A Coroa Perdida
Capítulo 10: O Aspecto da Paz
"Conheça a ti mesmo, para depois conhecer os outros."
Ilha de Torven
Cabana da Delila
10:50 AM. os dois estavam novamente em sua discussão para ver quem era o melhor, eu tentei intervir, mas eles não me escutavam, então tive que tomar umas medidas drásticas.
— Já chega os dois! — gritei enquanto corria para o meio dos dois — "Técnica do fogo: espada do fogo verdadeiro" — falei logo em seguida, as chamas estavam tão intensas quanto da última vez que as usei.
— Nós temos que resolver nosso duelo, você não pode interferir — disse Sandro enquanto apontava sua lança para mim.
— Deixem para duelar quando completarmos nosso objetivo, não é melhor? Desse jeito vocês só vão se esforçar atoa, não querem fazer a vingança de vocês juntos? — dei um sermão nos dois para poder ver se vão se acalmar.
— Bem... sim... — disse Yamazaki embainhando sua espada — O cabeça de girassol, largue essa lança, podemos resolver isso outra hora — falou novamente provocando o Sandro.
— Cale a boca, pé de pano, eu já ia recuar mesmo — disse Sandro provocado pelo Yamazaki enquanto abaixava sua lança.
Após eu conseguir fazer os dois recuarem, desfiz meu poder de fogo e guardei a espada, os outros acordaram com a barulheira e vieram correndo para fora para ver o que havia acontecido.
— O houve? Que confusão é essa? — perguntou Sig Wald com a cara amassada de sono.
— Nada, eu já dei um jeito.
— Rapazes, vocês dois tem que parar de brigarem assim e serem mais paz e amor um com o outro — disse Delila esfregando seus olhos.
— Claro minha dama, a partir de hoje serei mais comportado — respondeu Sandro parecendo um cachorrinho.
— Esse cara não presta mesmo... — disse Yamazaki ao seu lado.
Silvia e Sheyla não pareciam ter acordado com o barulho, menos mal, após entrar novamente, senti uma enorme aura se aproximando.
— Sig, também sentiu isso? — perguntei desconfiado enquanto olhava para trás.
— Sim... parece ser alguém perigoso.
— Vou tentar observá-lo de um jeito que ele não possa notar — falei enquanto fechava os olhos.
Após ver a pessoa que estava vindo, ele estava sendo acompanhado por mais um cara, ele parece ser um mercenário, será que veio atrás de mim? Eu sinceramente estou de saco cheio desses caras..., mas esse cara realmente parece ser mais forte que o Sylas, espero não ter muitos problemas para enfrentá-lo, tenho certeza que ele veio atrás de mim por ter matado o Sylas. Assim que parei de senti-lo, contei ao Sig Wald quem ele era.
— Sig, esse cara é um mercenário, acho que ele está atrás de mim por eu ter matado o outro anterior, talvez sejam da mesma organização.
— Não se preocupe, ele não vai conseguir dar conta de nó- — falou Sig Wald de uma forma desleixada — Não, eu não quero envolver ninguém — o interrompi antes de terminar a palavra.
— Mas nós não somos uma equipe agora? Confie em nós.
— Eu consigo dar conta dele sozinho, não precisam se esforçar atoa.
Enquanto estávamos discutindo sobre tal assunto, o Yamazaki escutou e veio até nós.
— Me desculpem, eu acabei escutando tudo o que vocês falaram, deixe que eu cuido desse cara, assim provarei que os poderei acompanhar-lhes em nossa jornada — desta vez Yamazaki estava sem seu chapéu, realmente eram longos cabelos escuros.
— Não, você não conseguiria derrotá-lo — disse desconfiando do poder do Yamazaki.
— Eu vou derrotá-lo, não se preocupe, não sou um cara fraco, assim poderei mostrar a vocês que posso matar aqueles elfos — disse Yamazaki com uma grande convicção.
Eu consegui ver em seus olhos como ele estava convicto, que fui convencido a deixá-lo lutar contra o cara que está vindo atrás de mim, vou confiar nele.
— Af... Tudo bem, vou deixá-lo lutar, mas prometa que irá ganhar — o permiti que lutasse com o mercenário.
— Muito obrigado Raynard — agradeceu Yamazaki se curvando para mim.
— "Que forma estranha de se cumprimentar alguém" — pensei.
— Então, o que faremos agora? — perguntou Sig Wald.
— Bom... vamos lá contar para elas... — falei com um pequeno temor.
Após entrarmos para contar para as garotas sobre o que me aguarda, elas não se surpreenderam tanto, acho que se acostumaram com o tanto de confusão que foi de lá até aqui.
— Raynard, desde que você entrou na Mercenarie's End minha vida virou de cabeça para baixo, nada mais me surpreende vindo de você — desabafou Sheyla de uma forma sem graça.
— Assim você vai me fazer me sentir mal...
— Não estou nem aí, você vive colocando a Silvia em perigo.
De alguma forma isso me atingiu, e me atingiu feio, ela estava com toda a razão.
— É... realmente, obrigado por abrir meus olhos — falei triste.
Parecia que ela não queria falar isso mas ela teve que dizer, até ela se sentiu mal por ter dito essas coisas, acho que o que piorou foi a forma impactante de como me atingiu com impactantes palavras, após ouvir isso preferi me retirar e aguardar o mercenário, pedi para que levasse Silvia para longe daqui, não quero a deixar exposta ao perigo.
Continente de Markind
Rin deJanari
— Senhor Shamar, nossas tropas já estão se movendo, desse jeito poderemos tomar mais um império — disse o conselheiro elfo ao lado do imperador elfo, Shamar.
— Muito bem, desse jeito iremos dificultar aqueles aspectos — disse o imperador elfo Shamar sentado em seu trono no castelo de prata.
As tropas dos elfos já estavam começando a se mover, eles estão fazendo a tomada do seu império vizinho, os homens feras, o desejo deles é transformar todo o mundo habitável apenas para sua espécie, eles só pensam em si mesmos, são de alta classe, todos tem seus lares igualmente, e comidas fornecidas pelo próprio governo, é um povo que desconhece toda a cultura daqui de fora, enquanto eles pensam apenas em si e suas crianças prosperam, os filhos dos vizinhos ainda continuam na miséria.
Ilha de Torven
Estrada perto do Caneca Furada
— Merda de lugar mesquinho, quando chegaremos lá? — perguntou Kengan com seus dentes cerrados de forma desrespeitosa.
— Tenha calma.... nós já estamos quase lá — respondeu seu acompanhante ameaçado.
— Rumf... — suspirou — "Se prepare Raynard, que eu estou chegando, eu vou leva-lo nem que eu tenha que arrancar suas pernas" — pensou Kengan enquanto passava a língua em seus lábios.
Ilha de Torven
Cabana da Delila
O Yamazaki contou para o Sandro sobre a atual situação e o que ele iria fazer, mas o Sandro não tinha nenhuma objeção exceto:
— O único que pode te derrotar sou eu, então não perca para um mercenário de merda.
Yamazaki acenou com sua cabeça dizendo que sim, e começou a se aquecer para o que estava chegando.
— Raynard, preciso que você venha comigo, você também Delila, vou precisar de sua ajuda — disse Sig Wald com algo em mente.
— O que você vai fazer? — perguntei curiosamente.
— Preciso lhe levar a um lugar, o nome desta ilha não é Torven só por ser um nome... — respondeu de uma forma sombria.
— Sig, não me diga que você irá levá-lo lá? — perguntou Delila perplexa.
— Sim... é o único jeito.
— Espera, eu não estou entendendo nada, o que você fará exatamente?
— Lá você irá ver, vamos.
— Sandro! Você vem conosco? — perguntei.
— Não! Eu vou ficar aqui olhando a batalha, assim que acabar nós vamos alcançá-los!
Podia não parecer, mas Sandro estava preocupado com seu rival, esse cara é duro de mostrar sentimentos mesmo... eu fiquei um tanto curioso para saber o que é Torven, será que é alguém? Não tenho certeza, mas para ser tão sério a ponto de Delila se espantar, parece ser incrível.
Yamazaki estava tomando sua bebida alcoólica com o Sandro, os dois estavam sentados na grama do jardim, aguardando o inimigo aparecer, eu junto de Sig Wald e Delila subimos a montanha que havia logo atrás de sua cabana, eu podia sentir uma imensa aura vindo de lá, não era uma aura ruim nem nada do tipo, era um aura pura, pude perceber que não era algo tão ruim como eu pensei.
Caneca Furada
Ilha de Torven
— Não sabia que haveria um bar neste local, acho que vou dar uma bebida — disse Kengan um pouco contente com o local.
— "Nossa, esse cara conseguiu ficar de bom humor, finalmente" — pensou seu acompanhante aliviado.
Todos estavam olhando para ele por causa de sua aparência esquisita, seus dentes cerrados, sua roupa, parecia que estava em trapos, e sua espada embainhada na cintura era tão grande que incomodava aqueles que ali estavam bebendo e se divertindo.
— O que foi?! Vão ficar olhando muito!? — gritou Kengan sem medo nenhum para todos que ali estavam.
— Você é louco? Se acalma aí cara... — sussurrou seu acompanhante com medo da situação piorar.
— Quem sabe sou eu, fique quieto! — ordenou enquanto dava um soco em sua cara.
Seu acompanhante caiu em meio às cadeiras, e logo se levantou limpando seu rosto sujo de sangue.
— Me desculpe... não vou te atrapalhar mais... — disse o acompanhante de Kengan machucado.
Após aquelas ações, surgirá uma revolta nos bêbados que ali estavam, então muitos deles se levantaram.
— Você está louco? Batendo em uma pessoa assim? — disse um dos bêbados que se revoltou.
— Eu faço o que eu quero, você quer morrer seu miserável? — respondeu Kengan para provocá-lo.
— Pode vir então seu otário.
— Não Kengan! Não faça isso! — gritou seu acompanhante.
Assim que o bêbado foi para cima de Kengan, ele o chutou tão forte, que o bêbado voou para fora do bar, ele começou a cuspir sangue, e ficou imóvel, pois a dor era tanta que ele nada poderia fazer. Kengan saiu do bar e andou em direção ao bêbado caído no chão.
— Vocês nunca aprendem a me escutar, eu sempre digo, eu faço o que eu quero, e o resultado é sempre o mesmo — disse Kengan enquanto andava para cima do bêbado.
Com o bêbado cuspindo sangue, Kengan o pegou pelo pescoço e o levantou com o mínimo esforço, o bêbado tentava resistir, mas não conseguia falar, até que Kengan materializou uma lâmina feita de sangue em seu outro braço e rasgou a barriga do bêbado, suas tripas saíram para fora enquanto escorria muito sangue. Ele agonizou até morrer por alguns segundos.
— HAHAHAHAHAHAHAHAHA! — riu Kengan enquanto jogava o corpo do bêbado longe, e tripas para todo o lado.
Com o sangue jorrando para todo o lado, Kengan manipulou-os fortalecendo-o, ele passava a língua em volta de sua boca cheia de sangue do homem que havia acabado de matar.
— Ouviram! Agora aprendam! A não mexerem com o carniceiro! — gritou Kengan do lado de fora do bar para todos ouvirem.
Ilha de Torven
Cabana da Delila
Yamazaki estava bebendo com o Sandro, mas ele já havia sentido Kengan se aproximar.
— Está sentindo isso Sandro? — perguntou Yamazaki misteriosamente.
— É claro... é sério que você não quer ajuda? — perguntou Sandro preocupado.
— Não, eu dou corda desse cara, eu não vou morrer aqui, aliás eu preciso te derrotar ainda — Yamazaki estava sorrindo enquanto dizia essas palavras.
— Me derrotar... vai sonhando — Sandro caiu em sua provocação, mas aposto que ele já sabia disso.
Sandro então pegou o chapéu de palha do Yamazaki e se afastou, pois Kengan estava logo à frente deles, confuso, talvez ele viu que Raynard já não estava mais ali.
— Cadê aquele desgraçado? Eu vim aqui para foder com a vida dele! — perguntou Kengan confuso sem saber para onde foi o Raynard.
— Ele foi dar uma voltinha, eu agora estou no lugar dele, vou matá-lo, e antes dele voltar — disse Yamazaki para Kengan sem um pingo de medo tentando-o provocar.
— Você? Só pode ser uma piada — disse enquanto ria da situação.
Yamazaki ficou em silêncio, pois ele sabia que aquele cara era um cabeça quente, e o silêncio é o seu pior inimigo.
— Sem nenhuma palavra é? Típico de pessoas como você — disse enquanto se aproximava de Yamazaki.
Após ele ficar a 80 centímetros de distância de Yamazaki, ele deu mais um passo. Uma grande rajada de corte no ar feriu seus braços, que por puro talento ele conseguiu prever e assim defendeu com os braços.
— "Limite da Razão, uma área em torno de 80 centímetros é formada, com seu foco ao máximo, os que atravessarem a área sofrerá um corte que pode ser fatal, o corte pode atingir a uma velocidade quase imperceptível" — pensou Sandro enquanto estava lá trás assistindo a luta.
— Mas que merda foi essa?! Seu merda! — gritou Kengan desesperado.
Yamazaki apenas deu um leve riso meio boca, provocando o Kengan para que ele saia de si, para que seja pego no ataque outra vez, porém ele colocou sua mão sobre o solo, o Yamazaki só percebeu por causa de sua posse, duas grandes lâminas de sangue surgiu embaixo de Yamazaki, fazendo-o saltar para fora daquela área o atingindo seu pé de leve. Mas foi o suficiente para deixar seu pé direito quase inutilizável, o desespero de Sandro foi o suficiente para quase fazê-lo ir para cima de Kengan.
— Não! Sandro, eu já falei que dou corda dele — gritou Yamazaki.
Sandro estava se segurando, parar e ir pra cima dele, mas Yamazaki interviu preferindo lutar sozinho, tudo que Sandro podia fazer, era assistir seu rival enfrentar um inimigo que ele não tem certeza de que irá ganhar.
— "Eu quero muito poder confiar no Yamazaki, mas se algo acontecer aqui agora, nossa promessa será em vão..." — pensou Sandro sobre a promessa que eles fizeram 4 anos atrás.
Assim que Kengan viu a abertura ele partiu para cima, e suas feridas no braço estavam cicatrizadas por causa de seu poder de manipular sangue. Ele partiu para cima do Yamazaki com duas lâminas de sangue nos braços, com os bons reflexos que Yamazaki tinha, logo sacou sua espada defendendo dos ataques e contra-atacando-o.
— Te apresento uma katana, a única arma existente assim neste mundo. Sacred Cut Kana, a katana com o maior poder de corte do mundo. — disse Yamazaki enquanto apontava sua katana para o Kengan.
— O QUÊ?! COMO VOCÊ POSSUI UMA ARMA ASSIM?! — disse em voz alta Kengan assustado ao ver sua espada.
— Não te interessa, venha, vou te partir ao meio.
Yamazaki se preparou em sua forma de base, esperando o Kengan avançar para cima dele, quando Kengan correu para cima do Yamazaki, a velocidade de Yamazaki aumentou de uma forma drástica, usando o seu poder de calor nos pés, o vapor que saia o fazia ficar mais acelerado, Kengan mal podia vê-lo, então cortes de todo o lado acertavam Kengan, ele não podia fazer nada além de ficar na defensiva.
Kengan parecia já aborrecido e no limite de suas provocações, mas ele nada poderia fazer naquele momento, ele mal conseguia ver o Yamazaki que o circulava e nem os cortes, após em um de seus surtos, uma poça de sangue se formou em sua volta, parecia que o sangue estava muito ácido. Yamazaki cauteloso, parou sua técnica de calor para não ser pego por aquele sangue.
— "Ainda bem que sou que estou enfrentando esse cara, talvez Raynard teria dificuldade com ele..." — pensou Yamazaki.
— Finalmente parou com seus cortes, hein? Parecia que estava sendo picado por mosquitos — disse Kengan se exibindo enquanto suas feridas se curavam com seu sangue perdido que estava no chão.
— "Merda, a cura desse cara... vai dar um trabalho" — perguntou Yazamki que estava planejando alguma coisa.
Enquanto Yamazaki e Kengan estavam se enfrentando. Sheyla e Silvia estavam em um lugar onde era perfeito para o plano dela.
— Silvia, você quer aprender a lutar? Assim você não vai ser jogada de fora novamente — perguntou Sheyla que estava sentada ao lado de Silvia num campo de flores.
— Bem... eu quero, mas você acha uma boa ideia eu me envolver nos problemas do meu irmão? — perguntou Silvia indecisa.
— Eu acho melhor você aprender a lutar, assim o Raynard não precisará ficar o tempo todo preocupado com você, assim ele poderá se concentrar mais nas lutas que virão.
Silvia pensou bem sobre o caso, e o que Sheyla estava dizendo para ela é a verdade, se ela puder treinar com a Sheyla, ela com certeza tirará um fardo de cima do Raynard.
— Você está certa... Sheyla, eu quero ficar forte como você, assim eu poderei lutar junto com meu irmão — Silvia disse essas palavras, seus olhos estavam brilhando como o reflexo da água.
— Arf... arf... — Yamazaki ofegante.
— Você é bem durão mesmo em espadachim, agora eu te declaro como um oponente a altura.
— Eu agradeço, mas eu não estou a sua altura. Você que não está a minha altura — disse Yamazaki debochando de sua cara.
— Você, vai se arrepender de ter batido de frente comigo, seu espadachim de merda.
O local já estava todo destruído, a cabana havia ficado em pedaços, e o Sandro ainda estava lá assistindo a luta, ele estava confiando em que o Yamazaki iria ganhar aquela luta, porque ele que duelava com o Yamazaki por 4 anos, enquanto duelavam todos os dias, eles se fortaleciam cada vez mais, adquirindo mais experiências em combate.
— "Eu não posso ser derrotado aqui, pelo meu objetivo, eu tenho que proteger minha família" — pensou Yamazaki em sua postura de combate.
11 anos atrás, Yamazaki estava em seu repouso com seus pais, até que seu lar foi atacado por outro clã rival daquela época, ele tinha 11 anos, sua casa estava em chamas e seus pais foram decapitados, quando ele tentou correr, uma flecha o atingiu nas costas e ele caiu no lago de sua casa, enquanto afundava um brilho surgiu no fundo dos lagos, quando ele recobrou a consciência ele acordou em Markora, uma cidade de Larcadia, sua ferida estava tratada, ele acordou em uma pequena cabana e não fazia ideia do lugar que estava.
— Ham?... Onde estou?... Ai... — se perguntou confuso enquanto levantava com dores.
— Ei... calma... você ainda não está totalmente bem. — disse uma mulher loira.
— Que lugar é esse?
— Você está em Markora, parece que perdeu a memória.
— Não. Eu tinha sido acertado por uma flecha, e depois cai num lago... — explicou enquanto colocava a mão em sua cabeça que estava doendo.
— Lago?... Não, eu te encontrei no meio da neve sangrando.
— Mãe! Cheguei! — disse um garoto loiro com os cabelos bagunçados, aparentava ter a mesma idade que Yamazaki.
— Oi filho, olha, ele acordou.
— Sério?! Oi... qual é o seu nome? — perguntou o garoto enquanto apertava a mão de Yamazaki.
— Hum... Eu me chamo Yamazaki e você?
— Eu me chamo Sandro... Que nome estranho o seu, legal!
— Você acha?
— Sim! Vamos ser grandes amigos!
3 anos depois, eles dois começaram a treinar entre eles mesmos, após muitos treinamentos eles viraram rivais um do outro, já que não conseguiam ganhar um do outro resultando apenas no empate.
— Eu um dia vou te derrotar! — gritou os dois um para o outro.
6 anos depois, os elfos vieram até a cidade de Markora para pegar os impostos do povo, mas a mãe de Sandro não estava muito bem, e ela não podia pagar naquele mês, Sandro e Yamazaki haviam saído para treinar, quando chegaram em casa, estava tudo em chamas.
— Mãe! Mãe! — gritou Sandro desesperado.
— Não! Sandro! Não se aproxime! Você vai acabar se ferindo — gritou Yamazaki o impedindo de se aproximar do fogo.
— Mas a minha mãe está lá! Eu preciso salva-la! — desesperado e com as lágrimas descendo, ele tentou se soltar do Yamazaki, mas ele não podia deixar Sandro ir.
— Sandro! Preste atenção! Nós temos que sair daqui! Foram os elfos que fizeram isso, tenho certeza! — gritou Yamazaki segurando Sandro com todas as forças.
— Os elfos que fizeram isso! Um dia eles vão pagar pelo que fizeram com minha mãe! — o olhar de Sandro era puro ódio e pura tristeza, parecendo com a pintura de lúcifer após ser expulso do céu.
Após isso Sandro e Yamazaki circularam pelo mundo atrás de vingança pelos elfos, Yamazaki planejava voltar para seu lado algum dia, mas ele acabou tendo uma nova família neste mundo. Sandro é a sua família.
Presente...
— Jamais iria perder para um cara como você, ainda tem muita coisa que eu quero fazer aqui — desabafou Yamazaki convicto de que iria vencer.
Neste momento ele fechou seus olhos, e concentrou toda sua energia chamada chakra, concentrado, ele abriu o portão da vida, ele naquele momento sentiu que podia evoluir mais, ficar mais forte, e proteger Sandro quando precisasse. Kengan veio para cima de Yamazaki depois de tantas provocações, ele criou uma espada feita de sangue e pulou para cima de Yamazaki como um louco, e ele ainda estava de olho fechado esperando o momento certo.
Quando Kengan pensou que partiria ele de cima para baixo. Yamazaki sumiu de sua vista usando sua velocidade com o seu poder de calor, ao aparecer do atrás de Kengan, ele girou com sua katana, cortando o Kengan verticalmente pelas costas, muito sangue jorrou do corte preciso.
— AAAAAAAAAA! — gritou Kengan de dor — Seu miserável! Você, você, eu vou te matar agora! — gritou enquanto foi para cima de Yamazaki com espinhos de sangue por todo o corpo.
— Você não sabe quando desistir nunca? — perguntou Yamazaki calmamente.
De certa forma, cada vez que Kengan se machucava, ele podia se curar, mas com um corte fatal como esse, demoraria muito tempo para cicatrizar, Kengan parecia que estava fora de si, por isso não conseguiria acertar Yamazaki, que pelo contrário, tinha controle da situação e estava calmo, este era seu jeito espadachim, por muito tempo ele sonhou em ser forte e provar o seu valor, este era seu momento.
Então no momento de fúria do Kengan, Yamazaki usou uma poderosa técnica que havia em seu arsenal.
— "Estilo calor: Cortes das mil folhas" — disse Yamazaki cortando o vento.
— "Então ele decidiu usar aqui? Esse Kengan, ele vai perecer aí..." — pensou Sandro, que estava mais relaxado assistindo a luta.
Uma enorme aura translúcida se formou em volta de Yamazaki, enquanto ele cortava o vento mil vezes, mas era tão rápido aos olhos de Kengan, que pareceu que ele apenas cortou uma vez, inúmeros cortes reluzentes no ar foram em direção ao Kengan que estava fora de si, pareciam que eram uma espécie vapor muito quente em forma de lâminas vagando pelo ar, quando os mil cortes tiveram contato com o corpo de Kengan que estava indo ao encontro deles sem saber, ele parou no meio do caminho, e caiu ajoelhado enquanto muito sangue espirrava por toda a parte, o seu corpo estava com inúmeros cortes irreversíveis, o vencedor desta batalha era o Yamazaki.
— Eu disse, você que não está a minha altura — disse Yamazaki a Kengan que lá estava ajoelhando ensanguentado.
Yamazaki parecia muito esgotado também, então ele se ajoelhou para tentar recuperar seu fôlego, quando ele se deu conta de olhar para cima, Kengan estava em sua cola inconsciente, mas o seu desejo de ganhar aquela luta estava maior, ele estava prestes a perfurar Kengan com sua lâmina de sangue, pronto para perfurar sua cabeça, mas Sandro interveio, parando seu ataque com sua lança, o jogando-o no chão.
— Eu não vou perder! Eu tenho que ganhar! Eu preciso ganhar! — gritava Kengan de uma forma desesperado, ainda inconsciente ele conseguia falar.
Ele gritava tão alto, que os pássaros voaram, dava para Raynard, Sig Wald e Delila escutarem de longe.
— "O que será que aconteceu lá?" — se perguntou Raynard enquanto olhava para trás.
— Este cara... é mesmo um monstro — disse Sandro perplexo com sua vontade de ganhar.
Kengan gritou que chegou a causar um espanto em seus inimigos, mas logo veio a desmaiar. Sandro impiedoso não deu seu golpe final, ele levantou Yamazaki nos ombros, e o levou até o lugar de encontro planejado com Sig Wald.
— Obrigado... por me proteger em meu momento de distração — agradeceu Yamazaki enquanto estava sendo carregado por Sandro.
— Aquela forma de ataque dele não foi nada honroso, eu jamais que deixaria meu irmão morrer assim... — disse Sandro enquanto Yamazaki adormeceu em seu ombro — Ei! Você!? Seu maldito, não durma enquanto estou falando — disse logo em seguida aborrecido por Yamazaki ter dormindo em seu ombro.
Em um campo de flores...
— Vamos Silvia, ainda não foi bom o suficiente, você tem que vir na intenção de matar o inimigo, dessa forma você não vai conseguir ferir nem uma formiga — disse Sheyla em forma de defesa para Silvia.
— Sheyla!... Eu não consigo!... Eu preciso descansar!... — disse Silvia ofegante enquanto limpava o suor de seu rosto.
Sheyla não podia dar tempo para ela respirar, pois só assim ela ganhará mais resistência, então Sheyla partiu para cima de Silvia mais uma vez, a acertando com um soco, mas Silvia conseguiu defender seu ataque e caiu no chão.
— Muito boa a sua defesa agora, parece que seu reflexo está melhorando — disse Sheyla com as mãos na cintura.
Silvia logo se levantou, cheia de entusiasmo disse:
— Vamos tentar de novo, eu sei que você não vai me dar tempo para descansar mesmo.
— Não, já está bom, conseguir defender um soco meu assim já é incrível — disse Sheyla surpreendida com Silvia — Agora vou te ensinar como se usa a aura — explicou em seguida.
— A aura?
— Sim, pra você aprender sobre a aura, seu corpo precisa ter um mínimo de resistência.
— Entendi... por isso esse esforço...
— Vamos, agora sente, e relaxe os músculos.
Silvia se sentou no chão junto com Sheyla, as duas fizeram em tempo real, a meditação é muito importante para poder manifestar sua aura e moldar seu estilo de poder, Silvia relaxou os músculos e respirou fundo.
Ilha de Torven
Topo da Montanha
— Não vamos chegar neste lugar nunca? — perguntou Raynard ofegante de tanto subir.
— Ahhh para, você já está reclamando? Estamos quase chegando, calma — respondeu Sig Wald ironicamente, ele estava se divertindo muito.
— Mas você disse isso 2 horas atrás — disse Raynard que acabou de parar pondo as mãos no joelho.
— Vamos Raynard, só mais um pouco, estamos chegando já — Delila tentando motivá-lo.
— "Meu deus... estão querendo me matar. Ham?" — disse enquanto olhava para frente ao ver uma enorme luz azul.
Vi grandes pilares de pedra em volta de um poço quadrado no meio que emitia uma grande luz azul do fundo, o bioma do lugar era diferente do de lá de baixo, o chão era coberto de neve, as árvores estavam secas, mas o mais estranho é eu ter sentido uma aura vindo de lá, uma aura com um poder além do que posso calcular apenas baseado em meu poder.
— Então Raynard, vou te dizer o que é aquilo, pela sua cara de palerma eu percebi que não sabe — disse Sig Wald caçoando da minha cara.
— Aaah! Para de falar assim — refutou Delila enquanto estava rindo disfarçadamente.
— Este poço é um portal, os pilares são o que sustentam o portal mesmo que não estejam ligados, assim que você cair aí, eu não sei o que vai lhe acontecer, é diferente com cada um, mas pelo visto eu estava certo, o portal reagiu a mim e também a você — explicou Sig Wald enquanto andava em volta do poço.
— Mas pra que serve isso? Você ainda não me disse do por que vim aqui.
— Este lugar te fará ser forte como nós, você já é alguém extraordinário, talvez será até mais que nós, aqui dentro você dominará seu aspecto.
— Conseguirei dominar meu aspecto aí dentro? — perguntei, eu estava me sentindo feliz e ao mesmo tempo temia pelo que iria ter que passar.
— Sim... após você entrar, você irá ter que enfrentar um inimigo muito perigoso, a forma dele será conforme a sua aura.
— Um inimigo? Conforme a minha aura?
— Sim, é necessário ficar mais forte que ele, assim você irá despertar seu poder do aspecto, mas não se engane, ele não será seu único inimigo.
Após ele me explicar isso eu tive uma noção de como vai ser, uma criatura conforme a minha aura? Hmm... Vamos ver a aparência dele, espero que eu consiga respostas do Dormin, e também do meu aspecto, só ficar forte não é o suficiente, eu tenho que ter o poder para obliterar qualquer um que estiver em meu caminho. Ham? O que deu em mim, eu nem sou de pensar assim...
— Escute Raynard, o tempo de lá é diferente do tempo daqui de fora, 1 dia aqui é igual a 3 meses lá, então não precisa se preocupar com a gente aqui fora e sua demora, pra nós vai ser um piscar de olhos, mas pra você... — explicou Sig Wald, ele parecia estar gostando da situação de poder me foder.
— "Menos mal..." então, eu não vou ter tantas preocupações... Diz a Silvia e a Sheyla que eu volto logo.
Então fui andando até o poço, fechei meus olhos e pulei. Enquanto eu estava caindo pude escutar o Sig Wald falando comigo, parecia que ele estava em minha mente.
— Raynard, a partir de agora você estará sozinho, o nome deste portal é Torven, ele foi um grande deus desta ilha. Agora vá e não seja dominado pelo seu aspecto, se ele dominar você totalmente, sua existência será apagad- — disse Sig Wald enquanto Raynard caía, e logo em seguida ele não escutou mais nada.
No treinamento de Silvia, ela aprendeu que a aura serve como observação, defesa, poder e magia, quanto mais forte for mais você terá capacidade para fazer essas coisas, então Silvia com seus olhos fechados, pode sentir tudo ao seu redor, e logo após um tempo Sheyla a mandou absorver a aura que estava ao seu redor, assim poderá moldar sua aura para a sua forma visível.
Logo depois foi possível ver a aura de Silvia se moldando. Sheyla observou que sua aura tinha um tom roxo com prata, e pediu para que Silvia mantenha o foco em absorver a aura e moldar a sua própria.
— Silvia, abra os olhos bem devagar.
Assim que Silvia abriu seus olhos bem devagar, ela tomou um susto ao ver seu corpo em volta de uma aura com tons roxos.
— Sheyla! Essa é minha aura? Eu consegui? — perguntou Silvia espantada.
— Sim, essa é sua aura, mas se mantenha concentrada. Ainda não está perfeita.
— Tá bom! — Silvia parecia que estava empolgada em ver sua aura pela primeira vez.
— "Essa garota, ela conseguiu alcançar tão rápido... ela vai ser uma pessoa formidável" — pensou Sheyla enquanto observava Silvia com seu rápido progresso.
Após Silvia conseguir deixar sua aura mais consistente, Sheyla se levantou e a mandou se levantar sem diminuir sua aura.
— Vamos, levante-se, mas não disfarça sua aura, você tem que conseguir se levantar sem desfazê-la.
— Tá bom, eu vou tentar.
Quando Silvia se levantou sua aura se desfez do nada.
— Eu falei pra você se manter concentrada. Vamos de novo.
Silvia se sentou novamente e personificou sua aura, então de novo ela tentou se levantar, após ela se levantar lentamente sua aura quase se desfez, mas ela conseguiu mantê-la, estava um pouco desequilibrada, mas ainda dava para ela manter.
— Silvia, agora eu quero que você corra em volta deste campo com sua aura ativa, se concentrar enquanto correr é essencial, não se esqueça.
— Tá bom, eu vou tentar — Silvia se esforçava muito para manter ativa naquele momento.
— "Desse jeito ela vai se defender sozinha" — pensou Sheyla caso ela tenha que sair de perto de Silvia.
Silvia ficou dando inúmeras voltas no campo cheio de flores, tinham momentos em que sua aura se desfazia, mas rapidamente ela contornava a situação, até que teve um momento em que ela conseguia dar 10 voltas sem desfazer a sua aura, mesmo cansada não diminuía.
— Então Silvia, está bem mais fácil manter a aura agora né? Parece que se tornou algo natural de seu corpo.
— Agora que você disse é verdade, não preciso focar minha concentração toda nela, ela apenas está aqui.
— Que tal agora lutarmos hum? Vamos ver se você consegue lutar melhor comigo.
Enquanto as duas estavam treinando, o dia logo virou noite, Sandro e Yamazaki haviam alcançado o topo da montanha.
— Sandro! Yamazaki! Então você conseguiu derrotá-lo? — perguntou Sig Wald preocupado.
— Sim, o Yamazaki conseguiu, mas ele está mal... ainda está dormindo — respondeu Sandro pondo o Yamazaki deitado no chão.
— Deixe comigo, eu tenho poderes de cura também, eu cuido dele — disse Sig Wald enquanto colocou uma barreira verde em volta do Yamazaki.
— Sério! Você pode fazer isso?! Você é mesmo impressionante, obrigado, obrigado — agradeceu Sandro espantado com Sig Wald.
— "Sot" — disse Sig Wald enquanto curava Yamazaki dentro da barreira.
— Muito obrigado, de coração, se esse otário morresse, eu não sei o que seria de mim — disse Sandro com lágrimas nos olhos.
— Mas vocês não são rivais? — perguntou Sig Wald.
— Sim, mas também somos irmãos.
— O quê?! Vocês são irmãos?! Ouviu isso Delila, eles são irmãos?!
— Sim... sim... eu ouvi — Delila estava meio estranha neste momento.
— Então esse tempo todo...
Depois disso, Sandro contou sobre sua infância com Sig Wald e também sobre o que os elfos lhe causaram.
— Esse filhos das putas, eles não vão parar nunca até não restar mais nada, por isso vamos dar um fim neles, eles causaram muito mal para o Raynard também, o Raynard é meio estranho... ele não parece sentir rancor de uma coisa por muito tempo, por mais que lhe cause tanto mal no momento... — desabafou Sig Wald sentado em volta de uma fogueira que eles criaram.
— Entendo... então os elfos também arruinaram com a vida dele, o Yamazaki apareceu do nada, ele é um irmão de consideração, porque ele simplesmente surgiu no meio da neve, ele estava machucado, com uma flecha nas costas, minha mãe o achou quando eu tinha 11 anos, e cuidou de sua ferida, daí nos tornamos grandes amigos — explicou Sandro enquanto mexia na fogueira com uma vareta.
— Do nada? Como assim?
— Sim, como o fogo sabe?
— Estranho... — disse Sig Wald pensativo.
— Aliás, cadê aquela mulher e aquela garota? — perguntou Sandro sobre Sheyla e Silvia.
— Boa pergunta, Sheyla a havia levado para algum lugar, desde que ela esteja com a Sheyla está tudo bem.
— Realmente, essa mulher é assustadora.
Silvia e Sheyla não voltaram para a cabana da Delila, pois elas não sabem como estava a situação, então resolveram descansar no campo mesmo, Silvia estava muito cansada de seu treino, principalmente na parte de ter de enfrentar Sheyla.
— Vem, deita aqui, agora descanse, amanhã teremos mais — disse Sheyla deixando Silvia deitar sobre suas coxas.
— Tá bom, o que será que meu irmão está fazendo agora?
— Eu não sei, não consigo mais sentir sua aura, desapareceu do nada.
— Será que aconteceu alguma coisa com ele?
— Duvido muito, não consigo vê-lo perder uma luta, ele é uma pessoa muito forte — Delila estava confiante falando sobre o Raynard.
— Tá bom... espero ver... ele… log- — enquanto falava Silvia adormeceu sobre as coisas de Sheyla.
A fogueira ali acesa, ao meio de um campo aberto, duas pessoas, era um ótimo cenário para algum predador aparecer para se "apresentar", mas acho que Sheyla causava medo até nos piores inimigos, então ela pôde descansar, mesmo que seja um pouco, ela adormeceu um pouco, mas após acordar no meio da madrugada, ela viu alguma coisa entre as árvores, um ser esguio com uma cabeça redonda em chamas, talvez ela estivesse vendo coisas por causa do sono, assim que ela piscou não havia mais nada lá.
— "Acho que era coisa da minha cabeça mesmo... eu preciso realmente descansar, mas é casa situação que me aparece..." — pensou Sheyla com seu estado mental esgotado.
Após isso ela adormeceu novamente, ela só acordou na manhã seguinte, enquanto ela piscava ao acordar, ela não sentia nenhum peso em suas coxas, desesperadamente ela olhou em volta e viu Silvia treinando golpes com sua aura ativa, foi um alívio ver que não lhe aconteceu nada.
Em algum lugar do mundo
— Roth, Koli, venham aqui, eu preciso conversar com vocês sobre uma coisa — chamou as duas garotas gêmeas um homem alto, média por volta de 2 metros e 80 centímetros, era bem definido, seu cabelo ia até a nuca, de coloração castanha escura, ele tinha uma pele morena.
— Sim pai? — respondeu Roth.
— Diz meu pai? — respondeu Koli.
As gêmeas tinham traços de uma tribo bem antiga, seus cabelos eram trançados, Roth tinha o cabelo castanho claro quase ruivo, e Koli tinha o cabelo castanho escuro quase preto, uma tinha um machado em suas costas, e a outra usava uma espada com gravuras nela.
— O pai irá precisar sair, vou ter que ir visitar um amigo, querem vir comigo? — perguntou o homem alto.
— Sim pai! Eu quero! — respondeu Roth
— Quero pai! — respondeu Koli enquanto pulava de felicidade.
Ilha de Torven
Campo de Flores
— Vamos Silvia, vamos começar com o treinamento — disse Sheyla amarrando uma bandagem em suas mãos.
— Certo!
As duas se preparam para se confrontarem novamente, Sheyla foi para cima de Silvia, mas agora ela estava um pouco mais séria do que o normal, ela tentou acertar um soco na Silvia, mas Silvia rapidamente conseguiu ver atrás de seu soco, assim conseguindo se esquivar e dando um contra-ataque, porém Sheyla segurou o seu soco rapidamente jogando-a no chão.
— Então finalmente você está revidando — disse Sheyla feliz com seu progresso.
— Não posso ficar aqui para sempre né?
— Isso mesmo — respondeu com um riso no rosto.
Após Silvia se levantar um outro round de iniciou, Sheyla novamente foi para cima de Silvia, mas Silvia tinha algo em mente, pois ela já viu este ataque inúmeras vezes, ela parecia estar estudando os movimentos de Sheyla, após Sheyla se aproximar bastante dela dando golpes, Silvia conseguiu se afastar espantando Sheyla, logo em seguida ela e aproximou com um ataque, sem muito o que fazer Sheyla só teve tempo de defender, mas o ataque pareceu tão forte que foi capaz de jogá-la para alguns metros de distância mesmo defendendo.
— "Isso Silvia, é assim que se faz! Aiiiiii! Que felicidade!" — Sheyla estava pulando de felicidade por dentro.
— Vamos de novo, Sheyla — pediu Silvia motivada.
— É claro!
Então as duas estavam lutando em sincronia, mas o que Silvia não sabia ainda, era manipular suas técnicas de magias, então Sheyla a pegou de surpresa.
— Técnica de socos velozes: Soco dos ventos — Sheyla começou a aumentar a velocidade de seus socos, mesmo que um pouco fracos, eram imperceptíveis para Silvia. Ela só conseguiu defender, os socos faziam a vegetação que ali estavam sumir rapidamente, as sequências de socos eram tão velozes que formavam correntes de ar em volta. Assim que acabou os braços de Silvia ficaram um pouco inchados.
— Me desculpe, você está bem, eu me empolguei um pouco — disse Sheyla correndo em direção a Silvia.
— Está tudo bem... eu estou até um pouco feliz, por ter conseguido aguentar esse ataque seu — disse Silvia com um leve riso.
— Tudo bem... já que você está pedindo.
Então novamente as duas começaram a trocar golpes, mas Silvia notava que estava lhe faltando uma coisa, ela não tinha aprendido sobre nenhuma técnica ainda.
Quando as duas pararam para dar um intervalo, Silvia perguntou para Sheyla quando ela iria aprender magia.
— Sheyla, quando eu vou aprender a criar técnicas como todo mundo?
— Técnicas... eu acho que você ainda não está preparada pra isso, sua aura é muito leve para você poder criar uma técnica poderosa ainda...
— Mas, por favor... me ensina... eu quero tanto ter o meu próprio poder — implorou Silvia a Sheyla.
— Hum... Talvez com você seja diferente por ser uma anima, não custa nada tentar, primeiro você precisa encontrar seu fluxo de energia dentro de você, após isso tente moldar uma forma de como será esta energia.
— "Fluxo de energia... eu consigo senti-lo, mas o que irei moldar?" — em seus pensamentos, logo após ela teve uma grande ideia — "Já que sou metade aranha, que tal eu usar teias como meu poder?"
Sheyla estava assistindo Silvia moldando seus próprios poderes, até que ela conseguia ver teias em volta de Silvia, ao tocá-las ela percebeu que não eram teias normais, estavam parecendo com um fio parecido com aço.
— "Entendi do porque sua aura parece ser leve, este seu poder precisa de uma grande concentração, e uma aura densa jamais iria conseguir moldar algo tão imperceptível e resistente desse jeito, essa garota é um gênio!" — pensou Sheyla com as mãos no queixo.
Cada vez que ela ia sabendo mais sobre a aura e a magia, mais as teias ficaram resistentes e fortes, Sheyla achava que aquilo serviria como um suporte tanto quanto uma técnica letal assassina, podendo dilacerar inimigos em instantes. Assim que Silvia abriu os olhos viu as teias em volta de sua aura, ela não parecia surpresa, pois era o que realmente ela queria que acontecesse.
— Sheyla, já que sou um demi-humano, por parte das aranhas, eu pensei de primeira em teias, mas parece que elas são diferentes das teias normais, não é? — perguntou Silvia cercada de teias finas, mas resistentes.
— Você fez muito bem, eu nunca tinha visto uma técnica assim, aposto que quando você a dominar, você vai ser uma pessoa excelente na arte de assassinar.
— Bom... eu acho que sei muito bem como manipula essas teias, aliás eu sou uma aranha, e isto é da minha natureza, o que eu fiz foi apenas reforça-la a outro nível, mas parece que superou as minhas expectativas... — disse Silvia com seriedade nos olhos.
— É... verdade, então você apenas às reforçou... — disse Sheyla ao ver a técnica inovadora de Silvia.
— Sheyla, eu vou treinar sozinha até eu poder movê-las melhor, eu não quero machucar você, não estou te desmerecendo nem nada disso, é por eu não ter totalmente o controle, entende? — Silvia estava com seus olhos transmitindo uma grande vontade e motivação, fazendo Sheyla deixá-la à vontade.
— Tudo bem... você está certa, pode ir treinar um pouco sozinha, aliás você precisar se conhecer também — Sheyla disse com um sorriso meia boca, mas estava disfarçando sua preocupação.
Silvia foi para o meio da floresta, era um canto um pouco mais afastado do campo onde elas estavam.
— Parece que ela realmente cresceu... — disse Sheyla seguido de um riso.
Suas habilidades com a teia aumentavam gradualmente conforme ela atacava aos ares. A teia era tão forte que conseguia cortar árvores como papel, e tão imperceptíveis que quase eram transparentes. Ela golpeava em seguidos de giros nos ares e facilmente conseguiu manipulá-las, formando um campo de teias em volta de seu corpo, suas teias conseguiam ir a uma distância de 10 metros, pode parecer pouco para simples teias, mas para a suas que cortavam como papel era o suficiente pra matar um inimigo a essa distância sem saber a causa.
A medida em que ela treinava com sua técnica. Ela acabou pensando em um nome perfeito para fazê-la, "Mantirscorpse", quando ela pensou nesse nome veio em sua cabeça uma mistura de marionetes e corpos, talvez ela esteja pensando em aprimorar ao um ponto em que possa controlar as pessoas, por um lado isso é uma coisa bem sombria vindo dela, mas não podemos negar seu carisma como aracne.
Então ela resolveu dar uma descansada, após seu treinamento intenso, a alguns metros dela há um lago em que ela possa tomar um banho, então ela foi abrindo caminho com o amontoado de galhos que tinha em sua frente com suas mãos, neste dia estava tudo tão verde, mas ao olhar para o lago à distância, ela se depara com um ser um tanto sombrio, ele parecia estar distraído, o dia estava bem ensolarado, iluminando toda a floresta, mas ao olhar para ele, ela percebeu que ele não fazia parte deste lugar, sua cabeça de abóbora parecendo que estava em chamas interiormente, seu corpo parecendo que foi feito com os galhos das árvores, lá estava ele, agachado olhando seu reflexo na água, com sua enorme foice e com os longos braços finos apoiados nos joelhos.
— Parece-estar-com-medo-menina... — disse o ser esguio que havia percebido a Silvia de longe enquanto olhava seu reflexo, sua voz travada e abafada, com um tom assustador.
— Não... — respondeu Silvia travada de onde ela estava.
O ser virou sua cabeça de abóbora até a Silvia e sem perceber, ele surgiu na frente de Silvia, seu tamanho era três vezes o dela, ele teve que olhar para baixo, por causa de seu tamanho, e os seus olhos em chamas transmitiam muita dor e sofrimento, o suor de Silvia estava gélido, mas ela não estava com medo da criatura, ela estava sentindo uma empatia por ele, ela se sentia diferente e ele transmitiu essa sensação para ela, o ar no cenário estava carregando as flores pelos ares.
— Você-es-como-eu-sou-pequena-menina — ele olhava para ela imóvel enquanto dizia essas palavras, o cenário estava tenso.
— Como assim?... Eu não compreendo... — disse Silvia sem entender o que ele queria dizer.
Após ela fazer esta pergunta, a chama de sua cabeça de abóbora cessou e seu corpo ficou com um tom cinza, e ele continuou naquela mesma posição, imóvel olhando para ela, sem dizer mais nenhuma única palavra.
— Você está aí?... — Perguntou inocentemente Silvia.
Ela fez esta pergunta, mas o ser esguio já não estava mais lá, de alguma forma, sua consciência já não habitava mais aquele corpo ali que parecia estar se apodrecendo aos poucos. Então Silvia resolveu tocá-lo, mas nenhuma ação havia exercido o ser esguio, logo ela percebeu que ele não estava mais ali, o cenário pareceu voltar ao normal, tudo em constante movimento.
Após este magnífico evento e também um tanto assustador, o corpo do ser se deteriorou transformando-se em folhas secas, com certeza Silvia não tiraria isso da cabeça nunca, algo assim nunca chegou a acontecer com quase ninguém no mundo, depois disso ela foi andando em direção ao lago para tomar seu banho.
Continente de Markind
Rin deJanari
— Senhor, nossas tropas estão tendo muitas baixas, os homens feras são mais poderosos de como imaginávamos — explicou a situação para o imperador elfo. Shamar.
— A quantos quilômetros estas o reino de vosso inimigo? — perguntou Shamar ao seu conselheiro ainda sentado em seu trono.
— 500 quilômetros senhor, não me diga que o senhor estás planejando... — olhou o conselheiro para o imperador suado.
O imperador Shamar é um elfo que detém de muita magia, alguns dizem que ele recebeu o poder de deus, e outros o poder do diabo. Shamar estendeu suas mãos aos céus embaixo do teto de seu castelo, ele era tão confiante de si mesmo que nem se levantou de seu trono. Seus grandes cabelos prateados, e sua pele lisa que parecia que nunca foi tocada, sua aparência era bem inocente para uma pessoa como ele.
— "Hakkjat Kottar" — citou o elfo imperador. Palavras rúnicas, se formaram em volta de suas mãos, então uma luz foi enviada aos seus passando pelo seu teto, como se fosse algo intangível.
— Senhor... esse poder, vai matar até às nossas tropas — disse o conselheiro elfo.
— Não me importa, eu posso mandar mais tropas depois. Agora traga aquela garota até aqui.
— Sim senhor... tragam a elfa Louise até o castelo, o imperador quer falar com ela.
Dois soldados elfos foram buscar Louise em sua casa para trazê-la ao castelo, assim que ela chegou sendo segurada a força pelos soldados elfos.
— Muito bem garota, eu descobri que você o encontrou, o aspecto da paz — disse para Louise que estava nas mãos dos guardas.
— Agora, por favor, faça o que você me prometeu... — Louise estava bem mal, ela parecia estar noites sem dormir.
— Claro... claro... libertem a família desta pessoa — ordenou Shamar.
— "Raynard... me desculpe... eu espero que você esteja vivo... me perdoe... Me perdoe..." — Louise estava chorando enquanto pensava no Raynard, ela não sabia se ele estava vivo, mas ela crê que ele possa estar vivo e bem.
— Filha! — gritou os pais de Louise.
Os pais de Louise foram ao seu encontro para abraçá-la, mesmo contente por poder rever seus pais, Louise também chorava de tristeza por ter deixado o Raynard e abandonado seu mestre por seu objetivo, que era libertar seus pais.
Continente de Markind
York
A guerra entre elfos e homens feras era árdua, mas os homens feras levaram a melhor pelo seu porte físico robusto e seus instintos de animais, porém ao olharem para o céu, ele ficou meio esverdeado, e a chuva começou a cair, assim que a chuva os tocou suas peles começaram a se corroer, tanto dos elfos quanto dos homens feras, todos foram acertados, e tudo ao redor começou a derreter, crianças, mães, idosos, pais, todos foram pegos pela chuva ácida, o povo que estava evacuando a cidade enquanto a guerra era travada, começaram a morrer por conta dessa chuva.
— Senhor! Precisamos fugir daqui! Pelo menos o senhor tem que viver! — disse um grande homem fera parecido com um lobo cinzento.
— Não! Eu tenho que ficar! Se formos morrer, que eu vá junto! — disse seu líder.
— Mas senhor, você tem que viver! Corra daqui!
— Merda! Eu não vou conseguir carregar o peso do meu povo morto!
Eles estavam embaixo de uma casa de madeira, mas logo o teto começou a se correr e eles não tinham tempo para ficar discutindo.
— Senhor Thunder, por favor... o senhor é o único que pode carregar este peso e se reerguer... — disse o grande lobo cinzento.
— Merda! Eu juro que irei vingar vocês, eu vou destruir todos os elfos! — jurou Thunder enquanto deixava seu vice-líder para trás.
— Vá... e encontre pessoas fortes o suficiente como o senhor, e destrua aquele império de filhos das putas.
Enquanto o vice-líder Kaz corria pela cidade para entrar nas linhas de frente, seu pelo derretia, mas nenhum dos homens feras recuaram, pelo contrário, eles avançaram mais ainda contra as tropas dos elfos que estavam fugindo por conta da chuva, enquanto ele corria ele viu o que a chuva estava causando, crianças feras mortas, idosos, mulheres grávidas, tudo aquilo o encheu com um imenso ódio, que nem a dor o estava afetando, assim que ele chegou nas tropas das linhas de frente, ele viu que os elfos morreram e alguns conseguiram fugir, mesmo com toda a chuva os matando, eles se vangloriaram de sua vitória contra os elfos.
"AAAAAAAAA!!!!! A VITÓRIA É NOSSA!!!!" Gritaram os homens feras se deteriorando, mesmo seu povo morrendo, se sentiram um povo vitorioso.
O povo do homens feras, os lobos cinzentos, gritaram pela sua vitória contra os elfos, mas foram a ruína pelos mesmos, foi uma glória honrosa. Seu líder Thunder escapou carregando todo o peso de seu povo, ele não fugiu por medo, mas sim por ser uma nova esperança de seu povo para se reerguer, porém seu orgulho estava ferido por fazer tal coisa.
— Senhor Shamar, aquele clã de monstros fedorentos foram eliminados, graças ao seu poder, e também algumas tropas retornaram vivos.
— Muito bem... Agora, vamos levar a guerra até aqueles que nos dão tanto trabalho... Um dia o mundo todo será governado por nós, elfos.
— "Ainda é muito cedo para isso, primeiro você precisa dar cabo deles seu inútil" — disse uma sombria voz em sua mente.
— "Sim senhor, meu único Deus"
Uma voz um tanto misteriosa se conectou com o imperador elfo Shamar, uma força superior e muito mais forte.
Polos
O lugar mais gelado do mundo
— Parece que estão se movendo... — um homem pálido como um cadáver usando uma armadura negra velha e uma capa rasgada, como tal pessoa resiste a um frio assim?
Este homem que aparenta ter 40 anos vagava pelas terras mais gélidas do mundo, o continente de Polos é o mais perigoso dentre deles, ele vaga sozinho em direção a um grande iceberg, ele andava pela água que congelava a todo passo que ele dava, ao chegar no iceberg parecia haver um tipo de entrada, lá era seu repouso, sozinho, e num lugar vago, não havia ninguém, nem nada muito especial, apenas o velho homem com uma armadura velha.
Continente sombrio
O continente sombrio é um lugar muito perigoso, quase todos que ousaram pisar lá morreram, mas lá estava uma mulher com uma reluzente armadura e sua espada, ela parecia uma valquíria, estava sendo acompanhada por um guia do continente sombrio, o mar era negro e em seu barco ele a guiou para fora de lá, assim que saiu de lá, ela voltou com um cordão de almas, todas as almas presas naquele lugar foram libertas após ela quebrar este cordão fora deste continente.
— Finalmente, pude salvar essas pobres almas. Parece que ele está acordando, espero encontrá-lo logo, paz — disse a mulher com a reluzente armadura contente.
Assim que ela saiu de lá, a mulher foi andando até pelo deserto que separava Larcadia e Pharot, ela foi em direção a Pharot, onde vivem os seres de pedra. Os Hasuns, um povo rico de cultura, todos tinham uma brilhante pele negra e pedras em algumas partes do corpo, eles eram prósperos, e exerceram um grande papel importante na história do mundo, dizem que lá que se iniciou a magia e a aura, pois foi um local concentrado na luta do início do mundo, os gigantes contra os dragões, suas lutas durante gerações, criaram montanhas e oceanos, mas os dois foram extintos a muito tempo, dizem que a espada de um gigante chamada Excalibur, ainda está escondida pelo mundo.
Há teorias de que o grande dragão ancião também está adormecido em algum canto do mundo, talvez possa já estar morto.
— Eu preciso encontrar umas das 5 relíquias do tempo... — disse a mulher enquanto vagava pelo deserto.
As 5 relíquias do tempo... são as 5 mais poderosas armas do mundo, ninguém se sabe onde estão ou com quem estão, mas quem as tem, com certeza a pessoa pode se tornar como um deus, as armas foram criadas a partir de 5 grandes pessoas consideradas divindades no planeta, eles antes de partirem se selaram dentro de armas, às dando grandes poderes de quem as obtiverem.
Em algum bar qualquer do mundo...
— Aaaaa!! Essa bebida é do caralho! — disse um garoto de longos cabelos bagunçados vermelhos, sua pele era parda, e era um pouco musculoso, não tinha nenhuma veste de cima, apenas uma calça e uma bota, e uma enorme espada enrolada com panos brancos.
— Eu quero outra! Traga essa porra! Hoje vou me matar de tanto beber! — gritou o garoto para o barman.
— É pra já, mas você não é muito jovem para beber assim? — perguntou o barman.
— Aaaaa, não fode! — refutou o garoto.
O barman logo se calou e deu mais bebidas para o garoto rebelde.
— Parece que ele está acordando, acho ir melhor eu dar um "oi" para ele — o garoto saiu com a bebida na mão para fora do bar, rindo igual um louco na madrugada de uma cidade calma.
Seus dentes parecidos com tubarão, e sua aparência parecida com a de um demônio, seus dois chifres, ele era quase um demi-humano, ele saiu andando pela cidade, caindo para lá e para cá, mas ninguém ousou mexer com ele, sua aparência os espantava, por parecer com um demônio.
Ilha de Torven
Topo da Montanha
Yamazaki já havia acordado e aquela confusão de manhã continuava, Sandro e Yamazaki discutindo enquanto Raynard não estava presente.
— Eu posso estar mais ou menos, mas eu consigo acabar com sua raça aqui — disse Yamazaki.
— Pode tentar a sorte, seu "Machucado" entendeu? Machucado? — Sandro fez uma piada tão ruim que até Yamazaki riu.
Delila e Sig Wald decidiram descer para ir ao caneca furada, então Yamazaki e Sandro logo foram atrás, pois ele não sabiam quando Raynard iria voltar, eles tinham certeza que caso ele volte e eles não estivessem lá, eles estariam no caneca furada, então desceram a montanha. Silvia e Sheyla se preparavam para voltar também, seus treinos já haviam acabado, então elas foram ao encontro dos outros 4, mas assim que eles voltaram como o previsto, o corpo de Kengan não estava lá na cabana da Delila.
— Eu sabia que deveria ter dado um fim naquele cara... — disse Sandro amargamente arrependido.
— Eu te falei seu songa monga, você deveria ter matado ele, sorte que eu desmaiei — murmurou Yamazaki para Sandro.
— A não enche, você também não o teria matado.
— Claro que o mataria, você tem um coração de manteiga, já eu tenho um frio e calculista.
— Você? Frio e calculista? Você não sabe nem contar até 10.
— Claro que eu sei, esqueceu? Quem não sabe disso é você.
Sandro se aborreceu e enquanto andavam, ele ficou contando até 10 atrás deles.
— 1...2...3...1... Aaaarg — Sandro contava atrás dos 3.
— Eu falei, ele não sabe — sussurrou Yamazaki para Sig Wald.
Os dois começaram a rir disfarçadamente do Sandro enquanto tentava contar até 10.
— Tadinho, não riem dele — disse Delila.
— Mas você também está se segurando para não rir — disse Sig Wald olhando para a Delila segurando seu riso.
Então os três caíram na gargalhada vendo o Sandro tentando contar, Sandro descobriu e logo se aborreceu com os três. Ao chegarem no bar caneca gelada, Sheyla estava lá na mesa do santo de sempre sentada com a Silvia.
— Nossa, já faz uns dias que não nos vemos — disse Sig Wald indo em direção a mesa delas.
— É verdade... — respondeu Sheyla tomando sua bebida gelada.
— Opa, quando tem rapaziada — disse Sandro com o pessoal do bar.
— Conseguiram se resolver? — disse um homem sentado em umas das mesas.
— Ainda não, mas um dia dou uma surra nesse cara — respondeu Sandro convencido.
— "Me dar uma surra... Vai sonhando" — pensou Yamazaki enquanto tomava sua bebida.
Assim que Sig Wald olhou para Silvia, seus olhos se arregalaram, ao ver tal desenvolvimento em pouco tempo, ele de longe notou sua aura despertada e forte.
— Sheyla... o que você fez com essa garota? — perguntou Sig Wald curioso ao ver a aura de Silvia.
— Apenas tirei um tempo para treiná-la, ela não podia ficar sendo protegida o tempo todo.
— Bem... É verdade, mas tão jovem e já ter uma aura assim... É impressionante.
— Porque você ainda não viu sua técnica...
— Técnica, mas já? Estou curioso para saber o que é.
— Uma hora vou te mostrar tio Sig — disse Silvia.
— Oun, ela me chamou de tio, ouviu?
— Silvia, não de confianças para esses tarados.
— Mas, mas.
— Sem mas.
Sig Wald ficou mal depois dessas palavras que ele não escutava a algum tempo e foi até Delila, pois era a única que não o maltratava.
— Lá vem você com essa carinha de cachorro abandonado de novo né? — perguntou Delila.
— O QUÊ?! ATÉ VOCÊ ESTÁ ME TRATANDO MAL?! — gritou Sig Wald com lágrimas escorrendo em seu rosto, logo foi até Sandro e Yamazaki para beberem juntos.
— Esse cara não toma jeito mesmo...
Após toda essa bagunça, os 3 mais bagunceiros ficaram bêbados.
— Aí... mano.... será que o Raynard vai voltar bem? — perguntou Yamazaki.
— Eu... acho que sim, aquele lugar.... transforma as pessoas, tá ligado? — respondeu Sig Wald com a cara inchada de tanto beber.
— É... tô ligado...
— Estão falando sobre o que porra? — perguntou Sandro.
— Não... te interessa... — refutou Yamazaki.
Novamente os dois se levantaram para travar um duelo, mas eles estavam tão ruins que caíram bêbados no chão, quando Sig Wald olhou para baixo os dois estavam dormindo no chão do bar.
— Eu... vou entrar... nessa também... — Sig Wald caía lentamente no chão bêbado.
Antes que as 3 pudessem dar conta, os 3 estavam dormindo no chão do bar.
— Esses 3 parecem umas crianças... — disse Sheyla a Delila.
— Verdade, eles só dão trabalho, rumf.
— Parece que o Raynard é o mais adulto entre eles.
— Concordo com você.
— Agora temos que tirar eles daqui e levá-los a cabana.
— Só dão trabalho...
— Deixa comigo — se voluntariou Silvia.
— Ham? O que você vai fazer? — perguntou Delila.
— Só observe.
Silvia os enrolou em suas teias fortes e assim conseguiram arrastar eles até a cabana e os deixarem dormindo no chão mesmo.
Todos eles estavam à sua espera, mas ninguém sabia se ele iria realmente voltar, ninguém sabe o que está acontecendo com ele lá dentro, mas todos tinham a mesma certeza, o Raynard ele não vai voltar o mesmo de sempre, talvez até seja o mesmo Raynard um pouco, mas pelo que o Sig Wald disse, todos que vão para um "Gate de Progressão" volta mudado após descobrir sobre seu eu interior.
— O quê?! Ham?! O que é isso?! — disse Sig Wald enrolado com teias, mas ele não conseguia se soltar.
Mesma coisa os Sandro e Yamazaki que ficaram rolando pra lá e pra cá sem conseguirem se soltar.
— Mas o que, que fez isso, que teias são essas?
— A, me desculpem, eu esqueci de desfazer ontem a noite... — disse Silvia após se aproximar deles.
— Então, esse é o seu poder?
— Sim...
— Eu achei incrível, eu pude sentir o quão forte pode se tornar! — disse Sig Wald empolgado.
— É verdade? Você gostou?
— Sim, é incrível!
— Obrigada!