A Coroa Perdida
Capítulo 7:
"Ou pagamos em dinheiro, ou com a vida."
Então chegou o dia em que um dos mercenários mais fortes do mundo chegará na capital, fui até a Mercenarie's End e lhes avisar que aquele cara está vindo a capital, acho melhor avisar o chefe e também perguntar o que aquele cara irá fazer aqui.
— Chefe Ron! Um dos mercenários mais fortes do mundo virá para a capital hoje, o que faremos?
— Não se preocupe Raynard, eu já o senti, não sei te responder, esses caras fazem o que querem da vida, mas se acontecer algo, não o enfrente, você não imaginar o poder que um desses caras tem Raynard.
— Chefe, me desculpe, mas se ele realmente fez o que estou pensando, eu não vou me segurar.
— Raynard... Você não faz ideia da força que ele tem, será um suicídio.
— Chefe, eu já me decidi, me perdoe se por vocês em risco.
— Esse moleque é um cabeça oca mesmo — pensou Ron suspirando — Faça o que você bem entender então — disse logo em seguida.
Em seguida saí de sua sala, eu deixei novamente Silvia com a Sheyla, eu não poderia deixar a Silvia em perigo, minha cabeça já está cheia demais.
— Aquele moleque... Ele é realmente uma pessoa intrigante... — disse Ron com si mesmo.
Enquanto estavam todos conversando normalmente na organização, o mercenário chegou, pude sentir sua aura que era esmagadora, então corri até o chefe para avisá-lo.
— Chefe! Ele chegou!
— Eu sei, essa aura... Tenho certeza que é ele, Sylas o Carrasco.
— Sylas? — perguntei furioso.
— Sim, ele é muito perigoso, é um maníaco sádico, ele é muito perigoso Raynard, o Arthuro fez a sua escolha e ele sabia que iria lhe acontecer isso.
— Não me importo! O Arthuro ele, ele é um grande amigo meu e eu não vou perdoa-lo! — gritei com o chefe Ron.
— Quer saber moleque, chutei o balde, faça o que você quiser, Mas as suas ações tem consequências, Que você fique ciente disso.
— Sim! Eu vou fazer, o que vocês não tem capacidade para fazer, de proteger um amigo que você mesmo acolheu, eu vou derrotar aquele filho da puta.
Saí com muito ódio da organização, aguardando o Sylas, enfim consigo vê-lo, ele era muito alto, era meio pálido e um cabelo carmesim escuro, meio bagunçado até, e realmente ele tinha uma cara de ser sádico, só de olha-lo já sinto ódio, vejo-o andando despreocupadamente, muitas pessoas ao seu redor estavam se afastando, até que ele olhou para mim e veio em minha direção, eu fiquei em pé, exatamente na direção da porta, assim que ele veio até mim sua expressão facial mudou, ele parecia intrigado comigo.
— Você foi o cara que completou uma missão Rank-S? — perguntou Sylas com os olhos grandes olhando para mim.
— Sim, foi eu, por que?
— Uau, um novato como você, parece ser formidável.
Me mantive em silêncio.
— Bom, foi muito bom ver você com meus próprios olhos — disse Sylas aproximando seu rosto perto do meu — E é muito feio espionar as pessoas sabia? — disse bem baixo logo em seguida.
Em seguida ele se afastou e abriu as portas, parecia que ele tinha algo para resolver lá dentro, até que eu o perguntei onde estava o meu amigo.
— Ei, o que você fez ao meu amigo Arthuro?
— Aquele que eu o encontrei no caminho? A ele foi para algum lugar — disse Sylas de um jeito desconfiável.
— Esse cara está mentindo, eu consigo notar isso apenas pelo seu jeito de falar, esse filho da puta... — pensei.
Sylas entrou dentro da organização, todos os mercenários que estavam lá levantaram e saíram da organização enquanto ele andava em direção a sala do chefe Ron.
— Ainda bem que a Sheyla está com a Silvia em sua casa, se acontecer algo aqui não quero envolver as duas — falei comigo mesmo.
Entrei na organização e me sentei em um banco até que comecei a escutar o chefe gritando com o Sylas, então vejo ele saindo da sala do chefe com um grande riso medonho no rosto, então levantei rapidamente e o parei para lhe perguntar sobre o Arthuro.
— Você estava mentindo, não é? Me conte onde está o Arthuro senão eu vou ter que te fazer falar a força.
Ele começou a rir igual um louco.
— Falar a força? Agora eu pago pra ver, eu menti realmente sobre seu amiguinho, se você quiser saber onde ele está vai ter que me fazer falar a força, seu merdinha.
Naquele momento parti para cima dele, acertando-o com um soco, mas ele defendeu com uma mão, em seguida me acertou com a outra me fazendo voar entre as mesas.
O chefe Ron imediatamente veio e disse o seguinte: — Merda! Eu falei moleque, você não é páreo para el- — Cala a boca! Eu vou matar esse cara — gritei o interrompendo.
Parece que o Ron desistiu e logo se afastou, imediatamente fui pra cima do Sylas com muito rancor, aumentei um pouco minha aura e o acertei com um soco no rosto, mas ele não saiu do lugar, enquanto meu punho estava em seu rosto ele virou para mim com um riso de orelha a orelha em seguida esticou sua mão até mim e usou uma magia feita de sombras estranha, logo me defendi me jogando para longe e destruindo a construção com facilidade.
— Esse merda realmente é interessante — disse Sylas enquanto escorria um pouco de seu sangue pela boca.
Fui arremessado quebrando a parede até a sala do Ron.
— Ainda bem que aumentei minha aura naquele momento de sua magia, se não teria sido bem pior — pensei.
Levantei entre os entulhos me limpando, da poeira.
— Você realmente é alguém forte Sylas, com o ódio que estou de você, eu sei que você fez alguma coisa com o Arthuro, eu vou pra cima com tudo.
— Vi que você realmente é durão, venha, eu vou te matar.
— Quero acabar com isso rápido, eu preciso saber onde o Arthuro está.
Saquei minha espada, a aura ao meu redor estava ganhando forma de tão forte que estava, o Sylas imediatamente sentiu o perigo e puxou sua espada de seu manto, por um momento consegui ler o seu poder, e realmente vi que esse cara era muito forte.
Sylas Mark, Poder: 6500
Se eu bobear um pouco contra esse cara, eu posso receber algum ataque letal, vou manter o foco até derrota-lo e ele me dizer onde está o Arthuro, com minha espada avancei tão rápido contra ele que só deu tempo para ele se defender por puro reflexo assim jogando-o para fora dá organização, fui andando até ele, minha aura estava queimando o ar em volta de tanto ódio que eu estava sentindo.
Sylas se levantou rindo igual um louco, e partiu para cima em um instante, defendi seu ataque, o único problema é que sua espada é grande demais, tendo um alcance maior que a minha, então resolvi usar minha técnica.
— Técnica de fogo: Espada de fogo verdadeiro! — gritei.
As chamas cobriram a lâmina da minha espada, assim tendo um maior alcance, Sylas olhou para minha espada e pareceu meio assustado.
— Esse moleque é perigoso, tenho que mata-lo aqui — pensou Sylas enquanto olhava para a minha espada.
Então trocamos golpes com espadas, mas parecia que ele estava sendo bastante pressionado com a força que eu empunhava, enquanto estávamos trocando golpes me aproximei o bastante para pegar seu braço e usar minha magia de fogo.
— Queime seu desgraçado — falei com rancor.
Ele logo arregalou os olhos olhando para a minha outra mão que estava segurando seu braço e viu um clarão, então explodi tudo jogando-o para longe e criando uma enorme cortina de fumaça, o impacto foi tão grande que me jogou para o outro lado, rapidamente me levantei esperando a fumaça cessar, então aproveitei para recuperar oxigênio, no meio da fumaça que já havia cessado bastante, vi que seu braço esquerdo virou cinzas.
— Seu merda! Você vai pagar por isso, sabe por que me chamam de carrasco? Por que eu puno aqueles que quebram as regras dos mercenários.
Neste momento vi ele recitar alguma magia, fazendo-o criar um outro braço só que feito de sombras, então com esse braço de sombras no lugar do seu que foi queimado, ele o estendeu criando uma bola e puxando alguém dela, neste momento eu me perdi, eu vi o Arthuro jogado no chão, ele estava muito ferido e inconsciente.
— Seu filho da puta!!!! O que você fez com o Arthuro?!
— O que eu fiz? Esse outro merda aqui quebrou a regras, ele cavou sua própria cova — disse Sylas chutando Arthuro que estava inconsciente.
Imediatamente sem controle parti para cima dele, minha aura estava instável, e estávamos no meio da capital, eu o golpeei tão forte que tudo a sua frente foi destruído por um enorme poder de fogo, Sylas não conseguiu conter meu poder, assim o fazendo sumir em sua magia de sombra.
Em meu momento de fúria, do nada veio uma calma em meu coração me fazendo recobrar meus sentidos, então corri até o Arthuro e encostei a cabeça em seu peito, e escutei seu coração batendo, o peguei e o levei para a organização, e entreguei para o Ron cuidar dele.
— Raynard, você-
Parti antes do Ron terminar de falar, em um salto fui até o meio da cidade para matar Sylas, eu estava calmo naquele momento, mas eu estava determinado.
— Eu não sei que calmaria é esta que está sobre mim, mas eu já estou decidido, não posso perdoa-lo, todos que ousarem ferir os próximos a mim, não os perdoarei de jeito nenhum.
Então um enorme portal negro surgiu e Sylas saiu de lá, ele estava com seus ferimentos curados.
— Gostou moleque? Eu uso magias das sombras, essa é a "Dark Matter" eu entro em minha dimensão sombria e lá posso ser curado.
— Oh, grande merda, eu vou te fazer virar pó do mesmo jeito.
Enquanto eu dizia essas palavras Sylas enfiou sua espada no chão, fazendo-a aparecer em minha sombra, me perfurando pelas costas, senti uma enorme dor, e o ferimento era grande, não tinha como estancar o sangue naquela hora.
— Gostou? Te apresento "Shadow Execution."
— Foda-se as suas magias das sombras, eu vou acabar com você agora.
Os moradores da cidade todos já haviam desaparecido, o centro estava um caos, e os guardas reais já foram notificados da luta, em algumas horas eles iram aparecer aqui e será um grande problema, preciso acabar com isso agora. Fechei os olhos e concentrei toda minha aura, este treinamento que tive não foi à toa.
— Técnica especial de fogo: Berserker em chamas.
O fogo da minha espada se intensificou queimando tudo ao redor, e um manto de fogo me cobriu, o oxigênio estava sendo queimado facilmente pelo calor das chamas intensas.
— Eu treinei bastante tempo para aguentar esse poder por 1 minuto, eu vou te derrotar em 1 minuto.
Sylas olhou para aquela minha forma e ficou assustado.
— Que merda de poder é esse? Como uma merda como você pode ter um poder desses?!?!
Enquanto ele falava seu poder de sombras criou uma aura em volta engolindo tudo para dentro das sombras.
— Aqui vou eu, prepare-se para virar cinzas.
Em uma arrancada me aproximei dele, assim queimando-o levemente, com um golpe o joguei para bem longe, e avancei indo atrás dele em seguida.
— Merda, ainda bem que usei a Dark Matter para me cobrir, senão eu estaria morto agora, mas que monstro é esse moleque? — pensou Sylas enquanto voava com o impacto do ataque.
Em seguida apareci atrás dele e o ataquei pelas costas jogando-o para o outro lado, ele não conseguia parar com a pressão o meu ataque, a cidade estava toda destruída, nossa batalha fez a cidade virar um inferno, estava tudo em chamas, os rastros de suas sombras estava engolindo as coisas, então ele conseguiu recobrar sua postura e parou, então fui andando até ele com as chamas queimando tudo em volta, Sylas estava todo ensanguentado e estava esgotado, porém eu também estava chegando em meu limite.
— Arf, arf...
— Parece que você também está no limite seu merda.
— Cala a boca, e vê se morre logo, você não vai tocar mais em ninguém.
Meu poder estava se esvaindo lentamente, eu estava com dificuldade para respirar, e meu corpo estava doendo tanto, eu estava de pé ainda graças a raiva que sentia dele, se não fosse isso eu já teria caído de cansaço a muito tempo, vou usar tudo nesse ataque agora, ou não vou conseguir mata-lo. Avancei em direção a ele enquanto ele preparava sua posição de defesa, mas em um instante apareci do seu lado.
— Ham? Como ele veio para aqui tão rápido? — pensou Sylas olhando para mim.
O acertei em cheio o cortando e queimando-o como se fosse papel, sua costela e braço estavam todos abertos, e derramando muito sangue.
— Eu não gosto de ver as pessoas sofrerem, mesmo sendo meus piores inimigos, vou te matar agora seu filho da puta.
Dei uma investida que não deu tempo dele pensar em nada, e cortei sua cabeça com minha espada em chamas, sua cabeça voou pegando fogo e seu corpo caiu lentamente enquanto eu parava com meu poder se esgotando, assim caindo de cansaço, e uso absurdo de magia, a cabeça de Sylas virou cinzas antes de cair no chão.
Eu estava esgotado e no fundo escutei alguém me chamando, mas do nada apaguei, eu usei muita magia, enquanto eu estava desmaiado, Dormin falou comigo.
— Moleque, eu falei para não usar muito do meu poder sem aprender a controlar antes — disse Dormin deitado sobre as rochas.
— Eu não tive escolha, ele era muito forte, tive que ir além do limite.
— Eu vou te dar um pouco do meu poder, tome engula essa chama e você se sentira melhor — me cuspiu uma pequena bola de fogo enquanto vinha em minha direção.
A bola de fogo entrou dentro do meu peito e eu senti um calor agradável.
— Esse fogo se chama "Charge", quando você o precisar irá te ajudar.
— Por que você está fazendo isso por mim?
— Não é obvio, se você morrer eu também morro moleque...
Então do nada tudo ficou escuro, parecia um mundo sombrio, mas eu pude sentir alguém olhando para mim enquanto eu estava naquele lugar sombrio, até que escutei uma voz.
— Agora eu faço parte de você.
Me deu calafrios, e abri meus olhos lentamente, eu estava dentro da Mercenarie's End, levantei com uma grande dor de cabeça, vi Sheyla e Silvia perto do Arthuro, então elas olharam para trás e viram que eu acordei.
— Raynard! Você está bem? — disse as duas ao mesmo tempo.
— Sim, só estou com um pouco de dor de cabeça — respondi — Ham? Meus ferimentos? Estão curados... — pensei ao olhar para meu corpo.
— E o Arthuro como está? — perguntei em seguida enquanto fui correndo para vê-lo.
Assim que cheguei até ele, Arthuro estava gravemente ferido, eu comecei a chorar ao ver ele assim, não conseguia aceitar tal situação.
— Irmão... — disse Silvia deprimente.
— Tem algum jeito de salva-lo? — perguntei com lágrimas em meu rosto.
— Raynard... — disse Ron — Ele já está morto.
Ao escutar tais palavras, não pude aceitar, de jeito nenhum não queria aceitar que a pessoa que me ajudou no meu momento mais sombrio, morreu, eu andei até lá fora, o tempo se abriu e o sol iluminou tudo lá dentro, a luz do sol ficou sobre Arthuro, então Ron me disse as palavras que Arthuro lhe disse antes de morrer.
— Raynard, eu sei que você deve estrar frustrado e se culpando agora, mas eu quero que saiba que quem causou isso tudo foi eu, me desculpe por te trazer problemas, me desculpe por mentir pra você, mas assim que te vi eu notei que você era alguém especial e que guiaria essa organização, eu não quero que se arrependa de nada Raynard, você foi um grande amigo e um grande irmão, então siga a vida sem arrependimentos, porque estou feliz de ter te conhecido — disse Arthuro antes de partir.
— Arthuro... Eu sinto muito, não tem como simplesmente esquecer alguém, eu ainda lembro das pessoas especiais para mim, Evon, Celestia, minha mãe que me criou Kassandra, o mestre Raash, a mulher que me deu a luz Beretrix, Louise e meu pai Raynard, eu não consigo esquecer dessas vidas que me guiaram até aqui, e graças a elas e você eu posso seguir em frente, obrigado por tudo, meu irmão Arthuro.
Perdido em meus pensamentos, escutei uma gritaria lá fora, com toda certeza eram os guardas reais, então preparei minhas coisas para poder partir.
— Deixe o Arthuro aqui comigo eu cuido do resto como chefe eu fui um inútil — disse Ron arrependido.
— Tudo bem, vamos Silvia, precisamos ir antes dos guardas chegarem.
— Tá bom, me deixe me despedir da Sheyla — disse Silvia indo em direção a Sheyla para abraça-la.
— Espere, eu vou com vocês — disse Sheyla convicta.
— Como assim você vai conosco?
— Eu-eu me apaguei a Silvia, eu sinto que não posso deixa-la, ela é como uma filha para mim.
— Sério? Então vamos, os guardas estão vindo, depois você me explica melhor.
Enquanto estávamos partindo, Ron me falou uma coisa.
— Raynard, me desculpe por duvidar de você, realmente você é capaz de evoluir e derrotar todos que ousarem ameaçar seus amigos, me desculpe por não ser um bom chefe, mas quando eu sair dessa, eu vou fazer dessa organização sua, não se preocupe, darei um enterro apropriado para o Arthuro.
Olhei para trás por um momento e disse: — Obrigado chefe, por me acolher, relaxa não precisa se desculpar.
— Você mudou este lugar Raynard, espero que consiga mudar o mundo. Seu nome sempre estará naquele trono, não se esqueça.
— Jamais me esquecerei.
Então eu, Silvia e Sheyla corremos para podermos despistar eles, eu não conseguirei enfrentar ninguém agora, então o melhor jeito é fugir e se esconder em algum lugar longe daqui.
Assim saímos da organização, vimos a cidade que estava toda destruída por causa de minha batalha, eu não pensei direito no momento e pus muitas pessoas em perigo. Os guardas já estavam nos cercando, até que Sheyla deu um enorme soco no chão que fez as coisas ao nosso redor tremerem, os guardas que nos cercavam caíram, assim abrindo caminho para nós, rapidamente chegamos ao portão da capital e fugimos para a floresta.
— Venham, eu conheço um caminho onde podemos nos esconder — falei.
Então fomos até aquele campo aberto onde enfrentei o Trunko, talvez os guardas não nós persigam, se não a situação ficará mais complicada do que já está. Assim que chegamos lá, paramos um pouco para descansamos, então sentei encostado na árvore.
— Ei, Sheyla, porque você decidiu vir conosco?
— Porquê eu me apeguei a Silvia, e também eu iria presa se ficasse lá, já que descobriram onde fica a organização...
— É, realmente, obrigado por cuidar tanto da Silvia.
— Não esquenta, esse tempo que fiquei com ela, me fez sentir um grande amor por ela.
— Eu amo vocês dois, espero que sempre possamos estar juntos — disse Silvia nos abraçando.
No mesmo momento senti uma aura mística que já havia sentido antes nesta floresta, pode ser o deu de floresta, vi algo saindo do meio dos matos, era um Hamitt[1], ele veio em nossa direção e escutei sua voz em minha cabeça.
[1 - Notas do autor: Hammit são parecidos com cervos, mas o tamanho deles variam de 3 – 5 metros, suas cores podem ir de totalmente pretos a vermelho escuro com listras das mais variadas cores, seus chifres também variam de formas.]
— Aspecto da paz, me siga, eu vou esconder vocês, parece que você está com problemas, me siga — disse o Hamitt telepaticamente.
Parecia que só eu era capaz de entende-lo, então guiei a Sheyla e Silvia .
— Esse Hamitt está pedindo para segui-lo, eu acho que ele quer nos ajudar.
— Como assim ele tá pedindo? Eles nem falam, são irracionais — disse Sheyla.
— Apenas confie em mim, acho que ele é o espírito da floresta dentro deste Hamitt.
— Já que você está dizendo, todo poderoso, então tá bom — disse Sheyla ironicamente.
— Começou... — pensei.
Enquanto seguíamos o Hamitt com a aura mística, notei que já estávamos bem fundo na floresta, era uma região que não havia explorado ainda.
— Nossa... Mas que lugar é esse? — me perguntei enquanto olhava em volta.
Havia cogumelos gigantes, e uns florescentes, também haviam árvores que suas raízes brilhavam, e animais de porte pequeno dos mais variados tipos, haviam até animais que já pensamos estar extintos.
— Aqui é Häskittjen, o esconderijo do guardião da floresta, onde salvo as espécies, e também é um lugar muito espiritual — disse mentalmente o Hamitt.
— Me trouxe aqui por que? O que eu devo fazer aqui?
— Isso só você saberá aspecto, a resposta está dentro de você.
— Dentro de mim...
— Se você meditar aqui, você certamente encontrará uma resposta.
— Meditar... Silvia, Sheyla, eu vou ficar aqui por um tempo, vocês se incomodam?
Perguntei a elas, mas parecia que elas estavam tão entretidas com os animais e as plantas que nem me escutaram, tanto faz, acho que elas não vão sair daqui. Lá vou eu, sentei no chão perto das raízes, fechei meus olhos e respirei fundo, quando fiz o procedimento parecia que o tempo havia parado, de olhos fechados eu ainda sinto como se estivesse no mesmo lugar, não aconteceu como quando vou falar com o Dormin, então vi alguém se aproximando, era uma pessoa como eu, mas eu sentia algo diferente vindo dele, ele não parecia ter ódio, nem rancor, nem arrependimentos, não tinha nada.
— Parece que finalmente você conseguiu entrar em contato comigo Raynard — disse o aspecto.
— Sim... Como você pode ser tão parecido comigo? — perguntei.
— Todos nós somos seus próprios reflexos, mas também somos o que nos representamos, eu sou a paz, então eu só sinto a paz em meu coração, você é o meu oposto, você é repleto de sentimentos, isso é um humano.
— Foi você que me ajudou em meu momento de fúria?
— Sim, eu poderia fazer muito mais Raynard, mas eu odeio lutas.
— O deus da floresta disse que eu encontraria a resposta com você, o que ele estava dizendo?
— Eu não sou a resposta que você procura, lembre-se eu sou você e você é eu, nós somos uma pessoa só, eu gostaria muito de poder te fazer evitar as batalhas, a tristeza, a angustia e o ódio, mas é sua parte humana, infelizmente não posso te obrigar a nada.
— Obrigado... Se não fosse por voc- por nós, não teria conseguido me controlar naquela hora.
— Tudo bem... Raynard, nós dois somos a resposta, quando estiver preparado venha até mim novamente.
Assim que abri meus olhos, as raízes brilhantes das árvores estavam por todo o meu corpo, e eu conseguia ver sua energia vital.
— Ham? O que será que é isso? Eu consigo sentir tudo ao meu redor.
— Raynard! Você terminou? — disse Silvia enquanto vinha para cima.
— O que é isso que eu tô sentindo vindo dela? Eu consigo saber como ela está se sentindo — pensei enquanto estava perplexo — Sim, terminei — disse em seguida.
— Então, encontrou alguma resposta? O deus da floresta desapareceu depois que você se sentou aí.
— Não, eu não encontrei nada, desapareceu?
— Por quanto tempo vamos ter que ficar aqui hein? Eu quero sair daqui logo — interviu Sheyla vindo logo atrás de Silvia.
— Sim, ele simplesmente sumiu.
— Entendo... — falei enquanto estava tirando as raízes do meu corpo e levantando.
Em algum lugar do mundo...
— Finalmente ele acordou... — disse o aspecto da força sentado sobre pedras.
No continente mais gelado...
— Hum?... — pensou o aspecto da solidão enquanto olhava para trás.
No continente sombrio...
— Ele voltou? — se perguntou o aspecto da justiça.
Em uma casa de praia no continente de Markind...
— Rumf, parece que ele está de volta — disse o aspecto da fúria.
No caminho para a capital Tera...
— Parece que ele tá começando a pegar o jeito — disse Sig Wald o aspecto da proteção, indo ao encontro com Raynard.
Em uma caverna com muitas criaturas mortas, estava lá ela sentada no chão.
— Parece que finalmente podemos seguir com o nosso objetivo. — disse o aspecto do amor.
— Ele apareceu, mas que surpresa — disse o aspecto do ódio.
Em um templo muito distante...
— Você conseguiu garoto... — disse Izigon o aspecto da mente.
Em todo o mundo todos os aspectos haviam notado a presença de Raynard, assim que ele entrou em contato com seu aspecto.
Merda, como vou sair daqui agora? Eu não encontrei resposta nenhuma, eu só conheci meu aspecto... Acho que estou sentindo essas coisas após o contato com ele. Sim com certeza é isso, é um poder impressionante.
Na estrada para a capital de Tera...
— Graças a esta coisa que estou sentindo, sei como está o Arthuro, eu vou leva-lo comigo, agora que ele realmente despertou, ele precisa descobrir suas habilidades, e então poderemos cumprir com o objetivo.
Em Hänskittjen...
— Porquê estou sentindo a aura do Sig Wald se aproximando cada? É melhor eu verificar...
— De quem é esta aura Raynard? — perguntou Sheyla.
— É o Sig Wald, ele é o aspecto da proteção, não se preocupe, ele é um cara bacana.
Então senti sua aura, e ele está tão perto, parece que ele sabe onde estou, por algum motivo ele está vindo realmente em minha direção, acho que agora entendi a resposta, esse lugar certamente fez com que eu fosse detectado por ele.
Então vi o Sig Wald vindo rapidamente pela floresta, ele por algum motivo conseguiu saber onde fica Hänskittjen, não estou surpreso já que ele é um aspecto também, daqui já posso vê-lo vindo a olho nu.
— Eiiiii! Paz! Sou eu, proteção! — disse Sig Wald enquanto vinha correndo lá em baixo.
— Meu deus, lá vem ele entusiasmado como sempre.