A noite caiu sobre a academia de magia, e o clima estava diferente. O céu, normalmente estrelado, estava coberto por nuvens escuras que pareciam se mover de forma anormal. O vento frio passava pelos corredores de pedra, carregando consigo uma sensação de inquietação.
Cael estava sentado em seu quarto, a luz de uma única vela iluminando o pergaminho à sua frente. Mas sua mente estava distante.
Ele sabia que estava sendo observado.
Desde que o guerreiro de armadura negra partiu, a sensação não desapareceu. Era como se algo, ou alguém, estivesse tentando se conectar a ele, sondando sua existência.
Seraphine estava sentada na janela, observando o céu. Ela também parecia inquieta.
— "Você sente isso?" — Ela perguntou sem desviar o olhar.
Cael não respondeu de imediato. Seus olhos dourados brilharam na fraca luz da vela.
— "Sim."
Seraphine cruzou os braços.
— "Quem quer que seja essa entidade… não está apenas esperando. Está tentando se aproximar de você."
Cael fechou os olhos por um instante. Então, sem aviso, abriu sua percepção ao máximo.
Fwooosh!
O mundo ao seu redor desapareceu por um momento. Tudo se tornou silêncio absoluto.
E então… ele viu.
Duas íris vermelhas, flutuando em meio à escuridão.
Observando.
Aguardando.
Cael sentiu um arrepio. Aquilo não era um ser comum.
A presença era antiga. Poderosa. Viva.
E pela primeira vez em muito tempo… ele sentiu algo próximo de um verdadeiro desafio.
— "Interessante…" — Ele murmurou.
Seraphine o olhou, percebendo que ele havia captado algo.
— "Cael?"
Ele abriu os olhos novamente, voltando à realidade.
— "Já sei onde encontrá-lo."
Seraphine arregalou os olhos.
— "Você quer ir atrás dele? Isso não é perigoso demais?"
Cael sorriu de canto.
— "Ele já me encontrou primeiro."
Ele se levantou, sua aura se expandindo levemente ao seu redor.
— "Agora, vou devolver a visita."