A escuridão ao redor foi despedaçada.
A aura de Cael explodiu com uma força descomunal, fazendo o próprio espaço vibrar ao seu redor. As ruínas tremiam, e rachaduras se espalhavam pelo solo como se o mundo não suportasse a pressão de sua existência.
Diante dele, a entidade de olhos vermelhos permaneceu imóvel, sua capa negra esvoaçando em meio ao turbilhão de energia.
Cael sorriu, seus olhos dourados brilhando intensamente.
— "Você queria testar minha essência, não é?"
A entidade permaneceu em silêncio por um breve momento, e então… riu.
— "Você realmente é interessante."
Fwooosh!
Num instante, a figura desapareceu.
Cael sentiu. Um ataque direto.
Sem precisar pensar, ele ergueu um dedo e tocou o vazio.
CRACK!
O espaço se quebrou como vidro, e a própria realidade se distorceu.
A entidade reapareceu ao lado dele, mas sua investida foi completamente anulada.
Os olhos vermelhos brilharam com um brilho estranho.
— "Isso foi… inesperado."
Cael não respondeu. Ele já havia entendido.
Essa coisa… não era um ser comum.
Não era um mago, um espírito, ou uma criatura mágica qualquer.
Era algo que existia além das regras normais do mundo.
A entidade se afastou um passo, ajustando sua postura.
— "Você se move diferente dos outros."
Cael sorriu de canto.
— "E você fala como se já tivesse enfrentado muitos antes de mim."
A entidade inclinou levemente a cabeça.
— "Já. Mas nenhum era como você."
— "Deixe-me adivinhar…" — Cael ergueu uma sobrancelha. — "Você já viu 'heróis', 'imperadores poderosos', 'feiticeiros lendários'… Todos caindo diante de você?"
A entidade riu levemente.
— "Você entende rápido."
— "E agora quer ver se pode fazer o mesmo comigo."
O silêncio tomou conta do local. O vento soprou, carregando poeira e folhas secas pelo campo de batalha improvisado.
Então… a entidade moveu-se novamente.
Desta vez, mais rápido.
Uma lâmina negra surgiu de sua mão, cortando o ar na direção de Cael.
Mas ele já não estava lá.
Fwooosh!
Ele reapareceu acima da entidade, descendo com uma esfera dourada brilhando em sua palma.
BOOM!
O impacto destruiu parte das ruínas, abrindo uma cratera profunda.
Mas Cael não sentiu resistência.
Ele aterrissou suavemente, olhando ao redor.
— "Sumiu?"
Uma risada ecoou ao longe.
— "Você realmente acha que seria tão fácil?"
BZZZT!
O ar ao redor distorceu, e Cael sentiu algo pressionando sua essência novamente.
Seus olhos brilharam, e ele ergueu a mão.
Pela primeira vez na batalha… Ele usou um pouco mais de seu verdadeiro poder.
FWOOSH!
A pressão desapareceu no mesmo instante.
E diante dele, a entidade estremeceu.
Isso…
Isso não era algo que deveria ser possível.
Cael baixou a mão lentamente.
— "Agora é minha vez."
Ele deu um passo à frente.
O solo tremeu.
A entidade tentou recuar, mas Cael já estava em sua frente.
— "Você queria ver meu limite?"
BOOM!
Cael golpeou o vazio.
E o mundo se partiu.
A realidade quebrou como um espelho, e a própria noite foi substituída por uma luz dourada ofuscante.
A entidade gritou, sua existência sendo lançada para trás como uma folha ao vento.
Ela sentiu algo que nunca havia sentido antes.
Algo que a fez tremer até sua essência.
Medo.
Cael permaneceu parado, observando.
— "Isso foi divertido. Mas acho que já tive minha resposta."
A entidade se ergueu lentamente, sua presença oscilando.
— "O que… O que exatamente é você?"
Cael sorriu.
— "O Criador."
A entidade permaneceu em silêncio.
Então, sem mais palavras, ela desapareceu.
Cael ficou ali, observando as ruínas destruídas ao seu redor.
— "Ele vai voltar."
Seraphine apareceu ao lado dele, tendo observado tudo à distância.
— "Você o deixou fugir?"
Cael suspirou.
— "Não. Eu o deixei entender algo."
Ela cruzou os braços.
— "E o que seria?"
Cael virou-se, seus olhos ainda brilhando.
— "Que ele nunca deveria ter me desafiado."