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Chapter 2 - O Dever de um Rei (Parte 2)

Após algum tempo passar, Toradorff ao palácio viera a chegar. Ao entrar, percebera que alguém estava a lhe esperar.

— Toradorff, por que Sua Majestade saiu voando tão cedo? Eu não fui informado de que teríamos nenhuma pendência esta manhã.

— Mjörn? O que faz aqui tão cedo, não devia estar cuidando dos invasores em Meralgard?

— Aqueles peixes? Eu acabei com eles ainda ontem, então retornei, mas vi Sua Majestade saindo assim que cheguei, aconteceu alguma coisa?

— Sua Majestade foi visitar Raiju — respondeu Toradorff, desviando o olhar.

— A dama dos raios? Mas sozinho? E voando? O que que está acontecendo, Toradorff?

— Nada de mais, o rei só quis esticar as asas e ver uma velha amiga.

— Uhum... Sei... — olhando atentamente, Mjörn percebeu um detalhe que lhe chamara atenção. — Sua camisa está manchada de sangue, por acaso entrou em alguma luta hoje, Toradorff?

— Ah, isso? É que eu...

— Você sabia que quando você está mentindo, você sua bastante, Toradorff, igual a como você está suando agora.

— *Suspiro* Eu não vou esconder de você, Mjörn, Sua Majestade pretende enfrentar a dama dos raios pelo Continente Central.

— O quê?! Por quê? Ele enlouqueceu? Essa louca é a que tem o maior exército dos cinco continentes, mas ele ainda quer enfrentá-la sozinho? Você não é o conselheiro do rei? Mais do que isso, como eu, você não foi adotado por ele? Por que diabos você...— antes de continuar, um pilar ao lado ele veio a espancar. Com o soar de uma explosão, um profundo buraco no pilar ele conseguira cravar — deixou o nosso pai ir sozinho?

— Eu não tive escolha, ele disse que estava me pedindo não como rei, ou como pai, mas como amigo, como amigo, Mjörn! Eu fiquei sem saber o que fazer, no fim, sequer consegui me despedir.

— Que droga, Toradorff! — fumaça brotava dos olhos de Mjörn, eram suas lágrimas evaporando instantaneamente. — Temos que reunir os outros cinco, temos que ir ajudar o nosso pai!

— Eu não acho que ele vá querer isso, mas concordo que os outros devem ser avisados.

— Foda-se o que ele quer, ele precisa ficar vivo se quiser me punir por desobedecê-lo. Vamos.

Mjörn e Toradorff seguiram em direção ao hall dos heróis, a sala na qual os generais costumavam se reunir para debater.

Mjörn era um homem com uma história parecida com a de Toradorff; quando criança, ele também fora abandonado por seus pais, mas, diferentemente de Toradorff cujo os pais nunca pôde conhecer, Mjörn havia conhecido os dele e se arrependia disso. Os pais de Mjörn, como muitos outros, faziam de tudo para ter o que comer, não para dar de comer a seus filhos, mas para eles mesmos. Uma das coisas que faziam era vender suas proles, que era um mercado muito quente em todo o mundo, o mercado de escravos. Filhotes de dragões vendiam bem, ainda mais quando era um dragão de classificação superior como Mjörn, que era um Dragão Celestial, a segunda maior classificação entre os dragões.

Wyvern ➡️ Dragão ➡️ Dragão Terreno ➡️Dragão Celestial ➡️ Dragão Ancestral.

Ele fora vendido como escravo, comprado e usado para coisas terríveis, como também havia sofrido coisas terríveis, isso deixou nele cicatrizes tão profundas que ficaram cravadas em sua alma. Para se proteger, ele selou seus sentimentos. Porém, um dia, um homem passou a mão sobre sua cabeça, ele nem havia percebido quando o homem havia aparecido ao seu lado — na época, ele trabalhava como assassino — o homem sorriu para ele. Mjörn havia perdido os sentimentos, mas por que quando sentiu o peso daquela mão em sua cabeça ele sentiu tanto calor? Desde que conheceu o homem, Mjörn começou a vê-lo várias vezes, não porque queria, apenas por coincidência, o homem estava onde os alvos dele também estavam.

Toda vez que Mjörn encontrava o homem, ele sentia como se algo dentro dele ficasse mais leve. Em certo momento, Mjörn não mais conseguiu matar seus alvos, pois o homem o havia ensinado que era errado, que toda vida era valiosa igualmente, seja uma formiga ou um gigante.

Um assassino que não mata, de que serventia tinha isso? Consequentemente, os donos de Mjörn, que na época não era chamado por este nome, na verdade, por nome nenhum, tentaram o matar, mas o homem não deixou que conseguissem, ele protegeu o garotinho que apenas a morte e a dor viera a presenciar.

O homem entregou algumas moedas ao casal que era dono de Mjörn e o levou embora. Ele deu ao garoto um teto, roupas, carinho, amor, uma família e um nome. Desde então o garoto tem estado ao lado do homem, que hoje era seu rei.

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Em uma sala dentro do palácio no Continente do Sul.

Após algum esforço de Mjörn e Toradorff, todos os Sete Generais estavam reunidos na sala e sentados em torno de uma tábula redonda. Todos estavam mais pálidos que o normal no momento.

— O quê devemos fazer? Sua Majestade está em perigo neste exato momento — disse Toradorff.

— Devemos atacar com tudo o que temos! — bradou um homem, o qual parecia irado.

— O Continente do Sul não está em condições de entrar em guerra, Ortur — disse outro.

— E vamos fazer o quê? Caralho! O velho pode morrer se ficarmos sentados, vamos deixá-lo morrer? Diga-me você, Morpheu — respondeu Ortur.

— Levar o povo para a guerra só fará com que tenhamos mais vítimas, Sua Majestade não gostaria disso — retrucou Morpheu.

— Se formos conversar com a dama dos raios, talvez ela mostre piedade — disse uma mulher.

— Voraci, acha mesmo que aquela louca vai soltar o nosso pai se formos lá pedir? — perguntou Mjörn.

— Temos que pelo menos tentar — ela respondeu.

— Atacar como solução não funcionar, em risco muitas vidas virão a ficar — disse um homem que estava calado até então.

— Quem liga pra isso, Sirius? É a vida do nosso pai que está em jogo, temos que o salvar a todo custo! — bradou Ortur.

— Eu penso o mesmo, Ortur — disse Mjörn.

— Pessoal, não se esqueçam do porquê Sua Majestade fez o que fez — disse Toradorff.

De repente, o outro indivíduo que pertencia aos Sete Generais, mas que estava quieto até então, se levantou.

— Phoebe? — disse Toradorff, surpreso.

— Ela vai falar alguma coisa? — acrescentou Voraci, igualmente surpresa.

Todos olhavam para a mulher que levantara sem avisos dar. Phoebe era uma das duas únicas mulheres dentre os Sete Generais e também o membro mais antigo do grupo, por isso a opinião dela era muito respeitada, embora as vezes que ela havia aberto a boca para opinar durante todo o período em que o grupo existia pudesse ser contada em apenas uma mão.

— A vontade do rei é a lei — ela disse.

— Ela tem razão, a vontade do rei é a lei — disse Toradorff após refletir sobre a fala dela.

Mesmo sem comentar, os outros membros tacitamente vieram a concordar. Porém, deixar o próprio pai morrer sem fazer nada era angustiante, esta era uma batalha a qual temiam não ganhar.

Toradorff levantou e trouxe um orbe dourado de uma prateleira próxima, nela continha oito orbes de tamanho equivalente e cores distintas.

— O Orbe de Vida do rei! — disse Voraci, surpresa.

Todos então começaram a olhar avidamente para o orbe dourado, o qual estava vinculado com os batimentos cardíacos do rei. O orbe brilhava intensamente, pelo menos por enquanto.

* * *

Após algumas horas, Begin, o rei do Continente do Sul, finalmente cruzou o oceano e chegou ao Continente Central.

Ainda na praia, Begin avistou um exército gigantesco que se estendia por muitos quilômetros. No chão, Anões corpulentos trajados com suas vistosas armaduras empunhavam seus martelos e machados, prontos para matar; Elfos trajados com suas vestes finas e leves empunhavam seu arcos e cajados, prontos para matar; Minotauros com seus grandes machados e pesadas armaduras batiam seus cascos contra o chão, prontos para matar; Na borda da água, vários monstros marinhos estavam de prontidão, prontos para matar; No ar, Harpias com suas penas afiadas em punho, prontas para matar; Dragões de diversos tipos, cores e tamanho também voavam por todo lado, prontos para matar, e, na frente de todos eles e de muitos mais, estava um outro dragão, um dragão grande e das escamas púrpuras. Aquela que fora chamada de dama dos raios. Raiju.

NT: Pronta para matar (눈‸눈)

— Você reuniu um grande exército, Raiju — disse Begin após observar o contingente em sua frente.

— Certamente. Você declarou guerra contra nós, o mínimo que eu deveria fazer era responder à altura — respondeu a dama dos raios.

— Você percebeu, não é?

— Hmpf. Mas é claro, eu tenho espiões infiltrados em cada continente, até mesmo no seu.

— Eu já sabia, até sei quem são.

— O que quer dizer com isso? Se sabia quem eram, por que não os impediu de reportar a sua chegada a mim.

— Porque eu queria que se preparasse. Você sabe quantas vidas seriam perdidas se eu chegasse sem você ter uma força pronta para me combater?

— Não consigo imaginar — após refletir mais um pouco, acrescentou, sorrindo. — Você sempre tem que ser tão estranho? O que veio fazer aqui?

— Eu quero esta terra, não para mim, mas para meu povo.

— Sinto muito por isso, mas não posso concordar, sei que seu povo passa por dificuldades no Continente do Sul, mas não posso ceder o meu continente, afinal o continente não seria capaz de suprir a população de dois continentes.

— Eu sei disso, apenas quis responder à sua pergunta. Eu nunca quis lutar, nunca gostei de matar ninguém, também nunca matei por motivos egoístas, mas nunca deixei de matar quando o meu povo precisou de mim.

— Eu te entendo, me sinto da mesma forma afinal. Então, você vai enfrentar a mim e ao meu exército sozinho?

— Normalmente, eu não lutaria sozinho, sei que fazer isto reduz em muito minhas chances de vitória e de sair vivo, possivelmente, mas o meu povo não está em condições de lutar, então eu preciso fazer isso por eles.

— Palavras de um verdadeiro rei.

— Seria bom morrer sendo lembrado dessa forma.

— Nós nunca esqueceremos de quem fora Begin, se assim desejar.

— Obrigado.

— Você não precisa me agradecer.

— Bem, vamos começar — então, Begin voou em direção à praia, enquanto isso, seu corpo diminuía visivelmente. Ao chegar na praia, ele já estava de volta em sua forma humana, no entanto não era como a transformação anterior, desta vez era apenas meio-humano. Seu corpo tinha formato humanoide, mas de resto eram apenas características draconianas, tais como: asas, cauda, chifres e garras.

— Espere.

— Hm? O que foi?

— Eu duvidei de sua intenção. Parece que você deseja verdadeiramente lutar contra nós sozinho. Eu não poderei dormir mesmo que eu ganhe se eu souber que não foi uma vitória justa — então, ordenou. — Tropas, dispersar!

De repente, todas as tropas estacionadas atrás da dama dos raios começaram a recuar em marcha sem cessar. A enorme dragão-fêmea desce então dos céus e pousa no chão, transformada em sua forma meio-humana equivalente à de Begin.

— Você sempre foi tão competitiva.

— Disse o cara que quase morreu para vencer uma aposta de um mero beijo.

— Heh, e eu faria de novo se fosse por outro beijo seu.

— Seu pervertido!

— Raiju.

— Oi?

— Obrigado.

— Não me agradeça quando estou prestes a varrer o chão com a sua cara.

— Hahaha. Bem, talvez eu não tenha chance de fazê-lo depois.