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Chapter 6 - Refém

— Droga, chegaram. Não tenho escolha, segure-se.

Begin, então, pegou Raiju em seu colo, correu na direção do tigre que estava na direção sul e pulou sobre a cabeça dele, em seguida pulou novamente, pousando sobre o galho de uma árvore que estava convenientemente próximo a eles.

Enfurecidos, os tigres se lançaram sobre a árvore e a derrubaram, mas antes de ela cair, Begin pulou para frente e, ao cair no chão, disparou para o sul, os tigres, ainda mais irritados agora, perseguiram-no.

— Você não vai conseguir fugir se estiver me carregando, eles são mais rápidos do que a gente. Me deixe e continue.

— Hã? Você foi infectada por alguma bactéria e agora ficou retardada? É claro que eu não vou te deixar, idiota. Eu não sou tão canalha a ponto de abandonar minha única amiga para o meu próprio bem.

Raiju corou com o comentário clichê heroico de Begin, seu coração pulou uma batida, envergonhada, ela se recusou a encará-lo nos olhos.

Begin estava correndo e olhando para todos os lados como um louco, seu cérebro processava as informações várias vezes mais rápido do que o normal, mas isso o estava colocando sob uma terrível carga mental, resultando em um cansaço muito mais acelerado. Ele precisava achar um meio de sair dessa situação, qualquer coisa que pudesse ajudar, alguma coisa, seja o que for, neste momento, ele estava desesperado por um milagre.

Quão risível. Se Begin estivesse em sua forma de dragão, bastava uma cutucada de garra e os tigres seriam divididos em dois. Ele se sentia uma formiga de tão pequeno e fraco. A fraqueza que ele tinha, humanos matariam para tê-la.

Ele não havia visto, também não poderia ser dito que ele tinha escutado, estava tão longe dele e o som deveria ser tão silencioso quanto um mosquito rondando uma casa, mas alguma coisa no fundo de sua consciência o mandava seguir naquela direção, ele não tinha certeza se estava delirando, no entanto resolveu confiar em seus instintos. Duvide das palavras que escuta, acredite no coração que pulsa. Em uma situação desesperada, ele não tinha escolha além de confiar em si próprio.

Begin estava muito rápido, com tamanha velocidade, ele não conseguiria fazer uma parada brusca, pois seria arremessado para frente, então, para contornar a situação, ele pulou no tronco de uma árvore e guinou para o leste. A árvore quase fora arrancada do chão se tão forte que Begin pulara sobre ela.

Os tigres obviamente não tinham a capacidade de repetir os atos de Begin. Eles tentaram segui-lo, mas, por estarem em alta velocidade, escorregaram e rolaram pelo chão, em seu caminho, eles derrubaram a árvore que Begin havia usado para mudar a direção de sua corrida.

Raiju estava segurando tão firme em Begin que suas unhas haviam penetrado no pescoço dele, deixando marcas de corte e sangue visíveis. Porém, com tanta adrenalina em seu corpo, Begin não sentiu a dor das feridas, pelo menos não agora.

Depois de algum tempo, Begin finalmente encontrou o que estava buscando e pulou sem medo.

— Eu tinha certeza. Uma cachoeira!

A cachoeira estava a centenas de metros dele, mas Begin tinha escutado o som da água caindo, rufante. E agora, seus instintos mais uma vez se provaram confiáveis, pois a cachoeira estava em sua frente.

A cachoeira de mais de cem metros de queda era surreal, o som da água caindo se assemelhava ao ribombar de trovões no auge de uma tempestade.

Raiju olhava para a queda da água com os olhos arregalados, por um momento, ela chegou a pensar que lutar com os tigres seria mais seguro, mas foi um momento muito curto.

Os dois caíram na água e afundaram por vários metros, a forte correnteza fez com que eles girassem de cima para baixo e de um lado para o outro, eles nem sabiam o que estava acontecendo, mas a correnteza estava guiando-os para longe da cachoeira.

* * *

Várias horas depois.

Raiju abriu os olhos lentamente, assim que os abriu, ela colocou a mão na cabeça e cerrou os dentes em agonia.

— Não toque, eu acabei de enfaixar.

Raiju estava sentada, recostada em uma árvore próxima a um lago, olhou em volta e então perguntou:

— O que aconteceu? Não lembro de nada depois de cairmos na água.

— Isso... Eu sinto muito, eu não consegui protegê-la. Quando a gente caiu, a correnteza estava muito forte e acabou nos carregando. Assim que eu consegui me estabilizar, a procurei por toda parte, mas não a encontrei, então segui o rio e te achei desmaiada na margem, você estava com um corte bem feio na cabeça. Eu a carreguei até aqui e enfaixei as suas feridas usando pedaços da minha camisa, depois eu pulei no rio e pesquei uns peixes para a gente, veja, estão terminando de assar.

— Você fez tudo isso por mim?

— Hã? Não é óbvio? Por quem mais seria? — vendo que Raiju estava corada e cabisbaixa, ele se prontificou a explicar. — Ei, não se sinta mal, eu apenas não queria ficar sozinho em um mundo que não conheço, não é como se eu tivesse algum outro motivo.

Mas Raiju não estava se sentindo mal, pelo contrário, ela estava feliz por Begin se importar tanto com ela, mesmo que ele tentasse disfarçar, ela apenas corou porque estava com vergonha e abaixou a cabeça porque não queria que ele a visse assim.

— E-E os tigres?

— Ah, eles? Acho que ficaram com medo da cachoeira e acabaram indo embora.

Raiju e Begin comeram os peixes assados na fogueira e então foram dormir, já estava tarde e eles não conheciam quais perigos rondavam a floresta nesse período.

Na manhã seguinte.

O casal acordou com o nascer do sol. Begin, então, removeu a camisa que vestia, pois, depois de rasgá-la para usar de gaze nos ferimentos de Raiju, ela estava em farrapos. Assim que Raiju acordou, ela removeu as ataduras e disse:

— Estou melhor agora, os machucados já sararam.

— Que bom, vamos continuar então.

Uma escama de pedra havia entrado no pé de Raiju, mas já havia sarado, nem parecia que aquele pé havia sido machucado, se ela contasse isso para qualquer um, provavelmente essa pessoa não acreditaria ou julgaria que ela tinha usado algum tipo de medicamento ou erva de cura.

Novamente, eles começaram a correr feito carros. O resto da viagem seguiu tranquilamente, na verdade, a floresta em que eles estavam era considerada segura e com baixa incidência de bestas espirituais, ter encontrado alguma só poderia ser descrito como um azar sem pares.

Algumas horas depois.

Begin e Raiju saíram da floresta e chegaram a uma colina, a grama verde estendia-se a além do horizonte. Ao longe, bem nos confins do que seus olhos podiam enxergar, puderam ver a sombra de imensos muros, mas estava quase transparente de tão longe que estava.

Enquanto eles corriam em suas velocidade máximas, uma sombra gigantesca surgiu repentinamente, cobrindo boa parte da colina em que eles estavam.

— Eh? Eclipse?

*Chilrear*

Eles haviam parado para observar o que havia acontecido, seria de fato uma eclipse repentino? Mas o síbilo ensurdecedor o fez jogarem o pensamento de que fosse um eclipse para o fundo de suas mentes, era óbvio que não era isso.

— Pássaro?

Olhando para cima, eles puderam ver um enorme pássaro vermelho sobrevoando sobre eles, mas a sombra que permanecia sobre eles apenas ficou lá por um segundo, pois o pássaro era extremamente rápido, e, em um piscar de olhos, já estava bem longe deles.

— Fênix, é uma fênix? Há fênix neste mundo?

— Vamos chamá-la para conversar, talvez ela possa nos ajudar.

— Conversar? Mas como poderíamos chamá-la? Ela já... eu não consigo vê-la mais.

— Uma pena...

Como não tinham como entrar em contato com o pássaro que julgaram ser uma fênix, eles continuaram a seguir o caminho em direção à cidade de Longyard.

Em duas horas, eles chegaram ante aos imensos muros rochosos. Havia um portão de madeira levadiço que sobrepunhava-se sobre um rio, vários mercadores com carroças carregadas de produtos estavam ingressando na cidade através da entrada, Begin e Raiju tiveram que entrar na fila.

Dois guardas estavam posicionados na entrada da cidade e revistavam todos os que estavam entrando. Estava na vez de um homem que estava na frente de Begin e Raiju na fila, parecia que ele entraria como os de antes, mas não, ele fora barrado.

— Você é o assassino em série, Ozori, que estava matando várias moças em Buldar, prendam-no! — disse um soldado que estava na entrada.

— Tch. Eles já sabem sobre mim?! — Ozori parecia chocado com a velocidade com a qual a notícia sobre seus assassinatos viajou, pois Buldar ficava a mais de trinta dias de viagem de Longyard, mas ele levara apenas vinte e três dias para chegar à cidade, a notícia, no entanto, chegara antes dele.

Percebendo que vários soldados estavam marchando em sua direção, Ozori se viu sem saída, então, para tentar sair dali vivo, ele resolveu fazer um refém. Ozori rapidamente girou e entrou no espaço entre Begin e Raiju, então a segurou com uma faca apontando para o pescoço.

— Se vocês se mexerem eu mato esta garota!

Os guardas pararam onde estavam. Era política de Asmigard proteger seus cidadãos acima de tudo. Eles estavam se perguntando como proceder, deveriam ceder e permitir que o assassino em série fugisse? Ou deveriam avançar e capturá-lo, mas ao custo de uma vida? No entanto, enquanto se perguntavam sobre como proceder, todos ficaram chocados com o que aconteceu a seguir.