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Chapter 32 - Capítulo 32 – A Escolha de Cael

O silêncio após as palavras do guerreiro de armadura negra era opressor.

Seraphine mantinha a mão na adaga, seus olhos fixos no homem à sua frente. O Patriarca Von Auster observava de longe, analisando a situação com um olhar calculista.

Cael, por outro lado, não demonstrava pressa. Ele sabia que qualquer resposta precipitada poderia desencadear algo que talvez não estivesse pronto para lidar.

Ele cruzou os braços, seus olhos afiados como lâminas.

— "Você disse que ele virá pessoalmente se eu não for." — Sua voz era calma, mas carregada de uma força que fez o guerreiro hesitar por um breve momento. — "Isso significa que ele não pode me obrigar a ir. Caso contrário, não teria enviado um recado."

O guerreiro permaneceu imóvel.

— "Ele está te dando a chance de comparecer por vontade própria."

Cael sorriu de canto.

— "E se eu disser não?"

O guerreiro não hesitou.

— "Então você enfrentará as consequências."

BAM!

Um som estrondoso ecoou pela sala, vindo da parede ao lado. Seraphine deu um passo para trás instintivamente, e até mesmo o Patriarca arregalou os olhos por um breve segundo.

Cael, no entanto, não se moveu.

O impacto havia sido causado por um campo de energia invisível que envolvia seu corpo. A pressão que o guerreiro tentava exercer sobre ele simplesmente não funcionava.

O homem de armadura pareceu notar isso e ajustou sua postura.

Cael deu um passo à frente, a energia ao seu redor pulsando como uma fera prestes a acordar.

— "Diga para seu mestre…" — Cael começou, sua voz fria. — "Que se ele quiser me ver, então ele mesmo deve vir."

O guerreiro permaneceu em silêncio por um momento. Então, sem dizer mais nada, ele virou-se e caminhou lentamente até a saída do salão.

No instante em que ele atravessou a porta, sua presença desapareceu completamente.

Seraphine soltou um suspiro baixo, relaxando sua postura.

— "Isso foi intenso…" — Ela murmurou.

O Patriarca Von Auster, que até então permanecia calado, finalmente sorriu.

— "Interessante… Muito interessante."

Cael virou-se para ele.

— "Você sabia que isso aconteceria, não sabia?"

O velho nobre riu baixinho.

— "Eu imaginava que algo do tipo poderia ocorrer. Mas essa resposta… Isso foi além das minhas expectativas."

Seraphine ainda parecia inquieta.

— "Cael, quem quer que seja essa entidade… Ela quer você. E não parece que vá desistir."

Cael olhou para suas próprias mãos por um breve momento. Ele sabia disso. Algo muito maior estava se movendo nos bastidores, e agora ele estava no centro desse jogo.

Mas…

Ele também sabia que não deixaria ninguém ditar seu destino.

Com um olhar decidido, ele se virou para Seraphine e o Patriarca.

— "Seja lá quem for que eu tenha libertado… Eu mesmo irei acabar com ele."

O Patriarca riu levemente.

— "Isso… Eu gostaria de ver."

Cael olhou para o lado de fora, sua mente já formulando os próximos passos.

O jogo estava longe de acabar.

E ele estava pronto para enfrentar qualquer coisa que viesse.