamentos, bom, isso foi uma baita revelação, mas não posso viver do passado, bola pra frente, vou pedir a Silvia se ela quer ir comigo comprar alguma coisa.

— Silvia, pensei em ir comprar umas coisas, e a comida também está acabando, que ir comigo? — falei de um jeito meio sem graça.

— Ebaaa, ir fazer compras, eu quero ir! — afirmou ela toda feliz e com um grande sorriso no rosto.

Bom... Parou de chover e apenas ficou nublado, então para mim estava ótimo, coloquei uma roupa mais casual e deixei meus equipamentos em casa, não acredito que aconteceria algo catastrófico na capital, fomos ao mercado comprar comida, e também comprar legumes para preparar uma sopa, havia tanta gente mutuada que a Silvia teve que andar de mãos dadas comigo, eu estava pensando em fazer um lanche na rua, e tinha um bom lugar para irmos comer.

— Silvia, quer comer em um lugar hoje comigo? — perguntei enquanto andava com ela com a bolsa cheia de compras.

— Sim irmãozão, onde vamos comer?

— Tem um lugar que gosto muito de ir, vamos lá.

Então fomos ao "Mars Food" A comida deste lugar é totalmente diferente de toda a terra, e é realmente muito boa, eles têm um prato que amo chamado Shak, é parecido com um macarrão com ovos mas o ovo vai se dissolvendo na massa e grudando nos fios do macarrão, fica muito delicioso, então o velho que sempre me atende me viu entrar e logo veio em mim.

— Oi jovem, vai pedir o mesmo de sempre? — perguntou o jovem senhor.

— Sim, mas hoje eu quero duas tigelas.

Logo o senhor olhou para a Silvia e perguntou: — É a sua filha?

— Não, ela é minha irmã.

— Seja bem vinda "Raynardzinha" — disse o velho sorrindo com os olhos fechados.

— Sim! Obrigada — respondeu Silvia balançando a cabeça.

Nos sentamos na mesa e fomos servidos, então eu tive uma ideia.

— Quem terminar primeiro, vai ganhar um presente.

— Presente? Mas eu não dinheiro pra te dar presente — respondeu ela meio emborrada.

— Não esquenta, eu me presenteio hehe.

Então ela aceitou minha aposta, mas antes que eu pudesse perceber, ela comeu até a tigela e se engasgou, eu olhei com os olhos arregalados para ela e ela engasgada.

— Cospe, cospe, vai, força — falei enquanto a apertava para pôr a tigela para fora.

— "Buaa" — Silvia pôs a tigela para fora.

Todos olharam para nós como se fossemos esquisitões, mas talvez fossemos mesmo, agradecemos pela comida e saímos de lá rindo, então como prometido comprei um presente para a Silvia, um lindo vestido branco costurado a mão, bordado com flores roxas.

— Tome, eu mandei fazê-lo para você, então, gostou?

Vi os olhos de Silvia brilharem como nunca antes, ela começou a chorar e me deu um longo abraço.

— Irmãozão, eu te amo, estes são os melhores dias da minha vida, quando estou com você — falou enquanto me abraçava chorando.

— Fico feliz de ouvir isso, eu também te amo Silvia.

Então voltamos para casa, pois estava começando a chover bastante novamente, ao chegarmos em casa ela foi logo testar o seu vestido, quando vi ela com seu pequeno vestido, ela estava tão linda — "Toc Toc Toc" — ouço batidas em minha porta — Já estou indo — respondi.

Ao abrir a porta, me deparo com o Arthuro, então o deixei entrar, ele parecia estar muito tenso, eu não faço ideia do porquê, então o mandei se sentar.

— Arthuro, por que você está assim? Aconteceu alguma coisa?

— Bom... Eu preciso muito ir embora, então eu vim me despedir de você, não precisa vir comigo, eu tenho que resolver um problema.

Esse desgraçado não disfarçou em nenhum momento, de longe notei sua tensão e o jeito que estava deprimido, mas já que ele precisa realmente resolver seu problema, não vou impedi-lo, após ele falar isso ele foi embora sem nem dizer mais nada, eu fiquei preocupado, mas já que ele veio aqui pessoalmente para me falar isso, vi que era realmente importante e não queria interferir na sua escolha, não pude fazer nada além de escutar.

Mercenarie's End...

— Arthuro... Eu deveria tê-lo impedido... — disse Sheyla deprimida sentada no banco do salão — Agora aquele idiota vai até aqueles caras que parecem um bando de monstros — disse logo em seguida tomando um copo de bebida.

Sheyla não sabia certamente o que iria acontecer caso Arthuro fosse até lá, as palavras de despedida de Arthuro foram: — Não fique irritada comigo Sheyla, não irei morrer até eu conquistá-la. Estas foram suas palavras antes de sair pelas portas principais na chuva.

— Arthuro! Se você ir, você vai... — disse Sheyla com lágrimas em seus olhos antes de Arthuro fechar as portas.

Casa de Raynard...

Eu não sei ao certo o que aconteceu, mas estou sentindo um mal pressentimento, e parece que cada dia está se aproximando mais e mais, como se alguém muito, muito perigoso estivesse próximo, é melhor eu tomar cuidado, sentei no chão com as pernas cruzadas e fechei meu olhos, assim consigo me concentrar mais, assim posso saber que sensação é esta, ao fechar meus olhos, vi que alguém muito perigoso estava se aproximando da capital, a aura dele é tão poderosa que posso senti-la a muitos quilômetros — Incrível que existam pessoas assim por aqui, por que não percebi antes? — me peguei pensando, ele não parece ter pressa — Não me observe por muito tempo garoto — uma voz desconhecida em minha cabeça, — Merda! Será que ele percebeu que eu estava-o observando? — pensei. Não é possível, como alguém pode ser capaz de fazer isso... Quem pode ter tal poder?

Logo em seguida parei de senti-lo, para ele não saber que estou o observando. Eu precisei me preparar para a sua vinda, então decidi conversar com a espada.

— Ei! Espada, acorde, preciso falar com você — falei enquanto a batia no chão.

— Merda! O que foi mané? Essa porra doeu.

— Eu preciso saber como sinto as pessoas sem ser percebido.

— Está com problemas né? Eu pude sentir.

— Então, como faço?

— Você não sabe fazer algo tão simples como isso, você é um zé mané mesmo.

— Cala a boca e fale logo, preciso saber onde ele está a cada momento.

— Tá bom, tá bom, você precisa ocultar sua presença, é fácil, imagine uma barreira invisível em sua volta e sinta que aí dentro você se torne algo que não pode ser visto, pare todos os seus sentidos, fique em um estado neutro e assim você conseguirá.

— Parece mais complicado do que imaginei, vou tentar imaginar uma barreira invisível e apagar sua presença... — falei forçado com os olhos fechados.

— Eu expliquei mais detalhadamente o possível, se você não conseguir você é um cabeça oca.

Realmente se eu não conseguir isso agora, poderemos ficar em perigo mais tarde, por causa da minha curiosidade acabei entregando minha posição ao cara com a pior aura que já senti até hoje, talvez eu aprendendo isso possa saber cada posição sua, assim podendo me preparar antes de sua chegada, tenho certeza que ele não é uma boa pessoa — Basta alagar minha presença... — disse enquanto fechava meus olhos, entrando em um estado neutro dos meus sentidos.

Ao fazer isso, senti que tinha acontecido algo, parecia que eu estava em um mundo totalmente escuro e solitário, era frio e só havia eu em um lugar sem dimensão alguma.

— Incrível mané, você conseguiu fazer perfeitamente, não, você foi além, até parece que apagou sua própria existência — pensou a espada.

Então abri meus olhos, e tudo voltou ao normal, acho que deu certo.

— Então espada, como me sai?

— "Cof cof", você conseguiu, você conseguiu camuflar sua presença — disse a espada com um tom desconfiado — Esse garoto, ele é especial — pensou novamente a espada.

— Sério?! Então agora eu posso detectá-lo sem ele me detectar, incrível, como você sabe tanto dessas coisas? Você é apenas uma espada, não é?

— Não me subestime, eu já fui um homem muito poderoso.

— Um homem? Como assim?

— Deixe quieto, não preciso falar disso...

Depois disso a espada se calou e não falou mais comigo, depois irei lhe agradecer melhor, agora eu precisava saber onde o cara estava, eu não podia tirar os olhos dele assim, ele certamente é alguém muito perigoso, se ele estiver realmente vindo pra cá, é capaz dele machucar as pessoas, então irei precisar intervir, temo dele ferir as pessoas, agora eu vou me preparar para a sua vinda.

— Presumindo que ele chegará daqui a 1 mês, eu tenho que me preparar nesse tempo caso aconteça algo que pudesse todos em perigo, não sei ao certo o que ele veio fazer aqui, mas com certeza ele não veio fazer amizade.

Fui a organização para deixar Silvia com a Sheyla, ela agora nem mesmo reclamou, isso já é uma coisa boa, eu decidi ir treinar um lugar na floresta, o mesmo campo onde enfrentei o Trunko, aquele lugar era bem espaçoso, então era ótimo, depois precisarei ir para outro lugar e aprimorar minhas técnicas, não quero danificar a floresta novamente.

Em algum lugar do continente de Larcadia...

— Aspecto do Amor, eu encontrei o Paz, agora sim podemos nos e concluir nosso objetivo — disse Sig Wald ao aspecto escondido nas sombras.

— Verdade? Que ótimo, ele é um especial entre nós...

— Mas parece que ele ainda não sabe muito sobre os aspectos, pretendo voltar para lhe ensinar a dominar o poder dentro de si.

— Tudo bem, eu estarei esperando aqui, Sig Wald.

15 dias para um mês, eram o que faltava para aquele cara chegar, estou me preparando para o pior dos casos, gostaria muito que ele não nós causasse nenhum perigo, realmente a minha força estava além do comum depois de absorver aquela pedra, eu estava treinando corpo a corpo, a espada deixarei para usar em um lugar que não seja esta floresta. O guardião dela poderá ficar furioso comigo novamente.

Enquanto treino, vejo um grande pássaro rodeando o céu, o dia estava tão quente... Graças ao meu poder tenho uma grande resistência a temperaturas altas, acho que vou dar uma descansada, acho melhor olhar o que aquele cara está fazendo, sentei sobre uma rocha no meio da floresta e fechei os olhos, camuflei meus instintos e senti a aura dele, mas por algum motivo tem uma aura familiar chegando perto daquele cara... Quem será?

Após eu sentir a aura familiar se aproximando mais ainda — Arthuro?! — pensei enquanto vejo-o correndo em direção a ele — Merda! Oque o Arthuro ta fazendo com esse cara?! — pensei em seguida, antes que eu pudesse ver mais alguma coisa, algo me interferiu, não foi ele, foi algo próximo a mim, na mesma floresta, por um instante eu senti a mesma presença de sempre, então decidi ir atrás dela, após eu chegar em uma cachoeira a aura desapareceu no mesmo momento, a única coisa que vi foi um lobo correndo em direção a montanha.

— Merda! Se algo acontecer com o Arthuro não vou perdoar aquele cara, o jeito agora é esperar.

O lugar que eu estava era perfeito para eu treinar minhas técnicas com espada e minha magia, a força de quando empunhei a espada realmente estava maior, aquela coisa sobre o chefe Ron ter dito de eu ser um condutor pode ser verdade, decidi treinar com o fogo ativo na espada, assim poderei me adaptar melhor já que nem eu conseguia respirar de tão forte que era, minha preocupação com o Arthuro era enorme, mas não podia deixar me levar, aliás ele não tem nada a ver com aquele cara mesmo.

O tempo se passou, então meu treinamento durante esses um mês termina hoje, vou voltar para minha casa e tomar um banho, talvez Silvia e Sheyla estejam lá, já que emprestei a casa para a Sheyla cuidar da Silvia para mim, com toda certeza sou muito grato a ela por cuidar da minha irmãzinha, guardei minha espada e peguei minhas coisas e fui em direção ao portão, eu estava fedendo e minha roupa estava desgastada, quando cheguei em casa Sheyla e Silvia não estavam lá.

— Talvez elas foram comprar alguma coisa — pensei.

Amanhã será o dia em que aquele cara chegará à capital...

— Arthuro... — disse preocupado.

Eu me arrependo de não ter ido com ele, se algo lhe acontecer vou me culpar pelo resto de minha vida, tudo que eu fiz até agora eu só me arrependi, por mais que eu tente proteger todos, sempre atraio confusão.

Então fui tomar um banho, enquanto estava no banho escutei a porta da sala ser aberta.

— O meu irmãozão voltou!! — disse Silvia do lado de fora do banheiro.

— É... Acho que ele voltou mesmo, suas coisas estão aqui — diz Sheyla meio feliz.

— Que barulheira é essa lá fora? — me perguntei.

Ao sair do banho me sequei e pus minhas roupas, quando abri a porta Silvia veio correndo em minha direção me dando um abraço.

— Fiquei com muitas saudades — disse Silvia enquanto me abraçava.

Enquanto ela estava me abraçando a Sheyla estava de braços cruzados encostada na parede, até que olhei para a Silvia depois de nos afastarmos, ela estava maior e uma pouco diferente.

— Silvia, o que aconteceu com você? Você parece estar ma-ma- — Pareço estar maior? — disse Silvia me interrompendo —, Eu esqueci de te dizer, na minha espécie nós crescemos rápido, é normal isso, não se preocupe — disse Silvia logo em seguida com um riso no rosto.

— Sério?! Agora vou ter que pedir pra fazer um vestido daquele maior... — falei meio pra baixo.

— Kakakaka, você é uma piada mesmo irmãozão, mas nada vai mudar, você ainda é meu irmão mais velho — disse Silvia rindo para mim.

— Rumf, é verdade, não pense que já vai criar asas.

Enquanto estávamos conversando Sheyla estava rindo nos fundos, então fui até ela para agradecê-la.

— Sheyla, muito obrigado por cuidar da Silvia durante esses um mês, de verdade.

— Não se preocupe, eu gosto dela.

Por mais que o nosso diálogo estivesse bom, eu decidi perguntar sobre aquilo.

— Sheyla, eu preciso saber onde o Arthuro foi, você tem que me falar.

— Af... Eu sabia que uma hora você iria perguntar, fazer o que —, Arthuro foi ao encontro de uns dos mercenários mais fortes do mundo.

— O que?! Mas porque ele faria isso?

— Bom... Você conhece as regras da organização certo? Então a missão dele era matá-lo, mas ele não o fez, ao invés disso ele decidiu te trazer para a organização porque ele pensou que você seria muito mais útil — disse Sheyla meio deprimida.

— Não brinca! Sheyla! Se Arthuro fizer isso vão matá-lo, merda! Eu sabia que deveria ter ido atrás dele — falei em voz alta preocupado com Arthuro.

Enquanto Sheyla tocava em meus ombros ela disse as seguintes palavras: — Não se preocupe, ele disse que vai voltar bem...

Depois de me dizer essas palavras Sheyla abriu a porta e foi embora, enquanto isso eu estava me culpando de todas as formas em casa.

— Se aquele cara fizer algo com o Arthuro, eu vou matá-lo.

Enquanto eu estava dizendo isso com ódio em meu coração, Silvia se aproximou de mim.

— Relaxa, o tio Arthuro vai ficar bem...

Silvia estava chorando enquanto falava essas palavras, a Sheyla deve ter contado a ela sobre o que está acontecendo.

— Realmente, eu preciso confiar nele — disse enquanto virei e mexia no cabelo de Silvia.

Sentei-me no sofá e relaxei, enquanto estava aguardando o mercenário, com certeza o Arthuro sabia que ele estava vindo e foi ao seu encontro, eu me sinto tão culpado nisso tudo, então aguardei a sua chegada.